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Ataque de ansiedade

(⚠️esse capítulo tem um conteúdo sensível, então se você não se sente bem lendo uma crise de ansiedade, recomendo que pule para o próximo)

"Não há problema em chorar
Então não seque seus olhos
Lágrimas te lembram de que você está vivo
Mas apenas por esta noite
Aguente firme"
-Ed Sheehan

Atualmente,2018.

Ah...isso,mais rápido.—Carlyn disse entre um gemido abafado enquanto o homem afundava seu membro em sua entrada repetidas vezes. Charlie gemeu alto quando fez o que a garota havia lhe pedido, até então estava se reprimindo com suas estocadas por medo de machucar Carlyn, ele sempre foi cuidadoso no começo porém a garota parecia estar com pressa tanto que eles nem ao menos tiveram preliminares, algo que os dois consideram indispensável para entrar no clima.—Leva seu dedo até meu clitóris.—a garota o orientou com a voz abafada e assim Charlie fez, naquela tarde tudo se tratava de Carlyn e o homem amava isso, amava lhe dar prazer. O homem abandonou uma de suas mãos que estavam na cabeceira e levou até o meio das pernas da garota onde começou a pressionar seu polegar na parte mais sensível dela tomando cuidado para não atrapalhar os movimentos do seu membro entrando em sua vagina. A sensação que Carlyn sentiu ao ele lhe tocar diretamente foi de esquecer o próprio nome, como o planejado desde o momento que mandou mensagem para Charlie.

(....)

Carlyn se encontrava revisando seu olhar entre o teto à cima dela onde havia um espelho pendurado e a vista da cidade de Toronto através da janela gigantesca que ocupava grande parte da parede que fica de frente para a cama que estava deitada. Dessa vez ela fixou o olhar no espelho e soltou um suspiro com a língua sagaz de Charlie fazendo círculos no bico do seu peito. Ela adorava ter aquele espelho no teto pois lhe proporcionava a visão da bunda esbranquiçada de Charlie quando ele afundava o quadril entre as pernas dela, a visão era incrivelmente sexy.

Uma das mãos do homem apertavam a cintura de Carlyn enquanto a outra acariciava um dos seios dela, o outro estava recebendo atenção da língua dele. Charlie estava tentando criar um clima novamente para poderem terem seus terceiros orgasmos da tarde e Carlyn sabia disse porém a garota não conseguia se concentrar. Ela soltava suspiros de prazer uma vez ou outra mas sua cabeça estava repetindo diversas vezes a discussão que teve com Shawn horas mais cedo por esse motivo não tinha os músculos relaxados e o de olhos verdes estava motivado a mudar isso.

—Eu ainda não acredito nas coisas que ele disse...—ela reclamou. Charlie projetou um barulhinho em concordância como se estivesse ciente todavia continuou a chupar os pequenos seios dela.—Ele ainda tentou usar a idade dele como desculpa, só porque era um adolescente não quer dizer que não estava ciente do que fazia.—dessa vez o homem reprimiu um barulhinho em frustração, em resposta apenas continuou o trabalho. Era notável que Carlyn não estava entretida com o momento, Charlie decidiu então seguir na direção do pescoço dela onde sabia que era uma área sensível. O homem começou com lambidas sensuais e com chupões leves, ao constatar que a garota não estava gemendo como costuma com o ato ele passou a pressionar com mais intensidade seus lábios, talvez ela estivesse a fim de algo mais selvagem, foi o que ele pensou todavia ela não teve nenhuma reação além da próxima reclamação que saiu de seus lábios.—Arg! Eu mal posso acreditar nas palavras do Shawn, como ele foi capaz de me magoar propositalmente?!—ao ouvir as palavras da garota Charlie soltou um suspiro dramático e permitiu seu rosto cair na curva do pescoço dela. Foi então que Carlyn notou que ele parecia estar se esforçando.—Desculpe...—Carlyn levou sua mão até os cabelos escuros de Charlie a penetrando no local ao ver que ele parecia frustado jogado em seu pescoço.

