3.1 - O outro...
2800 Words
Bem eu sou o caçula da família real e por tanto o com menos voz para opinar sobre quaisquer tomada de decisão, já que como todo caçula sempre fui o mais protegido do mundo, mundo este que sou louco para conhecer e desbravar.
Sempre imaginei que... tivesse muito mais do que me dizem, muito além do que eu podia imaginar; e quando vi aquele lugar eu...........
Acho que minha mente chegou a colapsar.
Mas deixa eu me apresentar devidamente antes: me chamo Los, nome dado em referência ao Sol, o astro brilhante responsável pela vida em todo o planeta, um nome pesado demais para uma criança e que ostenta muito aos olhos de todos. Olhar para o sol causa dor como se fosse olhar para um deus.
Eu não tenho nada de sol.
Sou tímido e recluso; se eu pudesse escolher um nome seria Eclipse pois até entraria na ideia de meus pais de cada filho ter o nome de uma fase da lua... ao invés de ficar fora assim. Afinal eu não gosto de me destacar ou de chamar a atenção, mas como membro da realeza todos os olhos estão sempre voltados em minha direção e portanto sempre dei o melhor de mim. Mas diferente de meus irmãos, não sinto que tenho um grande talento.
Eu sei que meu irmão já apresentou toda a família, mas como são muitos e os nomes são muito difíceis não me custa nada repetir:
Eu me chamo Los e tenho dezesseis anos, junto de Avon que tem vinte e sete anos e minha irmã mais velha que tem vinte e três anos; seriamos os guerreiros da família por assim dizer. Somos melhores com lutas do que com diplomacia e conversa; e eu especificamente me dou melhor com uma arma afiada e pesada do que com uma pena...
Minha irmã mais velha se chama Etnecserc e ela faz jus a seu nome, tudo que ela põe a mão cresce e floresce. Ela é ótima com herbologia e uma guerreira tão fantástica que todos a seu redor ficam besta. Sua arma favorita é a lança e ela ganhou uma forjada pelos oceânides quando fez dezoito anos, coisa que ela guarda com todo carinho.
Avon já é tão habilidoso que ganhou um arco dos elfos, ele consegue acertar até de costas montado em seu cavalo e se compara a um feérico em habilidades de combate.
Enquanto isso eu tentei forjar minhas próprias espadas junto de meu tio; ele disse ser um tipo de rito de passagem do seu clã e eu adorei ter esse momento com ele. Elas não ficaram perfeitas mas eu adoro elas, são pesadas e muito resistentes, a lâmina não ficou muito boa sendo quase cega, mas eu compensei a deixando serrilhada como uma pedra lascada e todos tem medo quando as vê. Ficaram intimidadoras e lindas.
Agora os irmãos inteligentes são: Etnaugnim minha segunda irmã e Aiehc que como o nome já indica é o irmão do meio. Ele foi o escolhido para ser o novo rei e está radicalizando tudo. Eu temo por ele, mas por algum motivo ele tem como segurança particular um tritão muito forte e violento que esmaga qualquer um que tenta fazer um atentado contra sua vida; fora que o povo está amando tanto as mudanças que fazem tudo o que podem para ajudar na regência. Aqueles que tentam algo acabam dedurados até pelas crianças ou idosos que aparentemente não seriam problemas.
Aiehc esta com vinte e um anos e é com toda certeza cativante. Ele quem deveria ter tido meu nome. Mas como inicialmente a ideia era todos terem nome de fases da lua a cheia sempre foi a mais cativante, e que exalta os olhos, encabeça os contos e o imaginário. Não posso negar que ele combina muito com o nome que tem.
Etnaugnim com seus dezoito anos sabe mais que muitos dos considerados sábios deste reino de ignorantes. Digo isso com o peito aberto pois ela tem a sagacidade de alguém que já viveu muito, pois conversa com todos os seres não humanos denominados de Feéricos tendo essa grande trocar de conhecimento sobre tudo o que existe.
Desde jovem ela se embrenha nas florestas e volta com um novo amigo e uma ótima história para contar. Todos temem que ela se case com uma das criaturas que sempre a acompanha, um ser assustador que perambula pelas paredes na penumbra da noite. Para mim ela combina com seu nome por seu dom de desaparecer.
Totalmente cativada pelos seres mágicos do mundo, ela costuma sumir junto a eles.
Como pode ver eu não combino nem com meu nome e não sinto que tenho um lugar neste reino ou que seja útil para qualquer coisa.
― Ola. Tem um minuto caro irmão? ― Ele me surpreende no corredor. Um por não estar com o manto de rei que teimava em deixar de usar; trajando apenas em ocasiões especiais e segundo por eu estar tão distraído que quase gritei.
― Claro. O que ouve? ― Perguntei enquanto seguíamos para a cozinha a fim de roubar alguma coisa antes do jantar. Mania que não perdemos desde a infância e fico feliz em ver que ele manteve mesmo com a coroa de rei sobre a cabeça.
― Soube que deseja se tornar Aventureiro. E que a condição de nossa mãe foi que tivesse ao menos um grupo de confiança com você. ― Diz pensativo ao caminhar com seus passos arrastados. Quando ele andava assim já sabia que vinha coisa. ― Gostaria que fosse meu aliado. Teria como trazer coisas que percebe ser útil para o nosso povo?
― Como assim? ― Pergunto sabendo que se desse corda o cara viajava sem destino ou retorno.
― Gostaria que analisasse algumas coisas específicas e anotasse pra mim; eu confio no seu senso crítico. É capaz de ver o bom e o ruim como vai sair e viajar o mundo, podemos usar o que você vê nos meus planos. O tio falou sobre essa coisa de esgoto e eu fiquei intrigado. Um escoamento de água que elimina todos os dejetos é uma ideia maravilhosa, mas eu detestei a forma de estragar os rios para isso; estou pensando como resolver isso, mas preciso de mais informação. Então pensei que poderia ter outras coisas úteis feitas de uma forma ruim.
― Entendi o ponto. É mesmo muito legal, mas... certeza que quer que eu veja isso?
― Quem mais pode fazer? ― Ele diz pondo o braço sobre meu ombro. ― Você é o único que não vê como é incrível. Tem que dar um jeito nessa sua insegurança.
― Eu sei, eu sei.
― Já sabe quem irá levar?
― Ainda não. Mas estou pensando com cuidado.
― Faz bem. ― Diz me soltando para abrir a porta da cozinha e furtar um bolinho com a pose de um moleque desordeiro, e não de um rei.
― Mas que coisa! ― A cozinheira no costume, dá uma colherada na mão dele e eu me acabo de rir. ― Oh! Mil perdões meu rei... ― A mulher fica branca por um segundo, mas assim como eu, ele se acaba de tanto rir.
― Não teria graça se você não me acertasse. ― Responde mordendo um pedaço do bolinho e ela sorri saudosa por ter uma relação tão boa com o novo rei. ― Sabe... Acho que vou passar a comer aqui com vocês na cozinha. O clima no jantar está péssimo... ― Murmura se sentando em uma cadeira folgadamente conversando com a cozinheira que o olha surpreso. ― Eu sei que fui eu quem provocou esse clima ruim. Mas... pensa comigo: Se eu comer longe deles não tem clima ruim e prefiro uma boa companhia, por que isso tudo está começando a me dar dor de estômago.
― Mas... jantar com o rei é uma grande honra. Muito para simples serviçais.
― Não seja besta. Sem vocês isso não anda e o reino não funciona, são tão importantes quanto os membros da coroa; e ao meu ver até mais que esses folgados que só tem status e não fazem nada pra manter. Sem você ninguém come, sem ela ninguém tem roupas limpas. ― Diz apontando para outra criada que cora de emoção. ― Meu reinado dará mais valor a vocês. É algo que pra mim parece óbvio. O povo que faz um reino.
Não falei?
Cativante.
Roubei um bolinho e sai pensando no que ele me disse.
Ter um objetivo maior além de apenas conhecer o mundo me deixou bem animado.
Passei esse tempo refletindo e poucos dias depois estávamos partindo, e fizeram uma celebração incrível com direito a festa de despedida; coisa que era tradição para todas as partidas de Aventureiros, afinal isso era um risco de vida.
Olhava minha armadura no reflexo das coisas e até me sentia mais velho e forte como todos me julgavam ser. Fiquei me lembrando da minha primeira viagem para fora junto do tio, sentindo um arrepio no estômago pois desta vez eu quem seria o líder...
Olhava meu cavalo e o de Avon: o dele era alto e montado de músculos com uma pelagem escura como uma noite densa, a crina branca juntamente da calda o fazia o mais belo de todos os cavalos do nosso estábulo (na minha opinião); enquanto o meu era seu oposto: uma montaria focada em velocidade com pelos dourados que refletiam o brilho do sol e sua magnificência considerado o mais belo pelos especialistas.
Aiehc chega montando seu belo animal que de porte bronco e largo era focado em força de tração com patas tão peludas quanto a juba de um leão majestoso. Era um cavalo que chamava a atenção ao trotar elegante e forte enchendo os olhos de todos.
Já Etnecserc chegava trazendo algumas crianças em sua montaria e ao invés de ela mesma montar guiava o animal, que possuía a maior das crinas exuberante e longa que encantava todos os olhares com os arranjos que as crianças colocavam ali. Ela tinha esse dom, e sem perceber trazia sonhos a aquelas crianças.
E logicamente que Etnaugnim não veio com sua montaria pois ela havia o dado a seu "amigo" a anos, chegando junto dele pelos ares pousando e vindo me abraçar e a Avon como se fossemos três crianças.
― Se cuidem e não morram! Se não... ― Ela para um pouco sua ameaça para pensar. ― Eu vou invocar a alma de vocês e vão passar a eternidade dentro de uma boneca e um ursinho de pelúcia brincando com minhas filhas netas etc. Ouviram bem!
― E como. ― Avon ri da criatividade meio realista da ameaça dela. ― Voltarei não somente bem mas com tudo isso resolvido. ― Afirma com um sorriso forte.
Sua armadura clara como a neve mais pura ou o cristal mais cintilante havia sido polida e tinham detalhes novos que pareciam ter sido postos para aumentar a proteção contra as famosas lâminas dos Draconatos; afinal ele iria usar muito sua armadura e ela precisava perder peso e ganhar movimento. Já a minha... muito provavelmente a deixaria no navio... não tinha por que carregar isso, mas se eu não saísse com ela mamãe teria um colapso nervoso de preocupação.
A festa de despedida costumava ser rápida, e se constituía da entrega de presentes como alimentos e itens úteis à viagem. Apenas chamávamos de festa por conta da música que tocavam, um ino local de boa sorte e outras músicas tradicionais; fora a decoração linda para cativar o olhar daqueles que poderiam nunca mais voltar e ter isso como última memória de casa era reconfortante.
Nos despedimos e logo estava no navio rumo ao desconhecido.
Fiquei a admirar o navio de meu irmão zarpar junto ao meu em outra direção, embasbacado com sua coragem de ir enfrentar as criaturas mais perigosas e violentas do mundo.
Até as velas pareciam mais imponentes e fortes que as do meu navio e fiquei olhando a bandeira tribular ao vento pensando em tudo que ela representava para ele. Como ele levava este peso a sério... e como eu me sentia desapego a tudo ao meu redor.
Eu nunca entendi o significado da nossa bandeira... Um fundo todo azul seria referência a quantidade abundante de água que temos? A figura central parece um livro aberto em um tom de verde, já tinham livros quando inventaram ela? Nosso reino é tão novo ou a bandeira foi mudada? E essa árvore branca no centro do livro? O que era pra isso me dizer?
As asas negras saindo da raiz da árvore em comparação a coroa negra sobre a copa da árvore me deixava cheio de teorias.
Me sentei no convés olhando o mar e me lembrando da cidade que já estive e como seriam as demais que iria conhecer fora dos muros:
Parecia uma cidade normal, tirando o fato de não haver escolas ou comércios. Tudo ali parecia feito em base de pontos, ou seja, se você é um membro ativo e sai para caçar e matar muitas criaturas, então terá muitos pontos e pode gastar isso ao invés de dinheiro, ou pescar, até mesmo descer e cozinhar contam; já aqueles que não fazem nada...
A comida é gratuita e fornecida pelos clãs que os plantam, e tudo era natural sem ter lojas que trazem produtos de fora. Ou seja, bem artesanal.
Foi lá onde conheci minha amada Sakura... nome dado de uma flor que eles adoram; ela tinha seus doze anos, mas jurei que esperaria por ela e a faria minha esposa.
Seu sorriso é a coisa mais encantadora que já vi e seus olhos azuis indescritíveis; meu peito explodia de emoção ao imaginar como ela ficaria depois de "desabrochar como mulher" se já era a mais bela banhada com essa pureza.
Tão inteligente ela me ensinou um pouco de sua escrita usando pincel, e aprendi apenas a escrever meu nome e o dela, mas era só o que me importava mesmo. Saber seu nome. Conversamos apenas por sinais, mas nós entendemos de uma forma tão natural que só me fazia sentir mais e mais apaixonado.
Quando tive de partir ela verteu puras lágrimas que até pareciam pérolas e tentou me beijar; mas não podia deixar pois mesmo a amando com toda minha alma quatro anos é muita diferença para quem ainda é menor de idade. Mesmo sabendo que meus pais tem nove anos de diferença entre eles... eu teria de esperar para a levar comigo pelo menos quando fizesse quinze anos.
Agora olhando o mar tudo que me vinha em mente era sonhar com o futuro. Ao lado dela ou com meu próprio destino como um Aventureiro.
Tinha um motivo para voltar para casa vivo; ajudar meu reino a prosperar e levar minha amada para o conhecer.
oOoOoOo
Notas: (Recuperadas e postas em uma ordem lógica pelo historiador que a descobriu; Estas anotações foram igualmente encontradas nos destroços históricos do último castelo humano na terra, contudo não parecem fazer parte do relato do diário encontrado. Pela datação em carbono parecem terem sido feitas anos após suas viagens como uma conclusão.)
Depois de rodar o mundo inteiro tenho dados o suficientes para ter uma conclusão sobre tudo o que vi, sobre este mundo fragmentado que vivo. Noção de que não estamos sozinhos, do que existe através das estrelas.
Tenho tudo para crer que os seres feéricos vieram do mesmo lugar, assim como cara povo que se diz humano. Ainda tenho dúvidas se trata de espaço tempo, ou divergências de evoluções em escolhas. Minha esposa possui os mesmos traços que um reino aliado, e seu mundo seu fragmentos repetem as mesmas etnias que o meu, contudo...
Meu filho mais novo fala com algo na escuridão da noite. Isso me assusta e temo por ele. Minha esposa parece perceber e ver algo seguindo a criança que brinca com um amigo imaginário. Seja o que for parece desejar o bem da criança, mesmo que nos de medo.
Conhecer meus sobrinhos do céu está esclarecendo muito; apesar de crianças, tem muito conhecimento como se fossem de uma raça mais evoluída que a minha, assim como julguei tantas vilas por onde naveguei eles me olham. É interessante estar do outro lado.
Antes que queira me matar por fazer apologia a pedofilia "calma". Ele já falou isso no texto mas caso não tenha pego vou repetir: (n qro ser canselada kkk)
Ele falou que só vai tocar nela depois dos 18, mesmo a maior idade feminina sendo aos 15. Sendo que o namorinho deles é fofo e sem beijo só de pegar na não; lembrando que ele tem 16 agora e ela 12. (a diferença de 4 anos é a mesma q meus pais tem e eu e meu noivo, pois isso esconhi isso, ja que tinha inventado a diferença de idade dos irmão antes.)
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro