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Almoço e Biblioteca

(CARLYN)

Quando chego no campus, meu humor está animado como nunca esteve. Provavelmente o motivo é o seminário na aula de história da moda que terei, já estou planejando esse seminário a um bom tempo e sei tudo o que tenho que dizer, eu deveria estar nervosa mas não estou pois não tenho problema em falar em público e fiz tudo certo, nada sairá errado se depender de mim.

—Ei, bom dia!—a garota de cabelos azuis que conheço a exatos quatro dias se aproxima de mim no corredor. Não sei como mas descobrimos uma enorme afinidade entre nós e estamos nos bem.

Nesses dias, descobri que a mesma ainda está se adaptando ao Canadá pois nasceu e foi criada desde pequena em Nova York junto com seus pais e seus quatro irmãos homens, mas cinco meses atrás seus pais se divorciaram e como sua mãe decidiu que se mudaria para Toronto, ela logo tomou a decisão de vir junto assim como seus quatro irmãos. Ela disse que ainda não gosta muito daqui por conta da distância que agora tem entre ele e seus amigos de toda a vida, minha nova missão é fazer ela ver isso aqui como um lar.

—Bom dia, como você está?—sorrio lhe dando um rápido abraço, ela se põe ao meu lado para juntas irmos na direção das nossas classes.

—Hum...alguém está animada e eu estou bem mas vejo que você está melhor.—um sorriso suspeito surge em seus lábios enquanto eu puxo a manga do meu suéter para cobrir minhas mãos.

—Tenho um seminário e vou arrasar.—explico com um sorriso.

—Onde está Zoe?—ela pergunta estranhando provavelmente por sempre estarmos juntas.

—Ela ficou de passar no banheiro para se maquiar antes de ir para a aula.

—Ah sim. Você conhece um cara chamado Nethan? Do curso de odontologia.

Ela nem precisa acrescentar o curso que ele faz pra eu reconhecer o nome, basicamente todos conhecem o Nathan. Ele é um dos caras que todo mundo quer ter por perto por ser extremamente gentil e divertido, fiquei com ele em uma festa acho que ano passado. O cara é gente boa.

—Sim, cara legal, o que tem ele?

—Ele me convidou para uma festa mas não sei se vou.

—De onde você o conhece?—sorrio travessa me perguntando como eles se conheceram pois não consigo imaginar uma aula que eles tenham em comum.

—Estava na fila para comprar uma bebida e ele estava em minha frente, ele se ofereceu pra comprar o que eu queria já que ele iria ser atendido primeiro, conversamos por um tempo e ele me convidou.

—Eu acho que você deveria ir se está afim, ele claramente está interessado e Nathan é um dos caras que vale a pena.

—Não sei se ele está interessado.—arqueio minha sobrancelha ao ouvir ser tom inseguro.

—Você só pode estar de brincadeira...ele te convidou para uma festa, claramente quer você lá por um motivo.

—Talvez ele percebeu que sou nova por aqui e apenas estava sendo legal.—solto uma gargalhada pela inocência dela.

—Vai por mim...ele está afim. Ele anotou o número dele em sua mão?—Leslie entreabre os lábios em surpresa como se não conseguisse acreditar que adivinhei.

—Como você sabe?

—É a tática dele quando está interessado em alguém, ele pega sua mão e anota o número dele e então olha pra você com aquele sorriso encantador e dizer "espero que me ligue".

—Ele já fez isso com você?!

—Ele já fez com todas que está interessado.

—Agora mesmo que não vou, não estou interessada em alguém que me ver apenas como mais uma.

—Meu Deus mulher...você é muito romântica.

—Eu só não estou disposta a deixar que os caras me peguem e larguem depois, eu gosto do romantismo e de ser única.

—Acho que você nasceu no século errado, a maioria dos caras universitários só querem curtir. Nathan é um desses caras.

—Eu não quero apenas curtir, como ele.

—Não é como se o cara fosse te pedir em namoro na primeira vez que te viu, as coisas começam com ficadas para depois evoluir algo a mais. Nathan é o tipo de cara que se diverte mas está com a mente aberta sobre um relacionamento, ele é um dos poucos.

—Talvez você tenha razão.

—Eu sempre tenho razão.—ela solta uma gargalhada.

—Em fim, eu também não procurando um namorado.

Paramos em frente a minha primeira aula e de repente me sinto nervosa por conta do seminário.

—Me deseje sorte.—sorrio torto.

—Você vai fazer esses idiotas chorarem do quanto sua apresentação vai ser incrível.—ela diz suas palavras de encorajamento e logo sorrio agradecida.

(...)

(SHAWN)

Após ter um longo treino que ocupou toda a minha manhã, voltei para meu apartamento onde tomei um banho quente demorado e me vesti para então ir encontrar Carlyn. Fui até o Blary's, um restaurante japonês que fica do outro lado da rua do meu prédio e então, e enquanto estava na fila de pedidos veio uma memória vaga que me fez crer que Carlyn em algum momento falou algo sobre não gostar de comida japonesa mas não sei se de fato estou certo em minha suspeita. Como já estava no restaurante, de todas as formas fiz um pedido apenas para mim pois realmente estava com vontade de comer comida japonesa e já fazia um tempo que não comia.

Depois mandei mensagem para ela perguntando o que ela costumava almoçar, logo parti para um restaurante chamado Life Of Salad o que achei muito pouco original mas segundo o Google é um dos melhores nessa região. Quando me deparei no balcão, havia centenas de porções de salada e não tinha a menor ideia de qual ela costumava comer e Carlyn não me respondeu quando perguntei, com a ajuda de uma atendente ela me ajudou a escolher uma que todos costumam gostar então Carlyn iria aprovar. Depois disso passei mais em um restaurante onde comprei duas latas de refrigerante e uma porção de batatas fritas, vai ser uma mistura louca.

No caminho para a faculdade dela, recebi um e-mail onde continha a entrevista que a Billboard ficou de publicar amanhã com a minha autorização o que logo fiz pois em nenhum momento eles distorceram minhas palavras, sei que muitos outros sites irão distorcer o que eu disse mas isso já não é culpa da Billboard.

Ao estacionar na frente do campus notei que o jardim em volta do prédio vitoriano está bastante tranquilo e ao olhar o horário em meu celular vi que faltam alguns minutos para terminar a última aula antes do almoço, mandei uma mensagem para Carlyn avisando minha chegada mas ela não visualizou assim como a antes dessa que eu enviei, provavelmente ela está em uma aula que não pode mexer no celular.

Mas dois minutos depois que eu mandei ela me respondeu dizendo que a aula já está quase terminando e até mesmo disse a sala em que ela está caso eu prefira esperar ela lá, ela disse que caso eu não queira posso já ir escolhendo uma das diversas mesas espalhadas pelo jardim que há em frente ao prédio. Sai do carro e me sentei em uma das mesas mas logo fiquei impaciente por estar ali sozinho e acabei indo para dentro do prédio em busca da sala dela. A primeira coisa que encontrei ao entrar no prédio principal foi um largo corredor com algumas portas e alunos circulando por ele e outros apenas sentados no chão ou conversando com algum amigo ou escrevendo em cadernos, é por esse motivo que sempre agradeço por não ter precisado ir para a faculdade,  sempre detestei estudar.

Olho cada porta e percebo que nelas há letras e números, a sala em que Carlyn está pelo que ela me disse é a B4 e logo encontro sendo a segunda da esquerda do primeiro corredor, fico todo feliz por não ter procurado muito mas ao olhar pelo vidro da porta apenas para checar, encontro um professor dando aula ao lado de um boneco que representa o corpo humano e pelo que eu consigo analisar ele está ensinando como reanimar o corpo em casos de parada cardíaca. De fato não é essa. Checo a mensagem dela e realmente ela disse que é essa.

Olho em volta vendo no máximo dez universitários no corredor e logo ando na direção do primeiro que é uma garota de cabelos ruivos mexendo no celular enquanto está encostada na parede do outro lado do corredor.

