28.0
Atenção: É muito importante que vocês leiam esse capítulo ouvindo uma música chamada "I Don't Wanna Miss A Thing", do AeroSmith!💥
Corremos durante vários minutos, e eu não fazia idéia de para onde estava indo ou em que estava pisando. Bucky não soltou minha mão um único segundo e a única alternativa que me restava era confiar nele, mesmo que eu não estivesse confiando.
Durante um bom tempo, escutamos gritos e pancadas e até tiros, mas não paramos mesmo assim. É claro que eu estava bastante preocupada com o pessoal, afinal, por mais que eles fossem heróis, eles ainda podiam se machucar.
Aquela porcaria daquela subida não acabava nunca e eu nem sabia, exatamente, como Bucky estava enxergando alguma coisa, já que estava um escuro tão grande, fora a névoa...
Era quase humanamente impossível.
Então, depois de vários minutos de silêncio, comecei a sentir câimbra na barriga e acabei torcendo o pé no que parecia um galho, caindo no chão.
Bucky se agachou ao meu lado, voltando alguns passos.
-Hey, o que foi...?
-Eu tô cansada! - Reclamei, me irritando e explodindo com ele. - Eu tô correndo há sabe-se lá quanto tempo, não chegamos a lugar nenhum, meus amigos podem estar mortos! Deixa eu respirar um pouco, Bucky!
Ele não respondeu. Só enfiou as mãos nos bolsos do casaco e ficou olhando atentamente pela direção de onde viemos. O ar condensava assim que saia do nariz e da boca dele.
-Já descansou? - Bucky perguntou, rudemente, sem olhar para mim.
-Se eu disser que não, você vai esperar mais?
-Anda, Amber!
Rolei os olhos e levantei. Bucky voltou a me puxar pela mão. Voltamos a andar, dessa vez, apenas caminhando.
-Como sabe para onde estamos indo? - Indaguei.
-Eu estive aqui umas dez vezes para decorar o caminho. E eu tenho uma visão melhor que a de todo mundo por causa do soro.
-Posso acreditar em alguém que tem problemas de memórias?
Bucky não respondeu, apenas continuou me puxando, sem olhar para mim.
Finalmente, as árvores ficaram mais escassas e chegamos em alguns metros de solo reto, antes de começar a subir novamente.
Começava a nevar um pouco e, enquanto eu olhava ao redor, percebi que dava para ver bastante floresta dalí. Não percebi que tinha subido tanto, mas minha falta de ar e o zumbido nos meus ouvidos, fora a copa das árvores longíquas na minha visão, mostravam a altitude.
Bucky pisou várias vezes no solo e me soltou, olhando ao redor. Ele pegou o ponto e ligou, piscando em vermelho, após sentar na casca de uma árvore.
-Até que enfim! - A Voz de Natasha saiu entrecortada, mas alta. - Já estava ficando preocupada.
Sentei no chão, depois de derreter a neve e afastar as folhagens. Tirei uma garrafa de água da mochila e comecei a beber.
-Conseguiram despistar eles, Nat? Ou temos que continuar indo para longe? - Bucky questionou.
Tentei não ligar para o fato de que o tom de voz dele tinha saído muito mais suave com Natasha, do que foi a noite toda comigo.
-Claro que sim! Vinte minutos depois não tinha mais nenhum...
-Qual é, Desmemoriado?! Somos Os Vingadores!
Dei uma risada, ouvindo a voz de Tony, enquanto Natasha brigava com ele por estar se metendo e atrapalhando. Bucky revirou os olhos.
-Eu disse que podíamos ter parado todos e ter acabado com eles! - Bucky revirou os olhos. - Vocês vão tentar vir para cá...?
-Não. - A Voz de Natasha falhou. - ... No GPS, então, acampamos aqui e vamos de manhã assim que acordarmos.
Bucky suspirou.
-Okay, eu e Amber vamos ficar aqui, então, esperando vocês. De manhã cedo nos comunicamos.
-O Steve pediu para perguntar se a Amber está bem...
Bucky me encarou. Neguei com a cabeça e pus as duas mãos debaixo da cabeça, como se estivesse dormindo.
