S1.16
REVISADO
Assim que chegamos, desço do carro correndo e enfrento a casa. Vejo minha mãe, Will, Mário e a polícia. Sinto o peso dos olhares sobre mim, mas ignoro.
- Quem pegou ela? Quem pegou a Noah? - pergunto, me aproximando. - Como conseguiram fazer isso?
- Nós estávamos juntos... - Mário começa, tentando chamar minha atenção. - Eu parei no posto de gasolina para ir à loja de conveniência e deixei ela no carro. Quando voltei, ela não estava mais lá...
- Conseguimos acesso às câmeras do posto - diz um policial, aproximando-se com um notebook. Ele dá play no vídeo. - Impossível! Só dá para ver as sombras! - analisa ele, frustrado.
- Esse é o Ronny - Nick diz, chamando atenção para um ponto na tela. - Eu o conheço de longe, aquele canalha.
- Tem certeza? - pergunta o policial, e Nick assente. - Tudo bem, vamos pedir um mandado de busca.
- Não vai dar tempo - respondo, minha voz tremendo. Todos param e me olham. - Daqui até vocês chegarem lá, ele já vai ter sumido - digo, virando-me para Mário. - Por que você deixou ela sozinha no carro? - pergunto, a voz se elevando. Antes que eu possa avançar, Nick me segura.
- Addison, para! - minha mãe ordena, colocando-se entre nós, e sinto as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
- Se algo acontecer com a minha irmã, eu mato você! - digo, apontando para Mário. Me solto de Nick e coloco a mão na cabeça. Vejo minha mãe se sentar, cobrindo o rosto com as mãos.
- Como eu ia adivinhar? - Mário questiona, mas eu ignoro.
- Mãe... - chamo, me aproximando.
- Não fala comigo, por favor! - ela responde, afastando-se. - Vai embora! - ordena, e eu enxugo as lágrimas.
- Ir embora? Você está falando sério? - indago, indignada. Ela me olha com frieza. - Você fez questão de me trazer para cá, e agora vai me descartar como lixo? Se quer que eu vá embora, resolve isso você mesma! - digo, afastando-me dela, e Nick vem atrás de mim.
- Ei, fica calma, ok? - Nick diz, segurando meu rosto entre as mãos. Sinto a pressão.
- Olha... - Will chama nossa atenção, interrompendo o momento. - Quando a Noah sair dessa, vocês duas nem pensem em se aproximar - ele diz, e eu dou uma risada sarcástica.
- Você está falando sério? - pergunto, e ele me olha com determinação. Um frio percorre meu corpo. - Oh meu Deus, você está mesmo falando sério... - digo, me aproximando dele, mas Nick me segura.
- Não, não faz isso - ele nega com a cabeça. Respiro fundo, olho para Will e digo: - Coloca uma coisa na sua cabeça: você é o marido da minha mãe, não meu pai! - As palavras saem com uma raiva reprimida. - Doeu, né? Ótimo, espero que essa dor dure - digo, e ele se afasta.
- Addison... - Nick tenta intervir, mas eu o interrompo.
- Não, não fala nada - peço, e ele se cala. Coloco o cabelo para trás, tentando me acalmar.
- As lutas, as corridas... eu devia ter notado quando você perdeu a festa de gala - Will diz para Nick, o tom de sua voz carregado de reprovação. - Você me prometeu que isso tinha acabado.
- E sua mãe também! - ele responde, voltando-se para ela.
- Agora você vai falar comigo? - pergunto, sentindo a tensão no ar. Ela respira fundo.
- Addison, isso não é sobre parar de falar, é sobre você ter dito que ia parar! - ela retruca, o olhar sério.
- Eu nunca disse que ia parar. De onde você tirou isso? - retruco, sem medo.
- Você não percebe que suas corridas de gangues só trazem problemas? E agora sua irmã foi pega? Você não sente nenhum pingo de dor na consciência? - ela pergunta, sua voz transbordando preocupação e desespero. Eu fico em silêncio, sem saber o que dizer.