—Tudo bem.—ele soltou um suspiro mas logo voltou a beijar o pescoço da garota fazendo ela rir alto.—Você parece que quer desabafar, por que não me diz como está se sentindo enquanto eu beijo seu pescoço? Eu realmente amo isso.—Carlyn mexeu a cabeça em concordância e sorriu em agradecimento por mais que ele não pudesse ver seu rosto.

Carlyn não sabia exatamente como se sentia, talvez frustada ou furiosa. Ela ainda estava incrédula que o garoto que chamou de melhor amigo por anos havia lhe machucado propositalmente, que tipo de pessoa machuca alguém com intenção e por que ele fez isso? Ela queria saber o motivo, algo que aprendeu com o decorrer dos anos foi que sempre que alguém comete um erro é porquê tem um motivo, nem sempre é um bom motivo e talvez por mais que o motivo de Shawn tenha sido para lhe proteger como ele sugeriu que fosse, ela não seria capaz de perdoá-lo, não sabendo que ele lhe machucou propositalmente sabendo das consequências. Talvez ela devesse amadurecer à respeito do perdão, sabe disso porém não efetua o que deveria. Aprendeu muitas coisas durante o passar do tempo mas duas coisas que ela ainda não sabia lidar é: perdão e resolver os problemas. Depois que Shawn foi embora e perdeu mais três pessoas importantes em sua vida, ela passou a ser mais ousada e quando queria algo ia atrás sem ter medo de se arrepender. Porém quando algo de errado começa a acontecer ela fecha os seus olhos e senta em uma poltrona confortável esperando até o problema desaparecer, ela tem medo de enfrentá-los. Algumas possibilites do porquê Shawn ter lhe machucado propositalmente passava por sua cabeça. 1) Shawn se sentiu culpado pela discussão que tiveram logo após o baile e não se despediu pois saberia que lhe magoaria e se ela não se machucasse iria o perdoar pela discussão como sempre fazia. 2)Shawn não queria ela em sua vida já que ele estava começando sua carreira e a única forma de tirar a garota de sua vida era lhe machucando pois mesmo que ele falasse "não quero mais você por perto" ela não acreditaria na época pois não fazia parte do feitio dele. A segunda opção ela teria que concluir que a fama havia subido à sua cabeça e que ele sentia vergonha de tê-la por perto, Carlyn não queria acreditar nisso.

—Eu apenas não compreendo porquê ele quis me machucar. Que tipo de pessoa faz isso intencionalmente?

—Sadomasoquistas.—o tom irônico de Charlie soou enquanto ele percorria sua língua pelo pescoço da garota.

—Estou falando sério, Charlie.—a garota o advertiu. O homem sempre fazia piada toda vez que tinha oportunidade e Carlyn normalmente amava isso mas não estava no clima.

—Ok,ok...talvez ele tenha um bom motivo.

—Isso não justifica partir o coração da melhor amiga.—ela rebateu como se fosse óbvio.

—Não, porém no momento ele deve ter pensado que era o certo ao seu fazer e agora amadureceu e sabe que o que fez foi errado. Pessoas costumam fazer coisas estúpidas pensando ser o certo.—Charlie disse enquanto regressava com sua boca para os seios dela.
—Você por exemplo....me disse uma vez que quando era adolescente achava estranho garotas beijando garotas e olha só....hoje em dia você não pode ver uma buceta que seus olhos brilham. As pessoas mudam de opinião.— ela revirou os olhos com seu exemplo.

—Por que vocês homens amam defender um ao outro?!—seu tom saiu irritado.

—Você quer que eu fique do seu lado?ok...Shawn Mendes era um péssimo amigo, ele te magoou e não merece o seu incrível perdão.—por mais que Carlyn soubesse que ele estava dizendo aquilo para ela se sentir bem a garota sorriu satisfeita em ouvir aquelas palavras. Talvez elas iriam ajudar à se convencer.

