After All These Years
(CARLYN)
Apoio meu braço no sofá e faço o mesmo com meu rosto só que na minha mão enquanto olho para ele o admirando. Shawn está tão feliz que sua felicidade transmite para todos em sua volta, sinto meu coração se aquecendo ao ver o grande sorriso posto em seu rosto enquanto ele gargalha ao lado de Brian, Jon e Cez. Dizem que quando você mesma alguém, tudo o que deseja é a felicidade dessa pessoa e não poderia ser mais verdadeiro.
—Para de secar ele!—sinto um empurrão no meu ombro e logo olho na direção da minha amiga intrometida sentada no sofá com sua filha sentada ao lado enquanto assiste algo no celular com fones que abafam a música alta da festa.
—O que?!
—Secar alguém é errado.
—Não quando esse alguém for seu namorado.—sorrio divertida, ela revira os olhos.
—Ainda não sei como ele não olhou pra cá nos últimos cinco minutos, você não para de olhá-lo.
—Estou apenas...matando a saudade...visualmente.
—Deus.—ela suspira incrédula.—Vocês me dão nojo, vou buscar um refrigerante, cuide da Maya enquanto isso.—ela se retira do sofá logo desaparecendo entre as pessoas.
Olho em volta analisando a festa de aniversário do meu namorado. Há bastante pessoas, principalmente lá fora já que é descoberto e as pessoas se sentem mais confortáveis, aqui dentro está mais concentrado as pessoas próximas de Shawn, o local é bem aconchegante. Tanto que eu e Zoe dançamos tanto que acabamos ficando exaustas, por isso resolvemos nos sentarmos nesse sofá para descansarmos.
Sou surpreendida quando um corpo é jogado contra o sofá de couro entre eu e Maya, no mesmo instante vejo meu namorado apoiando sua cabeça em meu ombro. Sorrio levando minha mão até seu cabelo e o acariciando enquanto o mesmo relaxa em mim.
—O que foi?
—Estou com sono.—ele suspira.
—Você bebeu muito?—sei o quanto algumas bebidas fazem ele se sentir sonolento.
—Na verdade não, apenas algumas cervejas.
—Então por que está assim?
—Acho que gastei tanta energia durante o dia resolvendo as coisas da festa que agora estou cansado demais.—sorrio em consolo continuando a acariciar seus fios de cabelo.
—Você só precisa de uma pausa para recuperar a energia.
—Você está fazendo isso?—ele movimenta a cabeça em meu ombro de uma forma que possa me olhar e vejo seu sorriso zombeteiro.
—Meio que sim.
—Eu vi o quanto você dançou, não sei como ainda consegue ficar em pé.
—Quem disse que eu consigo ficar em pé?—ele ri afundando seu rosto em meu pescoço.
Como o mesmo está meio deitado no sofá, ele ergue sua coluna até estar sentado normalmente e retirando a cabaça do meu ombro passando seu braço por essa região minha, dessa vez sou eu que encosto a cabeça em seu ombro.
—Está gostando da festa?—sinto seu dedo acariciar minha bochecha enquanto isso.
É uma das mais divertidas que já fui. Comecei a noite dançando com meu namorado, depois ele foi pra um lado beber enquanto passei um tempo conversando com Manny e Taila, depois joguei um jogo com Connor e Alessia que arrancou diversas risadas minhas e então dancei com minha melhor amiga até meus pés implorarem para parar. Não poderia ser melhor.
—Sim, está tudo perfeito. Preciso te perguntar...por que está se contendo na bebida?—ergo minha cabeça para olhá-lo.
É bastante raro, o Shawn beber em seu dia a dia então quando há festas ele aproveita a oportunidade e bebe até realmente ficar bêbado. Imaginei que sendo seu aniversário, ele beberia tanto que esqueceria até o próprio nome mas pelo que observei ele só bebeu duas ou três garrafinhas de cerveja e já faz mais de três horas que a festa teve início.