-Ela está descansando. E está bem, embora cansada...
-Tá. Vamos desligar.
-Okay, tomem cuidado.
Bucky desligou e me esticou uma lanterna. Assim que liguei, ele começou a montar uma barraca de acampamento. A neve tinha parado de novo, mas foi o suficiente para ele ficar cheio na barba e no cabelo, apesar do capuz.
Levou vários minutos (cerca de quarenta, segundo meu celular, que estava completamente sem sinal) para ficar pronta. Era até grandinha. Deviam caber três adultos dentro.
Estiquei a garrafa de água para ele, enquanto Bucky tentava acender uma pequena fogueira sem muito sucesso. Deixei ele tentar por vários minutos, até me encher.
Tirei minha luva e acendi em dois segundos.
Ele me encarou, sério.
-Não podia ter feito isso antes? - Perguntou, pegando a garrafa de água e bebendo.
-Não. - Dei de ombros.
Ainda estávamos há alguns minutos sentados perto da fogueira. Talvez, ele para se aquecer. Eu, porquê estava decidindo se valia a pena tentar puxar assunto.
Hope puxaria sem pensar dua vezes. Mas Natasha, talvez, o ignorasse durante algum tempo.
-Eu não vou dormir, Amber. - Bucky comentou, me assustando e alimentando o fogo com galhos do chão. - Se quiser ir para dentro da barraca, pode. Te acordo quando o pessoal chegar.
Assenti, levantando do chão e passando por ele. Talvez, fosse melhor não nos falarmos. Bucky não ia voltar para Nova York depois disso. Não valia a pena.
Tirei o casaco, já que não tinha mais tanta necessidade, e entrei no saco de dormir, pegando meu fone e o celular.
Tentei fechar os olhos e relaxar ao máximo, mas eu não conseguia dormir. Minha cabeça tinha pensamentos demais e todos tinham olhos azuis envolvidos.
Devo ter ficado cerca de meia hora deitada e perdi a conta de quantas vezes, cantei baixinho o refrão de uma música, já que o celular ainda tinha bateria.
Quando ficou bem claro para mim que eu não ia conseguir dormir, sentei na barraca e observei Bucky, do lado de fora. O fogo tinha apagado (ou ele mesmo para não chamar atenção, não sabia) e ele tinha uma manta enrolada nos ombros.
Bufei.
Eu não acreditava que ia fazer isso, mas...
Respirei fundo e o chamei.
-Bucky?
Vi os ombros deles estremecerem e Bucky se virar para trás.
-Que?
-Você não quer vir para cá? Está frio...
-Tô acostumado com o frio.
Silêncio. Esfreguei meu rosto. Seria mais difícil do que eu achei que seria. Suspirei alto e percebi que ele virou a cabeça, levemente.
-É, eu sei. Mas eu não estou! E estou morrendo de frio...
-Põe o casaco, então, Amber! E fecha a barraca!
Eu tentei. E muito. Mas quando eu percebi, já tinha tirado as luvas, levantado do chão, saído da barraca, esfregado uma mão na outra e formado uma pequena bola de fogo.
Bucky pulou de susto quando eu taquei a bola na direção dele e passou zunindo pela cabeça, parando em uma moita e incendiando.
Ele levantou de uma vez do chão, enquanto eu brincava com mais uma bola incandescente, e me encarou, assustado e com raiva, ao mesmo tempo que apagava o fogo da moita.
-Você perdeu a noção, sua retardada?! Quer que achem onde a gente está?!
-Eu quero que você me explique porquê, por qual motivo insano, você me abandonou e sumiu no mundo!
Bucky parou de apagar a moita e me encarou, com a mesma expressão de quando levou com um sapato na cabeça pela primeira vez.
Então, cruzou os braços e ergueu o queixo.
-Eu não te devo satisfações, sua metida!
Taquei a bola, fazendo Bucky abaixar para não atingir ele.
-Eu achei que você não era mais o mesmo imbecil! Mas pelo visto me enganei, não é?!
-Me deixa em paz, Ridícula!
Bucky virou de costas, sentando, ainda de braços cruzados. Outra bola de fogo passou por ele. Bucky se virou e me encarou, levantando e tacando uma bola de neve em mim.