—Obrigada.—ela murmurou suavemente. Charlie retirou seu rosto do pescoço da garota e ergueu seu corpo para cima para poder olhar o rosto incrivelmente desenhado dela. Uma das mãos do homem que estavam nos seios dela subiu para o seu rosto o segurando firmemente e Carlyn sentiu seu corpo relaxar mais com o polegar acariciando sua bochecha. Charlie se aproximou ao ponto de ter seus lábios rosados enroscando nos lábios pálidos de Carlyn. A garota estranhou, eles raramente se beijam, é uma regra deles já que costuma ser apenas sexo e conversação porém não o impediu, Charlie lhe olhava de uma forma diferente. Não havia apenas desejo em seu olhar,ele lhe encarava como se milhões de pensamentos passassem em sua cabeça e ele parecia de fato querer desfrutar dos lábios de Carlyn e foi o que fez. Ela não lhe impediu, não via problema em beijá-lo. E então o beijo também foi diferente, não havia a necessidade que costumava ter como se não conseguissem esperar a hora pra tirarem a roupa um do outro, Carlyn deixou seu guiada e Charlie movia seus lábios sob o dela com calmaria e desfrutava bem. A garota esperou o beijo se tornar selvagem e excitante, até abriu os olhos esperando ver alguma demonstração vindo do de olhos verdes que mostrasse que ele estava excitado mas não encontrou, foi quando ela sutilmente encerrou o beijo com um selinho.

Não entendia o porquê de Charlie ter lhe beijado daquela forma ou até mesmo o do porquê da última vez que eles se encontraram ele ter tentando lhe beijar fora da cama, algo que jamais faziam. A única a coisa que ela sabia era que não gostava dessa atitude dele.

—Você não está apaixonado por mim, está?—ela perguntou direta assim que terminou o beijo. Ela queria tirar essa dúvida o mais rápido possível pois se ele realmente estivesse precisariam resolver isso o mais rápido possível, não queria o iludir e continuar dando esperança de algo que não iria acontecer. Simplesmente não podia perder um de seus melhores amigos por causa de um sentimento bobo que estava sendo confundido por desejo.

—O que?—ele juntou duas sobrancelhas enrugando a testa. Quando ele fazia essa careta de confusão ficava intensamente atraente mas Carlyn não se deixou levar por isso.

—Você me beijou desse jeito e uma semana atrás tentou me beijar fora da sua cama.—ela não refez a pergunta, apenas acrescentou dúvidas que lhe preocupava, sabia que ele tinha escutado sua pergunta.

—Eu apenas estava com vontade, não estou apaixonado por você.—ele lhe lançou um sorriso divertido. Carlyn sentiu seus músculos se relaxando, sabia que o homem não tinha sentimentos românticos por alguém a mais de três anos logo após sua noiva ter se separado dele para poder dormir com o seu irmão e ele não mentia, isso lhe acalmou. Por mais que Charlie não levasse as coisas a sério e normalmente se encontrava soltando mentirinhas sendo irônico sabia que ele não mentia quando se tratava de assuntos sérios.
—Mas....estou muito apaixonado pelo que tem no meio de suas pernas.—ele sorriu travesso descendo seu rosto que estava na altura da boca dela para seus seios e então para a barriga, descendo um pouco mais até seus lábios estarem em contato com a intimidade da garota, assim que ela sentou os lábios na parte mais sensível de seu corpo sua respiração parou e suas costas foram erguidas do colchão lhe fazendo abafar um gemido preso na garganta.

(....)

Charlie se encontrava preparando algo para eles comerem na cozinha, os dois sempre sentiam fome após fazerem sexo, era um hábito de Charlie que com o tempo foi passado para Carlyn. Já a garota estava no quarto dele terminando de vestir seu sapato e pegando sua bolsa jogada no chão. Ela parou por uns instantes sentada na cama e encarou a enorme janela de vidro que lhe proporcionava a visão de Toronto iluminada, as luzes dos prédios era incrível. Se sentia ansiosa pois sabia que teria que voltar para a casa de Karen e ela temia que Shawn ainda estivesse acordado, não queria vê-lo tão cedo pois sabia que ele tentaria resolver a situação com mais frases sugestivas que não lhe dão as respostas para suas perguntas. Quando ela se levantou da cama já calçada seguiu até a bolsa no chão e se deparou com algumas coisas jogadas, ela não se lembrava quando abriu o acessório e porquê alguns objetos escorregaram para fora, um desses objetos era o batom enfeitado que Shawn havia lhe dado a muitos anos atrás. Ela o analisou bem e em como aquele simples objeto significava pra ela na época, até hoje, quando ela tem uma de suas crises de insegurança ela passa o batom e automaticamente se sente melhor como se ele fosse algum tipo de alívio, como se Shawn estivesse do seu lado lhe ajudando a passar e dizendo que ela é linda do jeito que é e precisa se relembrar disso, um dos seus maiores medos é do batom acabar por isso o usa apenas quando se sente bastante insegura. Seus dedos se apertaram em volta do objeto, ela sabia que aquele batom era uma ligação que ainda tinha entre eles, uma parte de si dizendo que ela ainda não havia se desapegado totalmente dele, ela odiava o sentimento de que para parar suas crises de insegurança só conseguia fazer isso com a ajuda do batom, isso significava que ela ainda precisava de Shawn. O batom não era tão importante, o fato de maquiar seus lábios não melhorava sua autoestima, era o significado por trás dele. Ela havia o pequeno objeto como se fosse Shawn, lhe ajudando a superar aquilo como sempre fazia.

