Agimos de diferentes formas
Atualmente,2018.
Quando alguém te machuca e mesmo depois de anos, essa dor ainda é sentida, é quando você nota que o amor era real. Pesquisas afirmaram que é impossível amar e odiar alguém ao mesmo tempo, apenas para desmentirem ao ditado "o amor e o ódio andam juntos". Mas Carlyn sabe que é sim possível alguém te machucar e ainda sim continuar amando-a, sabe como é odiar tanto determinada pessoa que deseja nunca ter a conhecido da mesma forma que apenas deseja que tudo não tivesse acontecido apenas para tê-la de volta.
As pessoas em sua volta nunca entenderam os sentimentos da garota, a julgaram por sentir ódio em seu coração direcionado a uma pessoa querida por todos. Alguém considerado bom e incapaz de ferir emocionalmente alguém, mas só porque a pessoa tem as melhores da intenção não lhe livra de magoar outro alguém. Em algum momento da vida, todos iremos deixar alguém em pedaços, seja com atitudes ou palavras, talvez até mesmo por falta de palavras como aconteceu esta noite com Carlyn e Shawn.
Algumas pessoas não tem a intenção de machucar ou talvez tenham e depois se arrependam como é o caso de Shawn, mas o arrependimento não tira a dor do que Carlyn passou. De natureza igual que um pedido de desculpas não irá tirar a dor de alguém.
Quando alguém te fere, é possível inúmeras reações, as pessoas têm diversas reações porque somos tão dessemelhantes, temos divergentes formas de pensar e agir.
Carlyn agiu de uma forma que para muitos seria errado e para outros ela estaria certa. Às vezes é muito fácil julgar alguém, descordar de tal atitude sem saber como ela de fato se sente e o que a fez se agir assim.
A garota deseja Shawn, quer ele mas não consegue. Quando alguém te magoa, por mais que essa pessoa tenha demonstrado o quanto mudou e se arrepende, a pessoa que se machucou sempre estará com um pé atrás. Carlyn só será capaz de perdoá-lo quando compreender o real motivo pelo qual ele a tratou de tal forma. Às vezes, as pessoas não tem motivos mas ela sabe que Shawn tem pois já confessou que no passado agiu daquela forma pois queria machucá-la, como ela será capaz de estar com alguém que lhe magoou propositalmente?
Carlyn sempre foi uma pessoa rancorosa. Ela admira aquelas pessoas que conseguem perdoar facilmente mas ela não é assim, faz parte de sua personalidade. Não pode simplesmente perdoar alguém por ter lhe machucado e nem ao mesmo ter feito um pedido de desculpas decente explicando o motivo de ter feito tal coisa. Mesmo Shawn admitindo que gosta dela e parecendo soar verdadeiro, tudo que sua mente grita é que ele irá magoá-la novamente de propositivo da mesma forma que fez no passado.
—Eu preciso desabafar.—ela soltou no rosto de Charlie assim que o homem abriu a porta de seu quarto de hotel vestido apenas como uma cueca já que ele estava prestes a ir dormir.
—Da última vez que você me disse isso, confessou querer enfiar um vibrador em minha bunda o que resultou em minha descoberta homosexual.—ele brincou enquanto ela passa pelo mesmo adentrando no quarto igual um furacão.
—Estou falando sério, Charlie.—ela resmunga jogando seu celular na cama desarrumada, em seguida puxando seu cabelo nervosamente.
—Okay...—o homem estranhou fechando a porta logo em seguida, não se lembra da última vez que ela esteve tão séria e parecendo tão atormentada.
—Senta-se.—a pegou pelo braço cuidadosamente pois até então Carlyn andava de um lado para o outro. Auxiliou ela a se sentar e em seguida arrasta uma cadeira próxima dalí pondo na frente de Carlyn, o homem segurou as mãos trêmulas dela e as acariciou tentando passar calmaria.
—Eu estou em pânico.—confessa, Charlie já havia percebido isso no momento que ela começou a andar de um lado para o outro no quarto. Ela disse as palavras com seus lábios tremendo e seus olhos se encontram marejados, Charlie percebe que ela está lutando contra a vontade de chorar.
—Por que?
—Eu...não quero sentir e tenho medo de magoar ele, tenho medo dele me machucar principalmente, eu só..quero ele mas não consigo seguir a diante sem saber porquê ele me feriu de tal forma.—as palavras saíram tão rapidamente que o homem mal conseguiu acompanhar, Charlie franziu as sobrancelhas grossas não entendendo sobre o que ela estava falando.
—Eu não entendo...me conte sobre o que está falando. Está se referindo ao Shawn?—ela confirma mordendo seus lábios na tentativa de impedir seu choro.
—Como sabe?
—Ficou óbvio desde o show que fomos juntos. Vocês não paravam de se olharem, não sei se já estavam juntos mas sabia que algo estava acontecendo ou que iria acontecer.—lhe lança um sorriso para lhe tranquilizar.
—Não estávamos ainda.
—Me conte, porquê está assim.
—Começamos a ficar, depois do show da Taylor. Concordamos que iríamos deixar as coisas acontecendo e não fazermos grande caso disso, desde então estamos ficando sem ninguém saber. Esta noite ele confessou que gosta de mim.
—Okay...e o que você disse?
—Eu fugi pra cá.—ele a olha mais confuso ainda.
—Por que?—pergunta incrédulo.
—Porque...eu não quero isso, Charlie. Eu pensei que apenas ficaríamos sem envolver sentimentos, ele vai embora em março e já tinha aceitado que apenas daríamos uns amassos até lá.—ela fala gesticulando com uma de suas mãos mas logo para quando sente uma lágrima cair dos seus olhos e a limpa de imediato.
—Carlyn...você não quer que ele tenha sentimentos por você ou não quer ter sentimentos por ele?
—Ele me machucou tanto, Charlie. Você sabe disso...não sei como fui louca em encostar meus lábios nele após tudo que ele me fez sentir, eu não posso continuar com isso, simplesmente não posso seguir em frente com...
—Carlyn! Respire...gosta dele?—a garota abre sua boca para responder já sabendo de sua resposta mas então a fecha.
—Eu não sei.—acaba por dizer, seu amigo revira os olhos impaciente.
—Não tem essa, ou você não gosta ou...
—Eu gosto, muito.—admite de uma vez por todas. Sentindo as palavras saírem com mais facilidade do que pensava.
—Meu amor, então qual é o problema?—ele diz carinhosamente tentando entender os sentimentos dela.
—Eu não quero gostar.
—Porque está com medo de se apaixonar....—sugeriu já sabendo da resposta, conhece a garota como a palma de sua mão.
—Não tenho estado em um relacionamento desde Gwen, se eu posso chamar aquilo de relacionamento.—disse desconsiderando Kyle já que não podia chamar aquele envolvimento como um relacionamento.—Eu não quero sofrer novamente por outro relacionamento. Me diga, se tem um cachorro em sua frente e você quer muito acariciá-lo mas sabe que ele irá te morder e te machucar, tocaria nele mesmo assim?—pergunta para seu amigo querendo uma opinião sobre o que deveria fazer.
—Tocaria, só porque aquele cachorro tem o histórico de morder não quer dizer que dessa vez ele fará o mesmo comigo, talvez ele me deixe lhe acariciar.
—E se ele morder?—pergunta sempre pensando nas piores das hipóteses.
—Eu me machucaria, faria um curativo e iria esperar me recuperar, o machucado não vai doer pra sempre.
—Mas sempre haverá uma cicatriz.—o relembrou, Charlie confirma.—O que devo fazer, Charlie?—choraminga já sentindo-se desesperada.
—O que você quer fazer? Escute seu coração e me diga.