-Quer parar de tentar me incendiar?! Perdeu a noção do perigo?! E desde quando você sabe fazer bolas de fogo, sua imbecil?
-Desde que você foi embora, seu panaca egoísta!
Ele me encarou e chegou pertinho. Ergui o queixo e o nariz, o encarando seriamente, enquanto cruzava meus braços. Nossas respirações chegaram a se misturar e o tom de voz dele saiu tão grave que me arrepiou.
-Do que você me chamou?
-De panaca egoísta! - Respondi. - Você não pensou em mim um único segundo antes de ir embora?!
Bucky cerrou o maxilar, enfiando as mãos nos bolsos. Continuei falando.
- Você não pensou que talvez, eu gostasse mesmo de você e que eu ia sentir sua falta?! Não! Porquê você só se importa com você! Porquê sua amizade com o Steve é tão importante para você que você preferiu fugir! Mas sabe o que é pior? Que você disse que eu era importante! E que ia estar sempre comigo! Você não passa de um babaca mentiroso e egoísta, igual a ele!
-É mentira! - Bucky respondeu, com raiva.
-Não. Não é! E você sabe disso...
-Eu não sou egoísta! E... - Os olhos dele encheram de água.
Não se ouvia nada além das nossas respirações condensadas e pesadas. Bucky abaixou a cabeça. E falou, com mais calma, se afastando.
-Vai para dentro da barraca. Por favor. Eu não quero falar com você...
Andei até ele e puxei o rosto de Bucky para mim. Ele me encarou.
-Eu quero falar com você, Bucky.
-Amber... Por favor!
-Por favor, o que?! - Reclamei, soltando ele. - Me conta porquê você foi embora. Ou eu é quem não quero mais falar com você!
Bucky ponderou. Balancei a cabeça, dando meia volta e entrando na barraca. Para minha surpresa, passos pesados me seguiram.
Encarei Bucky, que se jogou, ajoelhado ao meu lado, e fechou a barraca. Tentei não pensar que estava em um lugar totalmente fechado. Ele deve ter reparado nisso, porque se virou e abriu o zíper até metade.
Quando falou, ele estava um pouco alterado.
-Eu não sou um egoísta babaca, Amber! Eu nunca fui! Eu pensei no Steve, sim, porque a amizade dele é a coisa mais importante do mundo para mim! - Bucky hesitou. - Ele me estendeu a mão quando eu mais precisei, foi capaz de lutar uma Guerra por mim e até de brigar com o melhor amigo!
Cruzei os braços, encarando meus joelhos, me sentindo envergonhada.
-Sobrevivemos à uma guerra, a um século de distância, a divergências... Mas sabe ao que nossa amizade não resiste? A você!
Bucky sentou no chão e apoiou as mãos nos joelhos.
-Então, sim, eu pensei muito no Steve quando decidi sair de Nova York. Para que ele pudesse ter você completamente e sem preocupações. E não, eu disse que não apoiava, de jeito nenhum a forma que ele dizia gostar de você, mas ele tinha razão: Eu não podia julgar ele, Amber. Eu era um galinha! E era exatamente assim que eu agia quando era jovem.
Continuei calada. Mas ergui os olhos e o encarei. Eu sentia que ele precisava colocar aquilo para fora, mais do que eu precisava desabafar a falta dele.
Meus olhos bateram no pescoço dele, vendo uma correntinha dourada com um "A" cravejado de pedrinhas. Reconheci meu cordão e senti meu corpo inteiro gelar.
Eu tive vontade de chorar. Bucky continuou falando, sem perceber isso.
-Mas sabe mais uma semelhança entre nós? Nenhum dos dois ficou com o amor das nossas vidas: O Steve age assim porque não tem a Peggy e eu agia dessa forma porque não tinha... - Silêncio. Bucky esfregou os dedos pelos cabelos. - Porquê eu não tinha e nunca ia poder ter você. Não só porque você me odiava, mas Porquê eu prometi para mim mesmo que não ia tentar te tirar do Steve! Ele gostou primeiro, de cara. E eu gostei com o tempo.