Ela odiou aquele sentimento de saber que não iria se desapegar totalmente de Shawn ainda enquanto tivesse o maldito objeto. Em um momento de frustração seus joelhos se ergueram do chão e ela andou em passos largos até o banheiro que havia no quarto de Charlie, fixou a imagem dele lhe dizendo que havia à machucado propositalmente em sua cabeça e na dor que sentiu quando ele foi embora, ela apertava cada vez mais o objeto em sua mão enquanto imaginava ele sendo perdido em algum local assim como sua ligação que ainda tinha com o Shawn. Assim que ela entrou no banheiro correu em direção à lixeira e pressionou seus pés no local que abria, seu peito subia e descia sabendo o que aconteceria em seguida. Ela não esperou criar coragem, apenas soltou o batom de sua mão e jogou na lixeira pois se separasse alguns segundos sabia que iria recuar. Da mesma forma que ela entrou, ela saiu, em rapidez para não ter vontade de voltar lá e pegar o batom.

Carlyn teve a sensação de finalmente seguir em frente. Não precisava mais dele. Era o que ela pensava mas em breve iria descobrir que não era um simples batom que os ligava.

—O que houve?—ela perguntou adentrando na cozinha e encontrando Charlie com o maxilar rígido enquanto apertava o celular com sua mão.

—Tive outra discussão com meu pai, ele está exigindo que eu vá para Londres passar o natal.—ele reclamou. A garota deixou sua bolsa sob o balcão de mármore preto e andou na direção do corpo dele.

—E você vai?

—Claro que não! Odeio passar o natal com eles...

—Pode passar comigo e minha família. Lá é uma grande festa, os amigos da família vem assim como os amigos dos amigos da família.—Ela teve a ideia, talvez se Charlie estivesse com ela durante o natal, a situação seria mais fácil de aguentar já que o homem é o quebra gelo de momentos tensos. E não seria justo ele passar esse ano sozinho, não é justo com ninguém.—Talvez me ajudar a aguentar aquela tortura, você vai para o natal e fica para o ano novo, mas não te ofereço um local pra ficar pois nem eu tenho um ultimamente. Mas Pickering têm varias pousadas então você pode alugar um quarto com os seus milhões.—ela disse sorrindo de lado enquanto passava seus braços em volta do pescoço de Charlie.

—Você tem certeza? Não é um grande passo conhecer sua família? Você sabe...eu ainda teria que comprar um anel de diamantes e pensar em como pediria a sua mão e tudo mais.—ele disse em um tom irônico fazendo Carlyn revirar os olhos.

—Ha-Ha-Ha,muito engraçado .—ela riu falsamente enquanto um sorriso surgia em seus lábios.—Mas sério, venha, vai ser legal.

—Ok.—ele sussurrou. Carlyn sorriu por fim e se aproximou mais do seu corpo malhado o abraçando. A garota sussurrou um "obrigada".

(...)

Quando Carlyn passou pela porta da casa dos Mendes já era tarde da noite, todas as luzes estavam apagadas e o silêncio dominava toda a residência. Um suspiro escapou dos seus lábios ao notar o ambiente, estava grata por não ter que dar satisfação à ninguém por ter chegado às quase meia-noite. Mais grata ainda por Shawn não estar acordado pois assim seriam obrigados a conversarem sobre que aconteceu hoje mais cedo e Carlyn não queria conversar com ele ainda hoje, talvez amanhã quando a raiva por ele tivesse cessado. Todavia o universo tinha outros planos para os dois jovens.

Shawn havia acordado no meio da noite sentindo seu peito subir e descer, a frequência cardíaca do seu coração estava acelerada por conta de sua ansiedade. Aquela sensação já era algo costumeiro, sua testa estava suada enquanto sua respiração se encontrava descompensada. Shawn sempre acordava naquele estado quando sua mente se encontrava bagunçada que era o caso, se arrependia do que havia dito para Carlyn e saber que tiveram uma discussão mais cedo estava o atormentando, ele não conseguia esperar mais para discutirem a situação em que estavam, isso gerou sua ansiedade se alterando. Como já estava acostumado em acordar no meio da madrugada com sua ansiedade alterada, girou seu corpo na cama e ergueu seu braço na direção da escrivaninha e ainda com os olhos fechados abriu a segunda gaveta à procura da cartela de comprimidos de ansiedade que normalmente é a única coisa que o ajudava. Shawn soltou um suspiro de alívio quando sentiu o material da cartela na ponta dos seus dedos mas seu alívio não durou muito tempo já que com a pouca claridade de luz que se encontrava no quarto conseguiu abrir os olhos e encontrar a cartela vazia, pensou que da última vez que esteve em casa havia deixado abastecido mas estava enganado.

—Merda,merda.—ele reclamou ao ver a cartela vazia.

O pânico estava aumentando em seu corpo, sabia que na sua mala desfeita não tinha mais do remédio nas cartelas pois havia usado todos eles e não havia comprado mais. Sua ansiedade atacava apenas quando ele tinha shows, afinal era a pressão de cantar em frente à milhares de pessoas e não importava quanto tempo se passava ele fazendo isso, ele sempre se sentia ansioso. Com a orientação de sua médica particular ele passou a tomar um remédio leve que diminui sua frequência cardíaca para assim não surtar em cima do palco já que fica intensamente nervoso. Como ele está de folga pelos próximos quatro meses, não pensou que teria um ataque de ansiedade então não comprou mais comprimidos. Ele sabia que os quatro meses seriam intensos com à Carlyn envolvida mas nunca pensou que teria uma crise de ansiedade por isso. A garota já foi o motivo de muitos ataques de ansiedade dele, quando ele estava sozinho em algum quarto de hotel do outro lado do mundo e parava para pensar no quanto sentia sua falta e no quanto queria mudar toda a situação deles, ele se sentia extremamente ansioso quando esses pensamentos lhe dominavam mas felizmente sempre tinha os remédios ao seu dispôr.

Shawn sentia toda a sua pele esquentar, era como se o tecido de sua roupa estivesse queimando sua pele e a gola da camisa estivesse sufocando seu pescoço o impedindo de respirar, Shawn arrancou sua camiseta preta enquanto levantava da cama em um pulo e se sentou na borda da cama esperando que seu coração se acalmasse. Suas mãos foram apoiadas em seus joelhos e ele puxou todo o ar do ambiente mas isso não o ajudou, sua respiração se descontrolava cada vez mais com o passar do tempo.

Respire Acabe isso logo Preciso Respirar Carlyn Ela me odeia Respire Eu a machuquei Foi tudo minha culpa Ela me odeia Preciso Respirar Ela me odeia Respire Eu sinto a falta dela Não Aguento Mais Respire Preciso Dela