—Oi, tudo bem?—digo sorrindo ao lhe abordar.

Ela bloqueia o celular e ergue seu olhar pra mim, a garota arregala os olhos levemente ao me ver e sua boca se entreabre pra falar mas logo ela fecha e em seguida noto a mesma engolir em seco. Como é uma reação que já estou acostumado em ver, apenas sorrio tentando transparecer ao máximo gentileza para ela não ficar tão nervosa assim.

—O-Oi, você é...

—Sim.—confirmo ainda sorrindo.—Você saberia me dizer onde fica a sala B4?—a garota confirma e aponta o dedo pra sala em que eu estava ainda sem desviar o olhar de mim parecendo um tanto atordoada, em seguida ela parece e recuperar pois nega a cabeça como se tivesse espantando algo.

—Quer dizer, é essa se você está procurando no corredor de medicina.

—Sim, por isso estranhei...quem estou procurando me disse que está nessa sala mas ela estuda moda.

—Então...—ela engole em seco novamente—É em outro corredor, no começo de cada corredor há uma placa numerando o corredor, esse é o número 1, o de moda é o 6, depois do 5 que é o de direito.

—Como é seu nome?

—Ha-Hannah.—sua voz falha mas ela consegue dizer.

—Então muito obrigada Hannah, agradeço muito pela ajuda.

Tudo o que ela faz é me lançar um sorriso nervoso e logo me retiro lhe agradecendo com um sorriso, ela obviamente me reconheceu e devido ao seu nervosismo me dar a entender que a mesma é fã do meu trabalho, surpreso por ela não ter pedido uma foto.

Eu pensei que por ser o sexto corredor não iria demorar muito para encontrar porém os corredores são mais longos do que eu pensava e levo cerca de cinco minutos até encontrar a sala de Carlyn. Ao olhar pra dentro da classe encontro uma mulher explicando algo enquanto tem um longo tecido em suas mãos então logo tenho a certeza que estou no local correto. Encosto meu corpo na parede ao lado da porta por onde ela irá sair e retiro meu celular do bolso para checar minhas redes sociais enquanto lhe espero.

Enquanto espero me sinto um pouco desconfortável pois sempre que passa algum aluno ou grupo pelo corredor me olham e começam a cochichar entre si, uma garota até se encosta do outro lado do corredor um pouco mais distante de mim e fica quase dois minutos mexendo no celular mas como eu estou com minha atenção em meu celular ela deu mole e percebo que ela estava me filmando, não me importo muito porque ela não me incomodou. As vezes é estranho que em 5 anos de carreira e com todos esses olhares sobre mim, eu ainda não me acostumei e me sinto com vergonha, claro que não demonstro mais a timidez, pelo menos não mais todavia no começo eu ficava vermelho igual um tomate toda vez que alguém me abordava para tirar foto.

Se passam sete minutos quando a porta da classe de Carlyn se abre e o primeiro grupo de universitários saem, eu espero as outras portas abrirem também e o corredor encher de alunos mas aparentemente é diferente do ensino médio pois apenas a sala dela e outra sala foram saindo alunos enquanto as outras seis continuaram fechadas. Olho atentamente cada pessoa que se retira e minhas bochechas passaram a corar nesse momento quando a maioria que saíam de dentro da sala me olham, alguns cochichando, outros me olhando eufóricos, outros acenando—esses receberam um sorriso sem mostrar os dentes da minha parte—talvez tenha sido uma péssima ideia esperar ela bem ao lado de sua sala.

Avisto uma garota de costas que assim que saiu foi para o outro lado do corredor sem olhar pra mim, os cabelos de Carlyn são bastante comuns assim como sua altura mas é praticamente impossível não reconhecer através do formato desenhado do seu corpo e a forma que ela se veste com uma calça jeans e um suéter verde que deixa uma pequena parte de sua cintura exposta.