Meus olhos encheram de água. Nada saiu da minha garganta.
-Eu não saí de Nova York só por causa do Steve. Eu saí por sua causa...
-Minha causa?! - Retruquei. - O que foi que eu fiz?!
Bucky ficou em silêncio. Insisti mais duas vezes, mas ele simplesmente deitou e parou de falar, virando para o outro lado. E só então, percebi que meu celular ainda tocava "I don't Want to Miss a Thing".
Fiquei quieta, observando o vai e vem das costas dele.
E acabei levando um pequeno susto quando Bucky começou a cantar, baixinho, um trecho.
-Deitado perto de você... Sentindo seu coração bater... -Encarei ele. - E eu estou me perguntando o que você está sonhando... Querendo saber se sou eu que você está vendo...
Abracei meus joelhos e comecei a cantar junto.
-Então, eu beijo seus olhos... E Graças a Deus, estamos juntos...
Bucky se virou para mim, surpreso. Nos encaramos. Continuei a música.
-E eu só quero ficar com você nesse momento para sempre... Para sempre e sempre...
Bucky fechou os olhos e suspirou. Depois, encarou o teto da barraca.
-Eu queria que você fosse feliz. - Ele começou a falar, sem olhar para mim. - E Você estava feliz, Amber. Antes da Guerra, quando saiu com o Steve. Antes que eu saísse de Wakanda, com o Steve...
-Bucky...
Ele levantou e enxugou os olhos, me encarando .
-Eu nunca devia ter saído de Wakanda. Eu nunca devia ter aceitado morar com o Steve ou... Ou ter me preocupado quando te vi chegando toda nervosa... Eu tentei me manter longe, Mas eu acho que nunca superei você.
Comecei a chorar. Ele não podia estar dizendo o que eu achava que ele estava. Ou podia?
-E quando eu... Quando eu percebi que dava para a gente ser amigo, que você não me odiava mais... Eu tentei...
E aí, foi Bucky quem começou a chorar.
-Eu tentei me convencer de que isso bastava. De que ver você e o Steve juntos e felizes, bastava. Só que... Ele estava te escondendo coisas e te tratando como um objeto e eu nunca teria feito isso com você, nem mesmo quando éramos jovens!
As lágrimas corriam pelo meu rosto. Bucky engatinhou até a minha frente e se ajoelhou, usando o dedão para limpar minhas lágrimas.
-E aí, ele disse que estava disposto a ficar com você e que eu teria que lutar para te ter. Porquê ele percebeu, Boneca. Ele não é burro. Eu amo você e não sei esconder mais isso. Todo mundo nota! Até o Tony que nem é meu amigo sabe que eu sinto algo por você...
Bucky enxugou o rosto.
-E sim, eu te abandonei. Eu não lutei. Porquê você não é um prêmio. E se ele te quer tanto, ótimo! Ele que fique com você. Eu não vou me meter e estragar o que vocês tem! Eu só quero ver você feliz, Amber. Mesmo que seja nos braços de outro cara, que seja... - Bucky fechou os olhos. - Que seja com o meu melhor amigo. Mas eu não ia conseguir ver você de casalzinho com ele, não ia conseguir fingir que estava tudo bem e...
Encarei Bucky, esperando.
-Eu não ia conseguir fingir que eu não me apaixonei de novo por você. Então, foi pensando em você e no Steve que eu disse que ia ficar para trás para tomar conta de você, e fui para Wakanda. Mas eu não consegui não me despedir e por um momento, Boneca, eu...
Voltei a chorar. Eu não sabia o que pensar.
-Eu quase não fui. Mas não me chama de egoísta. Eu não fui egoísta. Eu não pedi para o Steve fazer uma escolha, eu não bati o pé e disse que você era minha... Eu... Queria tanto ter sido um pouco mais egoísta com você! Queria tanto ter disputado você com ele... Mas eu entendo que você está melhor com ele...
-Eu não... - Respirei fundo. - Eu não estou com ele.
Bucky franziu a testa e usou a blusa para enxugar os olhos, me encarando.
-Não?! Mas ele disse que vocês tinham feito as pazes e se beijaram... E aquele abraço lá naquela sala...
Ajoelhei também na frente de Bucky. E segurei o rosto dele.
-Bucky, foi um único beijo. Por carência. E eu teria abraçado qualquer pessoa que tivesse alí... O que eu vi sobre mim, era muito pesado.
Bucky segurou minhas duas mãos, contra o rosto dele, beijando a palma de uma. A porcaria do celular ainda estava tocando a música no modo repeat, preenchendo o ambiente.
-Você não está com ele?
-Você não sabe?
-Pedi para não me contarem nada...
-Terminamos no dia em que descobri que você foi embora. - Expliquei. - A Natasha disse que você pergunta por mim.
Bucky suspirou e concordou.
-Eu tenho que verificar se valeu mesmo a pena me manter longe.
Neguei e cheguei mais perto dele. Uma das minhas mãos desceu para o peito dele, puxando a correntinha e a observando, espalmando a mão contra o coração de Bucky.
-Não. Não valeu. Você não sabe o quanto eu desejei você do meu lado, Bucky. Mesmo tendo Steve.
Ele começou a chorar.
-Você não sabe o quanto eu queria um abraço, ou um beijo na bochecha. Quantas vezes me machuquei e não tinha você para me ajudar e me acobertar...
Mordi a boca, tentando me acalmar.
-Eu sonhei tantas vezes com você voltando... E eu acordava decepcionada... Eu queria dormir com você. Conversar. Eu... Queria até ouvir você me chamando de idiota, James.
Respirei fundo.
-Eu amo tanto você! Eu sempre amei e... Não me importo se você não se importa de me ver feliz com outro cara Porque quer minha felicidade. Eu quero você. Eu quero ter você. Te amar. Te adorar. Te beijar...
-Me beija, então.
Congelei igual uma idiota. E encarei Bucky. Ele sentou sobre as pernas e sorriu, enxugando os olhos.
Aquele maldito sorriso safado de quando ele era adolescente e que me fazia ficar com as pernas bambas.
Me ajoelhei entre as pernas dele e segurei o rosto de Bucky, tremendo. Nos encaramos. Ele lambeu os lábios, segurando minhas mãos.
-Eu não devia ter pedido isso...
-É tarde para se arrepender, Bucky.
-Eu não devia ter saído de Wakanda.
-Mas saiu.
-Era para você ser do Steve!
-Eu não sou dele. - Levantei os olhos dos lábios rachados pelo frio e o encarei nos olhos, enquanto guiava uma mão dele para o centro do meu peito. - Eu sou sua, desde aquela bolada. Que ironia... Eu achei que o cupido jogava flechas, não futebol!
Bucky soltou uma risada. Revirei os olhos.
-É sério, Bucky. Não ri! - Bucky me encarou, engolindo em seco. - Eu achei o Steve fofo, mas quem me tirava do sério, era você. Eu devia ter te contado quando você confessou que gostava de mim, mas eu fiquei tão em choque que... Não consegui.
Bucky suspirou. A mão ainda espalmada pelo meu coração, subiu para o meu pescoço e nuca. A outra foi parar na minha cintura, me puxando contra ele.
-Então... Quer dizer que a Senhorita Amberly Johnson era apaixonada pelo galinha do Brooklyn? O mesmo que ela jogou vários sapatos? Que ela vivia tacando cadernos? Que ela tentou enforcar...
Deixei meu rosto cair no peito dele, rindo de vergonha. Bucky riu.
-Você tentou me enforcar mesmo, né?
-Eu estava com ódio. - Murmurei, sentindo o cheiro dele e as mãos de Bucky nas minhas costas. - Você tinha acabado de ficar com a minha amiga. Na minha frente!
Bucky deu uma risada.
-Eu acho que te devo um pedido de desculpas, Amber.
-Um?! - Ergui uma sombrancelha e o encarei. - No mínimo, trinta!
Ele sorriu, fazendo carinho no meu rosto e se perdendo nos meus lábios.
-Achei que você tinha dito que queria me beijar, Boneca.
Revirei os olhos. E tentei, mas não podia perder a oportunidade.
-Você vai mesmo beijar uma Stark?
-Você não tem "Stark" no sobrenome. E juro por Deus, se você me enrolar mais um pouco para me beijar, Amberly, eu não vou responder por mim! Eu estou esperando há quase oitenta anos!
Dei uma risada, sentindo Bucky me puxar pela cintura. Selei nossos lábios e o puxei pela nuca, enfiando meus dedos naqueles fios macios e compridos.
A língua de Bucky passeou sobre meus lábios, até eu desistir de provocar ele e deixar ela me invadir, junto com o gosto dele.
Me puxando tão para si que achei que nos fundiríamos, Bucky explorou minha boca, soltando um leve gemido de satisfação que combinou com o meu.
Nenhuma boca que eu provei na minha vida inteira tinha aquele gosto. Nenhuma outra boca me fez perder tão intensamente o fôlego. Nenhum outro homem me fez quase incendiar de paixão, enquanto o agarrava perto de mim, ao máximo.
Bucky me abraçou pela cintura e me deitou em cima dos sacos de dormir, sem interromper o beijo de jeito nenhum. Cruzei as pernas na cintura dele e dei impulso, fazendo ele rolar para o lado e me inclinando por cima de Bucky.
Ele puxou meu cabelo com a mão metálica e com a outra, desceu discretamente, da cintura para meu quadril, parando só na parte de trás da minha coxa.
Minhas mãos brincaram com o zíper do casaco e só percebi que puxei para baixo quando Bucky sentou, me obrigando a sentar nas pernas dele.
Nossos olhos não tinham coragem de mudar para qualquer foco que não fossem nós mesmos. Ele tirou o casaco e jogou longe. Também puxou as três blusas que usava de uma vez e vi Bucky ficar arrepiado quando o toquei.
Eu estava quente e o ar, gelado. Não tanto quanto lá fora. Mas ainda assim...
Minhas mãos subiram pelo abdômen definido, pelo peito largo, e pelos ombros, parando na junção de pele e metal.
-É horrível.
-É lindo. - Fui honesta, o que fez ele me olhar como se eu tivesse um chifre na cabeça. - Você fica sexy demais com ele... Sabe quantas vezes eu fiquei pensando no que esses dedinhos aqui fazem?
Bucky ergueu as sombrancelhas e riu, vermelho. A luz da lanterna estava diminuindo significativamente, mas nenhum dos dois se importou.
-Primeiro de tudo: Você é doente mental? Segundo: Nada que esses outros dedinhos não saibam fazer também, Boneca.
Sorri, me encaixando melhor em cima do volume considerável que Bucky estava ficando. Ele gemeu, baixo, assim que comecei a rebolar, bem de leve.
-Eu posso confessar uma coisa? - Perguntei e não esperei resposta, mordendo o pescoço dele e beijando a linha da mandíbula. - Eu amo quando você me chama de Boneca.
-E quando eu te chamo de idiota?
Mordi o queixo dele, com força.
-Ai, Amber!
-Shhh! - Meus dedos desceram pelo pescoço dele. - Hoje, você é meu.
Saí de cima da ereção de Bucky e o forcei a deitar, desabotoando o cinto dele (No caso, Bucky me ajudou, porque estava apertado o furinho e depois, prendeu naquela argola), e depois, beijando a barriga de Bucky, que se contorceu embaixo de mim.
-Amber... - Bucky gemeu, assim que minhas mãos abriram o zíper dele e puxaram a calça para fora dos quadris.
-Quieto.
-Você quer? Mesmo?! Agora?! Não sei se esse é o melhor lugar...
Dei um tapa forte na coxa dele, o que fez Bucky dar um pulo de susto e me encarar.
-Eu mandei você ficar quieto, Bucky! Caralho...
Ele assentiu. Puxei a cueca antes que ele pudesse reclamar mais alguma coisa. Minha boca chegou a salivar.
Mas antes de me divertir, provoquei ele com as mãos até o deixar no ponto certo. O que não foi muito tempo. Bucky parecia que estava excitado só pela expectativa.
-Ah, meu Deus... - Bucky suspirou, quando me viu tirando a blusa e fazendo um coque no cabelo. - Ah, Deus...
-Bucky, fica quieto, merda! - Reclamei.