Acordo e tento me mover, mas percebo que minha mão está presa. Luto para me soltar, mas é em vão. Meu olhar se fixa em um copo de água próximo, e ao tentar alcançá-lo, percebo que não consigo. De repente, uma mão empurra o copo, fazendo-o rolar para longe. Olho para cima e vejo apenas a sombra de alguém.
- Vai se ferrar, Ronny, seu pervertido filho da puta! - xingo, minha voz carregada de raiva. - Te dou cinco segundos de vantagem para sair correndo. É tudo isso só porque minha irmã te venceu numa corrida de merda? Você tá louco? - O desespero e a indignação me consumem.
A sombra avança, e vejo um homem saindo do escuro. Reconheço-o imediatamente. É ele... meu pai.
- Sua irmã venceu a corrida? - meu pai pergunta, se aproximando com um sorriso cínico.
- Papai? - pergunto, fixando o olhar nele, uma mistura de incredulidade e raiva.
- Esse Ronny é um canalha - ele diz, balançando a cabeça. - Ele não me contou... - Um sorriso sinistro surge em seu rosto. - Enfim, vocês são minhas garotas - ele completa, e lágrimas ameaçam escapar dos meus olhos. - E como foi? - ele pergunta, tragando seu cigarro. Fico em silêncio, sem coragem de responder. - Deixa pra lá. Eu só peguei você porque quero e porque a sua irmã... - Ele se levanta da cadeira, olhando para mim com um orgulho distorcido. - Fico feliz em saber que te ensinei alguma coisa boa. Eu não sou um pai tão ruim assim! - diz ele, agachando-se na minha frente.
- Sua irmã falou das cartas que eu mandei pra ela? - ele pergunta, e uma onda de confusão me atinge. "Que cartas?" - Eu deveria ter escrito pra você também, mas, sei lá, sentia que devia pelo menos escrever pra sua irmã - ele diz, sorrindo com uma malícia que me deixa inquieta.
- A Addison vai vir atrás de mim - afirmo, e ele solta uma risada despreocupada.
- Eu sei, por isso te peguei - diz ele, levantando-se e saindo da sala, me deixando sozinha e atordoada.
Que cartas?
Estou sentada no sofá da sala, apreensiva, esperando notícias da polícia. Nick está ao meu lado, segurando minha mão, oferecendo conforto em meio ao caos.
Vejo um policial se aproximar. Eles estão vasculhando o quarto da Noah, em busca de qualquer pista.
- Encontramos cartas - diz o policial, e me levanto imediatamente.
Cartas? Espera.
- Onde encontraram? - pergunto, meu coração acelerando enquanto olho para as mãos dele. - Vocês mexeram nas minhas coisas? Por que diabos mexeram nas minhas coisas?
- Estamos vasculhando tudo - ele responde, tentando manter a calma. Minha mãe corre até o policial e pega as cartas, enquanto Nick me observa, mas não consigo olhar de volta.
- Parecem anônimas - minha mãe diz, segurando as cartas e me lançando um olhar preocupado. Respiro fundo, uma mistura de ansiedade e confusão se instalando em mim.
O celular da minha mãe toca, quebrando o silêncio tenso. Ela nos mostra a tela.
- Número privado! - ela exclamou, antes de atender, colocando a chamada no viva-voz.
Rafaella: - Alô? - ela pergunta, e um silêncio pesado se instala, até que...
Noah: - Mamãe! - escuto a voz da Noah, e meu coração dispara. Me aproximo, a esperança brotando em mim.
Rafaella: - Filha! - vejo o alívio em seu rosto.
Noah: - Mamãe, a Addison... - ela começa, mas é cortada por outra voz.
Jonas: - Estou decepcionado com você, Rafaella! - A voz é familiar, e sinto um arrepio na espinha enquanto olho para minha mãe.
Rafaella: - Jonas, nem pense em machucar a Noah! - sua voz é firme, mas o medo está à flor da pele.
Ele não queria isso; ele quer chamar minha atenção. Sinto a realidade me atingir, e lágrimas escorrem pelo meu rosto.
