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Encontros na cozinha


(SHAWN)

Fui despertando aos poucos quando senti alguém me sacudir pelos ombros, de início fugi do toque esperando que parassem por isso girei meu corpo em minha cama ainda com os olhos fechados e tendo conhecimento que basta dois segundos para voltar a dormir.

—Shawn!—dessa vez a pessoa que me sacode me chama, reconheço a voz como a de Andrew o que me fez abrir os olhos aos poucos. Esfrego meus olhos para minha visão melhorar e finalmente consigo ver o homem de óculos de pé ao lado da minha cama.
—Você precisa levantar.—ele informa, solto um gemido em protesto.

Eu não preciso levantar. Normalmente acordo cedo e saio para correr pelas ruas de Toronto, depois de me aquecer vou para a academia onde treino até a metade da manhã e em seguida vou até um café próximo do meu apartamento onde costumo pedir a mesma coisa, café puro e muffin de chocolate. Depois de fazer essa rotina matinal eu volto para meu apartamento e tenho o dia livre quando não tenho compromissos, é claro. Só que hoje eu estava planejando dormir a manhã inteira pois ontem só fui dormir às 3 da manhã, Teddy e eu ficamos até tarde gravando If I Can't Have You e fazendo ajustes. Pego meu celular no criado-mudo ao lado da cama e vejo que são apenas 7 horas da manhã fazendo assim como que eu tivesse pouquíssimas horas de sono. Queria descansar mais pois Teddy e Scott irão vim durante a tarde para em fim terminarmos a gravação da música, tenho planos para terminar ainda hoje por pretendo voltar para Pickering esta noite. Minha família e eu vamos viajar para a cidade vizinha onde fica a casa do lago que costumávamos alugar quando eu era um adolescente mas que agora a propriedade é minha, programamos de irmos para a casa amanhã cedo pois assim temos tempo de organizar todo o local para a festa ocorrer durante a noite. Mal estou acreditando que falta apenas 2 dias para começarmos um novo ano.

—Não, não preciso.—digo devolvendo meu celular para o criado-mudo e voltando a enterrar meu rosto no travesseiro. Ouço Andrew soltar um suspiro impaciente.

—Vamos, você tem uma entrevista.

Ah não. Lembro-me que antes de vim para o Canadá, Andrew acabou por marcar dois shows e algumas entrevistas, um dos shows já foi mas não fiz nenhuma entrevista desde que cheguei. Deixo um gemido de frustração escapar contra o travesseiro. Uma das piores partes que considero de trabalhar com a mídia são as entrevistas, odeio em como eles sempre perguntam sobre assuntos desconfortáveis pra mim, sei que não posso julgar os jornalistas pois eles estão apenas fazendo seu trabalho. Sei que no momento tudo o que eles querem é arrancarem informações sobre como será a minha nova turnê mas estou guardando segredo de todos sobre isso, também querem saber como me sinto com o fato de Hailey estar com o Justin e se estou namorando com Carlyn. E sinceramente, não quero responder nenhuma dessas questões.

(...)

A mulher que beira em seus 25 anos coloca o microfone em minha camisa, suas mãos tremem levemente e noto que ela está com medo de tocar em meu pescoço ou peitoral já que precisa introduzir os fios do microfone por dentro da minha camisa de botões. Tento não olhar para a moça pois não quero que ela sinta mais a pressão de ter meu olhar posto sobre ela. Já estou acostumado com as pessoas agirem assim quando estão perto de mim, imagino que ou ela seja uma admiradora da minha música por isso está tão nervosa ou então é nova nesse trabalho e está com medo que eu me incomode com seus toques. Pra sorte dela já me adaptei à isso, ter pessoas me tocando por cima da blusa quando está colocando o microfone é o de menos quando você tem que se trocar diversas vezes na frente de estilistas.

—Qual o seu nome?—pergunto com a intenção dela se sentir mais confortável, não quero que a mesma se sinta tão pressionada. Seu olhar desvia de suas mãos pondo o equipamento e sobe até mim já que sou bem mais alto do que ela, noto ela engolir em seco.

—Je...Jessica.—de início a voz dela falha em um pigarrear mas logo se recupera.

—Sou Shawn.—me apresento, ela sorri minimamente mas não me responde. Seu nervosismo aparenta ter apenas aumentado. Merda, era pra eu fazer ela de sentir melhor e não pior.—Você é nova nesse trabalho?—ela confirma com sua feição gritando pânico.—Por que parece tão nervosa?—palavras erradas para se dizer. Nunca pergunte à uma pessoa nervosa o do porquê ela estar nervosa. Seus olhos se arregalam levemente e novamente ela engole em seco.

