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𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑜𝑖𝑠

   A copa nunca estive tão vazia quanto hoje neste mesmo horário. Muitas garotas nem comeram, e as que vieram comeram o mínimo possível o mais rápido que puderam. A cena foi deplorável, mal consegui comer espantada com a velocidade que a comida era posta na boca e engolida quase que imediatamente.

   Fui a única a ficar para ajudar a senhora Bailey, a velha cozinheira desse casarão. Ela já tem quase 60 anos e mesmo assim dá duro nessa cozinha, fazendo o possível e o impossível culinário para alegrar cada menina. Seu cabelo grisalho e rugas não a impedem de esbanjar beleza, seus olhos castanhos nunca apresentam cansaço.

   Sem pressa alguma auxílio na limpeza da cozinha, logo parto para ajudá-la com a louça. Ela parece incomodada com a minha presença, sabe que estou enrolado para ir me arrumar e ela não gosta nada disso, sempre me dá algum sermão sobre eu não me esforçar para alguma possível adoção.

     — Não vai se arrumar, querida? — pergunta chateada deixando a louça de lado.

     — Irei, mas não agora, tenho que ajudar a senhora. — respondi terminando de secar os talheres,

Um suspiro pesado preenche o ambiente, com o canto dos olhos vejo o olhar mortífero que ela me lança.

     — Pare de ser boba, sou velha, mas ainda sei me virar! — disse em tom autoritário colocando a mão molhada no quadril rechonchudo. — Vá se arrumar — ordena abrindo uma gaveta e pega uma colher de pau. — Anda, Angel! — ameaça me bater com ela e gesticula com a cabeça na direção da porta.

   Não contenho a risada, ela aparece se irritar ainda mais e então saio sem mais delongas. Ao chegar no quarto me deparo com uma verdadeira zona de guerra, mas sem todo o sangue e pessoas desmembradas, apenas acessórios atirados ao cantos, roupas espalhadas pelas camas e uma disputa ridícula para usarem o banheiro e o espelho que tem no quarto.

   Respiro fundo e concentro-me para iniciar a missão de atravessar o quarto sem pisar em nada. Depois de muito esforço e pausas para analisar bem o terreno minado, consigo chegar até a minha cama. Sinto que acabei de vivenciar um milagre e com certeza foi, estou orgulhosa por não ter quebrado nada.

   Sento-me na cama e logo me deito, coloco o travesseiro por cima da cabeça na esperança de abafar a algazarra, pode ser exagero, mas sinto que meus ouvidos irão sangrar a qualquer momento.

   Aproveito o momento para pensar no que irei usar, desde que eu não use o banheiro e nem necessite do espelho estará ótimo para mim. As garotas são muito educadas, no entanto, tratando de uma possível adoção elas piram, esquecem dos bons modos e encarnam o demônio dentro de si.

   Respiro fundo e prendo o ar por um bom tempo, até sentir minha cabeça rodar, isso ajuda a atordoar meus sentidos.

   Quando era criança, a senhora Danria me contou o motivo da minha alta sensibilidade, da minha força e da minha fome interminável pelo líquido vermelho que até então não sabia que era sangue. Naquele dia minha vida mudou, perguntas intermináveis brotaram em mim e as carrego até hoje, nenhuma fora respondida pelas Danria — questiono sobre isso também. Não me encaixo como humana e não carrego muitos estereótipo vampiresco, mas ainda sim sou uma, ou melhor, os dois.

   Sento-me na cama e retiro o blazer azul marinho e o deixo na cama, desfaço o nó da gravata e mantenho pendurada em volta do pescoço. Vou usar o uniforme, não estou afim de me arrumar, além do mais, o uniforme é lindo e digno de uma entrevista. Ele consiste numa saia de pregas xadrez que vai até às coxas, camisa social de mangas longas da cor preta e meias que vão até os joelhos.

   Passos cautelosos são dados atrás de mim, logo parte da minha cama se afunda. Não olho, pois sei quem é, seu perfume frutal é inconfundível.

     — Posso ao menos arrumar seu cabelo? A senhora Bailey não vai gostar nadinha se te ver assim... — disse Mary de forma brincalhona.

     — Claro. — respondo rindo. — Mas não faça nada extravagante, sabe que não gosto... — digo por fim olhando-a por cima dos ombro.

    Ela apenas assente com a cabeça esboçando um lindo sorriso sem mostrar os dentes.

   Armada com uma escova e vários laços no pulso ela começa a pentear meu longo e fino cabelo loiro. Seu toque é suave e delicado, dormiria facilmente se me permitisse. Seus dedos dançam entres as mechas separadas, entrelaçando uma entre a outra para formar uma trança lateral.

   Ela rola na minha cama e se põe em pé diante de mim, seus olhos atentos julgam o próprio trabalho, e seus dedos inquietos tiram fios do lugar para deixar a trança despojada. O sorriso largo anuncia o fim do seu trabalho e eu retribuo sem perceber de imediato.

     — Obrigado, Mary.

     — Não por isso. — disse lançando uma piscadela.

   Mary veio para o orfanato logo depois de mim, somos as mais velhas e criamos laços fortes nesse lugar, assim como eu, ela já não tem muita esperanças de um dia ser adotada.

   Trinta minutos se passaram e finalmente todas estavam prontas, algumas extravagantes, outras simplistas.

   Lá fora, ainda distante, ouço um carro se aproximar. Meu corpo contrai involuntariamente, os pelos eriçam como de um gato raivoso, o alerta de perigo grita dentro de mim quase de forma audível. Algo está muito errado, mas ainda não entendo o que é. Por que Anne permitiria que pessoas tão ruins adotassem uma de suas garotas?

   O caro para, a campainha toca, o salto encontra o chão e passos corridos são direcionados a porta. Eles chegaram. Uma conversa é troca, mas estranhamente não entendo uma palavra sequer. Meu coração pular alarmado e minha respiração perde seu ritmo.

   Sinto a senhorita Anne se aproximando, então trato de pegar meus óculos sem grau algum. Ele não carrega nenhum tipo de magia, também não necessito dele para coisa alguma, mas ainda sim, sempre uso-o quando alguma família vem nos visitar. Ele me faz sentir como uma adolescente normal, com problemas normais, meu autocontrole aumenta quando estou com ele. Um amuleto.

   A senhorita Danria entra em nosso quarto exalando alegria, sem nem falar nada as garotas já se animam ainda mais.

     — Estão todas prontas? — pergunta olhando uma a uma ainda sorrindo, noto que seu olhar não brilha e um calafrio percorre minha espinha. — Estão todas tão lindas! — diz arqueando as sobrancelhas e juntando as palmas das mãos na altura do rosto. — Devo dizer, a família Lewis está tão animada quanto vocês. — alarga o sorriso falso. — Vamos, eles querem conhecê-las.

   Bem atrás dela formamos uma fila organizada, perto da escadaria nos dividimos em três e descemos de forma sincronizada. A família presente conversa entre si, novamente não entendo uma palavra proferida.

   O homem é alto e de corpo em forma, sua camisa de flanela xadrez deixa isso em evidência. Com as mangas arregaçadas é notável as inúmeras tatuagens que cobrem sua pele, desenhos estranhos que desconheço o significado. Seu cabelo preto é tão intenso quanto o da senhorita Danria.

   A moça, de estrutura esquia, tem a pele mais clara que já vi, ouso dizer que é até mais que a minha. Seu cabelo castanho tem um comprimento exagerado que vai até seus quadris, eles caem formando ondas brilhantes. Posta dentro de uma jaqueta de couro e calça justa, diria que ela é uma perfeita motociclista.

     — Garotas, esses são os Lewis. — disse Anne dando alguns passos a frente para se juntar a família.

Eles enfim direcionam sua atenção a nós. Ambos carregam a escuridão nos olhos, algo maligno. Meu coração perde um dos batimentos quando o senhor Lewis para seu olhar em mim.

     — Olá, garotas. — disse a mulher sorrindo gentilmente, todas respondem em uníssono.

   Anne troca algumas palavras com o casal e sem falar mais nada os encaminha para alguma sala distante do hall. As garotas relaxam suas posturas, cochichos passam a correr entre elas enquanto terminam de descer os degraus. Inquietas, ansiosas para o chamado. Algumas conversam, outras andam em círculos frenéticos enquanto roem a pouca unha que lhes resta, poucas se mantém pacientes no sofá.

   Sento-me no segundo degrau da escadaria, abraço meu corpo com força e mantenho o olhar fixo no chão. Essa é a primeira vez que sinto medo, devo dizer que é um sentimento horrível. Cada célula grita por ajuda, mesmo não estando em real perigo.

   Mary senta ao meu lado e por alguma razão pousa seu braço sobre meus ombros, seu rosto se aproxima do meu carregando consigo um sorriso acolhedor.

     — Ei, relaxa... — ela afaga meu braço — Quer me contar o que está acontecendo? — pergunta mudando sua expressão, deixando clara sua preocupação comigo, não evito o sorriso de canto.

     — Está tudo bem, apenas um mau pressentimento... — digo quase num sussurro, com a voz fraca e rouca.

   Anne retorna com seu semblante fechado, pude ver o canto da sua boca tremer por um instante. Ela chama a primeira garota e desaparece mais uma vez.

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| CAPÍTULO NÃO REVISADO |

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