Jonas: - Em todos esses anos, você nunca me visitou! Nem você, nem a Addison! - Ele pronuncia meu nome, e um calafrio percorre meu corpo. - Eu sei que ela está com você. Oi, filhinha! - Aquelas palavras soam como uma ameaça, e me aproximo da minha mãe, pegando o celular de suas mãos.
Addison: - O que você fez com a Noah? - pergunto, minha voz tremendo ao ouvir sua risada do outro lado da linha.
Jonas: - Até agora, nada! - Ele diz, a frieza em sua voz me gelando. - Vai depender de você!
Rafaella: - Do que você está falando? - ela pergunta ao meu lado, mas eu não consigo desviar o olhar do celular.
Addison: - O que você quer? - suspiro antes de perguntar, sentindo a pressão aumentando.
Jonas: - Me encontre perto do Lies Club! - ele ordena. - Apenas você! - sua voz é autoritária. - E depois, resolveremos isso.
Addison: - Ok! - respondo, o desespero e a determinação se misturando em meu peito. Ele desliga, e o silêncio na sala é ensurdecedor.
Eu desligo e devolvo o celular pra minha mãe, ia sair mais ela segura meu braço...
― Me solta ― mando, e ela não solta.
― Pra onde você vai? ― ela me pergunta.
― Pra onde eu vou? Você não ouviu nada na chamada? ― pergunto séria, colocando meu casaco.
― Estamos trabalhando nisso! ― ela diz, e eu nego com a cabeça.
― Não, não estão. Enquanto vocês acham que, ao chegar na porta do Ronny, ele vai abrir e chamar vocês pra tomar chá, eles vão estar um passo à frente ― digo, me aproximando dela. ― Vocês estão sentados aí esperando um milagre que ajude vocês, e adivinha? Eu sou o milagre! ― continuo. ― Ele me quer, e eu vou me entregar!
― Precisamos de mais informações dele ― o policial diz, e eu respiro fundo.
― Você não me ouviu? Não tem tempo pra isso!
― Você parece ter muito a falar! ― ela diz, se aproximando de mim, e eu me afasto dela.
― Não, eu não tenho. Me deixa em paz ― digo séria.
― Addison, precisamos confiar no trabalho deles ― Will diz, e eu rio sarcástica.
― Confiar no trabalho deles? Sério? ― pergunto, debochada. ― A Noah só está com ele porque eles soltaram o Jonas, não por minha causa ― digo, e ele respira fundo.
― Addison, não faça escândalo ― minha mãe diz, e eu a olho, desacreditada.
― É isso que você acha? ― pergunto, com os olhos cheios de lágrimas. ― Que tudo que eu passei por sua causa é um escândalo?
― Por minha causa? Eu não mandei você participar de corridas ilegais! ― ela diz, alterada.
― EU NÃO ESTOU FALANDO DAS CORRIDAS, MÃE! ― grito, chorando, e ela me olha confusa. ― Estou falando de tudo que eu passei até hoje.
― O que deu em você? Primeiro esconde cartas anônimas com ameaças, e agora quer fazer uma loucura dessas? Essa não é a Addison que eu conheço. Essa não é a minha filha! ― minha mãe diz, e eu sinto as lágrimas caírem.
― Essa Addison morreu há anos, mamãe ― digo, e ela me olha.
― Por que você não se abre comigo? Eu sou sua mãe!
― Você quer que eu me abra? ― pergunto, chorando. Olho para todos que observam nossa discussão, assinto com a cabeça e respiro fundo. ― Ok, vamos lá. Mas espero que, quando você ouvir tudo que eu tenho para dizer, sinta o que eu senti por sua causa... ― digo, olhando no fundo dos olhos dela. Desvio o olhar e encaro os policiais. ― E que as informações sejam suficientes para matarem aquele filho da puta ― digo, vendo todos me olharem. ― Porque, se vocês não matarem... eu mato.
CONTINUA...
AI GENTE CHOREI ESCREVENDO, A RAFAELLA NUNCA DEU VALOR A MINHA BEBÊ
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DESSE CAPÍTULO...
ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO 😘😘😘
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