III: nem um pouco hera venenosa.
apareci antes do ano acabar, não é um pequeno milagre!? (❁ᴗ͈ˬᴗ͈) sem corrigir nem nada, mas escrito com muito carinho espero que gostem desse cap.
o próximo é o último ꃋᴖꃋ
boa leitura! 🍏
Como era de esperar, Jungkook ficou profissional em se esquivar de Taehyung depois daquela revelação constrangedora e contraditória. Estava tudo uma baderna dentro da cabecinha de Jeon, ele não conseguia nem pensar direito sem voltar àquela questão.
Então, se perguntava, gostava de Taehyung daquele jeito? Não o entendam mal, ele tinha muita certeza que gostava de garotos, mas daquele garoto em específico? Isso virou uma pulga atrás de sua orelha e constantemente parava olhando para o nada, tentando apagar as vezes que imaginou que fazia algo meloso com Taehyung. Assim, não parecia impossível e...
O que estava dizendo!? Há pouquíssimo tempo atrás ele sua reação seria "eca" pra qualquer tipo de relação com aquele gremlin e agora estava ali na rede, balançando como um idiota e desfocando das páginas do livro que lia para pensar em Taehyung. Isso era uma palhaçada completa. Tinha algo cozinhando na cuca de Jungkook e as duas vós já tinham reparado na sua inquietação. E ela só foi resolvida com uma brusca mudança de planos. — Sério, eu posso ir hoje!? — sua voz estava animada ao som tecnológico do telefone pendurado na parede e bom, era completamente compreensível estar tão animado depois de ouvir a mãe dizer pra ele pegar suas coisas para irem a praia.
Fazia tanto tempo que Jungkook não ia que tinha até se esquecido de como era tomar um caldo do mar ou saborear batatinhas fritas com sal e areia a gosto.
Jungkook começou a trabalhar como um robozinho que tinha acabado de ser recarregado, dobrando as roupas e colocando na sua mala mágica que o pai tinha emprestado. Cuequinhas, sunguinhas, camisetas e bermudas, seu caderno e um colar de miçangas que Taehyung o tinha dado... tudo ok e em seu devido lugar. Foi então que ele percebeu: Barriguda.
Parecia até que estavam tirando o filho de uma mãe quando Jungkook se tocou que Barriguda não poderia conhecer a praia e nem ter a chance de se tornar a primeira galinha surfista. E isso meus amigos era quase como dizer que ela estaria na travessa da ceia de natal.
Jungkook foi, mas deixou o coração ali com sua amiga cacarejadora. Até doía lembrar dos olhinhos tristes dela...
Jeon suspirou tentando não ficar tão desanimado, por um lado estava saindo sortudo já que não precisaria mais se dobrar todo para não dar de cara com Taehyung. Mas o que mais temia aconteceu, assim que pôs os pés no bondinho ele viu Taehyung sair da bilheteria e como se adivinhasse os planos de Jungkook, o viu se afastar ao horizonte com uma expressão difícil de decodificar.
Bom, Jungkook também tinha certeza que vê-lo agora não resolveria nada. Puxa, só tinha quinze anos, não sabia lidar com essas coisas assim que pareciam românticas. Só quando podia apagar e reformular a história, aí era outro papo.
No entanto, nada disso impediu Jeon de aproveitar os três dias ensolarados que se desenrolaram com caminhadas noturnas no calçadão, competição de castelo na areia e algumas bicadas nas bebidas alcoólicas da mãe sem que ela percebesse. E ele quase esqueceu de Taehyung, quase.
— Ai, mãe! Com cuidado. — era o último dia deles ali e Jungkook já estava todo torradinho que nem amendoim no sol. Ele passou os dois dias anteriores brincando com alguns outros adolescentes da pousada e estava com o corpo bem cansado, mas renovado também. Jungkook se deitou na toalha estendida depois de tomar um copo de suco de acerolas docinhas e se deparou com a falta de Taehyung.
Era diferente não tê-lo por perto, quase ruim. A viagem até a casa da tia tinha sido muito bem acompanhada agora que reparava. Não que não gostasse de passar tempo com sua família, no entanto, era legal poder conversar com alguém com quase os mesmos pensamentos que você, que entendesse algumas piadas internas, que dividissem uma história. Nem que fosse somente para implicar com ele!
Na volta, Jungkook ficou olhando pela janela do carro numa doce melancolia, os olhinhos cansados de sol, mas ainda bem atento aos pais cantando juntos as serenatas da rádio. Jeon amava isso.
— Quando você vai voltar, meu bebê? — a mãe estava com tanta saudade!
— Ah, mãezinha, logo mais. Vou vim mais pra cá agora, okay?
— Trocando sua mãe pelo campo, Jungkook-ah?! — ela exclamou, totalmente brincalhona e deu um beijo no narizinho dele.
— Deixa o garoto viver, senhorita Watanabe. — o pai entrou na conversa e deu um beijinho ainda mais molhado no rosto dele. — Você tá quase do meu tamanho... ligue mais pra mim antes que você vire um mutante!
Jeon riu e acenou um tchauzinho pros pais da janela do bondinho. E então ele pôde pensar no inevitável. Durante vários situações na baía, desejou que Taehyung estivesse lá. Quando fugiu de um caranguejo bravo, quando viu aquelas bebidas coloridas e divertidas que podiam tomar escondido e, bom, era difícil admitir que eram tantas que perdeu as contas. Às vezes até ficava com o coração acelerado quando passava por alguém que se parecia com ele. Agora isso era nervosismo pelo drama que estava causando ou simplesmente saudades de um amigo improvável?
— Meu menino tá de volta! Como você pôde deixar sua vó mais linda pra trás? — Anri o abraçou com força depois de secar as mãos no pano de prato.
— Realmente, por que não me levou Jungkookie-ah!? — Kaori provocou a outra enquanto amassava bananinhas para Minhee comer.
— Também senti falta de vocês. — ele disse todo saudoso e preguiçoso, sentando-se a mesa e contando tudinho o que tinha acontecido. Os três decidiram que iriam até a cidade dos pais de Jeon daqui alguns dias para fazerem algumas comprinhas e filar a bóia por lá!
Jungkook teve seu sono de beleza restaurado quando deu de encostar no sofá pra ver um filminho e cochilou. aporema, acordou dentro de um sonho conturbado.
Taehyung estava bem ali como sua assombração particular, o encarando sem piscar direito, então o que Jungkook fez como uma pessoa racional? Botou em prática todas as aulas de atuação que nunca teve e fez o gambá morto pra que Taehyung não percebesse que tinha acordado.
Jeon então ouviu um suspiro e passos que jurou terem se afastado, mas assim que saiu do persongem e abriu um olhinho só pra espiar, lá estava ele.
Jungkook até poderia parecer um coelhinho, mas corria como uma lebre.
Ele pulou do sofá e saiu burburinhando, numa versão elétrica de um sonâmbulo, até entrar no banheiro e, dramaticamente, deslizar as costas na porta trancada.
O que diabos era aquilo?
Parecia que tinha pimenta pra tudo quanto era lado, salgando o coração acelerado e esquentando as bochechas como brasa. Merda.
Jeon despertou do próprio pânico com sonzinhos vindos da banheira e quando foi checar lá estava Barriguda, logo agora querendo tomar banho. E era seu dever como alma gêmea atender as necessidades de sua galinha. Jungkook pegou a mini toquinha dela e suspirou – talvez só aquilo pudesse acalmá-lo. Boba nada, Barriguda logo sacou o clima e viu que tinha algo de errado com seu mini humaninho e danou a falar, preocupada e com saudade.
— Eu sei, eu sei. Mas o que mais eu posso fazer?! — Jungkook jurou que tinha entendido que aquela ave desmiolada tinha sugerido conversar com Taehyung e admitir sua confusão de sentimentos óbvios e inéditos. — Nem pensar. Você tá descontrolada!
Até podia estar, mas pelo menos estava cheirosinha e sem nenhum galo chato no seu pé!