Chamo seu nome em um tom baixo para não chamar atenção mas é o suficiente par ela se virar em minha direção e logo sorrio ao vê-la, seu rosto que estava sério parece ter sido iluminado e logo ela sorri também.

—Hey!—lhe cumprimento enquanto ela joga seus braços em meu pescoço me abraçando, logo faço o mesmo colocando minhas mãos em suas costas. Puxo o ar sentindo o cheiro de seu shampoo de framboesa.

—É tão bom te ver.—escuto sua voz abafada por seu rosto está na curva do meu pescoço, o abraço vai perdendo a força por conta dela que solta meu pescoço—Vamos logo sair daqui, esses curiosos estão olhando.

Solto uma gargalhada pela forma que ela fala e logo passo meu braço por seus ombros enquanto ela me abraça pela cintura.

(...)

—Não...não é tão legal como todos dizem ser.—ela responde minha pergunta sobre como é as festas em fraternidades.

—Eu não acredito nisso, eu acho que você foi para as festas erradas.—pego uma das batatas colocando em minha boca pois já comi os sushis enquanto ela ainda está em sua salada.

—É legal se você estiver muito bêbado ou drogado, a única coisa boa é bebida grátis mas todo mundo é idiota o que acaba não sendo tão divertido assim.—ela aponta o garfo de plástico enquanto fala.

—Ainda quero que você me leve em uma dessas festas.

—Se você quiser podemos ir mas é irritante, boates são mil vezes melhores.—Carlyn mastiga um pouco de frango com alface e então volta a falar—Imagina um lugar onde tem dezenas de pessoas todas juntas, pessoas suando, derramando bebidas em você, pessoas caídas em seus pés e dizendo coisas sem sentido, passando a mão em seu corpo quando você passa, bebidas sem gosto, pessoas gritando mais alto que a música. Um inferno.—faço uma careta ao ouvir sua descrição pois agora realmente não parece tão agradável assim.

—Você conseguiu me desanimar.—vejo um sorriso em seus lábios enquanto ela mastiga.

—Podemos ir em um festival.

—Hum...gosto. Tem algum por aqui?

—Tem um de música durante todo o dia, próximo sábado, entrada grátis e pagamos apenas o que consumimos lá dentro.

—Então vamos?

—Com certeza, chama seus amigos que eu chamo os meus.

—Charlie vai estar lá?—minha pergunta não é na maldade é apenas para implicar e ela percebe pois logo revira os olhos enquanto me lança um sorrisinho irônico.

—Você quer que ele esteja lá?

—Ele é seu amigo, não meu.

—Você é uma graça com ciúmes.—sua mão aperta minha bochecha o que me faz fazer uma careta brava, ela logo joga a cabeça pra trás rindo.—Sabe, eu realmente acho que vocês se dariam bem, os dois se dão bem com todo tipo de pessoa então...

—Vou me esforçar, prometo.—garanto e sua mão que estava em meu ombro vai até meu rosto, observo seu olhar cair para meus lábios mas logo ela desvia percebendo que não poderíamos nos beijar em um local aberto com dezenas de pessoas espalhadas.

—Preciso te contar uma fofoca, você acredita que ele e a Zoe estão de rolo?—quero gargalhar da forma que ela diz como se o segredo tivesse lhe torturando e ela precisasse desabafar com alguém mas apenas arqueio minha sobrancelha fingindo tanta surpresa como ela.

—Sério? Não consigo imaginar os dois juntos, eles parecem ser bem diferente.

—Eu sempre consegui, ele tem uma queda por ela desde sempre. Ele está investindo mas ela é teimosa demais, quero convidar eles para irem no sábado e tentar ajudar.

—Você está dando uma de cupido?—dessa vez arqueio minhas sobrancelhas em uma real surpresa.

—Claro, eles precisam.

—Você não acha que eles deveriam se resolverem sozinhos?

—Baboseira! Ela está louca por ele mas é teimosa pra admitir pra si mesma, as vezes é necessário uma ajudinha ali. Eles apenas estão se vendo no escritório e ela está tentando ser ao máximo profissional com ele após eles se beijarem então será bom eles terem um encontro fora daquele ambiente.