—É só que quero aproveitar um pouco, estando sóbrio...realmente me divertir com meus amigos e família. E você sabe que depois que bebo é tudo um grande borrão então estou criando memórias antes de mergulhar na cerveja.
—Você faz bem.—sussurro por estarmos próximos, percorro meu indicador pela linha do seu maxilar.
—Te incomoda? quando estou bêbado?
Franzo as sobrancelhas em confusão por sua pergunta. Claro que não sou a maior fã de pessoas bêbadas por eu já ter sido uma e a forma que a bebida me tirou muita coisa mas não me incomoda ter pessoas bêbadas em minha volta.
—Não exatamente...—torço o nariz pensando bem na pergunta.—Você fica mais leve e feliz, isso é ótimo...pois assim você esquece um pouco de toda a pressão que as vezes seu trabalho te proporciona. Mas as vezes...quando você está muito bêbado, você meio que fica distraído e acaba não percebendo as coisas em sua volta.
Não sei ao certo como explicar isso pra ele, o que me incomoda não é o fato dele beber ou de quando está bêbado mas sim das pessoas que se aproveitam demais dele quando o mesmo se encontra nesse estado. Pessoas fazendo vídeos ao seu lado como se fossem melhores amigos sendo que Shawn nunca trocou uma palavra com eles e sei que o mesmo não gosta disso quando está sóbrio pois são apenas pessoas querendo visibilidade nas redes sociais. Das garotas aproveitando quando ele está despeço e passando suas mãos nos ombros deles e flertando a cada dois segundos.
—Como assim coisas?
—Coisas que você não gosta e não permite estando sóbrio como pessoas se aproveitando do seu estado para ganharem curtidas na internet.
—Ah isso...—ele joga a cabeça pro lado.—Eu também não gosto, sempre que acordo na manhã seguinte há vários relatos de pessoas dizendo que são meus amigos e não lembro de nada mas sempre há um vídeo ou foto e fico...—ele faz uma careta em confusão.
—Pois é mas eu entendo...você é apenas amigável demais quando está bêbado.—ergo minhas sobrancelhas em uma careta ao me lembrando das garotas sempre em cima dele nas festas, Shawn estreita o olhar em minha direção e então um sorriso vai surgindo nos seus lábios.
—Eu conheço essa expressão.—ele aponta seu dedo na direção do meu rosto em acusação.
—Não há nenhuma expressão.—reviro os olhos tentando disfarçar, seu sorriso aumenta mais ainda.
—Vai me diz, o que realmente te incomoda quando estou bêbado.
—Eu já disse.
—E acredito nisso mas há algo mais, você está com a expressão de ciúmes.
—Não há algo mais e eu não tenho uma expressão de ciúmes.
—Você tem sim.—ele sorri enquanto acaricia a lateral do meu rosto com seu nariz.—Diga logo.
—Não há nada pra dizer.
—Carlyn...
—Não há nada!—digo mais alto pra ver se ele esquece isso.
—Vamos lá baby...—fecho os olhos sentindo ele tão próximo.
Eu sei que ele jamais me trairia e sei disso porque tenho confiança em seus sentimentos por mim, não duvido nem por um segundo que ele é completamente apaixonado por mim assim como eu sou por ele. Mas ainda sim é praticamente impossível gostar de ver outras pessoas investindo nele, flertando com o mesmo, deixando claro o quanto quer beijá-lo mesmo a maioria tendo o conhecimento que ele está em um relacionamento. Sim, as vezes fico indiferente com isso pois na maioria vezes ele logo corta as investidas. A questão é que quando ele está bêbado, o mesmo não percebe os flertes e não dar um basta fazendo as pessoas avançarem mais ainda e é torturante ver mulheres e alguns homens dando em cima dele bem na minha frente. E eu odeio me sentir assim porque não gosto do ciúmes.
—É só que...quando você está bêbado fica meio aéreo e a acaba não percebendo nas investidas em sua volta. Só...não é meu passatempo favorito ver garotas passando as mãos em seus braços e rindo pra você, flertando.—ironizo a última parte ainda sem olhá-lo pois não tenho orgulho em admitir sentir ciúmes.—E eu odeio sentir ciúmes mas as vezes é um sentimento inevitável pois tenho medo...
