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Ele virou as costas

(CARLYN)

Meu novo namorado me abraça por trás enquanto ambos estamos fazendo uma brincadeira idiota de quem consegue contar primeiro a quantidade de azulejos que tem no chão da calçada, minha conta já vai no cinquenta o que significa que estou ganhando pois como ele está logo atrás de mim escuto ele fazer a contagem sussurrando em meu ouvido e o mesmo está no trinta. Começo a perder quando me perco na contagem por está contando mentalmente e ainda ter números sendo sussurrados em minha orelha.

Paaara! Não valeu.—cutuco seu braço com minha unha na tentativa de interromper sua contagem.

—Por que diabos não valeu?

—Porque você está me desconcentrando.—o acuso.

—Hum...ter meu corpo atrás do seu te desconcentra?—seu tom é carregado de malícia e de segundas intenções.

—Não seu idiota, o que está me deixando desconcentrada é você contar em voz alta.

—Ótimo! Agora eu também me perdi na contagem com você reclamando.

—Não quero mais jogar isso.—faço um bico nos lábios. Pra me provocar ele deixa um beijo estalado em minha bochecha e em seguida morde minha pele.—Outch!—sua mordida não doeu muito mas gosto de fazer drama.

—Machucou?—quero rir de sua preocupação verdadeira mas não o faço, apenas confirmo e logo em seguida agradeço por isso pois recebo mais carinho.—Desculpa baby—sinto um beijo suave na mordida que provavelmente deve ter ficado uma marca vermelha.

Sorrio com seus beijos em todo meu rosto exceto no lugar onde mais desejo, todavia meu sorriso aos poucos vai desaparecendo e fico totalmente constrangida fazendo Manny rir mais ainda ao me ver corar. Manny está logo a nossa frente e balança a cabeça em negação vendo nossas brincadeiras, embora ele balance a cabeça incrédulo há um sorriso em seu rosto mostrando que ele está se divertindo.

Eu e Shawn viemos para Pickering logo após o café em seu apartamento e como é domingo nossa família tem a tradição de fazermos churrasco, uma tradição que minha família trouxe da Itália, o carro do Manny está no concerto então antes que saíssemos do carro eles nos abordaram dizendo que Shawn precisava levar eles no centro para comprarem algumas carnes e pão de hambúrguer.

Estávamos fazendo as compras no mercado até então mas Karen nos forçou a esperar aqui fora pois segundo ela estávamos lhe desconcentrando em sua compra, Manny diz que é uma desculpa pra ela comprar as coisas sem olhar o valor e sabe que com seu marido do lado que é bastante econômico não conseguiria fazer isso.

—Seu pai está olhando.—sussurro para Shawn o advertindo por estar beijando meu rosto e com a mão em minha cintura descoberta por conta da blusa curta.

—Ah não se preocupe comigo querida.—ele dispensa com a mão fazendo com que eu corasse mais ainda por ele ter escutado.—Vocês são adoráveis juntos.

Franzo minhas sobrancelhas não entendendo ao certo o que ele quer dizer com isso, Shawn percebe pois responde sussurrando em meu ouvido:

—Ele sabe, de nós.

—Você contou?

—Não, na noite em que minha mãe passou mal ele ligou para Brian para me contatar mas Brian não estava conosco e ele logo ligou os fatos de chegarmos juntos e também...ele disse que eu estava fedendo a sexo.—ele diz extremante baixo a última parte mas escuto e na hora quero me enterrar no chão, nem ao menos olho para Manuel pois sei que ficarei vermelha.

—Meu Deus! Isso é tão vergonhoso.—sinto sua gargalhada contra a lateral do meu pescoço.—Você acha que ele contou para sua mãe?

—Se tivesse contado ela já teria organizado um jantar em comemoração, preparando seu vestido de casamento e pesquisando os nomes dos nossos filhos.—gargalho pois não poderia ser mais verdade.

Manny estava distraído olhando para o outro lado da rua mas voltou seu olhar pra nós o que me fez retirar os braços de Shawn em volta da minha cintura e me afasto dele o fazendo desapoiar seu queixo do meu ombro. Não é que eu me incomode com o olhar de Manny em nós mas é realmente vergonhoso estar agarradinha com o filho dele, sei que Manny jamais pensaria mal de mim pois o mesmo me ama, esse homem me criou basicamente mas ainda sim sinto vergonha em demonstrar carinho com Shawn na frente dele agora que o mesmo sabe que estamos em um relacionamento.

Para Shawn não pensar que tenho voltado atrás sobre demonstrarmos carinho em público, porque não voltei, entrelaço meu braço no seu e apoio meu rosto em seu ombro coberto pelo moletom que inclusive fui eu que escolhei, na frente está escrito "lindo dia das mães" e atrás "eu amo minha mãe". Karen encheu seu rosto inteiro de beijos deixando várias marcas do seu batom marsala e o abraçou até ele implorar para parar pois estava ficando sem fôlego.

Deslizo meu braço, entrelaçado no seu e esticando até nossos dedos se entrelaçarem, olho pra cima e o encontro me olhando com um sorriso no rosto, seu sorriso faz as borboletas em meu estômago se manifestarem.

As vezes pego pensando em como é estranho estar com ele pois é algo que não esperava mas ao mesmo tempo é tão certo, é como se eu tivesse passado toda a minha adolescência cega e sem perceber o quanto éramos certo um para o outro. Talvez não, na nossa adolescência éramos pessoas diferentes e se tentássemos algo possivelmente não daríamos certo por minha causa, eu não o conseguia ver como um pretendente amoroso, na noite em que nos beijamos eu gostei do ato mas suspeito que foi pelo álcool pois no dia seguinte eu não senti nada em relação a ele, foi como se o beijo não tivesse mudado absolutamente nada. Só que agora eu me sinto viva, não tem como explicar, é simplesmente incrível ficar com ele.

Beijo seu braço e ele logo sorri pra mim mesmo sentido o carinho por de baixo do moletom. Shawn é extremamente carinhoso em público, já eu sou mais contida, tenho a vontade de abraçá-lo agora e beijar seus lábios até perder o fôlego mas não faço pois além de estarmos em público, tenho a presença do seu pai.

Karen aparece com duas sacolas cumpridas e dessa vez não me afasto de Shawn pois nós combinamos que não iremos mais nos privar tanto na frente de nossas famílias para eles irem se acostumando aos poucos com a ideia de estarmos juntos. Mas Shawn faz isso pois solta minha mão correndo até sua mãe e lhe ajudando a segurar as duas sacolas pesadas, como o carro está logo ao nosso lado ele corre na direção para ir guardar as compras.

(...)

Estou tirando algumas fotos com Aaliyah e Camila quando do outro lado do quintal vejo minha mãe sinalizar para eu ir até a mesma, me despeço das garotas com a desculpa que voltarei e logo caminho até minha mão que com uma mão segura uma carne de hambúrguer posta em um prato e a outra seu celular.

—O que foi?—pergunto logo após deixar um beijo em sua bochecha.

—Seu pai está na linha, ele disse que ligou para seu celular duas vezes mas caiu na caixa postal, imagino que esteja descarregado como sempre.

Suspiro aceitando o aparelho, meu celular não está descarregado, na verdade ele se encontra no bolso de trás do meu jeans e eu vi o nome do meu pai nas duas vezes que o celular tocou indicando uma lição, eu apenas coloquei no silencioso o deixando tocar.

Não me entenda mal, eu amo meu pai mas algumas coisas é inevitável esquecer, como o recente acontecimento que sua esposa preparou uma viajem para o Hawaii me deixando de fora sabendo que passo o natal todos os anos com ele e meu pai não fez absolutamente nada para me incluir na viajem, ele me deixou na mão. Não que eu estivesse muito afim de viajar para outro lugar além da Austrália, passar alguns dias com ele havia se tornando um costume e até que eu gostava, o que me deixou chateada foi como ele me fez ficar em Pickering mesmo sabendo toda a história com Shawn. Não vou mentir, agradeço a esposa dele por ter feito isso pois assim eu não teria tido um dos melhores finais de ano da minha vida, não teria reencontrado Shawn e muito menos me envolvido com ele. Mas isso não ameniza o fato que meu pai me deixou na mão.

