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A dor de um amortal

4851 Wards

Ele passou séculos vendo essa teimosa e inventiva raça.

Mesmo vivendo pouco tempo pareciam ter tempo suficiente para uma vida plena e feliz; construir algo para manter um legado ou transmitir ao futuro; enquanto seu povo parecia aprisionado pela amortalidade que possuíam.

Incapazes de serem tocados pelo tempo.

Parecia que até pouco tempo, os humanos viviam sujos em casas de lamas com seus cabelos nojentos; e agora estavam exibindo lindos penteados e vestes elegantes, com casas que possuíam vitrais; transmitiam conhecimento a partir da escrita, haviam aprendido a arte e criado música esculturas e todo tipo de encanto.

Mesmo com corpos mais fracos e lentos, existiam guerreiros capazes de bater de frente com feéricos poderosos e os derrotar. Mesmo tão jovens haviam sábios com palavras mais eloquentes que os seres de seu povo.

Passou a admirar, e desejar estar junto deles.

Ouvi falar de amortais que se tornaram mortais para poder viver junto de algum amante humano; assim como humanos que ao perseguir uma imortalidade se corromperam.

Depois de muito pensar e refletir, resolveu dar um passo importante e mudar sua vida; para o bem ou mal, iria tentar. Havia passado séculos a apenas observar de longe vendo histórias felizes e horríveis, todas terminarem e outras começarem, desejando fazer parte delas.

Deixou sua casa olhando a todos, seu povo, uma foto parada no tempo; jamais mudariam. Poderia ir viver uma vida completa, morrer e renascer e para eles tudo estaria na mesma exata forma de quando saiu.

oOoOoOo

— Tem certeza de sua decisão? — a figura a sua frente possua a forma de uma idosa, algo irônico por ser tão mais jovem que ele.

Tudo que ela viu em sua vida, tentando ser séria e aconselhar alguém como ele; onde toda vida dela caberia em uma tarde.

— Tive muito tempo para chegar a essa conclusão. — sorri esboçando um sorriso angelical, e a senhora que já imaginava não ter mais idade para sentir atração sexual por alguém, sente o coração a desmentir, corando como uma simples adolescente.

— Pois bem. — respira fundo ao caminhar de volta a sua cabana; uma construção que parecia emergir naturalmente da densa floresta feita de árvores plantadas no solo e rochas gigantescas.

Ali a mulher de pele queimada e manchada pelo longo tempo ao sol, pega um cristal pequeno com cuidado e medo o entregando a elegante figura poderosa como um deus a sua frente.

— Espero que não se arrependa de tal ato.

— Você em algum momento se arrependeu dos seus? — pergunta direto ao fitar a joia que translúcida como a água o fazia ver através dela a figura da mulher em sua forma mais bela e jovem.

— Claro que não. De que adianta se arrepender depois da meda feita? O que se faz é seguir em frente. — responde com um sorriso bobo e ele acaba por rir divertido, deixando as longas e perfeitas madeixas lhe cobrir sua face delicada.

Deixando a residência da feiticeira ele caminha admirando a natureza ao seu redor, vendo que a casa praticamente desaparecia dentre a natureza sendo protegida de sua própria raça que não compreendia o uso de sua magia. Como se protegesse sua dona.

Suas longas orelhas o revelavam a presença de perseguidores, que cobiçavam suas caras vestes e joias que ornavam seu corpo esguio. Sorriu por se sentir dentro das histórias que sempre via de tão longe.

— Esta coragem é tão bela. — diz ao se mover e em flash surgir atrás de um dos homens que tentavam o cercar furtivamente.

O homem de madeixas negras e onduladas engole seco pelo espanto, os olhos verdes se viram lentamente descrentes a velocidade daquele ser a sua frente e logo seus companheiros partem o deixando para a provável morte, em pânico por não se verem capaz de ir contra tal criatura.

— Waaaah! — grita em desespero ao brandir sua espada curta e grossa que usava com destreza, percebendo ela ser detida entre os dedos finos do ser a sua frente que a observa curiosa e saudosa.

— Coragem não existe sem o medo, e brilha em meio ao desespero. — diz pensativo ao deslizar os dedos sobre a lâmina olhando nos olhos do humano a sua frente; vendo em sua alma tudo que ele era.

Como muitos humanos, cresceu em uma vila rural tendo um pai e irmãos trabalhadores com muito orgulho de sua posição; contudo foi mandado fugir de seu lar por sua mãe amorosa; quando foi flagrado com outro homem.

Seu coração partiu ao ver o ódio cobrir a alma de seu amoroso pai, e o desprezo mover as ações de seus irmãos; fingindo por sua vida enquanto por fé seu parceiro permaneceu, acabando tendo um triste fim.

Por necessidade, assim como seus colegas, passou a viajar pelas estradas e tomar de viajantes distraídos seus itens de valor. Nenhuma vila aceitava jovens desgarrados sem um motivo para estarem fora de sua casa, sem serem vendedores ou qualquer coisa que fosse. O restando apenas roubar para viver.

Tentava caçar para comer, mas ainda precisava de vestes no inverno e onde dormir.

— Vejo sua inocência. — diz ao acariciar o rosto belo do jovem humano que ainda não possuía barba. E ele por sua vez não conseguia distinguir a cor dos olhos do ser a sua frente.

Violeta, azul, verde ou branco? Parecia incompreensível. Uma cor inexistente.

— Venha. — convida ao se afastar do jovem e retomar seu caminho na estrada, e o mesmo leva alguns segundos pensativo; podia procurar por seus colegas que o abandonaram ou seguir este ser em um caminho incerto.

E o ser feérico por sua vez sorri divertida fragilidade humana, percebendo ser seguido desta vez com um tom de curiosidade, a maior dádiva desta raça maravilhosa.

Chegou então ao destino que buscava, um território humano grande com várias casas feitas com pedras e vidros nas janelas, vitrais em suas construções religiosas e enfeitando o teto das residências de seus líderes.

Respirou fundo girando como uma criança ao se divertir.

Podia sentir em sua pele a essência dos humanos: a preocupação com a colheita, o medo de um amor não correspondido, a perseverança com um treinamento difícil.

— Com licença senhor. — desperta de sua conexão com a voz forte e emboçada de um dos três guardas que haviam se aproximado. Passou os olhos sob suas armaduras frágeis, o melhor que os humanos conseguiam fazer logo seria superado tal qual esta era imensamente melhor que as exibidas outrora.

Eram belas com desenhos e elegância, sentia vontade de as tocar, sentir o metal frio dos humanos entre seus dedos.

— O que você é? — outro fez a pergunta, sua foz falha de receio embainhada a medo daquele ser, vendo os cabelos lisos dançando ao ar como se estivesse debaixo d'água sentindo uma corrente mágica, mesmo sem haver vento algum.

— Eu? Seu povo quem denomina os nomes. — explica com um sorriso, percebendo o jovem curioso a ver a cena de um local seguro; logo apontando para as coisas ao seu redor a fim de facilitar a compreenção. — Nomearam de cavalo, armadura; chamam de nomes, alcunhas, títulos e sobrenomes. Contudo nunca antes nos vimos, por tanto não foi nos dado um nome.

— Venha conosco! — o último impõe em um tom forte o agarrando o braço, mas tranquilo ele aponta ao jovem que o seguia furtivamente, sabendo ser melhor continuarem juntos.

— Ele está comigo. Tudo bem?

— Ele vem junto. — o primeiro diz, mas o garoto decola a correr dali em disparada. E o feérico suspira temeroso pelo destino do jovem. Mas não podia mudar o destino de todo ser humano. Podia?

Caminhou sendo seguido pelos olhares curiosos de todos ali, que falavam sem contexto ou saber do que se tratava, chutando em base de seu pouco saber o que seria tal ser.

— Não faça gracinhas perante o Rei, caso contrário... — o segundo guerreiro diz um pouco complacente ao ser que não parecia ter intenções ruins ou demonstrar qualquer tipo de resistência. Este possuía os cabelos vermelhos curtos e cortados, exibindo cicatrizes em seu rosto tal qual os demais, sendo que o primeiro mantinha as madeixas em cor de fogo presas em tranças e o último soltas como uma vigorosa juba.