—Eu...hum, não quero que se sinta desconfortável ou pense que estou aproveitando da situação.

Sorrio, legal da parte dela pensar isso.

—Já estou acostumado com isso então relaxe. Todas as pessoas que você tiver que por esses microfones estão acostumados então não se pressione, seu chefe deveria ter te avisado que estamos habituados à isso.—tento novamente lhe tranquilizar e dessa vez parece funcionar pois os ombros dela relaxam e sua feição não aparenta mais estar em pânico.

—Eles não avisaram.—ela diz, reviro meus olhos, muito antiprofissional deles não ter lhe contado o que a aguarda.

Ela termina de concentrar o microfone dentro da minha camisa de forma que a câmera não veja no exato momento em que a porta do camarim é aberta e uma mulher com a aparência mais velha aparece levando uma prancheta em mãos. Ela avalia o papel no objeto por alguns segundos e então pede que eu a siga pois a entrevista começa em um minuto.

Pensei que fosse um estúdio mas na verdade ela me leva até uma sala bem organizada e decorada. Há um tapete que cobre quase todo o cômodo e no centro dele há duas cadeiras confortáveis em frente para diversas câmeras e microfones. Vejo Andrew conversar com um homem mais o menos da mesma faixa etária que meu pai e mais tarde descubro que ele é o entrevistador quando me pede para sentar em uma das cadeiras. Pouco tempo depois as três pessoas em minha frente que estão atrás das duas câmeras sinaliza para começarmos.

—Oi, aqui é o Johnny da British GQ e hoje estamos com Shawn Mendes.—ele faz a introdução olhando para a câmera principal.—Oi Shawn, como vai?—ele volta sua atenção para mim. Sorrio gentilmente pra ele.

—Estou bem e você?—ele apenas faz um aceno de cabeça em resposta e põe um sorriso no rosto, entrevistadores raramente respondem quando devolvo a pergunta.

—Então, em poucos meses você irá começar sua terceira turnê, como tem sido?

Acomodo minha coluna na cadeira e sorrio animado pela pergunta, ele não perguntou nenhum detalhe importante que me deixaria em uma situação chata ao negar os detalhes e sim como estou me sentindo, isso é fácil.

—Tem sido incrível. Estou bastante animado para começar essa turnê, apresentei poucas músicas do meu mais recente álbum e não vejo a hora de tocar as novas músicas para ver como irão reagir a elas.

—E o que você espera dessa turnê?

—Honestamente, eu apenas espero que as pessoas se divirtam pois eu tenho certeza que será minha turnê mais animada por conta das músicas agitadas.

—Nessa turnê, são muito mais datas do que a última Illuminate, o que tem achado disso? Você teme que seja cansativo?

—Na verdade não. Claro que o tempo na estrada será muito mais longo e ficar longe da minha família é horrível mas eu vou poder conhecer e tocar em lugares que ainda não fui. Ou passar mais tempo em países que tive apenas uma rápida passada das últimas vezes que fui como Itália e Brasil. Eu não acho que será cansativo, eu nunca me canso de estar em cima do palco, é uma experiência surreal que eu poderia viver todos os dias.—sorrio orgulhoso da minha resposta.

—Você acabou de lançar um novo álbum, certo?—ele pergunta fazendo com que eu confirmasse. Não acabei de lançar exatamente, já faz 7 meses mas no mundo dos artistas isso é pouco tempo já que ainda estou trabalhando com esse álbum.—Tem preparado novas músicas?

—Na verdade, sim....vou terminar de gravar uma música hoje que pretendo lançar futuramente. Estou produzindo algumas músicas mas por enquanto sem pensar se elas farão parte dos meus próximos álbuns, estou gravando apenas por diversão e bem...se eu gostar muito de alguma delas eu lanço. No momento, não quero me focar muito no próximo álbum, estou dando um passo de cada vez e o próximo passo é minha turnê então vou focar nela.

—Legal, você sempre foi um cara assim que vive o presente?—ele pergunta referente ao que eu disse de focar em um passo de cada vez. Deixo uma risadinha escapar.

—Com certeza não, eu sou uma pessoa muito ansiosa então minha cabeça trabalha a todo instante e eu sempre estou me preocupando com o futuro e isso me prejudica muito. Dar um passo de cada vez tem me ajudado porque assim eu não vivo mil preocupações de uma vez só.—explico não querendo dar muita informação sobre minha ansiedade.