—Medo do que?
—De te perder.—sussurro tão baixo que é difícil até mesmo para eu ouvir.
Sinto seus dedos roçarem em meu queixo forçando sutilmente no movimento da minha cabeça até eu a erguer encarando finalmente seus olhos tão de perto, a iluminação do local é baixa mas consigo ver seu olhar tristonho me encarando de volta. Seus dedos deslizam por minha bochecha até chegar na lateral da minha cabeça pondo um punhado do meu cabelo para trás. O observo fechar os olhos e se aproximar alguns centímetros de mim até sentir sua testa encostando na minha, automaticamente meus olhos também se fecham e ambos respiramos juntos.
—Eu sinto muito por você se sentir assim mas sabe que nunca vai me perder, certo?—umedeço meus lábios enquanto ouço suas palavras serem sussurradas contra meus lábios.—E eu vou parar de beber tanto ao ponto de ficar assim, sem pensar nas coisas que acontece em minha volta.
—Não quero que pare de beber até ficar bêbado, você fica mais feliz, não precisa deixar de fazer porque algo me incomoda.—seguro seu pescoço.
—Eu sou muito bem feliz sem estar caindo pelos cantos e tenho o benéfico de me lembrar no dia seguinte.—solto uma risadinha por suas palavras cheias de humor.
—Sério, não precisa. E quero que saiba que eu confio totalmente em você mas só é algo que não gosto de observar.
Realmente acredito no que digo. Um exemplo foi no início do nosso relacionamento quando a ex namorada de um amigo seu estava dando em cima dele na cara dura e ele estava tão bêbado que nem ao menos notava mas no momento que ela tentou cruzar a linha, ele acordou e lhe dispensou.
—Eu sei, também sei como é a sensação.—ele ironiza.
—Sabe?—rio baixinho me afastando para lhe olhar e ele faz o mesmo.
—Também não é muito legal ver a todo instante os caras e as mulheres tentando se aproximarem de você, te enchendo de elogios, buscando bebidas pra você, oferecendo um tapete mágico que voa pra te levar até a lua.—gargalho deixando um tapa em seu braço com seu último exemplo.
—Bobo.
—Eu te amo.—ele diz do nada roçando seu nariz no meu, um sorriso cresce em meus lábios.
—Eu também te amo, demais.
Ele sorri antes de juntarmos nossos lábios em um selinho frouxo mas que não dura muito pois seguro seu pescoço o puxando mais pra mim enquanto entreabrimos os lábios, aprofundando o beijo. Amo a forma que nossos lábios se mexem em sintonia e nossas línguas exploram dentro da boca um do outro da forma que ambos gostamos.
Com o decorrer do nosso relacionamento, fomos cada vez mais conhecendo o outro e do que gostamos, e continuamos a fazer isso. É um sentimento louco, ao mesmo tempo que sinto conhecer ele como a palma da minha mão e que ele me conhece tão bem como eu mesma, parece que há tanto mais para explorarmos, como se o quase um ano de namoro não fosse suficiente e não é. Não há quantidades de anos suficientes para estar com ele.
Sua mão aperta minha cintura me fazendo suspirar enquanto a outra acaricia meu rosto. É engraçado as vezes em como nos conhecemos tão bem, acho que isso foi desenvolvido desde muito antes, quando ainda éramos duas crianças prometendo uma amizade pra sempre. As vezes basta um olhar para saber o que o outro sente ou quando estamos com outras pessoas e algo nos machuca mas fingimos que não todavia basta estarmos sozinhos para conversamos sobre isso, porque sabemos ler o outro. Um sorriso ou/e um olhar é o suficiente para sabermos que algo não está certo ou quando algo está certo demais.
Outra coisa que mais adoro em nós é em como confiamos um no outro, não somos apenas um casal de namorados, somos também melhores amigos. Não escondemos nada um do outro e somos sinceros quando algo nos machuca ou incomoda, algo que aperfeiçoamos com o tempo. Não importa o que aconteça, sempre conversamos quando há algo de errado por isso acho que discutimos tão pouco, porque não deixamos o que nos incomoda se tornar uma bola de neve então antes que isso aconteça, a desmanchamos. E quando discutimos, aprendemos a sempre ficarmos no mínimo cinco minutos em silêncio organizando nossos pensamentos e não permitindo que a adrenalina nos faça dizer coisas que no fundo não queremos, em seguida nós colocamos nossos sentimento na mesa e então somos empáticos um com o outro, Shawn é melhor nisso do que eu embora eu aprendi bastante com o tempo.
Soltamos nossos lábios para puxarmos o ar mas segundos depois sua boca está espremendo contra a minha em um beijo que faz meu coração bater forte e meu estômago embrulhar em nervosismo.
Afastamos nossos lábios quando ouvimos o espirro de uma criança o que nos lembra que estamos trocando um amasso logo ao lado da Maya. Olho na direção da garotinha enquanto apoio minha mão no peitoral de Shawn. A vejo coçando o nariz de uma forma adorável enquanto mantém o olhar vidrado no que se passa no celular.
Shawn olha pra mim e sorri arqueando as sobrancelhas, de um jeito que só faz quando vai aprontar algo. Dito e feito. O mesmo estira a mão até a Maya retirando os fones dela o que a faz nos olhar no mesmo instante e ele ainda cutuca seu braço só pra reforçar a atenção virada até ele.
—Está curtindo a festa?—ele pergunta divertido, prendo os lábios pra não rir perante a feição de tédio da Maya.
—Tenho idade pra curtir uma festa?—não controlo a risada perante a ironia da garotinha.
—Não seja chata.
—Eu só queria estar no quarto do hotel assistindo meu desenho.
—Ei! é meu aniversário.—seu tom é ofendido me fazendo rir mais ainda.
—Grande coisa.—ela sussurra dando de ombros repetidas vezes.—Bon Esponja é bem mais interessante.—Shawn me olha no mesmo instante e ri sabendo que não gosto muito do desenho desde que eu era adolescente.
—É isso que está assistindo agora?—ele pergunta num tom bobo que usa apenas com criança.
—Sim, é o casamento do Bob Esponja com a Sandy.—ela volta o olhar para o celular. Shawn me olha sorrindo achando graça da situação e faço o mesmo todavia engasgo com minha própria saliva quando Maya vira na nossa direção e pergunta para Shawn:—Você vai pedir a tia Carlyn em casamento?
Entreabro os lábios em surpresa por sua pergunta e então Shawn olha pra mim e o encontro na minha situação. Em seguida, ele volta sua atenção para Maya que continua esperando a resposta e abre a boca umas duas vezes para responder mas nada sai dos seus lábios. Arqueio a sobrancelha em desafio mesmo ele não vendo, agora querendo também uma reposta.
Não que eu quero que ele me peça em casamento, não agora. Ainda não completamos nem um ano de namoro e somos jovens demais para nos casarmos, sem mencionar o fato que o próximo passo na minha vida é abrir meu próprio ateliê. Mas não descarto a possibilidade, eu realmente quero me casar com ele um dia, não consigo me imaginar fazendo isso com outra pessoa. Todavia a sua falta de resposta me deixa curiosa.
Shawn é salvo com a chegada de Zoe que balança dois copos em suas mãos por conta dela ter chegado dando uma corridinha em cima dos saltos.
—Vim correndo quando vi que estavam se comendo na frente da minha inocente filha.
—Não exagere!—Shawn revira os olhos e logo em seguida suspira como se estivesse aliviado pela chegada dela.
—Como assim se comendo?—a pequena pergunta, arqueio a sobrancelha pra minha melhor amiga lhe desafiando a explicar isso.
—Está vendo? não somos nós que estamos tirando a inocência de sua filha.—meu namorado diz debochando e quase o beijo por isso.
—Que seja.—ela dispensa com a mão fazendo eu e Shawn nos entreolharmos e sorrirmos.
(...)
Respiro fundo puxando o ar diretamente para dentro do meu corpo ao mesmo tempo que sinto uma rajada de ar gelado contra meu rosto, meu cabelo bagunça completamente e agora entendo porque a maioria das mulheres que estavam nessa parte de fora da cobertura voltaram para dentro após a noite se estender e assim a temperatura cair. Todavia não me importo, meu cabelo é liso então é bem fácil de o ajeitar depois de ficar bagunçado. Minha jaqueta jeans está amarrada na cintura então assim que sinto o frio contra meus braços, a visto o que me aquece mais no mesmo instante.
Apoio meus braços na grade de ferro que há em volta do topo do prédio e olho para a bela vista que há em minha frente. O local onde Shawn alugou para sua festa, fica na cobertura de um dos maiores prédios de Nova York então daqui consigo visualizar todos os prédios que são apenas pontos de luzes e as ruas movimentas por carros lá embaixo.
Eu sai um pouco de lá de dentro para atender a ligação do meu pai, não que aqui não esteja barulhento, há mais pessoas aqui fora por conta do espaço mas a música é mais abafada. Depois que a ligação se encerrou me senti na obrigação de ficar aqui por menos alguns minutos observando essa vista.
Eu e meu pai estamos bem, realmente bem assim como Taila está com ele e depois do divórcio minha mãe e ele sempre se deram bem então ele meio que só precisava conquistar eu e minha irmã de volta. As ligações agora são mais frequentes e conversamos quase todos os dias por mensagens. No meio do ano ele até veio para Pickering para passar um mês conosco, o que me faz acreditar que ele finalmente entendeu que os sacrifícios não podiam vim apenas da minha parte até porque não havia como eu viajar até ele por causa do meu trabalho.
Sou pega de surpresa quando sinto braços fortes me abraçarem por de trás e no mesmo instante sorrio não o afastando pois conheço seu corpo e seu cheiro, um beijo suave é posto em minha bochecha e então seu corpo se afasta de mim. Shawn apoia as costas e os braços na barra de ferro ficando de frente pra mim logo ao meu lado.
O olho por breves segundos e então volto minha atenção para a cidade já que ele não diz nada, percebo que esse é um dos momentos em que ele vem até mim apenas para aproveitarmos a companhia do outro. Mas seu olhar queima minha pele e o olho rapidamente apenas para checar se ele realmente está me fitando e está, volto minha atenção para os prédios iluminados. Não por muito tempo pois ele estar me olhando fixamente me deixa desconcertada e nervosa.
Quando esqueço a vista o olhando encontro o mesmo com a cabeça inclinada para o lado enquanto me observa, há um sorriso fofo sem mostrar os dentes em seu rosto e seu olhar está repleto de admiração enquanto ele me olha. Olho para meus próprios pés sentindo minhas bochechas corarem pela forma admirada que ele me olha, não importa quanto tempo passe, as vezes ainda ajo como uma adolescente apaixonada em frente a ele.
Sinto sua mão roçar em meu rosto e então seus dedos porem uma mecha que está na frente dos meus olhos atrás da orelha, ergo meu olhar pra ele que logo sorri. Seu sorriso vai aumentando de acordo com que continuo o olhando, talvez o motivo seja a forma que também o olho. Ela desvia o olhar balançando a cabeça desacreditado e sorri mais ainda.
—O que?—pergunto curiosa por sua reação.
—Não é nada. Apenas...amo a forma que me olha.—sorrio logo em seguida mordendo meu lábio para conter minha felicidade ao ouvir suas palavras.
Pego sua mão posta na barra de metal e a seguro apertando meus dedos em volta de sua mão e então acariciando com minhas unhas em um carinho.