Carlyn quer dizer para Shawn que gosta do mesmo. Quer estar com ele pois as últimas semanas ao seu lado tem sido uma das melhores de sua vida, não se lembra da última vez que sentiu-se tão bem estando ao lado de alguém, esse aceleramento no coração, o nervosismo por estar o beijando, desejando-o ao ponto de doer. Mas também está ciente que não quer ter um relacionamento com ele. Ela não se dar bem em relacionamentos sérios. E principalmente, um relacionamento só é possível com a presença de confiança e Carlyn não confia nele, não enquanto não o perdoar. Não pode estar em um relacionamento com alguém que guarda ressentimentos do passado.
—Gosto de estar com ele mas não posso me relacionar com alguém que me machucou e nem ao menos me diz porquê fez isso. —Charlie suspira, tem tentado convencer sua amiga a seguir seu coração e ir atrás do que quer mas Shawn também não ajuda na situação.
—Então converse com ele sobre isso, pergunte porquê ele foi embora sem te dar uma explicação, o do porquê de ter sido um babaca na noite do baile. Apenas converse, depois que ele te dizer o motivo você decide se vale a pena tentar esquecer o passado ou não.
—Já pedi. Ele não contou e nem irá. Ele deve pensar que é fácil pra eu seguir em frente e fingir que ele não me magoou mas não é.
Charlie solta um longo suspiro, não sabendo mais como ajudar sua amiga.
—O que vai fazer Carlyn?
—Sendo honesta?—arqueia a sobrancelha para seu amigo.—Só quero esquecer esse problema e dormir.
—Tudo bem, mas prometa que amanhã fará algo a respeito.—ele diz levantando da cadeira. Carlyn assente não sabendo se conseguirá cumprir a promessa.
Charlie subiu na cama se deitando e logo em seguida chamando a garota que ainda estava sentada na borda. Carlyn fez o que ele pediu indo até o mesmo e acomodando-se em seus braços enquanto Charlie apagou os abajures. O homem fez carinho nos cabelos de sua amiga na tentativa de fazê-la dormir mais cedo pois assim a impediria de pensar tanto no assunto mas como ele passou o dia inteiro no trabalho dormiu antes que ela e não conseguiu presenciar e muito menos lhe consolar quando Carlyn começou a chorar baixinho contra seu peitoral.
(...)
Carlyn está decidida. Vai confessar todos seus sentimentos para Shawn. Dizer a ele que gosta do mesmo mas que eles não seguirão em frente sem que ele lhe diga o motivo de ter ido embora sem ter lhe contado como fez com todos os seus amigos, ela sabe que não é justo pressioná-lo a dizer e que deveria deixar ele lhe contar quando sentir que é o momento certo porém a pressão será necessária. Se ele espera qualquer envolvimento entre eles, então terá que lidar com isso.
Charlie estacionou seu carro na frente da casa da família Olsen e abraçou Carlyn pedindo que conversasse com Shawn logo, se despediu dizendo que iria para a casa de Karen encontrá-la na hora do jantar, desejo-lhe Feliz Natal e arrancou com o carro logo depois que a garota se retirou.
A garota andou na direção de sua casa perguntando a si mesma se deveria resolver a situação com Shawn logo mas acabou decidindo que iria subir e tomar um banho antes de ir conversar com ele.
Ao adentrar no local, logo o cheiro de café lhe alcançou e um sorriso surgiu em seu rosto ao saber que pelo menos sua avó já está acordada. Carlyn entrou na cozinha enquanto Karolina se retira do local com o livro de receitas em mãos, olhou para sua prima esperando que pelo menos ela lhe olhasse para poder desejar feliz natal todavia a adolescente passou por ela como se estivesse invisível. A mais velha revirou os olhos mas logo seu humor se aliviou ao ver seus avós e sua mãe na cozinha.
—Feliz Natal, querida!—sua avó saldou com a animação de sempre. Carlyn sorriu abertamente sentindo seu coração se aquecer, é bom por pelo menos alguns segundos não ter que se preocupar com o drama atual em sua vida.
—Feliz Natal, nonna.—ela foi até Rosêla sentada na mesa coando o café e lhe dando um abraço apertado.