—Você realmente está empenhada, ha?

—São almas gêmeas, apenas não perceberam ainda.—dessa vez não consigo segurar a gargalhada.—Não dê risada! No sábado você vai ver a faísca entre eles e vai concordar comigo.

—Faísca?—levo minha mão até alguns fios do seu cabelo que está lhe atrapalhando em comer e logo os coloco para de trás dos seus ombros.

—Todo casal com química tem.

—Química é algo mas faísca? Como diabos é possível notar faísca?!

—Trocas de olhares, sorrisinhos, quando a conversa surge, toques. Deus...tenho que explicar tudo?—ela aponta o garfo novamente em minha direção, um gesto acusatório, acabo rindo.

—Nós temos?

Já comi muitas batatinhas e Carlyn também quer então acabo deixando de lado mas não consigo deixar minhas mãos paradas, acabo levando até sua nuca onde começo a acariciar sua pele com meus dedos, um gesto que nem todos veem por conta do seu cabelo cobrir minha mão.

Ela me olha com um sorriso malicioso devido minha pergunta.

—Você acha que temos?

—Por que você sempre tem que me responder com outra pergunta?—faço um bico com meus lábios e ela logo ri.

—Eu acho que nós temos, se não tivéssemos seria algo sem química e se não tivermos química então o que estamos fazendo juntos?

—Você tem razão.

—É claro que tenho.—coloca o último pedaço de folha na boca.

—Você está lendo?—indico o livro quase saindo de sua bolsa que está posta em cima da mesa estilo piquenique.

—Sim, é um romance.

—Sobre o que?

—Se passa em 1814, tem esse visconde de uma família muito importante de Londres e ele está em busca de uma mulher para se casar pois ele precisa ter filhos para passar o título mas ele tem esse pensamento que só porque o pai dele morreu novo o mesmo acontecerá com ele por essa razão ele busca uma mulher incapaz de se apaixonar por ela e ele encontra essa moça chamada Edwina mas primeiro ele precisa conquistar Kate, que é a irmã mais velha dela, pois Edwina só se casará com a aprovação da irmã mas Kate o detesta pois considera ele um libertino e...—interrompo seu falatório.

—O que diabos é libertino?

—É como na época eles chamavam os homens que se envolviam com várias mulheres. Quer saber o resto?

—Por favor.—retiro minha mão de sua nuca para apoiar na mesa e apoio meu rosto na minha mão enquanto lhe observo sorrindo contar a história de uma forma como se fosse uma fofoca.

—Continuando...Anthony começa a ser gentil com Kate para conseguir a aprovação dela e nisso ele acaba passando mais tempo com ela do que com a própria futura esposa, eles têm uma relação bem divertida de se ler pois ela sempre está lhe dando patadas e ele acaba desistindo de tentar ser gentil. Em fim...alerta spoiler, ele obviamente começa a desejar a Kate porque ela é incrível e um certo dia uma abelha pica ela nos seios e para tirar o veneno ele começa a chupar, acabam vendo eles assim e são obrigados a se casarem porque é uma situação comprometedora que arruinaria a reputação dela.

—Eles se casam e vivem felizes?

—Não no começo porque eles não estão apaixonados ainda mas a vida de casados vai fazendo isso acontecer aos poucos.

—É uma história legal.

—Se você quiser eu te empresto, já terminei de ler.—torço meus lábios.—Você disse que era uma história legal!

—Eu não consigo ler romances, já tentei, os únicos livros que li e não dormi foram a saga de Harry Potter.—ela revira os olhos de uma forma extremamente dramática.

—Talvez você ainda não tenha encontrado o livro certo.

—E como eu encontro? Algo que não me faça dormir.

—Tenho vinte minutos antes de voltar pra aula, podemos ir até a biblioteca, temos duas, a pública onde pegamos livros emprestados e a que podemos comprar, lá também tem uma sorveteria.