Shawn se locomove ficando mais próximo de mim. Sinto seu braço me abraçar pelo pescoço, juntando nossos corpos enquanto ele acaricia a parte de trás da minha cabeça. No mesmo instante apoio minha mão em seu peitoral enquanto com a outra abraço sua cintura. O frio que antes sentia diminui consideravelmente devido seu braço agora estar me esquentando.
—Sobre o que a Maya me perguntou mais cedo...
Ele começa a dizer e no mesmo instante desvio nossos olhares sentindo meu rosto esquentar por estarmos tocando nesse assunto. Segundos depois volto a lhe olhar, ele parece pensar por um instante enquanto me olha acariciando minha bochecha com seus dedos.
—Não precisamos falar sobre isso, ela é apenas uma criança com curiosidade.
Ele me ignora totalmente e continua com o assunto.
—Eu não respondi ao que ela perguntou.—ele diz, um sorriso pequeno vai surgindo no canto de sua boca e sinto meu coração bater mais rápido em nervosismo.—Mas tenho uma resposta.
Percorro minha mão por suas costas, em um carinho mas ao mesmo tempo tentando lhe esquentar e esperando que a camisa absorva o suor em minha mão devido o assunto abordado. Casamento é algo tão sério que me deixa além de nervosa principalmente quando seu namorado está falando sobre o assunto de uma forma séria, se estivéssemos brincando com isso talvez eu não me sentisse tão nervosa.
—Sabe que um dia, eu ainda vou te pedir em casamento, certo?
As palavras saem dos seus lábios em um sussurro como se fosse necessário apenas nós ouvirmos mesmo que não tenha ninguém próximo de nós. Eu não sei ao certo o que esperava que ele dissesse mas sua resposta faz meu coração parar por alguns segundos e uma felicidade tomar conta do meu corpo. Um sorriso grande surge em meu rosto e desvio o olhar no mesmo instante me sentindo intimidada por seu olhar tão intenso. Sua mão é levada até a lateral do meu pescoço o acariciando e quando volto o olhar pra ele e vejo a expectativa passar por seus olhos, na espera de uma resposta. Umedeço os lábios enquanto junto totalmente nossos corpos.
—E você sabe que um dia ainda vou aceitar, certo?
Um sorriso é formado em seus lábios após minha resposta, ele faz a mesma coisa que eu, olha pra longe enquanto sorri e então volta a me olhar. Vejo a felicidade sendo transparecida em seu rosto, a forma que suas bochechas rosadas brilham e seus olhos se espremem de felicidade, ele tenta conter o sorriso com os próprios dentes mas não consegue por muito tempo.
Levo minha mão até seu rosto percorrendo meus dedos por seu maxilar e bochecha e só paro quando me aproximo dele fechando meus olhos, nossas respirações se misturam quando nossos nariz se beijam em um carinho. Desço minha mão para sua nuca e seguro firmemente enquanto junto nossos lábios em um beijo que começa calmo e sútil mas que aos poucos vai se tornando numa grande mistura de prazer e desespero. Seu braço entrelaça minha cintura me segurando contra o mesmo enquanto sua outra mão aperta minhas costas e as vezes a cintura. Como estou o segurando pelo pescoço, ele permite que eu tenha mais controle sob o beijo e apenas me acompanha.
A sensação que tenho quando sua língua explora minha boca, é que nossos pés abandonam o chão e começamos a flutuar juntos pelo ar, como se tudo fosse possível desde que estejamos juntos. Afasto meus lábios por breves segundos gemendo baixinho ao sentir sua mão apertando minha bunda coberta pela calça justa. Quando regresso para seus lábios com o fôlego recuperado, o beijo com mais força ainda.
Uma das minhas mãos percorre por seu abdômen definido que sinto nitidamente pelo tecido da camisa ser leve, depois a levo para suas costas arranhando por de baixo da jaqueta. E então as duas mãos se encontram em seu pescoço onde o seguro pelo colarinho e lhe puxo em minha direção fazendo ambos suspirarmos pela intensidade do beijo.
—Uau...—ele diz respirando agitado quando nos afastamos mas não o bastante, nossas testas se apoiam uma na outra.