🍏
Não demorou muito para Jeon perceber que estava tomando do próprio copo de veneno. Ficou dois dias inteiros em estado de alerta por nada porque pelo que entendeu era Taehyung quem estava o evitando agora. Não tinha outra explicação pra ele não passar mais pelo caminho em frente a sua casa mesmo sendo o caminho mais curto até a pescaria e outras situações que deixaram Jungkook ainda mais confuso. E pra piorar é que nem tinha direito de ficar chateado.
— Ora, ora. O que temos aqui? — o doutor perguntou.
— Um garotinho teimoso que vive reclamando de dor de cabeça e não consegue ler quase nada se não tiver colado no rosto!
Claro, para melhorar Jungkook tinha sido arrastado para o oftamologista só por umas coincidências infelizes.
Depois de fazer toda aquela gincana de ler o que tava escrito na tela. Jungkook saiu de lá com um pedido de óculos.
— Eu falei!
— Já basta as sardinhas, agora tenho que usar óculos, vovó? A senhora está querendo manchar minha imagem.
— Me poupe, Jungkook. Se ficar reclamando, vou comprar um óculos igual do Elton John. — ela disse, dirigindo pelas ruas de paralelipipedo. — E suas sardinhas não te impedem de enxergar, e não tem nada de horrível em nenhum dos dois. — Jeon não estava convencido, mas só estalou a língua no céu da boca e aceitou seu destino de garoto mais feio da província.
— Hum! — era isso, não tinha mais o que dizer. O biquinho contrariado continuou até chegarem na ótica, e teve fim assim que a atendente mostrou óculos deslumbrantes que o deixavam com cara de mais velho. E se as meninas gostavam de meninos maduros, talvez Taehyung também gostasse...
Quer dizer, meninos! Qualquer um, não tinha porque pensar especificamente em Taehyung.
— Você brigou com o Taehyung? — a vó Anri não gostava de papo furado.
— Oi?
— Vixi... — balançou a cabeça negativamente numa desaprovação categórica. — Filho, briga nenhuma vale a pena.
— Não é isso!
— Então o que é? Vocês não fazem mais nada juntos desde que voltou da praia. Nem Minhee te aguenta mais dentro de casa. Jimin disse que te viu falando com as porquinhas e eu nem achava tão estranho você fazer isso com a sua galinha, mas porquinhos? Não é um pouco demais?
Jungkook faz aquela carinha de pão amassado e a avó acalma sua ansiedade por respostas.
— Só tô dizendo que finalmente vocês se deram bem. Deixa de bobagem e vá falar com ele! — e Anri não desistiu da ideia. Puxou Jimin e Jungkook pros seus planos mirabolantes e juntos, cobertos de farinha e baunilha, fizeram várias delícias bem antes do sol decidir acordar. Mas dessa vez seria Jungkook o responsável por entregar os lanchinhos da escola.
Ele até mesmo esquentou água e tomou um banho quentinho na alvorada, tomou café e deu um beijo na avó cochilando na mesa da cozinha. Tinha sorte pra caramba de ter tanta gente que faria de tudo por ele. E Jimin que não deixou de sugerir que Jungkook colocasse pimenta no lanche de Taehyung.
— Você não é mais o mesmo, Jungkook! Cadê meu companheiro de pegadinhas odiosas contra Taehyung? — ele encenou um rosto de perda muito convincente. Talvez ele chegasse a Broadway, mas por enquanto Jungkook estava preocupado em chegar vivo a pequenina escola caipira dali. — Proteção perto daquele capetinha nunca é demais... — Jimin disse como um profetinha, passando essência de baunilha nas duas orelhas de Jungkook como se fosse água benta.
Foi no mínimo constrangedor... por todo caminho ele coçava o rosto numa alergia forte a confrontos e jurava que estava vendo suas sardinhas caírem uma por uma!
Pensou seriamente em dar meia volta e dizer que foi atacado por um jacaré, um urso, ou um urso e um jacaré! Todo o zoológico teria sido solto com uma urgência de atacá-lo justo naquela ocasião. Parecia muito melhor deixar aquilo quieto até porque ele mesmo que era o dono do clima chato.
Mas algo em si sabia que precisava fazer aquilo, então tratou de estufar o peito e ir à guerra com a lembrança do olhar encorajador de Barriguda sendo sua última e única esperança de não amarelar.
A ansiedade rebobinou o relógio, Jungkook tinha saído de casa cedo demais tanto que foi ele quem praticamente abriu a escola junto com professora. E Taehyung estava lá também, dando a Jungkook uma patética vontade de ir embora porque ele parecia impecável lá, sentado no banco de madeira lendo um livro de capa preta e mastigando o alcaçuz com preguiça, totalmente alheio a confusãozinha que era Jungkook suando embaixo daquelas roupinhas cheirosas. Devia ter trago mais baunilha para se benzer.
Jungkook juntou seus centavos de coragem e agarrou as alças do macacão jeans, odiando a escolha de um moletom tão quente como aquele verdinho xadrez. Que nem uma chaleirinha apitando, se sentou ao lado de Taehyung, sendo ignorado sem mais nem menos. Jeon balançou os pés e engoliu em seco, percebendo que apesar da neblina fria da manhã seu corpo estava quente como se ainda estivesse na praia.
Taehyung já sem nenhuma paciência pra seja lá o que era aquilo, se levantou com tudo e guardou o livro na bolsa para sair dali e ler em paz.
— Espera! — Jungkook segurou seu braço com tão pouca força que não seria suficiente para pará-lo se não fosse sua própria vontade esperar. E bem agora que tinha feito não tinha volta. — Por que você- Por que a gente não...
— Olha, Jungkook. — ele relaxou os ombros. O azul marinho do uniforme ficava tão lindo nele. — Você foi pra sei lá onde depois de — pigarreou. — Depois do que eu te falei. Eu já entendi os sinais, ok? Tá tudo bem... Só preciso de um tempo pra esquecer essa bobagem, entende? — ele estava sendo ameno demais pra uma situação que o deixava pê da vida. Nunca teve que lidar com uma rejeição e era... chato.
Nem as meninas mais lindas da cidade grande os esnobavam e por que iria ser diferente com Jungkook? Justo na vez que mais queria o universo do seu lado, ele o chutou pro canto...
Quando foi que fiquei tão idiota? — Taehyung se perguntou.
— Mas é que- — o sinal tocou suas badalas e com o barulho se foi sua fala.
Ele apenas assistiu Taehyung sorrir um sorriso falso e caminhar pra dentro da sala. A professora o tirou de seu mundinho da lua o buscando para distribuírem os lanchinhos que estavam nas duas cestas.
— Dêem bom dia a Jungkook, classe! — ela disse num tom brincalhão de sermão vendo seus estudantes tão quietos. A sala toda o cumprimentou e ele ficou violeta de tanta vergonha. Ao que distribuía os embrulhos, alguns burburinhos do porquê nunca tinham visto aquele garoto na escola foram ouvidos o que logo a professora explicou. E agora todos pareciam interessados em estudar se isso significava sair dela mais cedo que o esperado.
Jungkook entregou cada bolinho (que imitava o formato de um peixinho) e cada marmitinha com arroz, legumes e uma deliciosa porção de kimchi. Quando foi entregar o de Taehyung, fez sua última jogada de ouro e deixou um bilhetinho grudado ao laço do paninho que mantinha a refeição quente.
Assim que leu, Taehyung quase caiu pra trás da cadeira.
Jungkook queria ter escrito algo mais como "Eu não suporto seu fedô e sua mania de ficar dando risadinha sempre como quem sabe de tudo. Você é como um anão de jardim amaldiçoado que não me deixa em paz, quando eu olho pra você tenho vontade de vomitar e se você se atreve a dizer que quer me beijar, apenas morra!", mas sabia que era muito confuso e agressivo, como o que sentia, no entanto, ele não precisava saber.
O que Jungkook conseguiu escrever foi: "Acho que você entendeu as coisas pela metade, não saia por ai pensando que entende tudo. Se você é o mesmo enxerido que leu meu caderno, deveria matar sua curiosidade de uma vez hoje e passar na minha casa. Idiota."
Ele olhou para Jungkook no meio da sala fazendo reverência aos agradecimentos dos outros colegas e ele o encarou por poucos segundos, segundos suficientes para ficar corado e decidir ir embora de supetão.
Taehyung quis faltar a aula de redação extra que fazia, quase deu um bolo no pai pra não ir trabalhar na pescaria e puxa, quis acabar com a raça de Namjoon quando ele o chantageou pra faxinar a casa e sob a ameaça dele contar pra mãe quem quebrou seu vaso preferido e perdeu seu par de brincos, deixou a casa um brinco de pérola que com certeza não foi ele quem perdeu.
Quando foi ver já era meia noite e ele estava prestes a virar abóbora. Estava todo suado e bagunçado, com certeza não podia ver Jungkook assim. Por isso correu para o banho e vestiu a camiseta que Jungkook mais gostava. Passou o perfume de frutas vermelhas que ele sempre elogiava e um hidratante labial para... você sabe, uma precaução boba que decidiu tomar. Vai que de repente os últimos sonhos de Taehyung se realizassem aquela noite.
Ele aproveitou para levar sua mais nova e fresca edição dos X-mens caso tenha entendido tudo errado de novo como implicava o bilhete. Roubou um chicletinho das irmãs e saiu escondido, o que não foi muito difícil já que os pais estavam longe a caminho de uma longa viagem. Esperava que Jungkook não tivesse desistido e ainda estivesse acordado.
Quando viu a luz acesa pela janela quase evaporou num misto maluco de felicidade, ansiedade e vontade de dançar. Nem mesmo a lua estava mais brilhante e encantadora do que aquela luzinha de esperança no topo da casa. Sorte que tinha trago uma desculpa ainda embaladinha no plástico, bem sabia que Jungkook amava aquela HQ e talvez ficasse animado demais pra esquecer qualquer dúvida que tinha sobre Taehyung e beijos.
Ele escalou a casa como um ritual e bateu na janela só para então ver a alma de Jungkook quase sair do corpo dele. E ele veio já armado com toda sua atitude e cara brava, de pijamas e pantufas como um ursinho de pelúcia malvado.
Taehyung entrou, os pés acostumados a pousar ali e foi direto pra cama, se sentando bem comportadinho o que não era muito sua cara. Estava com medo. E no minutinho que percebeu isso decidiu que não era um garoto ali, pelo menos não era pra ser, deveria ser no mínimo mais ou menos parecido com o cara dos sonhos de Jungkook. E ali era Jungkook e não um garoto qualquer, era seu confuso, ingênuo e mais espontâneo príncipe dos sonhos e ele nem entendia muito bem desde quando começou a sonhar com meninos, porém, não fazia diferença agora.
— Oi... — disseram juntos.
— Eh... — jinx de novo, mas dessa vez Jungkook riu.
— Pode falar. — ele disse, ainda mais adorável de óculos.
— Eu trouxe pra gente ler. — ergueu a revista e só então percebeu que traria todas as comics do mundo se esse fosse o jeito de ver Jungkook sorrindo tão enorme, quase como se sua boquinha não comportasse toda sua felicidade. Ele fez uma mini dancinha de comemoração e pulou na cama, como se não estivesse estressado há alguns minutos atrás pensando que tinha sido burro em dar aquele bilhete sem noção pra Taehyung.
Os dois ficaram ali, deitados e lendo de cabo a rabo a trama dos mutantes, soltando alguns comentários engraçadinhos com referência a cenas anteriores e de vez em quando se espiando. Taehyung estava demorando para ler propositalmente quando percebeu que as páginas faltantes eram poucas e não sabia o que fazer depois. Sabia o que queria, ora veja bem, Jungkook estava tão pertinho, cheirando a algodão doce, é claro que queria fazer aquilo, mas será que Jeon também queria?
Não teve como escapar para sempre e quando finalmente chegaram a última página, ambos riram nervosamente. Mesmo com o coração pedalando forte, Taehyung fechou e colocou a revista de lado, somente para olhá-lo melhor, de verdade dessa vez. E então elas vieram, todas as borboletas do bosque vieram correndo guiar seu corpo pra uma aproximação que parecia natural, era como ser abraçado pelos suspiros de Jungkook. Só parecia certo beijá-lo. Ele chegou cada vez mais perto e quando os narizes se tocaram foi como uma onda de calor ricocheteando o sangue.
— E-espera! — Jungkook disse, meio atrapalhado. — Você tem certeza? — seus olhos guardavam algumas lágrimas nos cantos e elas comprimiram o coração de Taehyung em uma uva passa. Aquele garoto era surreal.
— Oi? Jungkook... — Taehyung riu e, bem, Jungkook tremeu os lábios, ainda mais tristinho com aquela reação. O outro se corrigiu e trouxe o olhar de Jeon de volta ao seu assim que acariciou seu rostinho. — É claro que tenho certeza. — mas aquele Jeonzinho teimoso não parecia 100% convencido, então Taehyung bolou algo que cairia como luva. — Mesmo se você fosse o Fera eu ia querer te beijar.
Falar aquilo era bom, mas tinha certeza que fazê-lo seria ainda melhor. Jungkook riu delicadamente e fungou o nariz.
— E se eu fosse careca que nem o professor Xavier?
— Também. — disse sem hesitar.
— E se eu fosse roxo?
— Então minha cor preferida seria roxo.
— Ok, mas e se eu fosse a Hera Venenosa? — ele precisou mudar um pouco de quadrinho só pra ter certeza. — Você sabe que um beijo dela mata qualquer um.
— Ah, eu tenho certeza que eu ficaria bem vivinho só pra te beijar de novo.
— Mesmo se eu-
Taehyung o interrompeu como pôde, com um selinho doce, demorado e tão bom que pegou Jungkook querendo ser interrompido mais vezes.
— De qualquer jeito. — a voz rouca e séria de Taehyung só deixava aquilo ainda mais inaceitável e perfeito.
Nenhum romance que leu antes o preparou para aquele momento. Seu primeiro beijo do jeitinho mais gostoso que podia imaginar. Taehyung realmente tinha um beijo com sabor de maçã verde, no final das contas os boatos eram verdadeiros.
O jeito que ele o segurou com tanto carinho, fez Jungkook se sentir alguém. Depois beijando todo seu rostinho risonho e fazendo cafuné... Jeon podia sentir a vida entrando pelo ar fresco da noite que respirava quando dava tempo. E era viciante e assustador, mas ver Taehyung sorrindo como quem tinha ganho tudo o que sempre quis no mundo inteirinho fez Jungkook simplesmente estar ali, sem nenhum pensamento intruso.
Taehyung teve que ir, infelizmente.
— A gente se vê amanhã?
Jungkook não conseguiu tirar a expressão de bobo, então apenas acenou que sim com a cabeça e seus cachinhos preguiçosos.
— Vem aqui. — ele foi, subindo no sofazinho acoplado a janela. — Preciso de mais um beijinho pra sobreviver até amanhã.
Jungkook riu. — Idiota.
E era o beijo do idiota que tinha o deixado louquinho daquele jeito.
— Tchau, tchau. — ele recuou antes de ir. — Ainda bem que você não é nem um pouco hera venenosa se não eu já estaria... — ele fez seu drama implicando que estaria pra lá de mortinho.
Quando já estava lá embaixo, ele deu outro tchau, disparando beijos nos ares, todos endereçados a Jungkook que nunca esteve tão nas nuvens.
— O que que foi? — foi pego no pulo rindo para o nada por Barriguda fiscal de gente. — Não era isso que você queria?
A galinha rabugenta e ciumenta foi bem dormir na sua caminha e não nos pés de Jungkook como costumava fazer. — Bobona.
Jungkook se deitou com o coração acelerado e um gostinho restante de maçã verde na boca, os lábios e os pensamentos saudosos o colocando para dormir com um sorrisinho praticamente apaixonado.
até mais, barrigudinha lovers <3
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