Logo recolhemos as coisas que comemos colocando em uma sacola e jogamos no lixo mais próximo, depois Carlyn entrelaça sua mão na minha me guiando para o outro prédio onde segundo ela fica as bibliotecas e outras salas como ginásio, auditórios, a piscina, quadra de esportes e etc.

(...)

Quando entramos na biblioteca me surpreendo o quanto é um local moderno e aconchegante para uma biblioteca de universidade, a maioria das bibliotecas de faculdade e escolas estão sofrendo por conta da tecnologia então acabam falindo já que nos últimos anos as pessoas ou estão entretidas de mais com as redes sociais—como eu—para ler um livro ou tem acesso a todas as histórias apenas com um clique no celular.

O local é bem frequentado, muitas pessoas circulam por aqui, provavelmente não pelos livros mas sim por conta de uma sorveteria que fica no subsolo, é uma área bastante espaçosa com um enorme balcão e mesas espalhadas. Há uma escada na lateral da biblioteca e ao olhar rapidamente lá pra baixo notei que a maior parte dos universitários estão lá.

A pequena e delicada parte da biblioteca há algumas mesas espalhadas onde os livros estão sendo exibidos em cima, achei interessante eles estarem lá ao invés de prateleiras. Carlyn agora deixa eu nos guiar já que sou eu que estou à procura de um livro, vou para uma das mesas onde avisto Harry Potter então julgo que próximo dele terá livros semelhantes e tenho essa suspeita confirmada quando vejo Jogos Vorazes ao lado, talvez seja os livros de sagas.

—O que acha desse?—pergunto passando meus braços pelos ombros dela e indicando um livro com a capa de aparentemente um anjo—Rush Rush.

—Não é ruim mas também não é bom, eu só li o primeiro, quero ler o segundo mas não me prendeu muito ao ponto de querer ler a continuação de forma imediata.

—Você acha que eu gostaria?—ela se vira em minha direção abraçando-me pela cintura e apoia seu queixo em meu peitoral olhando pra cima em minha direção por conta da pequena diferença de altura , acabo levando minha mão para seu cabelo acariciando.

—Eu não sei, há mistério...mas na minha opinião não tão desenvolvido porque no final você fica um pouco surpreso mas não extremamente chocado, o romance é até...legal e há faíscas. Honestamente, o que me prendeu até o final foi o cara sexy mas não acho que isso irá te prender.—jogo minha cabeça pra trás rindo.

—Tenho certeza que não, e a garota? Faria com que eu me prendesse no livro?—é a vez dela rir.

—Ela é legal e gosto da personalidade dela mas não é uma personagem que você vá morrer de tesão.—acabo confiando em sua opinião até porque ela sente atração pelos dois sexos então pode julgar os dois personagens.

Desmancho nosso abraço para andarmos até outra mesa que ao ver um dos livros que conheço da Jane Austen julgo ser romance.

—E John Green?

—Eu gosto dele.

—Qual você me recomenda?—passo novamente meu braço por seus ombros e ele apoia sua cabeça em meu peitoral.

—Eu nunca cheguei a ler mas as pessoas falam muito bem de Tartarugas até lá em baixo, retrata muito bem o toc e dizem que o romance é bem fofo além de ter um pouco de mistério. Tem Quem é você, Alasca? que minha meta é conseguir terminar ele pois sei que o final é do tipo que eu gosto mas simplesmente não consigo continuar a leitura.

—Como é o final?—pergunto curioso.

Ela solta uma gargalhada antes de dizer:—Não contarei.

—Por que não te prendeu, a leitura?

—Acho que as coisas demoram muito pra acontecer e um livro só me prende ao apoiar o casal ou tendo um mistério mas não tem um mistério até a parte em que eu cheguei e o casal só estavam amigos.

—Então não vou comprar, confio em sua opinião. E aquele? vejo muitas pessoas falando sobre ele na internet.—indico um livro com a capa colorida, a reação que Carlyn tem é contorcer o rosto me deixando curioso pra sua opinião.

—A escrita é ótima e você fica obcecado em ler porém o casal retratado vai se tornando algo tóxico e não é legal ninguém ler e apoiar aquilo, eu não apoiei e se eu não apoio um casal a leitura acaba se tornando cansativa. Eu simplesmente não conseguia mais gostar deles dois juntos então parei no começo do segundo livro.

—Então com certeza não será esse.

—Posso te recomendar um? Mas não sei se você vai gostar, muitas pessoas julgam ser feminino demais porém isso é baboseira porque a história é incrível.—seu tom é animado ao dizer e ela volta a me abraçar pela frente fazendo com que eu sorrisse, ela está bem carinhosa hoje.

—Diga.

—Já ouviu falar de uma série chamada A Seleção?—contorço meu rosto pois já ouvi falar sobre e julgo ser um livro muito adolescente.

—Muito juvenil.

—Não faça essa cara, as pessoas julgam muito achando que é um romance bobo e não é apenas isso.

—Então o romance é bobo só que tem mais?—arqueio a sobrancelha em divertimento, o que recebo é um tapa em meu braço.

—Você me entendeu engraçadinho. O que quero dizer é que envolve luta por classe e eu acho incrível, é um dos livros em que a mocinha é corajosa e não apenas de uma forma superficial, ela é corajosa e destemida desde a primeira estrofe do livro até o final. Ah...—suspira—Me deu vontade de ler de novo. Esse é um livro onde você morre de tesão pelos dois protagonistas .—solto uma gargalhada balanço a cabeça.

—Não acho que vou comprar esse.—acaricio seu rosto com meu polegar, sua pele está gelada embora no estabelecimento tenha aquecedor.

—Você é um chato.—ela diz mas mesmo assim deixa um beijo delicado em meu peitoral por cima da camisa o que me fez sorrir.—Tem um livro...que ainda não li mas estou querendo. Se chama O Ódio Que Você Semeia, a trama é em volta dessa garota que presencia seu amigo negro sendo morto por um policial branco simplesmente porque ele o viu com uma escova de cabelo e pensou que era uma arma, o filme é muito emocionante pois faz você realmente engender nossos privilégios como brancos enquanto pessoas negras precisam batalharem duas vezes mais que nós simplesmente porque o mundo não lhe dão igualdade.

Logo me interesso, ultimamente eu tenho pesquisado mais sobre os diretos humanos para me pronunciar melhor para meus fãs, sei que eu tenho uma plataforma gigantesca e eu deveria aproveitá-la para levar a conscientização. Nunca cheguei a fazer isso por medo de falar algo errado mas ultimamente tenho feito pesquisas para descobrir as instituições certas para doar meu dinheiro e ajudar na divulgação, quando me perguntarem sobre algo quero saber o certo ao se dizer. Não sou uma pessoa racista mas tenho senso e admito o meu erro, quando eu estava no começo da minha adolescência eu tinha algumas ações que na época eu não notava o quanto era racista, nunca cheguei a descriminar alguém mas na época até mesmo cheguei a fazer publicações em minhas redes sociais que eram totalmente racistas. Mas eu cresci e mudei muito a minha forma de pensar, claro que uma vez ou outra tenho um pensamento ridículo mas logo me corrijo e me sinto a pior pessoa do mundo. O racismo é algo que está enraizado na sociedade e querendo ou não, muita das vezes crescemos escutando ideias racistas e nos acostumamos com aquilo como se fosse normal mas não é pois as pessoas não devem ser julgadas por conta de sua aparência e é a coisa mais sem noção pessoas de uma determinada cor ter mais oportunidades que outras. A questão é que precisamos nos policiar de comentários e até mesmo pensamentos que temos conhecimento que são errados.

—Eu realmente gostei, você acha que tem aqui?

—Eu não sei, podemos perguntar no balcão.

Logo ela segue para o balcão e dessa vez não vamos abraçados após ambos olharmos para uma garota ao lado da entrada que se encontra com um celular em mãos nos filmando sem ao menos disfarçar, como a maioria pelo menos tenta. Como não há nenhuma pessoa em volta do balcão logo somos atendidos por um senhor de cabelos grisalhos usando uma camisa social azul.