—Sim...uau.—digo ainda sem fôlego e mesmo assim desejando regressar para seus lábios.
Parece que abrimos nossos olhos ao mesmo tempo, ele sorri mas logo desmancha puxando o ar, retribuo o sorrio tão sem palavras quanto ele pelo beijo de tirar o fôlego, literalmente.
Mas então meus olhos se arregalam sutilmente quando as palavras escapam dos deus lábios:
—Deveríamos morarmos juntos.
Pisco umas três vezes atordoada por sua frase que sai dos seus lábios como se estivesse desejando bom dia. Me afasto dele minimamente mas o suficiente para ter total visão do seu rosto e ver que ele não está brincando ou disse sem pensar, claro que ele parece meio surpreso por abordar esse assunto do nada mas consigo ver que é algo que ele já vem pensando.
—Eu estava pensando...e talvez, se você quiser, tem todo o direito de negar e nada mudará em nosso relacionamento se você fizer isso. Em fim, estava pensando que poderíamos morarmos juntos quando a turnê terminar, em quatro meses.
Abro meus lábios para lhe perguntar de onde essa ideia surgiu mas ele me interrompe rodeando-me de palavras, algo que sei que ele só faz quando está nervoso e não quer perder a coragem.
—E eu sei que você se sentiria desconfortável se mudando para meu apartamento então talvez, se você quiser...poderíamos juntos comprarmos um apartamento, assim seria de ambos. Sei que você já está economizando para um apartamento em Toronto já faz um tempo então comigo pagando a outra metade, poderíamos comprar.
—Você está bêbado?
Ele pisca atordoado com minha pergunta. Não quero dizer no sentido que ele está louco em fazer o convite pois não está, ele apenas está seguindo a lógica até porque quando estamos juntos em Toronto, eu passo a maioria das noites em seu apartamento e já tenho até três gavetas com minhas roupas em seu guarda-roupa. Mas preciso me certificar que ele não está fazendo esse pedido apenas por conta do álcool em seu organismo, mesmo não sentindo muito o gosto de álcool em sua boca.
—Hum...não?
—Não?
—Não, bebi quatro cervejas pequenas desde que a festa começou.—suspiro aliviada pois quatro não são suficientes para ele estar falando coisas sem pensar.—Olha...se você não quiser tudo bem mas não precisa perguntar se estou bêbado como se eu fosse maluco em...—percebo ele começando a ficar chateado então logo me apresso em segurar seu rosto o fazendo me olhar.
—Ei...não estou perguntando por achar que você está louco em fazer o convite.—um sorriso vai surgindo em meu rosto.—Estou perguntando para me certificar que você está falando sério e não sem pensar, seria bem constrangedor pra mim aceitar enquanto na manhã seguinte você revelasse que só fez o convite pois estava bêbado.
—Isso quer dizer que...—um sorrisinho vai surgindo em seus lábios enquanto eu já não disfarço a felicidade.
—Eu quero morar com você, quero pra caramba.
Ele solta um suspiro aliviado enquanto sorri. Nunca pensei que uma simples pergunta poderia desencadear tamanha felicidade em mim, nunca me senti tão animada e eufórica com algo como estou agora, a simples ideia de um futuro com ele me faz sentir assim. Sei que morarmos juntos é um grande passo mas honestamente? sinto que estamos prontos pra mim.
—Então...parece que vamos morarmos juntos.—ele diz tentando conter a felicidade o que me faz sorrir mais ainda, o mesmo me puxa em sua direção.
—Mal posso esperar pra acordar todos os dias com você.—murmuro contra seus lábios.
É ele que junta nossos lábios em um beijo apaixonado, um dos muitos que ainda teremos. Quando o mesmo se afasta diz:
—Quem diria, que depois de todos esses anos estamos finalmente juntos?
________________________
E esse é o "último" capítulo, em breve virei com o capítulo de agradecimento e falarei mais sobre o futuro dessa fanfic e da minha próxima💙
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro