S1.09
REVISADO
Já se passaram alguns dias desde a corrida e daquela conversa desconfortável com minha mãe. Agora, estou jogada na cama, quase morrendo de cólica. Minha visita mensal chegou e, junto com ela, aquela dor insuportável.
Levanto da cama com dificuldade, pressionando a mão contra a barriga, e desço as escadas até a cozinha. Lá, vejo apenas Nick e Martin.
― Bom dia, Addison. Quer café? ― pergunta Martin, e eu faço uma careta de dor. ― Está tudo bem? ― ele pergunta, chamando a atenção de Nick, que para de tomar café e me olha.
― Sim... Onde tem remédio pra dor? ― pergunto, tentando disfarçar.
― O que você está sentindo? ― Nick questiona, e eu me viro para ele.
― Nada... ― murmuro, indo até o armário. Martin se adianta e pega o remédio para mim. ― Valeu, Martin! ― agradeço e tomo o remédio rapidamente. ― Se precisarem de mim, estarei no meu quarto.
Saio da cozinha e subo as escadas novamente. Minha mãe mencionou algo sobre sair com Will para resolver assuntos da empresa. Quando chego no meu quarto, me jogo na cama e me encolho, esperando a dor passar. Acabo adormecendo até ouvir batidas suaves na porta.
― Entra... ― murmuro, com a voz abafada debaixo das cobertas. A porta se abre, e vejo Nick entrando. Surpresa, levanto o cobertor do rosto. ― O que faz aqui? ― pergunto, intrigada.
― Trouxe algo pra você comer, trombadinha ― diz ele, segurando uma tigela e um copo de suco. Ele coloca tudo na escrivaninha ao lado da minha cama e se senta. Sigo seu exemplo e me sento, enquanto ele me observa. ― Por que está me olhando assim? ― começo a perguntar, mas paro quando sinto sua mão pousar suavemente sobre minha barriga. Fico paralisada com o gesto inesperado.
― Está com cólica... Por que não pediu uma compressa morna? ― ele pergunta com um tom de preocupação. Olho para ele, surpresa. Isso é bem estranho. Se fosse o Nick de sempre, ele nem ligaria.
Mas sua mão está quente e, surpreendentemente, isso alivia um pouco a dor.
― Eu... não sabia onde encontrar uma compressa ― respondo meio sem jeito, e ele retira a mão, levantando-se da cama.
― Vou pegar uma pra você e trazer outro remédio com água morna. Enquanto isso, coma ― ele diz, saindo do quarto.
Fico ali, atordoada. O que acabou de acontecer aqui? Cadê o Nick que eu conheço?
Termino de beber o suco e, no mesmo instante, Nick entra no quarto com uma sacola em uma das mãos e uma compressa na outra. Ele se aproxima, senta-se ao meu lado na cama e posiciona a compressa quente sobre minha barriga. Instintivamente, seguro a compressa, e nossas mãos acabam se encostando.
Olho para ele, e ele sustenta meu olhar por um momento.
― Foi mal... ― ele murmura, tirando a mão devagar e me deixando segurando a compressa sozinha.
― Tudo bem! ― respondo, e ele apenas assente. Em seguida, ele mexe na sacola e a entrega para mim.
― Aqui. Trouxe algumas coisas pra você.
Abro a sacola e dou uma espiada.
― Remédios, absorventes e... chocolates? ― digo, surpresa.
― Pois é... ― ele responde, tentando parecer indiferente. ― Foi meio estranho comprar essas coisas, todo mundo me olhava como se eu fosse louco ― comenta, arrancando uma risada minha. Deixo a sacola de lado, e ele me encara com uma expressão divertida. ― O que foi? ― ele pergunta, curioso.
― Cadê o Nick que eu conheço? ― pergunto, e ele franze a testa, confuso.
― Eu tô bem aqui, sua maluca.
― O verdadeiro Nick jamais faria isso ― digo, provocando, e ele revira os olhos.
― para de ser mal-agradecida ― retruca, levantando-se da cama com um sorriso no rosto. ― Só quis ajudar, mas se não quer, posso doar tudo, viu?
― Nem pensar! É tudo meu, pode ir ― digo, rindo. Ele sorri e sai do quarto, e eu não consigo deixar de sorrir também.
Foi um gesto fofo da parte dele... algo incomum, mas eu gostei.
Logo em seguida, meu celular vibra. Ao pegar o aparelho, vejo que recebi uma nova mensagem anônima:
"Você deve manter a boca fechada, vadia!"