—O senhor saberia me dizer se vocês têm um livro chamado O Ódio Que Você Semeia?—ela pergunta apoiando suas mãos por breves segundos no balcão de madeira.

Eu quero abraçá-la e foda-se se há pessoas nos filmando, combinamos de não nos privarmos tanto assim com medo do que dirão, além do mais a entrevista que dei sairá em breve e irá esclarecer qualquer boato alimentado. Com esse pensamento, passos meus braços por seus ombros lhe abraçando por trás apoiando meu queixo no topo de sua cabeça, ela parece gostar pois logo começa a brincar com uma das minhas mãos entrelaçando nossos dedos.

O homem que descubro se chamar George diz que tem o livro e desaparece para ir buscar após Carlyn pedir dois deles me levando a crer que ela também irá comprar. Enquanto ele não vem continuo lhe abraçando por trás e amando a sensação de ter seu corpo junto ao meu, não de uma forma sexual é claro, Carlyn deixa um leve beijo em meu braço me fazendo sorrir com a demonstração de carinho. Estarmos desse jeito realmente me agrada, é um grande passo entre nós pois demonstra o quanto não estamos mais nos preocupando com o que dirão.

Sempre tive esse receio de me envolver com alguma garota e a atenção que teríamos acabasse desgastando nossa relação, pois tenho certeza que muitas se incomodariam em ficar sendo observada e filmada a todo instante assim como tenho muitos amigos que se incomodam. Mas Carlyn não, ela já me disse que não gosta mas em nenhum momento ela deixa isso interferir entre nós, no momento eu até dou umas olhadas em volta para checar as três pessoas que estão filmando e elas sabem que eu vi mas mesmo assim continuam, já Carlyn também percebeu mas simplesmente ignorou como se tivéssemos apenas nós dois aqui. Esse é um dos motivos que ela mais me encanta.

—Realmente gosto de você.—confesso baixinho em seu ouvido. Vejo ela sorrir e sua mão aperta mais meus braços em volta de seu pescoço.

—Por que isso agora?

—Por nada, apenas quero que saiba.—beijo o topo de sua cabeça.

—E eu gosto de você, muito.—ela sussurra apenas pra mim ouvir, logo sorrio e sei que ela sente o sorriso sendo formado no topo de sua cabeça.

Não continuamos nossa rápida conversa pois logo o vendedor volta com dois exemplares do livro que pedimos e os coloca sob a mesa, checo rapidamente a capa que é bastante simples mas não precisa de muito detalhes se conteúdo é incrível.

—Eu estou procurando alguns livros mas não sei ao certo o que procuro, tenho uma dificuldade em me concentrar pra ler.—explico ao homem saindo de trás da Carlyn para ficar mais próximo dele todavia ainda lhe abraço de lado pelo pescoço e ela tem sua mão posta em minhas costas acariciando.

—Do que você gosta? De fazer, eu digo. Qual seu trabalho?—o homem pergunta me levando a crer que ele não me conhece.

—Eu canto.

—Compõe músicas também?—confirmo—Então você é um cara sensível, eu suponho.—ele parece receoso ao dizer isso como se talvez eu fosse ver como uma ofensa mas não vejo pois considero minha sensibilidade uma das minhas qualidades.—Eu te indicaria O Alquimista, é um livro repleto de lições de vidas, não é muito conhecido por aqui por ser de um autor brasileiro.

Vejo um livro da capa azul atrás dele e com o título que ele disse, logo pergunto se é aquele apontando para o livro na prateleira o que fez com que eu tirasse meu braço do pescoço de Carlyn. O homem confirma minha suspeita e vai até o livro buscar, meus braços caem ao lado do meu corpo e sinto as unhas de Carlyn começarem a fazer um carinho começando por meu braço e indo parar em minhas costas.
George volta com o livro e o analiso rapidamente lendo a sinopse, logo em seguida colocando sobre o livro que Carlyn me recomendou pois decidi que vou levar os dois.

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