Em seguida, foi até seu avô encostado no balcão e até sua mãe que tempera algumas carnes fazendo o mesmo que fez com Rosêla. Eles se abraçaram apertado desejando um Feliz Natal, logo em seguida Taila desceu se juntando a eles.
—Você dormiu fora ou apenas saiu da festa mais cedo?—a mãe de Carlyn perguntou curiosa, estranhou o fato de sua filha ter desaparecido da festa e reaparecer só agora pela manhã.
—Dormi no hotel do Charlie.—explicou, sua mãe sabe que ela e Charlie tem uma amizade colorida e Carlyn não se importou se sua mãe pensou que algo a mais aconteceu entre eles, apenas não estava com ânimo para explicar até porque não tinha como fazer isso sem contar o que houve entre ela e Shawn.
—Quem é Charlie?—seu avô perguntou.
—O amigo que eu disse que irá passar o natal conosco.
—Ele é seu namorado? Preciso saber porque se for encontrarei uma forma de assustar o rapaz.—ela riu da carranca falsa de seu avô.
—Relaxa vovô, ele é só um amigo.
—E você querida?—Alessandro perguntou na direção de Taila para saber sobre os relacionamentos da adolescente que logo arregalou os olhos negando pois não queria entrar naquele assunto.
Taila sempre foi muito reservada e mal fala de garotos, é raro às vezes que sua irmã consegue arrancar algo dela. Taila não conta pois não tem muitas experiências, alguns garotos de sua escola até tentam se aproximarem mas logo desistem por conta do mau humor dela o que resulta nesses mesmos garotos saírem espalhando boatos sobre ela ser uma megera, mais um dos motivos pelo qual não tem muitos amigos já que os adolescentes tem medo de se aproximarem dela e serem ignorados. Ultimamente até tem um garoto chamado Victor, que estuda em sua classe na aula de Matemática, ele tem tentando se aproximar da garota e ela percebeu que ele está interessado pois a qualquer oportunidade que ele tem está lhe elogiando, Taila sempre é ignorante com o pobre garoto e tenta ao maxilar lhe ignorar para ele desistir de uma vez por todas mas ele acha até que divertido vê-la desconcertada toda vez que a elogia embora se recupere e segundos depois está lhe digerindo algum xingamento. A filha mais nova de Rosie não admite mas gosta de ter a atenção de garoto embora se recuse a dar o braço a torcer e admitir que quer muito beijá-lo.
O resto do café da manhã foi Alessandro tentando convencer Taila de contar sobre seus relacionamentos com garotos e Carlyn do outro lado pedindo a ela para contar a história do garoto que dar em cima dela em sua aula de matemática.
Na casa vizinha não havia um clima tão alegre. Karen e Manuel haviam saído para irem até o mercado comprarem os ingredientes que faltava para fazer a ceia e Aaliyah se encontrava ainda dormindo no andar de cima.
Shawn saiu da cama mais cedo do que costumava pois não havia conseguido nem ao menos fechar os olhos para dormir, desceu indo até a cozinha e preparou um rápido café para ele tomar. Bebeu sua xícara de café sentado no sofá da sala e ao ouvir o som de carro na frente de sua casa levantou-se indo para a janela com o intuito de averiguar se era seus pais pois sabia que eles chegariam com dezenas de sacolas nas mãos e queria abrir a porta para ajudá-los. Mas ao olhar pela janela viu que não era seus pais e sim um carro desconhecido parado na frente da casa de Rosie, o carro não conhecia mas as pessoas dentro dele sim.
Avistou o amigo de Carlyn que havia encontrado no dia anterior mais cedo, ao vê-lo foi impossível não sentir o ciúmes preencher seu corpo principalmente agora que ela havia admitido que eles são o tipo de amigos com benefícios. Charlie se aproximou dela e lhe deu um longo abraço o que fez Shawn sair de perto da janela, não queria continuar vendo aquilo, se torturando cada vez mais. Seu coração estava batendo rápido quando ele voltou a se sentar no sofá não acreditando no que estava acontecendo.
Shawn já se sentia humilhado com o que aconteceu na noite passada, quando confessou para a garota que gosta da mesma não esperava que ela retribuísse de início mesmo com as atitudes dela dando a entender que sim. Ele só precisava tirar aquilo do seu peito pois não aguentava mais guardar para si, Shawn sempre foi um rapaz vulnerável no bom sentido e quando ele sente algo não tem medo de compartilhar, pensa que a vida é curta de mais para ocultar sentimentos mas nem sempre pensou assim. Quando ele disse a ela não esperava que ela dissesse de volta, esperou por um silêncio ou talvez até um beijo que ocultaria seus sentimentos como Carlyn costuma fazer todavia não esperava que ela fugisse. Literalmente, o deixasse sozinho no escuro.
Ele já se sentia humilhado com a rejeição de Carlyn ao ponto de ter derramado lágrimas na noite passada mas nunca pensou que ela havia lhe deixado para ir se encontrar com o cara que costuma transar. Milhões de pensamentos invadiram a cabeça do rapaz, imaginou ela rindo junto com Charlie e contando o quanto ele foi iludido ao lhe dizer que gosta da mesma, imaginou eles aos beijos, eles rolando em uma cama.
Shawn sorriu amargamente levando sua mão até os cabelos em frustração e não acreditando que aquilo estava acontecendo. Desacreditado que se permitiu gostar dela novamente de uma vez por todas, sem medo dos sentimentos e sem tentar reprimir-los. Ela havia lhe dito que a mesma e Charlie não transam desde que ocorreu o primeiro beijo entre eles e Shawn até mesmo acreditou mas isso não a impediu de correr para os braços de Charlie e transar com ele quando minutos atrás Shawn confessava seus sentimentos, foi isso que se passou na cabeça do rapaz quando os viu juntos no carro.
A raiva preencheu seu corpo, raiva de si mesmo, por estar sentindo ciúmes dela sendo que nunca combinaram exclusividade. Sentindo-se tolo por ter estragado tudo com sentimentos. Tolo por mais uma vez ter sido sentimental enquanto isso Carlyn apenas sente desejo pelo menos.
Um suspiro escapou dos seus lábios enquanto aperta aos mãos em volta de seu cabelo na tentativa de libertar toda frustração que sente. Alguém bateu em sua porta.
—Entra!—disse sem ao menos importar-se em ver se é alguém conhecido, está tão irritado que teme levantar-se do sofá e quebrar a primeira coisa que surgir em sua frente.
—Shawn?—a voz de Karolina soou estranhando ver o rapaz parecendo atormentado no sofá. Ao ouvir a voz da garota, ele respirou fundo tentando se recuperar e virou-se na direção da porta ainda sentado no sofá. Karolina tinha até então apenas seu rosto para dentro da porta mas ao ver os olhos vermelhos dele franziu a testa preocupada e adentrou na casa com o livro de receita.—Hum...Tia Rosie pediu que eu trouxesse isso para sua mãe, você está bem?—ela pôs o livro em cima da mesa de centro e se sentou no sofá próximo do rapaz.
Shawn tentou sorrir para a garota na tentativa dela não se preocupar ou então aceitar uma desculpa qualquer e se retirar pois tudo o que ele menos quer no momento é a companhia de alguém.
—Sim, não se preocupe.—tranquilizou-a.
—Você não está bem, não vou te deixar sozinho.—apoiou sua mão no ombro dele quando Shawn voltou a passar suas mãos no cabelo nervosamente. Ao sentir o toque da cara suas costas flexionaram por conta do toque repentino.—Desabafe comigo...—pediu tentando soar sincera, ela se importa com ele.—É uma garota?—perguntou já suspeitando. Apenas uma coisa deixa um homem atormentado desse jeito: relacionamentos.
Shawn suspirou agora sentindo-se mais relaxado com o carinho da mão de Karolina em seus ombros e em suas costas. Parte sua queria interromper a carícia pois tem conhecimento das intenções da garota com ele e não quer em nenhum momento dar a entender que ele quer algo, não como Carlyn fez com ele. Todavia o carinho dela tem lhe acalmado, talvez tudo que ele precise é da companhia de alguém ou de desabafar.
Por fim, ele confirmou para Karolina. Ela revirou os olhos discretamente tendo sua suspeita dele estar interessado em Carlyn confirmada, sabe quando há um clima de interesse entre duas pessoas e é visível para ela desde que os viu juntos além que sua suspeita começou quando sua avó explicou sobre a briga que eles tiveram anos atrás e como ninguém sabe o do porquê melhores amigos como eles eram deixaram de se falarem do nada. Nas últimas semanas, eles têm se aproximado para alegria de muitos como Karen e Rosie mas não para Karolina que tem interresse no rapaz, a relação dele com Carlyn atrapalhou sua vontade de se aproximar dele já que o garoto sempre está na companhia de sua prima não dando espaço para Shawn conhecer Karolina.
A adolescente também viu o mau humor de Carlyn ao adentrar na casa quando ela estava saindo a pedido de sua Tia Rosie, seria muita coincidência Shawn estar irritado com algo ao mesmo tempo que a feição de Carlyn não era uma das melhores.
Shawn massageou sua testa com os dedos enquanto sentia a mão suave da garota percorrer suas costas, ela se mexeu no sofá para ficar mais próxima dele e apertou levemente seu ombro posteriormente levando sua mão para a nuca dele introduzindo seus dedos no cabelo do rapaz onde passou a massagear na tentativa de fazer com que a irritação presente nele se tornasse inexistente ou até mesmo com que ele se excitasse.
—Hey...—ela o chama levando sua outra mão até o rosto do rapaz segurando Shawn pelo queixo, Karolina guia seu rosto até ele estar lhe olhando ao mesmo tempo que continua massageando seu cabelo.
Shawn olha para a garota só então percebendo que ela se aproximou de mais ao ponto de estarem a centímetros um do outro e de ter o joelho dela encostando em sua coxa.
—Deixa eu te fazer esquecer ela.—sussurrou sedutoramente antes de juntar seus lábios ao dele.
Shawn foi pego de surpresa quando sentiu seus lábios serem pressionados com o da garota a sua frente, continuou de olhos abertos e com as mãos no ar sem saber ao certo o que fazer. O beijo demorou cerca de segundos pois no momento que Karolina tentou aprofundar o beijo, Shawn levou suas mãos até o ombro da garota a afastando com cuidado e retirando sua boca da dela.
—Karolina...—sorriu sem graça sentindo-se desconfortável com a situação.—Acho que você entendeu errado. Eu realmente gosto de outra pessoa.
—Não, não entendi. Você gosta de alguém e ela não gosta de você, eu posso fazer você esquecer ela...deixa eu te fazer esquecer dela.—avançou novamente na direção dele mas dessa vez com menos velocidade o que deu a ele tempo de a segurar pelos ombros.
—Eu acho melhor você ir.—pediu tentando soar educado. Karolina suspirou.
—Qual é...ela não te quer então...
—Pois é. Obrigada por dizer o que eu já sei.—começou a dizer perdendo a paciência, se levantou do sofá indo na direção da porta e a abrindo.—Mas não sou o tipo de cara que fica com outra para esquecer alguém.
Como é?? A consciência do rapaz perguntou lembrando-o de Lauren.
—Eu gosto de outra pessoa e isso não vai mudar, não vou te beijar Karolina.—esclareceu segurando a porta em um nítido convite para ela se retirar.
Ela fez o que ele pediu mesmo sendo o que não queria. Karolina se levantou do sofá e foi na direção dele na porta, saiu da casa todavia logo em seguida deu um passo para trás se aproximando do ouvido de Shawn para sussurrar:
—Quando perceber que Carlyn não vale a pena, sabe onde me encontrar. Tem até o ano novo.—diz já que ela volta para a Itália depois do ano novo e fez questão de relembra-lo disso.
Shawn ficou parado na porta sentindo-se atordoado por ela saber que a garota no qual se referia é Carlyn.
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