Idênticos, a não ser pela posição de suas cicatrizes e como ornavam os cabelos; pareciam ter a mesma mãe e mesmo pai, vindos de uma mesma gestação. Estando no mesmo pelotão e tendo o mesmo treinamento.

Mas os olhos do ser feérico viam além de sua aparência, o quanto eram diferentes entre si e incomparáveis.

O primeiro trançava seus cabelos da mesma forma que sua amada usa, uma forma de se sentir próximo a ela; já que a dama de alta classe tinha a mão, corpo e alma prometida a outro. O último mantinha os vistosos cabelos chamativos por amar tal atenção sobre sua beleza, via o olhar que trazia sobre amantes e inimigos que temiam sua aparência mais semelhante a um grande felino o fazendo sentir ter a alma de um em combate. E o do meio desejava apenas não ter atenção sobre si, preferia passar despercebido, pois assim como o jovem que tentou fugir tinha em seu anseio o risco de sua vida.

Não foi de imediato recebido pelo rei, que mesmo curioso com tal criatura não estava disponível sentado em seu trono sem nada a fazer.

Atarefado o homem chega a sala onde o jovem estava devidamente detido por sua tentativa falha de fuga e o ser feérico ao o olhar de forma carinhosa como se tentasse acalmar sua alma.

— Uma raça nova, é o que me comunicaram. — o homem alto como um titã, de braços musculosos e montado a vestes elegantes se aproxima indo direto ao assunto, mas é detido por um dos homens que o acompanhava, tremendo que o ato do soberano fosse imprudente.

— Nova para vocês, sim. Antiga na terra. — corrige ao passar os olhos pelas novas figuras a sua frente.

O rei curioso ostenta a riqueza e opulência em sua cabeça e trajes assim como o povo que deixou fazia. A seu lado o homem que o detém tinha tecidos igualmente caros e joias belíssimas, contudo o que cativou o olhar feérico foi que demonstrava ser imensamente fiel e preocupado com sua presença ali, ele se punha como um guardião aquilo que achava precioso, de pele escura e cabelos macios em uma forma curiosa como nuvens o fez sorrir desejando ter madeixas tão impressionantes; já o último em semelhança ao rei pelo tom de sua pele rosado, cabelos claros como as joias que o ornava lhe fazia imaginar ser o príncipe.

Apesar de visivelmente mais novo que o que o tentou o abordar, já possuía marcas de uma barba em sua face, algo que parecia vigor de seu pai que ostentava uma imponente pelagem facial.

— O que deseja em meu reino? — o tom de posse era curioso ao ser mágico, que não compreendia tal ideia. Como algo imaterial, uma ideia pode pertencer a alguém?

Um reino ia além do espaço da construção que de nome palácio, ou todo o castelo que o rodeava, iria além de montanhas abrigando todas as vilas. Como poderia ele pertencer a água dos rios ou as vilas que nem pode ver? Sorriu com a ingenuidade humana. Ou ponderou e se preocupou sob sua cobiça exacerbada.

— Tenho apreço pelos mortais, mais ainda pelos humanos e este povo humano foi o que mais vi prosperar. Aceitar e misturar seus povos os fizeram crescer. — diz ao caminhar pelo saguão, se divertindo com o som oco do chão de madeira ecoando. — Desejo conhecer os humanos que tanto vejo.

— Esta se divertindo...!

— Calma pai, ele pode nos ser útil. Se tem carinho por nossa raça pode nos servir; e não está parecendo...

— Nunca me interrompa, garoto. E inocente e tolo. Acha que inimigos chegam à nossa porta se declarando? Lógico que preferem um elgodo destes. — o responde revoltado silenciando o jovem com um tapa em sua face. — Aprenda, pois não estarei aqui para sempre. E será seu dever cuidar deste povo e manter o reino.

— Compreendo pai. — abaixa o rosto em resposta sem o cobrir com a mão como seria o esperado pelo tapa deixar a face avermelhada, e o feérico mais uma vez admira os humanos.

O medo do homem era por seu povo e família a seu lado. O medo o fazia ser bruto ao educar da forma que conhecia o filhote a seu lado, que errava ao ver no desconhecido algo que o fez abaixar a guarda e por sua vida e a do reino em risco; via e sentia um raciocínio maior no infanto do que em seu pai, a capacidade de pensar e analisar livre de medo por saber estar seguro ao lado de seu pai.

Um filhote seguro e feliz, que conseguiu crescer saudável.

Este era um dos segredos humanos, além do leite que fazia seus corpos fortes desde cedo, ter tempo de evoluir sua mente antes do corpo; tinham avós. A maior conquista de um ser mortal.

Deixar um antepassado vivo.

Ele pode cuidar e zelar pelo filhote enquanto os pais caçam e fazem o que precisa, e o filhote cresce bem.

oOoOoOo

A conversa se estendeu pela tarde e à noite, logo despontando o sol; contudo os curiosos humanos pareciam insaciáveis com tal criatura.

O ambiente estava tão prazeroso que até mesmo os soldados foram permitidos a falar na presença do rei, e fazer parte de tal conversa.

E logicamente o homem que se intitulava mais poderoso daquele ambiente via vantagens em ter a criatura em seu reino; o convidando para ser seu feiticeiro; lembrando que um reino distante havia feito o mesmo para se proteger das bruxas e feitiços malignos; um mago marcante de longa barba marca de sua idade avançada.

— Isso seria a realização de um sonho, passar meus dias entre os mortais. — diz saudoso e sorridente, sua pele tal qual seus olhos eram incompreensíveis a aqueles humanos a sua frente, parecia refletir o céu, tendo tons escuros como a noite, avermelhados e azul como o dia mais claro e iluminado chegando a marcas brancas como nuvens e douradas como estrelas.

Um ser único e chamativo, que se ornava de vestes verdes feitas de folhas como se estas tivessem nascido com tal formato, sem possuir costura alguma. Um ser naturalmente mágico. Exalando magia.

— Por que nos chama de mortais. Isso é desconfortável. — o jovem reclama ao ser liberto pelos soldados que seguiam seu caminho. — Não me importa se é um imortal. Chamar de humano... Temos nomes por que não usa?

— Você não me disse o teu. E não me deu um. — responde solicito ao seguir o homem de pele escura e cabelos de nuvens. — Nenhum de vocês o fez. — completa divertido ao ver o semblante envergonhado do garoto que o acompanhava. — E não sou imortal, sou amortal. Posso morrer se me ferir.

— Todos morremos se formos atacados.

— Não, vocês morrem até sem isso. — o corrigem trazendo a curiosidade do príncipe que os acompanhava mudamente. — Morrem por doenças ou se o tempo passa. Pois seu tempo é limitado, são mortais.

— Imortal é alguém que não morre com nada e amortal é alguém que não envelhece? Imune ao tempo e doenças? — o jovem diz maravilhado por tal palavra. — Por séculos perseguimos a imortalidade desejando amortalidade!

— Nem eu que os vi por anos de evolução física e mental posso afirmar o que buscavam. Mas de certo a imortalidade sempre corrompe os mortais por não ser natural e oposta a sua essência temporal. É drástico demais. — sorri com o belo sorriso do jovem que os acompanhava faminto por aprender; chegando onde iria ser seus novos aposentos; ficando imensamente grato por tal tratamento.

Logicamente o rei não abaixa a guarda ao ser mágico, algo que ele já esperava.

Afinal o medo da morte norteava toda atitude destas raças mortais; o fato de pensarem muito em se reproduzir, olhando os corpos alheios com desejo vinha do fato de morrer, tanto que seu povo mal possuem este desejo.

Percebeu o olhar de cobiça do príncipe passear pelo corpo do homem que sempre acompanhava seu pai.

— Lutyen. — chama seu companheiro ao olhar pela janela. — Me explique: por que é mal visto e condenado à morte humanos desejam alguém com corpos semelhantes aos seus?

A pergunta confusa, fez com que o ex ladrão demorasse a compreender; mas os dias junto do feérico já o fazia acostumar as suas estranhezas e saber o traduzir. Adaptação, é outra maravilha dos seres mortais. Algo que admirava e desejava com toda a alma aprender.

— Olha, isso é religioso e imposto como errado pois ofende a Deus que nos fez mulher e homem.

— Deus? — questionou como se a ideia de religião fosse tão fora de seus conhecimentos que tal palavra fosse totalmente desconhecida, trazendo um riso aos lábios do humano.

— Homens acham uma vergonha seu filho ser usado por outro homem como se fosse uma mulher. — diz ao apontar para o prédio religioso que elegante parecia mais rico que o próprio palácio ou se destacando em todo o castelo, o fazendo se lembrar do que era religião.

— Por que odeiam mulheres? — ele é direto e franco e o jovem o olha incrédulo. — É o que parece, lembrar ou estar em uma posição feminina gera tanta vergonha ao ponto de ser punido com a morte.

— Olha mulheres que ficam com outras também são mortas.

— Mas por que traem seus maridos. Se for com homens também ocorre. Não compreendo; até pouco as tratavam como deusas por gerar vida e não saber de onde vinha os filhos.

— Pouco tempo? — questiona indignado.

— Pouco para mim. — sorri divertido. — Bem, eu não gosto desse pensamento, não vejo sentido ou lógica.

— Vai mesmo bater de frente com...

— Eu não irei contra a fé e essa coisa de religião que parece importante para vocês. — diz ao soar desistente. — Tenho tempo, tempo é o que mais tenho para pensar em como ajudar nestes assuntos. Seu povo já superou a diferença externa de seus povos, compreendem a existência de culturas e são curiosos a elas. — diz reflexivo a fim de deixar mais evidente o motivo de tal reino ter sido escolhido. — Mas ainda lhes falta retomar o respeito às mulheres que foi perdido, assim como descobrir como e por que este outro problema surgiu; já que até pouco não davam um pingo de importância. Unf. Olhar de perto é tão... — completa animado por estar ali, e contemplar as mudanças e poder enfim compreender e os tocar. Os ajudar guiar.

oOoOoOo

— O senhor parece triste. Mestre. — o jovem diz vendo o novo mestre arrumando os novos itens que haviam chego de todo o reino, livros que estava empolgado para ler, bebidas alcoólicas que nunca provou, paes e mel.

— O que me deixa triste é ver você me intitular desta forma. Não sou seu dono. — responde ao se aproximar do jovem que dá um passo atrás envergonhado pela proximidade do belo ser de forma masculina.

— É uma formalidade de... respeito. — tenta explicar ao ser que mesmo tão incrivelmente sábio parecia não compreender o mínimo de nada. — Me tirou das ruas, me trouxe para morar em um palácio. Não tenho palavras para expres... sar? — para de falar ao perceber a grande proximidade que o mestre estava de si. — O-o que esta fazendo senhor? — acaba por se exaltar envergonhado.

— Posso perceber seu desejo. — explica como um fato. — Percebo os desejos do infante com relação ao conselheiro do rei, e ele também o percebe. — diz ao olhar pela janela vendo o jovem príncipe treinar combate junto de seu pai. — É um desejo inocente que não parece o incomodar, ele tem noção da idade do garoto de da falta de controle em seus desejos. O rei por outro lado parece ignorar completamente o que percebe em seu filho; desejar não ver o que o garoto é incapaz de esconder.

— Você tem um poder que... dedura quem gosta de quem? — questiona incrédulo e o feérico sorri divertido. — O que eu falei de engraçado.

— Sua forma de pensar é tão estranha para mim quanto a minha é pra você. — diz ao erguer a mão e tocar- lhe a testa.

Era a primeira vez que tocava um humano, sentia a fragilidade de seu corpo, como podia perfurar seu crânio como se fosse uma lama mole de um dia de chuva; já ele se arrepia ao sentir o toque do feérico sobre si, algo novamente inexplicável. Seu dedo era gelado como a neve reunida, com um centro quente como uma espada em forja.

— Minha "passiva" , por assim dizer, é como sua capacidade de ver e ouvir. Não pode deixar de ouvir apenas atrapalhar, mas pode deixar de ver ao fechar seus olhos. Eu posso sentir o mundo ao meu redor e os seres, o que sentem como suas auras emanam de seus corpo e navegam pelo ar. Sinto o que não dizem, seja medo ou admiração; um desejo faz parte de tudo isso está junto disso,

— Entendi. Você explica bem.

— Você é um jovem atento e com desejo de compreender. E eu de explicar. Somos compatíveis, meu caro. — diz ao voltar a olhar pela janela a fim de fazer deste povo seu projeto perfeito. — Irei ajudar todo esse reino. O viúvo rei, sofre não tendo como superar sua perda. A cama vazia assombra sua alma pela falta de sua amada.

— Vai ajudar o Rei a conseguir superar o luto e conseguir se casar novamente?

— Lógico que não, como minha raça não possui perdas como vocês eu sou completamente incapaz de consolar alguém que tem muito mais conhecimento sobre isso. — responde sincero fazendo o rapaz rir. — Mas se ele desejar iria o ajudar a encontrar uma mulher que possa ocupar o cargo de sua amada, e não apenas desejar a coroa e todo poder que vem com ela. Já que posso ler as pessoas como estes livros. — diz ao virar as páginas em um idioma diferente do seu que tinha gosto de aprender assim como ia compreendendo os humanos, tinha olhos para ler.

Tal qual o fez.

Localizou em suas viagens pelo reino uma singela camponesa que demonstrava ser perfeita, e mesmo contra a corte que parecia ver com maus olhos a ideia do feérico do rei se casar com uma simples camponesa; o mesmo pareceu ficar muito agradado ao por os olhos na mulher.

Magra pela falta de comida, já possuía dois filhos de um marido falecido por doença; os meninos eram trabalhadores e toda família se mostrava temerosa aos olhos opulentos a seu redor julgando suas vestes maltrapilhas e corpos sujos de terra.

Mas o rei viu em seu olhar o mesmo que buscava em sua falecida mulher, algo que não compreendia e que acalmava seu coração sempre em tempestades.

Não quis saber de boatos ou fofocas e logo a tomou como sua esposa.

O feérico claro ganhou muito espaço na corte principalmente se tornando um bom amigo do Rei, mesmo sem cargo para isso tinha a confiança e carinho do rei; que o permitiu pintar um retrato de sua falecida como uma bela homenagem que a nova rainha viu como um gesto de carinho não de ofensa a ela.

De fato era uma boa pessoa que via no novo marido, um homem carinhoso e cheio de amor. Amor esse que logo gerou uma nova criança, aumentando os escândalos sobre uma plebeia não poder gerar um Rei e que o infante príncipe deveria ficar com a coroa.

Logicamente Erick iria ser o futuro rei por ser o primogênito além de ser o filho da amada de infância do Rei, mas as más línguas eram venenosas.

Contudo o feérico do rei que não possuía a fraqueza do sono, passava as noites a caminhar nas ruas, tendo como aquelas vidas seu belo e perfeito projeto. Viver entre eles e fazer suas vidas plenas; e com isso o reino floresceu muito rapidamente o que trouxe inveja e medo de demais reinos que não pensaram duas vezes em os atacar. Impondo terem feito pacto com um ser demoníaco e viabilizando o local apenas por seu progresso.

— Não vai fazer nada? — agora já mais velho o príncipe herdeiro ia confrontar o feérico que olhava pelas torres o avanço inútil do exército contra os muros do palácio, a fim de tomar o reino a partir de sua capital costeira.

Fechou seus olhos e refletiu pesadamente sobre tudo, se permitindo conectar as auras a seu redor

— Eu já fiz. — diz entristecido, deixando implícito que tudo que fez para o avanço deste povo seria o suficiente para deter qualquer investida. Entristecido por ao ver outro povo melhor, a reação humana foi o ataque, o medo e a reprovação.

Se curiosidade era uma das dádivas humanas a inveja com toda certeza era... o pior mal. Orgulho vinha logo atrás, um combustível que fazia da inveja um grande veneno e perigo.

Tinha boa noção de como era sua raça favorita.

E se entristecia por não ter previsto tal resultado; ou pior. O ter previsto ao ponto de não precisar levantar um dedo.

Ouvia os mensageiros que vinham de todo o reino revelar sobre os ataques; as falhas tentativas de ataques. Onde incêndios foram frustrantemente detidos, já que as casas das vilas não possuíam mais palha ou feno, não eram mais feitas em madeiras ou materiais incendiados; as tentativas falhas de invadir pela costa onde os pescadores implantaram um portão submerso que naufragou todos os inimigos ao longe na costa destroçando seus cascos de uma forma cruelmente invisível.

Tudo que ele ensinou ao povo aprendeu muito bem; e agora apenas sentavam assim como ele vendo todas as tentativas frustradas. Coisa que dava muito mais medo aos demais humanos.

— Mestre! Eles chegaram aos portões do castelo! — ouve o jovem gritar preocupado ao deixar o cômodo onde estavam. Mas ele não se preocupava nem um pouco; ou talvez muito mais que eles.

Sabia que seria impossível que os demais humanos pudessem ir contra este povo apadrinhado por si. E como havia criado um desbalanceamento entre sua raça favorita. Ele era a coisa estranha em um ecossistema o destruindo. E isso o doeu.

Nestes anos ali se sentiu em um paraíso. Acompanhou a alegria crescente do rei junto do ventre de sua nova esposa, assim como os primeiros passos e palavras da criança que hoje o chamava com nomes carinhosos como se fosse de sua família.

Encobria os encontros furtivos de seu protegido e o príncipe regente, para que não fossem punidos pelo desconhecimento e medo que os mortais possuíam do amor. Sabendo que por ambos conviverem diariamente com ele, saberiam como dar fim a tais atos; mas agora percebia o mal que fez.

Não a este povo.

Mas a toda raça, que poderia ser destruída facilmente por seus protegidos caso permanecesse ali junto a eles. Os ajudando e ensinando.

Como se caminhasse para o corredor ele chega a velha casa na floresta, onde a senhora já não residia mais. Haviam se passado anos para ela, mesmo que isso não o afetasse.

Agora ali uma nova guardiã se escondia sabiamente, por ter a noção que lhe faltou: os humanos não estão prontos para entender certas coisas e as julgam como o mal.

Passeou os olhos pela coleção de lápides que a jovem moça cuidava com carinho, todas as pessoas que cuidaram desta casa ao longo dos anos, um local sagrado para as bruxas.

— Vim lhe devolver. — diz entristecido ao pôr sobre a mesa o cristal que ganhou de presente.

Uma linda pedra, que os mortais atribuíram poderes, mas nada passava de uma forma de embutir seu próprio poder e aura ao desejar ao prama e a tudo ao seu redor, a forma humana de se conectar a algo que ele já nasceu embutido e emergido.

Guardou por carinho, um símbolo de sua conexão com tal raça.

E assim se virou retornando para onde sente que jamais deveria ter saído. Seu isolamento da eternidade, apenas a observar e zelar por aqueles que adorava. Sem os tocar, sem poder conversar.

Com o passar das eras acabou recebendo inúmeros nomes, dados pelos mortais humanos e outros feéricos; alguns eram bons e rezam para ele como faziam com seu deus nos templos religiosos e construções belas, outros o temiam como um demônio.

Passou a fazer parte de um panteão ao dividirem sua existência tentando o explicar, ou criavam um novo nome resumindo tudo ao unir temor e admiração.

E de fato era um ser poderoso que os amava, mas era incapaz de responder a seus pedidos; pois em maioria eram sob escolher um humano a outro: desejavam um emprego melhor e para isso ele teria de o favorecer a outro que igualmente o pedia a mesma coisa a mesma vaga, pediam proteção em um guerra o fazendo sofrer por não poder intervir entre o corte de duas espadas, dois rifles, duas granadas, duas ogivas.

Como escolher quem vencer?

Havia aprendido muito com sua intervenção, se cometesse o mesmo erro novamente o dano seria maior, e a cada século e evolução de sua raça favorita mais e mais não podia interferir.

...mas jamais pode.

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