O pior nisso tudo é que nem ao menos recebi um pedido de desculpas por ter feito isso, apenas me avisou que eu não poderia mais ir para sua casa na Austrália, sabe como é ouvir o próprio pai não dando a menor importância para sua presença?

—Oi pai.—o saldo colocando o telefone na orelha e me afastando da minha mãe para poder conversar livremente, há música alta no quintal então enquanto ando por ele as pessoas não escutam o que digo.

Oi princesa, como você está?—a voz do meu pai soa tranquila, como sempre é.

—Bem e você?

Ótimo. Eu queria saber se você gostaria de vim passar uma semana aqui, talvez duas.

É claro, ele voltou e agora está tentando me recompensar. Gostaria de rebater com um "se você fosse atencioso como acha ser saberia que minhas aulas já voltaram a duas semanas" mas como sou uma adulta apenas digo:

—Não posso, minhas aulas voltaram.

Ah.

Ah, é tudo o que recebo. Nenhum pedido de desculpas.

—Pois é.

Quando suas aulas terminam?

—Fevereiro.

Você acha que depois disso consegue uma folga do trabalho para passar aqui?

Deus, ele fala como se morasse do outro lado da cidade sendo que é do outro lado da porra do mundo. As vezes me questiono que mesmo antes de Apólo morrer, se ele aceitou o trabalho na Austrália apenas para passar um tempo longe de sua família.

—Pai...eu não sei, acho difícil, minha chefe já me deu folga nesse final de ano, era a oportunidade para termos nos visto.—cutuco a ferida e se consigo atingir ele, o mesmo não demonstra.

—Não tem como você vim nas férias de verão junto com sua irmã?

—Não.

—Ah...então acho que só nos veremos mesmo no próximo natal?

Como vou dizer a ele que eu e Shawn assinamos o tratado de paz e que minha viajem não é mais necessária? Me sinto tão egoísta, sei que deveria querer passar o natal com ele pois mal o vejo desde a separação com minha mãe todavia sempre preferi comemorar as datas comemorativas na minha cidade junto com a minha família e a família Mendes, eu só ia para a Austrália pois era necessário mas se pudesse escolher eu preferiria mil vezes ficar aqui. Somos uma família grande então sempre tem festas e animação enquanto com meu pai é apenas um jantar saboroso e conversas curtas apenas para preencher o silêncio.

—Sobre isso...eu e Shawn nos resolvemos então não acho que seja mais necessário eu viajar todo final de ano para a Austrália.

Oh...hum, ouvi falar sobre isso, sua mãe comentou algo sobre vocês estarem se dando bem novamente. Estou feliz por vocês, foi uma pena quando vocês se distanciaram.

Pois é.

Tudo bem então princesa, tenta encontrar uma forma de vim ver seu velho pai. Eu preciso desligar agora, te amo.—quando escuto suas palavras magoadas sinto uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto, eu nem havia percebido que estava prendendo o choro.

—Hum...ok, também te amo.—desligo logo em seguida mas a frase "eu te amo" nunca pareceu tão falsa saindo dos meus lábios e me odeio por isso.

Não quero odiar meu pai, ele é um bom homem embora tenha desistido tão facilmente da nossa família, o mesmo se esforça sempre para estar presente, a última coisa que quero é afastá-lo mas não consigo evitar o sentimento de decepção em meu peito, não tenho como ignorar e fingir que ele não deu importância para minha presença em seu natal. Bastava agendar mais uma passagem e mais um quarto no hotel, poxa...eu poderia até mesmo dormir em seu carro, mas se ele quisesse mesmo a minha companhia teria feito um esforço. Talvez isso vá passar, só preciso esperar essa frustração abandonar meu coração.

Procuro Shawn pelo quintal pois no momento preciso dele.

(...)

Entreabro um pouco mais meus lábios fazendo Shawn afundar sua língua em minha boca a explorando de todas as formas magicamente possíveis, um gemido me escapa quando ele puxa a raiz do meu cabelo lentamente ao mesmo tempo que mordisca meu lábio inferior e vai soltando. Puxo um pouco de ar pois não pretendo interromper esse beijo agora, está bom demais para começarmos outro em alguns segundos, uma das minhas mão se encontra em sua nuca enquanto a outra segura seu rosto através do maxilar, afundo mais minha boca na sua e automaticamente mexo meu quadril em cima do seu volume, é algo involuntário pois é difícil ficar parada quando estou com ele. Mas a sensação me motiva a continuar, rebolo em cima dele sentindo seu membro fazer pressão em meu clitóris e então paro, Shawn não gosta disso pois sua mão que antes estava em meu cabelo desce até minha bunda a segurando com firmeza e me orientando a movimentar-me em cima dele, assim faço e ambos arfamos.

Estar com ele me deixa calma, faz com que os problemas que me cercam pareçam fáceis de resolver, me faz esquecer mesmo que seja apenas quando estou ao seu lado. Não estou o usando para esquecer da frustração que sinto do meu pai, quando o encontrei conversando com Brian perguntei se poderíamos dar uma volta pois estava tendo um péssimo momento e precisava dele, Shawn não pensou duas vezes antes de me arrastar até seu quarto. De início, apenas deitamos em silêncio em sua cama e então ele me perguntou se eu estava afim de conversar sobre, eu contei que estava chateada com meu pai por não ter feito esforços para eu passar o natal com ele e agora está tentando fazer com que eu sacrifique minha rotina para ir até ele, depois disso ele percebeu que eu não estava muito afim de prolongar a conversa e que estava apenas justificando meu momento ruim, conversamos por alguns minutos sobre tudo e mais um pouco e então os carinhos foram surgindo até se transformar em um intenso amasso.

—Isso é meio emocionante.—sussurro contra seus lábios assim que paramos o beijo por falta de ar, sorrio com a ideia de estarmos em um amasso no seu quarto da adolescência.

—O que? Estarmos nos pegando enquanto nossos pais estão no quintal?

—Também mas estou me referindo a estarmos dando um amasso em seu quarto antigo.—sorrio mais animada do que deveria, ele solta uma risadinha e leva sua mão até meu rosto afastando os fios de cabelo.

—Por que isso seria emocionante? Já dormirmos uma vez aqui juntos depois de tudo.

—Eu não sei...apenas acho, e naquela noite em que você me mandou mensagem dizendo que não conseguia dormir não trocamos nenhum beijo.—o relembro, Shawn torce os lábios e então concorda, resolvo mudar de assunto com um sorriso sapeca.—Em duas semanas sairá as indicações do Grammy.—digo sugestivamente e cutuco seu abdômen o fazendo rir.

—Você realmente está animada com isso, huh?

—Você não faz ideia, sou ótima com palpites e meu palpite é que você será indicado.

—Eu também sou ótimo com palpites e eu digo que não serei.—reviro meus olhos dramaticamente.

—Ok Mendes, já que você é tão bom com palpites então me diga...qual a cor da minha calcinha?—meu tom soa sugestivo e sedutor fazendo com que meu namorado logo se remexa em baixo do meu corpo, sinto ele se animar em baixo de mim.

—Hum...vejamos, você está com uma blusa branca e uma calça jeans...

—Nem adianta, eu não costumo combinar a calcinha com a roupa de cima e vocês homens deveriam saber que nenhuma mulher faz isso.

—Não estou dizendo que você está combinando. Mas na maioria das vezes que você usa um vestido, você está trajando uma calcinha preta ou nude e quando está usando calça jeans é preta ou vermelha.—entreabro meus lábios em choque pois nem eu havia percebido que faz isso mas pensando agora ele tem razão, sempre que uso vestido estou com uma calcinha preta ou nude por de baixo.

—Meu deus...como você sabe dessas coisas?

—Sou observador querida, caso você não saiba...decorar a cor de sua calcinha é meu divertimento favorito.—gargalho tanto pelo que ele fala como por seu sorriso malicioso.

—Então...qual a cor?—o desafio.

—O que ganho se eu certar?

—Pode tirar uma peça da minha roupa.

—Isso tá ficando cada vez melhor. Okay...eu vou chutar na vermelha.

Gargalho alto pois ele chegou perto.

—Quase, não é exatamente vermelha...é vinho escura.

—Caso você não saiba, vinho é uma tonalidade de vermelho então acho justo tirar algo do seu corpo.

—Você errou e é melhor continuarmos vestidos, daqui a pouco precisamos descer.

—Eu acho injusto, você me iludiu, me animei atoa.

—Quem disse? Podemos fazer muitas coisas com roupas.—sorrio travessa me aproximando dele e juntando nossos lábios.

Shawn segura as laterais da minha cintura e me puxa para si fazendo nossas intimidades entrarem em contato, suspiro em seus lábios ao sentir o meio das minhas pernas formigarem e o desejo subir pela minha espinha. O beijo intensamente, passamos minutos explorando a boca um do outro como se nossas vidas dependessem disso, seguro seu rosto com minhas mãos e o acaricio a cada dois segundos me perguntando se ele realmente está comigo, provavelmente foi a coisa mais inesperada que aconteceu em toda a minha vida.

Quando seus lábios deixam os meus, eles descem para meu pescoço fazendo com que eu inclinasse minha cabeça para o lado ao mesmo tempo que afastei meu cabelo lhe dando acesso. Os beijos, mordidas, chupadas em meu pescoço foram se tornando algo surreal e mal percebi quando passei a gemer alto, levo minha mão até a boca impedindo que sons saíam de mim, isso é tão bom.

As pessoas costumam dizer que um relacionamento precisa ser fácil, eu mesma disse isso a ele algumas semanas atrás quando viajamos para Los Angeles, o disse que um relacionamento não pode ser um peso, algo que você se preocupa a todo instante, quando você passa a gostar de alguém, realmente gostar, tudo se torna tão fácil. E ainda concordo com isso mas estava errada, o relacionamento em si com ele é fácil mas tenho algumas decisões que provavelmente serão as mais difíceis que já tomei em minha vida. Estar com Shawn tem sido incrível mas fico me perguntando sobre o futuro, eu sei que deveria conversar com ele a respeito disso mas temo que ele deixe claro que iremos durar até sua turnê começar e honestamente não estaria surpreso caso ele decidisse isso. Shawn é extremamente responsável e preocupado com seu trabalho, as vezes até de mais, e tenho certeza que entre uma garota e sua carreira ele iria me dispensar num piscar de olhos. E não o culpo, jamais deixaria permitir que eu fosse uma distração para sua carreira. Não sei o que ele pensa ao respeito e não demonstra se o que temos será algo mais duradouro ou se esse namoro acabará quando ele voltar ao trabalho, ele nunca tocou no assunto e eu deveria tocar mas simplesmente não consigo, tenho medo que pela perspectiva dele seja óbvio que iremos durar até o começo da turnê enquanto eu estou aqui pensando em algo mais.

—Posso confessar algo?—digo contra seus lábios onde deixo um selinho logo em seguida, ele sorri e novamente afasta os fios que cobrem meus olhos.

—Claro.

—Você voltou a ser minha pessoa preferida no mundo, Shawn.

A reação que tive dele me fez acreditar que disse a coisa certa. Ele me olhou com surpresa e sua mão que até então fazia carinho em meu cabelo parou como se estivesse atordoado demais para até mesmo se mexer. E então a coisa mais incrível aconteceu, ele se afastou apoiando a cabeça no travesseiro para ter uma melhor visão do meu rosto e então avançou até meus lábios me beijando com mais intensidade do que qualquer outro beijo que já tivemos.

—Você nunca deixou de ser minha pessoa preferida, não importa o que aconteça ou quanto tempo se passe, você sempre vai ser minha pessoa preferida no mundo.

O respondo como ele fez, com um beijo. Sinto ele sorrir contra meus lábios e é a melhor sensação que tenho, saber que você está compartilhando um momento íntimo com alguém e que seu parceiro está tão feliz que não consegue conter o sorriso nem enquanto nos beijamos e não quero que ele contenha. Afastamos nossos lábios e apenas ficamos nos olhando por quase um minuto, uma troca de olhar que diz tudo, o quanto consideramos o outro especial em nossa vida e me sinto mais aliviada pela forma de carinho que ele me olha, não tem como ele almejar que isso acabe em dois meses, é impossível que ele não sinta isso que estou sentindo em meu coração, não sei ainda o que é mas é algo que me deixa sem fôlego apenas em olhá-lo.

—Me confesse algo que ninguém sabe, quero guardar um segredo seu e saber que você confia em mim pra isso.—ele pede acariciando minha sobrancelha, sorrio por seu pedido inusitado.

Tento pensar em algo e só consigo focar em alguns pensamentos que nunca saíram da minha mente, como a forma que me sinto em relação ao meu pai. Meu corpo se enrijece mas depois relaxo suspirando triste.

—As vezes...eu...

—Não precisa dizer se não quiser, realmente não precisa, eu estava brincando.—o ignoro, quero contar isso para alguém e não consigo pensar em contar para outra pessoa além dele.

—Eu me sinto culpada porque tanto Taila como minha mãe parecem estarem bem em relação ao meu pai, eu o amo mas...não consigo não pensar em como ele nos abandou.

—Carlyn...—seu tom foi de lamento, sei que ele não quer que eu conte caso isso me machuque mas agora que comecei não consigo parar.

Papai já viajava para Austrália após uma proposta de emprego, antes de tudo, ele ficava alguns meses afastados e na época me peguei pensando se ele traía minha mãe pois traição é algo que me dar repulsa e jamais o perdoaria se ele fizesse algo assim, mamãe disse que ele nunca fez.

Após Apólo não aguentar mais lutar contra o câncer, meu pai voltou para Pickering e dessa vez resolveu ficar mais um tempo próximo de nós, para ficarmos unidos como uma família, que irônico. Mas então as coisas foram mudando, eu não via mais meu pai abraçando minha mãe e muito menos os beijos que ele sempre fazia questão de lhe dar, e minha mãe mal tocava nele. Depois disso veio se discussões, de começo eram coisas bobas do dia a dia mas então passou a serem discussões que acordavam eu e minha irmã no meio da noite. A morte de Apólo afetou o relacionamento deles, o luto fez ambos jogarem a culpa um no outro. Mamãe dizia que meu pai não estava em casa para cuidar do seu filho já que ele passava mais tempo na Austrália, o acusava por ter ido para o outro lado do mundo mesmo sabendo da situação de seu filho.

O odeio por isso, por ele saber que tinha um filho em câncer terminal que poderia vir a falecer a qualquer momento e ao invés de passar tempo com ele e aproveitar enquanto ele estava vivo, ele apenas se distanciou.

Minha mãe estava errada em culpá-lo, a morte de Apólo não foi culpa de ninguém mas papai também estava errado pois em suas discussões eu o via debater de volta dizendo que ela estava ao lado de Apólo mas do que adiantava se ela o deixou morrer, não era culpa de ninguém, eu queria gritar isso pra eles, para ficarem unidos ao invés de procurar um culpado. A relação se tornou horrível até que ocorreu a última briga. Eu não peguei o início da discussão, quando acordei às duas da manhã meu pai estava gritando dizendo que ficar na nossa casa estava o sufocando, que ele não conseguia mais fazer aquilo, que ele queria ser feliz e não conseguiria fazer aquilo ao lado da minha mãe. Minha mãe implorou, ela literalmente implorou para ele não lhe deixar pois precisava dele mas isso não foi o suficiente para ele. Eu não ouvi o fim da discussão, pus meus fones e dormi sabendo que eles se resolveriam como sempre acontecia, mas daquela vez não aconteceu.

Ao acordar, encontrei meu pai no meio da sala rodeado por suas malas, ele estava indo embora e dessa vez era pra valer. Nunca vou esquecer em como corri para a casa de Karen e chorei em seu colo dizendo que papai iria nos deixar.

—Eu me sinto a porra de uma egoísta. Meus pais não estavam mais felizes e hoje eu sei que foi o melhor pra eles mas ainda penso...a forma que ele fez, Shawn. Ele não deixou minha mãe, ele deixou eu e Taila também. Até ele vim a entrar em contato com nós duas novamente havia se passado meses. Estávamos de luto por Apólo, todas nós, e ele virou suas costas quando mais precisávamos um do outro.

—Hey...—sinto seu polegar passar por de baixo do meu olho limpando a lágrima que caiu.

—Eu o odeio pelo fato de que quando mais precisávamos dele, ele nos abandou. E eu me odeio por pensar assim pois ele apenas foi em busca de sua felicidade, aquilo não estava o fazendo bem.

—Pare de se cobrar meu amor, tudo bem odiar certas atitudes de alguma pessoa, isso não quer dizer que o odeia por completo. A forma que ele fez não foi a coisa mais admirável e tudo bem detestá-lo por isso, seria estranho se você não sentisse raiva dele por isso.

—Mas agora eu estou deixando o passado intervir na minha atual relação com ele, estou tão zangada pela forma que ele virou suas costas para mim novamente, a forma que ele me dispensou no natal como se passar alguns dias com sua filha não fosse algo importante.

—Qual foi a justificava dele?

—Eu não disse que estou magoada.

—Já disse a ele como se sente em relação à como ele foi embora?—nego fazendo um Shawn suspirar.—Você precisa conversar com ele, baby.

—Eu sei mas não sei se quero, tudo o que quero é pensar nisso depois.—digo saindo de cima dele pois o clima sexual foi totalmente quebrado com o meu assunto familiar.

—Tudo bem, vem...vamos deitar um pouco.

Já estávamos deitados todo esse tempo mas entendo o que ele está querendo dizer. Dessa vez não me aconchego a ele, é ele que se aconchega atrás de mim. Deito ao seu lado passando assim a dividir o travesseiro com ele e o mesmo abraça minha cintura com as mãos enquanto nossas pernas acabam se entrelaçando.

—Não deveríamos descer?—pergunto já que estamos perdendo todo o churrasco.

—Daqui a pouco fazemos isso, vamos só descansar um pouco.

Sorrio pois nenhum de nós dois estamos com sono, tanto que fechamos os olhos mas não chegamos a dormir, mas mesmo assim ele insiste em ficarmos apenas por minha causa, sabe que tocar no assunto do meu pai me afetou e que preciso de uma pausa. Depois de alguns minutos me virei ficando de frente para ele e abracei sua cintura apoiando meu rosto em seu peitoral enquanto ele apoiou seu queixo em minha cabeça, nunca me senti tão protegida.

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Próximo capítulo é o mais cumprido do livro até então com quase 9000 palavras e preparem o coração porque tem muito drama

E sobre a briga deles no último capítulo: desde o começo, eu queria escrever uma história de um relacionamento mais "realista" sem gravidez inesperada, sem terceiros armando planos pra eles não ficarem juntos, haverá drama?sim! Como toda história mas será dramas ocasionados que normalmente há entre alguns casais.

Vi muita gente surpresa por eles terem se resolvido no capítulo anterior, não queria criar uma história onde uma discussão proporciona um drama enorme e casal se separa por um tempo. É super normal um casal discordar em algo, ter diferentes perspectivas em alguns assuntos e o certo é conversarem pacificamente o que eles não fizeram mas não é algo tipo "meu deus, eles não dão certo" os dois ainda estão aprendendo a como estarem em um relacionamento com o outro e é tudo muito novo pra ambos embora os dois já tenham se relacionado com outras pessoas.

Então sim, terão altos e baixos no relacionamento deles mas tenho certeza que no momento em que (se) eles não fizerem mais bem um para o outro, irão tomar uma decisão mais drástica.

E quem aí já assistiu a nova temporada de Sex Education? EU ESTOU COMPLETAMENTE APAIXONADA

E não sei porque estou postando dois capítulos no mesmo dia, talvez por esse ser mais clean e preparando o território pro próximo.

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