Suspirei, ignorando a mensagem. Nos últimos dias, venho recebendo esses tipos de mensagens, mas até agora preferi não dar atenção.
A festa da empresa do Will é hoje à noite, e, mesmo sem vontade, sou obrigada a ir...
― Você vai acabar embalsamada em algodão e gelo ― ouço a voz de Jenna, e olho para a porta, vendo que ela entrou junto com Noah. ― O plano é o seguinte: café da manhã no But Club e depois salão. Que tal? ― ela sugere, lançando um olhar cúmplice.
― Também acabei de acordar ― Noah reclama, se jogando ao meu lado na cama. Eu rio.
― Tô de TPM ― comento, e Jenna solta uma risada.
― Desde quando isso é desculpa pra não se arrumar? ― ela pergunta, cruzando os braços.
― Sabe de nada, garota... ― brinco, e ela ri.
― Ontem vi seu namorado bonitão ― Jenna provoca, e eu a encaro com os olhos semicerrados. ― O cara da festa...
― Não era seu ex? ― Noah pergunta, com uma expressão de surpresa.
― Ele é meu ex ― suspiro. ― Terminamos há dois anos pelo mesmo motivo que aconteceu com você. Mas ele ainda não superou e continua me perturbando.
― Isso não significa que ele não seja bonito ― Jenna comenta, dando de ombros. Eu reviro os olhos, e ela logo muda de assunto. ― Enfim, o que vai usar na festa?
Faço um som de frustração, enquanto Noah dá risada.
Desço do carro e encaro a mansão à minha frente. O evento da empresa do Will aconteceu, e eu fui... só que, adivinha? Nick não apareceu. Não que eu me importe, certo?
Quem eu tô querendo enganar? Eu me importo, sim. Desde o dia da corrida, não consigo parar de pensar nele. E hoje de manhã, quando ele apareceu com remédios e chocolates, sendo incrivelmente atencioso, só fez tudo piorar. Fico tentando convencer a mim mesma de que tanto faz, que não significa nada... mas não consigo ignorar o efeito que ele tem sobre mim.
( Roupa que ela tá usando 👇 )
Caminho até a entrada de casa e, antes de entrar, me viro para olhar em direção ao carro. Minha mãe desce, seguida pelo Will, que parece um pouco decepcionado - claramente por conta da ausência do Nick no evento. Em seguida, vejo Noah saindo do carro e se aproximando de mim.
― Você tá bem? ― Noah pergunta, me olhando com certa preocupação.
― Estou ― respondo, tentando soar casual. ― Não foi comigo que o Nick furou o compromisso ― acrescento, fazendo-a rir.
― Não tô falando disso... ― ela responde, e eu arregalo os olhos, confusa.
― Então, por que perguntou?
― Você tá meio pálida ― minha irmã comenta, franzindo a testa. Eu suspiro.
― É que ainda não comi nada ― explico, e ela assente. Entramos juntas em casa, e assim que cruzo a porta, pego meu celular. Abro o app de mensagens e vejo o nome de Nick nos stories. Curiosa, clico para ver.
É um vídeo dele com uma garotinha loira. Ele sorri e parece relaxado, brincando com ela. Um sorriso involuntário surge no meu rosto, mas logo me desligo do celular ao ouvir um rosnado atrás de mim. Viro-me rapidamente e dou de cara com Thor, o cachorro da família, me encarando com aquele olhar atento e cheio de energia.
― Ei, grandão ― digo, abaixando para fazer carinho nele, enquanto Noah passa por mim rindo.
― Ele já tava com saudades ― ela comenta.
Dou uma última olhada no celular antes de deixá-lo de lado, mas a imagem do Nick e da garotinha ainda paira na minha mente.
Nick finalmente chega em casa, estaciona o carro e entra, surpreso ao ver as luzes apagadas. Ao se aproximar da sala, enxerga Addison deitada no sofá, distraída com o que passava na TV e acariciando Thor, que dormia sobre suas pernas. Ele observa por um instante, admirando a tranquilidade dela e cada detalhe que se destacava na penumbra do ambiente.
Ele se aproxima, chamando o cachorro com um sussurro. Thor se levanta e Nick ocupa o espaço livre no sofá, mas Addison mantém os olhos na tela. Ele olha também e ri.
― Essas manobras são impossíveis! ― comenta, puxando assunto.
Addison demora a responder, mas enfim responde, ainda de olho na TV.
― São bem possíveis, sim ― ela rebate. ― É só puxar o freio de mão e girar o volante 20 graus pra direita e depois 60 pra esquerda.
― Vinte e sessenta? Parece até senha de cofre ― ele brinca, sorrindo.
Addison finalmente o encara, mas sem perder a expressão calma.
― Você furou com a Ana na festa. Onde você estava? ― ela pergunta, tomando coragem para questionar a ausência dele.
Nick desvia o olhar.
― Com alguém que precisava de mim ― responde, enigmático.
― Pensei que eu e a Noah éramos suas únicas "irmãs" ― ela responde, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. ― Olha, sinto muito por...
― Não importa ― ele interrompe, de repente sério.
― Importa, sim! Naquela hora, eu podia até não ligar, mas... ― ela insiste, antes de ser interrompida pelo toque gentil do dedo dele sobre seus lábios.
― Não importa ― ele repete em voz baixa, enquanto a mão sobe para tocar sua bochecha. ― Você me ajudou a recuperar aquele carro, e é só um carro. Eu me importo mais com... com outras coisas.
Addison sente um arrepio e, pela primeira vez, permite-se baixar a guarda. Ela sorri, meio sem jeito.
― Você parece realmente se importar comigo... uns dias atrás, nem gostava de mim ― ela diz, rindo com ele. ― O que mudou?
― Eu também não sei ― ele murmura, enquanto ambos ficam próximos o suficiente para sentirem a respiração um do outro. Sem palavras, Nick se inclina, tocando o nariz no dela. A tensão entre eles é palpável; ambos sabem das consequências, mas naquele instante, nada mais parece importar.
Em um impulso, Nick a puxa pela nuca, selando seus lábios num beijo intenso e cheio de desejo. Addison se aproxima mais, aprofundando o beijo enquanto as mãos dele deslizavam por sua cintura e coxas, traçando um caminho que faz seu corpo arrepiar.
― Isso é errado... ― Nick diz, interrompendo o beijo, mas sem se afastar muito.
― É, isso é bem errado ― ela concorda, ainda de olhos fechados enquanto ele acaricia seu rosto.
― Você é minha meia-irmã... isso pode trazer problemas ― ele murmura, embora não pareça convencido da própria fala.
Addison abre os olhos e o encara, com o olhar determinado.
― Desde quando você se importa com o que vai acontecer? ― ela rebate. ― E nem sou sua irmã de verdade. Isso é só um rótulo. Não tenho o seu sangue ― ela diz, sorrindo, e ele a acompanha.
― Eh... ― ele responde baixinho, e então se beijam novamente. Mas, dessa vez, Nick parece vacilar. De repente, ele interrompe, colocando as mãos nos ombros dela e afastando-a com gentileza. ― Addison, não me deixa fazer isso de novo ― ele diz, respirando fundo.
Ela ri, indignada.
― Espera aí, você é quem fica se aproximando, e eu que tenho que evitar? ― pergunta, incrédula.
Addison sente um misto de frustração e confusão enquanto ele abaixa a cabeça, parecendo irritado consigo mesmo.
― Eu não sei qual é o meu problema! ― ele diz, exasperado.
― Eu sei ― responde Addison, encarando-o. ― Mas você ainda não tá pronto pra ouvir. Quer saber? Esquece. Esquece tudo isso. ― Ela se levanta, irritada. ― Você só complica as coisas!
Ela se vira para sair, mas Nick tenta segurar sua mão, sem sucesso. Addison deixa a sala, enquanto ele passa as mãos pelo rosto, frustrado com as próprias palavras.
Logo em seguida, a porta se abre, e Rafaella surge na penumbra.
― Nick! ― chama ela. ― Você acha que o que fez hoje foi certo? ― Ela cruza os braços, séria. ― Não era só uma festa da empresa. Era nossa apresentação como família. Precisamos passar a imagem certa, e seu pai está lá em cima. Acho bom subir e falar com ele.
Nick suspira, assentindo.
― Já estou indo ― responde, levantando-se. Com uma última olhada na sala vazia, ele sobe as escadas, deixando a confusão dos sentimentos para trás, ao menos por agora.
CONTINUA...
O QUE ACHARAM DESSE CAPÍTULO???
NICK SENDO O NAMORADO DO SONHOS DE TODAS AS FANFIQUEIRAS E O AUGE KKKKKKKKKK...
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DESSE CAPÍTULO...
ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO 😘😘😘
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