Desde que eu assumi publicamente que sofro de ansiedade, a mídia tem tentado a todo instante distorcer minhas palavras querendo que eu soe fútil, sem falar dos milhares de comentários em minhas redes sociais das pessoas dizendo que estou usando ansiedade para chamar atenção.
Se eles ao menos soubessem que sofro desse distúrbio desde os meus 16 anos e que demorei anos para finalmente criar coragem e compartilhar um pedaço de quem eu sou, não falariam tantas palavras cruéis que machucam mais que faca.

—A internet afeta de alguma forma sua ansiedade?—confirmo com a cabeça antes de dar minha resposta.

—Acho que afeta todos mas principalmente aqueles que são ansiosos porque basta um simples comentário para nos fazer ficar dias pensando o que há de errado em nós. E a internet tem muito isso, muitos comentários maldosos que precisamos estar bem mentalmente para não nos importar com eles.

—Então...você viu que a Hailey e o Justin estão juntos?—ele pergunta mudando a pauta. Quero olhar para Andrew e pedir ajuda mas sei que basta de um olhar na frente das câmeras pra eles criarem todo um boato por trás.

—Sim, eu vi!—digo não querendo soar irritado por sua abordagem.

—O que você acha deles?

—Eles formam um belo casal. Justin é um cara incrível, admiro muito ele como artista desde que eu era mais novo e a Hailey é uma das melhores pessoas que já conheci. Então...estou feliz por eles.—sou sincero dando de ombros desejando que ele saía logo desse assunto.

Detesto falar sobre esse assunto que é Hailey nas entrevistas. Qualquer coisa que eu fale os fãs que apoiam eles dois encontram motivos para falarem mal de mim como se eu estivesse conspirando contra o casal. Mas na verdade, eu estou realmente feliz por eles, não conheço muito o Justin mas sei que ele parece fazer ela feliz e Hailey merece isso. Ela é de fato uma das pessoas mais incríveis que já conheci, sempre foi atenciosa comigo quando estávamos juntos mas infelizmente queríamos coisas diferentes o que acabou que não deu certo. Não vou mentir que ela me magoou ao me fazer descobrir que não estávamos mais juntos quando saiu foto dela beijando o Justin, não que ela me devesse explicação até porque havíamos tido uma discussão por ela querer um relacionamento sério e eu não estar procurando isso mas mesmo assim não estávamos acabados quando ela começou a sair com o Justin. Ela me magoou embora não mude a minha opinião que ela é uma mulher fantástica.

—Mas e você...está solteiro?

—Sim, eu estou.—confirmo mesmo ele já sabendo da resposta.

—Recentemente surgiram boatos que você estaria conhecendo uma pessoa.

—Como você disse: boatos.—lhe lanço um sorriso que demonstra meu desconforto, ele sabe que não gosto do caminho que a entrevista está tomando todavia continua. Ele solta uma risadinha ao que eu disse.

—Então...você e essa garota.—ele retira o celular do bolso. Me curvo em sua direção para ver a foto mesmo sabendo quem já está nela, é uma foto que postei minha e de Carlyn em meu Instagram onde estou segurando uma bandeja de shots de tequila e ela está ao meu lado posando pra foto.

—Não estamos juntos.—confirmo mesmo que ele não tenha perguntado. Volto a encostar minhas costas na cadeira pra câmera não notar meu corpo tenso.

—Mas vocês têm algo ou algo do tipo? Vocês têm sido fotografados bastante juntos além de postarem fotos um com o outro.

—Não, não temos. Ela é uma amiga bem antiga da família, a conheço desde que eu era pequeno.—continuo com o sorriso no rosto apenas pra transparecer que estou de boa com isso quando na verdade não estou.

—Mas não pode negar que vocês têm demonstrado bastante afeto ultimamente.—ele continua.

—Amigos demonstram afeto e estamos nos reaproximando então estamos bem próximos.

—Sobre isso, o que houve com vocês? Vi algumas fotos em seu Instagram de quando eram adolescentes e tinha algumas de quando até mesmo eram ainda crianças mas nos últimos 4 anos vocês não estiverem juntos.

Minha vontade é de me levantar da cadeira e encerrar a entrevista pois ele já percebeu que não quero falar sobre o assunto e mesmo assim continua.

—Se distanciar de amigos é algo comum e isso aconteceu comigo e com ela por conta das minhas viagens, eu passei a viajar muito então acabamos nos afastando.

—Ah entendi e...—o corto sabendo que ele irá insistir até conseguir algo de mim ou pelo menos uma reação diante a câmera que demonstre minha irritação.

—Já se passaram os 5 minutos, certo? Eu realmente preciso ir pois tenho compromisso.—informo me levantando da cadeira fazendo ele enrugar a testa mas logo se levanta também e as câmeras desligam.

—Foi um prazer te entrevistar.—ele aperta minha mão em cumprimento e sorrio pro mesmo antes que ele se retire de perto de mim indo até os câmeras provavelmente para verificar o conteúdo que tem.

—Eu quero que todos os entrevistadores estejam cientes que não podem perguntar sobre Carlyn nas próximas entrevistas.—é a primeira coisa que digo quando Andrew chega em minha frente.

—Por que? Você precisa ser sincero comigo...está rolando algo entre você e essa garota?

Percorro minha mão por meus fios. Sei que não posso mentir para Andrew, ele é meu empresário então basicamente sabe tudo sobre a minha vida para poder administrá-la.

—Está, estava...eu não sei. É complicado.

—Tudo bem, tudo o que eu precisava saber é que não são apenas amigos. Vou me certificar de não perguntarem mais sobre ela.—ele aperta meu ombro em compreensão e logo lhe lanço um sorriso agradecido por isso.

(...)

Abro a porta da casa dos meus pais com cuidado pois não quero acordar ninguém. Já se passa das 1 da manhã e sei que minha família não fica acordada até tarde, talvez Aaliyah esteja em seu quarto mexendo no celular mas mesmo assim sei que meus pais estão dormindo.

Acabou que para conseguirmos deixar If I Can't Have You pronta, precisamos de mais tempo então estávamos até agora gravando alguns trechos e criando alguns acordes por cima da música. Sei que não deveria ter dirigido de Toronto até aqui em Pickering à essa hora da noite mas queria estar aqui quando acordar pois caso contrário iria ter que despertar certo para poder pegar a estraga e dormindo aqui tenho mais tempo para descansar antes de irmos para a cidade vizinha.

Subi para meu quarto tomando o máximo de cuidado ao subir as escadas pois ela costuma fazer barulho, apenas retirei minha roupa desconfortável pois tomei banho uma hora atrás e vesti uma calça moletom. Não visto uma camisa, detesto usar muito pano em meu corpo quando vou dormir, por mim eu dormiria apenas com uma cueca mas dormir assim aqui na casa dos meus pais é um pouco arriscado por conta de Aaliyah que entra sempre no meu quarto pela manhã e não duvido nada que logo em seguida tenha minha foto dormindo com apenas uma cueca circulando pelo grupo da família.

Vou até o banheiro do corredor de quartos e escovo meus dentes antes de voltar a descer as escadas com uma garrafinha em mãos. Sou uma pessoa que sempre precisa ter uma garrafa de água do lado, depois que comecei com esse hábito não consegui mais largar.

Penso em dar meia volta e subir de volta as escadas para não ter que passar por essa situação mas já é tarde de mais pois Carlyn ergue o olhar me vendo parado na entrada da cozinha. Meu consciente grita pra eu girar os calcanhares e ir embora pois ela entenderá já que eu disse que iria ficar ao máximo longe dela todavia sei que não é uma atitude legal dar as costas pra ela pois assim ela saberá que estou fugindo da mesma. Solto um suspiro discreto e continuo meu caminho indo até a pia. Durante a noite costumo beber água morna pois quando tomo gelada sempre acordo pela manhã com dor de garganta e isso não pode acontecer, temo que seja o pior pesadelo dos cantores. Logo em seguida penso que deveria ter ido encher a garrafinha com água da geladeira mesmo pois Carlyn está encostada bem ao lado da pia enquanto come algo dentro de uma vasilha.

Puta merda, ela está perfeita.

Carlyn está usando uma camisa masculina na cor cinza que cobre toda a sua parte de cima, a camisa tem fim na metade de suas coxas deixando suas pernas longas expostas, algo me diz que ela usa um short curto por de baixo todavia não é visível para mim por a camisa cobrir. Seu cabelo está solto caindo em camadas por seus ombros e sei que seu olhar me flagrou admirando seu pescoço.

Momentaneamente, nossos olhos se encontram mas sou rápido em desviar e dar atenção para a torneira a minha frente. Giro o registro fazendo assim a água cair dentro da garrafa posta em baixo. Enquanto a garrafinha é preenchida pela água sinto o olhar dela percorrer por meu corpo e pelo canto de olho a vejo levar sua mão até a vasilha onde pega uma framboesa movendo até sua boca. Um sorriso escapa de mim mas logo me corrijo fazendo assim apenas ter um sorriso meia lua em meus lábios, ela é completamente obcecada por framboesas e só ela mesma para acordar de madrugada para comer isso.

Seu olhar começa a percorrer por meus ombros descendo para meus braços e em fim chegando em meu abdômen, seu olhar em mim é o suficiente para fazer todo meu corpo se ascender e implorar por ela. Olho apenas para ter certeza se ela de fato está me olhando e no mesmo instante Carlyn movimenta seu rosto na direção da entrada da cozinha, sorrio comigo mesmo com a tentativa falha dela de desviar o olhar.

Quero sair dessa cozinha o mais rápido possível, preciso seguir o conselho das minhas próprias palavras meses atrás e passar a ser bom em manter distância dela. Todavia meu corpo quer algo diferente, quer ficar perto dela e olhá-la nem que seja por apenas uns segundos pois durante esses dias afastado senti falta de admirar sua beleza.

—Quer mesmo continuar com isso?—finalmente alguém pronúncia algo e esse alguém sou eu.

Fecho a garrafinha e me viro para apoiar meu corpo na pia ficando ao seu lado fazendo ambos encararmos a entrada da cozinha. Carlyn solta um suspiro ao me ouvir e logo em seguida põe a fruta em sua boca provavelmente para lhe dar tempo de pensar.

—Você beijou ela, Shawn.—é minha vez de soltar um suspiro frustrado, minhas mãos apertam o mármore da pia atrás de mim. Seu tom não soou irritado, muito pelo contrário ele está apenas quieta de mais.

—Ela me beijou, não correspondi, no exato momento em que percebi a afastei.—lhe olho para ela perceber que estou falando a verdade porém Carlyn continua com seu olhar preso no outro lado do cômodo.

Preciso que ela acredite em mim. Me desencosto da pia deixando a garrafa sob a superfície e posiciono meu corpo na frente dela, ao retirar a vasilha de sua mão pondo ao lado da minha garrafa noto seu peitoral aumentar os movimentos uma clara reação do nervosismo. Espero ela me olhar pra ver que estou falando a verdade todavia Carlyn continua com seu olhar longe de mim embora seu corpo esteja a mililitros do meu. Pouso um dos meus braços na pia atrás dela ficando mais próximo do seu corpo e quando meu braço encosta em sua cintura coberta sinto seus respiração pesada contra meu rosto.

Carlyn finalmente ergue seu olhar pra mim, a mesma franze os lábios e olha para o lado, sei que ela está querendo fugir da minha pressão mas sabe que está encurralada contra a pia e que não a deixarei enquanto conversarmos. Ela volta a me olhar e a mesma não exibe irritação ou impaciência em sua feição, ela está claramente apenas cansada disso e provavelmente querendo acabar com essa conversa mas também sei que não está disposta a conversar como eu estou. Lhe analiso cuidadosamente e noto que ela não parece chateada por conta do beijo que aconteceu entre mim e Karolina, ela aparenta estar com indecisão ao nosso respeito por outro motivo e isso faz minha testa se enrugar em curiosidade.

—Você me quer longe de você mas não é por esse motivo, não é?—sussurro percebendo o que está acontecendo.

—Não quero estar longe de você.—ela diz no mesmo tom, suas palavras me pegam de surpresa. Me aproximo mais dela decidido a lhe beijar pois não aguento mais estar com meu corpo tão próximo do seu e ainda sim me sentir tão distante, mas sua mão me impede indo até meu peitoral e sendo posto no local. Sinto minha pele formigar com seu toque e mesmo seus lábios estando entreabertos implorando pra eu lhe beijar, paro concluindo que o toque em meu peito não foi como um consentimento.—Mas eu preciso.

—Queremos um ao outro, qual o problema nisso?—um sorriso que não expressa felicidade surge em seus lábios, encosto minha testa na sua.

—Preciso te perdoar Shawn e não consigo continuar com você sem fazer isso.—sua mão sobe até meu pescoço o acariciando, solto um suspiro pressionando meus olhos.—Me diga porquê foi embora.

Merda, conheço Carlyn e sei que quando souber que eu era apaixonado por ela irá apenas fugir mais de mim assim como ficará furiosa ao saber em como fui estúpido em destruir nossa amizade por um sentimento bobo que poderíamos muito bem termos conversado e decidido o que faríamos a respeito. Sempre fomos parceiros um do outro e hoje percebo que poderíamos ter lidado com meus sentimentos na época, eu precisava apenas ter sido honesto.

—Não vai me dizer, né?—ela pergunta deixando nítido seu tom decepcionado. Sua mão que estava em meu pescoço é retirada e percebo seu corpo voltar a ficar tenso. Ao desviar meu olhar do seu ela tem sua resposta.—Boa noite, Shawn.—Carlyn deixa um beijo suave em minha bochecha posteriormente se retirando do meu aperto.

Ela recolhe a vasilha em cima da pia e se retira da cozinha me deixando atormentado e sem saber ao certo o que fazer.

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