Os pensamentos do Mendes era uma grande bagunça e ele não conseguia manter o mesmo pensamento por mais de dois segundos. Tentou mentalizar ele sentado em posição de yoga na borda de um rio, sentindo a grama em suas pernas, o cheiro molhado da natureza e o barulhos dos passarinhos cantando junto com o som da água do rio escorrendo, da briza soprando seu rosto. Ele tentou três vezes como sua médica havia lhe orientando mas sua mente logo voou para o parque de hoje mais cedo onde Carlyn o olhava com brasas no olhar. Decidiu que tentaria o penúltimo recurso. Ergueu seu corpo da cama com dificuldade, no momento em que seus pés alcançaram o piso gelado suas pernas falharam e seu corpo cambaleou levemente para o lado mas ele foi rápido em apoiar um de seus braços na cama e tentou ir em passos rápidos para o "banheiro" do seu quarto enquanto se apoiava nos móveis pois seus músculos estavam fracos como se não houvesse oxigênio no local. O banheiro do quarto era resumido em um chuveiro com um boxe, não tinha pia e muito menos um sanitário, ele nunca entendeu porquê seus pais optaram por um banheiro no quarto com apenas o chuveiro. Ele logo correu para o boxe e abriu o registro liberando a água do chuveiro enquanto deixava seu corpo escorregar pelas paredes até alcançar o chão. Não demorou muito para seu corpo ser encharcado com a água e ele se permitiu apoiar sua cabeça na parede atrás de si sentindo todo o seu corpo sendo refrescado assim como sua cabeça, os cachos da frente do seu cabelo lhe incomodava já que estavam grudando em sua testa mas seu corpo estava tão sem força que ele não se permitiu levar as mãos até o local para retirar.

Seu corpo havia relaxado com o banho de água fria mas seu peito continuava subindo e descendo, seu coração não havia se acalmado e nem tinha previsão. Ele bateu sua cabeça na parede se amaldiçoando por ter esquecido de comprar os malditos remédios e Brian não estava alí para ajudá-lo como ele fazia quando estavam viajando e muito menos a Doutora Jocelyne. Decidiu que seguiria o último recurso para tentar se acalmar, a sacola de papel de alimentos. Se na cozinha de sua casa não tivesse, ele teria que acordar seu pai para ele ir comprar os remédios. Ele se levantou do chão do banheiro sentindo seu corpo ter mais força e voltou em passos largos para o seu quarto não importando se o assoalhado estava sendo molhado por seus pés. Mendes tentou alcançar a porta do seu quarto mas quando chegou na metade do quarto suas pernas voltaram a fraquejar por conta de sua frequência cardíaca, estava ficando quase impossível respirar. Sabendo que não conseguiria chegar na porta ele se sentou no chão encostando suas costas na cama na tentativa de recuperar um pouco de fôlego, olhou pra cima vendo a janela fechada e concluindo que se ele a abrisse talvez o ar entrasse no quarto mas no fundo ele sabia que isso não funcionaria, o quarto tinha ar, o que não tinha era seu peito.

Ele olhou para o celular em cima da escrivaninha e seu rendeu à ele o pegando afim de mandar uma mensagem para Carlyn. Não queria chamar a garota mas ouviu a porta da casa batendo e sabia que havia sido ela à chegar e como não havia se passado nem dez minutos ela provavelmente ainda estaria acordada, embora não quisesse admitir precisava dela para ir buscar a sacola de papel pois não estava conseguindo ficar em pé.

"Eu prexciso dwe sua ajuda"

Ele digitou a menagem com muita dificuldade pois seus dedos tremiam, ele odiava esse sintoma do ataque de ansiedade. Todo seu corpo estava voltando a esquentar, a ajuda do banho havia sido temporária. Ele balançava a cabeça diversas vezes e até mesmo batia sua cabeça no estofado da cama atrás de si na tentativa de afastar os pensamentos que rodeavam em Carlyn e no medo do que aconteceria com eles, se ela o perdoaria, se ela continuaria o odiando, se teria ela de volta em sua vida, não aguentava mais tê-la longe, não aguentava conviver com toda a culpa e arrependimento desde que foi embora de Pickering.
Menos de um minuto depois de Shawn ter enviado a menagem para Carlyn, a porta foi aberta bruscamente e a garota passou por ela desesperada, ela sabia que algo estava de errado pois Shawn não mandava aquele tipo de mensagem e em seu coração sentia que algo havia acontecido.

—O que houve?—o tom agitado da garota era nítido ao perguntar enquanto ela se ajoelhava ao lado dele e segurava os ombros molhados do homem.

—A...sacola de...papel...cozinha.—ele respondeu com dificuldade enquanto sentia seu peito queimar e lágrimas brotarem em seus olhos. Carlyn não respondeu e saiu em disparada para a cozinha.

Não sabia o que estava acontecendo com o garoto, suspeitava de um ataque de pânico. Mil dúvidas surgiam em sua cabeça. O que estava acontecendo? Ele ficaria bem? Por que aquilo estava acontecendo? Era frequente isso?

Enquanto Carlyn abria as portas do armário freneticamente sem se preocupar de estar fazendo barulho, Shawn estava apertando suas mãos em sua pele na região das pernas. Seu rosto estava vermelho e molhado, dessa vez não apenas por conta do banho que tomou mas por conta das lágrimas que insistiam em cair dos seus lábios. Ele gritava de raiva tentando abafar seus gritos em seu joelho mas estava sendo difícil, não sabia porquê estava se sentindo tão irritado mas desconfiava que era um dos sintomas do ataque de ansiedade. Nunca havia chegado naquele estágio mas sua médica tinha lhe contado que irritação e fadiga são um dos sintomas.

Ele só queria que aquilo parasse e não estava parando. Isso lhe causava irritação. Por não conseguir parar.

Carlyn adentrou no quarto novamente e empurrou a sacola em volta da boca dele enquanto segurava a sacola com suas mãos para não sair o ar, ela se ajoelho no chão e esperou ele respirar dentro do saco. Assim Shawn fez, agarrou as mãos de Carlyn como se sua vida dependesse daquilo, ele temia que ela soltasse a sacola a qualquer momento e ele não conseguisse respirar lá dentro. Ele começou a expirar e inspirar como sua Doutora lhe orientava para caso um de suas crises chegasse nesse nível, seu peito passou a subir e descer com mais frequência com a pausa de respiração que ele fazia entre os movimentos mas aos poucos sua respiração foi se estabilizando. Carlyn soltou o saco quando Shawn passou a apertar suas mãos com muita força, como ele conseguia segurá-lo sozinho fez isso mas não deixou suas mãos paradas, levou uma delas até as costas nuas do homem e começou a acariciar o local de cima para baixo enquanto a outra foi para os cabelos úmidos dele. Não tinha certeza se ele continuava sendo capaz de ser acalmado com carícias no cabelo como costumava ser na adolescência deles mas mesmo assim fez, penetrou seus dedos nos fios dele e começou a massagear o couro cabeludo.

—Respire...—ela o orientou quando sua respiração voltou a acelerar mais e assim ele fez.—Está tudo bem...eu estou aqui, apenas continue respirando.

Shawn foi sentindo sua frequência cardíaca diminuir como acontecia minutos depois que ele tomava o remédio e seu peitou deixou de subir e descer de forma frenética. Quando sua respiração voltou ao normal ele largou a sacola a jogando no chão e jogou sua cabeça contra a cama atrás de si ainda com seu peito subindo e descendo.

—Você tá bem...ok.—Carlyn murmurou mais pra si do que pra ele sentindo a frequência de seu coração diminuir também ao ver que o ataque estava cessando. Shawn mordia seus lábios com forças ao ponto de sentir o gosto amargo de sangue, sentia uma vontade imensa de chorar mas não queria fazer aquilo na frente dela. Carlyn o lançou um sorriso murcho tentando lhe confortar quando ele à olhou e ela viu seus olhos castanhos brilhando por conta das lágrimas.—Tudo bem...só...deixe vim.—ela respondeu enquanto a mão que estava nas costas dele subiu para o pescoço do garoto até chegar em seu rosto e o segurar firmemente em um ato de apoio.

E foi assim que eles terminaram a noite. Com Shawn chorado contra a palma da mão de Carlyn e a garota repetindo que tudo ficaria bem.

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Só gostaria de dizer que foi muito difícil pra mim escrever sobre a ansiedade do Shawn porque cada pessoa tem uma reação diferente e resolvi escrever como funciona a minha e isso é que foi o mais dificultoso. Pra mim é fácil escrever sobre um romance, sobre pessoas apaixonadas porque nunca passei por essa experiência mas quando você tem que escrever sobre um sentimento real que você já sentiu é muito mais complicado. Ainda acho que não escrevi a crise dele a altura de como realmente é mas espero que vocês que nunca passaram por isso tenham tido uma base do quanto é aterrorizante ter uma crise de ansiedade.

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