-Eu não consigo... Eu... É que eu tô meio... Ah, Deus...
Coloquei ele na boca. Talvez, eu tivesse planejado esse momento mais vezes do que o aceitável, mas eu também tinha mais idade do que o aceitável, então ignorei esse fato e foquei apenas na forma como o corpo de Bucky reagia.
Na forma como ele puxava meu cabelo, ou como arqueava o quadril contra a minha boca. Em como gemia meu nome, alto.
Eu nunca tinha me sentido tão incrível.
Cravei minhas unhas naquelas coxas enormes e arranhei do alto até os joelhos. Bucky gemeu mais. E eu dei um sorriso, tirando ele da boca.
Subi por cima do corpo dele. A lanterna já tinha apagado há muito tempo. Minha única forma de "ver" Bucky, era pelo tato.
Bucky sentou, me segurando contra ele. Nos beijamos e encaixei nossas intimidades, rebolando.
Bucky beijou e mordeu minha orelha, para em seguida, sussurrar:
-Quero te beijar, Amber.
Dei um sorriso, inclinando a cabeça para trás. Eu estava arrepiada. A boca dele percorreu meu colo, até achar um dos meus seios e morder, por cima do sutiã. Gemi. O puxei pelos cabelos, com força. Ele gemeu de novo.
Sorri mais uma vez.
-Tira minha roupa.
-Oh, Boneca... Se você soubesse quantas vezes eu quis ouvir você dizer isso...
Bucky tateou minhas costas, abaixando meu sutiã e beijando meus seios. Eu comecei a rir. Indiquei que o fecho era na frente e ouvi ele soltar um palavrão, xingando quem quer que tenha inventado os sutiãs.
A boca dele se concentrou em brincar com meus seios de novo, enquanto eu arqueava o corpo e ele sustentava minhas costas.
-Amber...
-Hm?
-Eu disse que quero te beijar, lembra?
Assenti. E só entendi o que ele quis dizer quando Bucky invadiu minha calça, passando o dedo gelado pela minha intimidade. Mordi a boca, tentando não deixar o gemido escapar.
Era ele quem ia implorar para me ter hoje.
-Bem aqui.
-Então, me beija.
Fui colocada no chão e senti as mãos dele puxando minha calça, com pressa. Ele separou minhas pernas, me segurando pelos joelhos, depois de jogar minha calcinha em algum canto.
Estremeci assim que a boca dele me lambeu, para em seguida, me sugar. O desgraçado sabia exatamente o que fazer, especialmente com aquela língua.
Os dedos me invadiram várias vezes e me estimularam, o que contribuiu para, minutos depois, eu ter puxado o cabelo de Bucky, com força, soltando um gemido mais alto.
Ele me beijou, com carinho, deitando por cima de mim. Perdi a noção de quanto tempo nos beijamos, sem termos a menor pressa, como se tivéssemos todo o tempo do mundo à disposição.
Se não fosse o fato de estarmos completamente pelados e se roçando um no outro, o beijo teria sido inocente.
Eu amei ainda mais ele por isso.
-Amber...- Bucky sussurrou, se ajeitando entre minhas pernas. - Não aguento mais...
-Você está implorando por mim? - Perguntei, segurando a risada, embora eu estivesse tão louca por ele, quanto ele por mim. - Logo você, Bucky Barnes?
-Se contar para alguém, eu te mato!
Puxei Bucky para cima de mim e deixei ele se ajeitar em mim, entrando devagar.
Minhas unhas desceram pelas costas dele, conforme Bucky avançou. Ele ronronou, como um gato.
Então, Bucky começou a se mexer, lentamente. Assim que acostumei, empurrei ele para o lado, sem deixar ele sair de dentro de mim. Subi em cima dele, apoiando minhas mãos no peito largo.
Bucky pegou uma delas e levou à boca, a beijando. E eu podia jurar que ele estava olhando diretamente para mim. A mão de metal, ele usou para me ajudar no ritmo, mas eu tirei ela do meu quadril e coloquei nos meus seios.
Era no ritmo que eu queria, não no dele.
Bucky sentou e me agarrou pelo quadril, me mantendo mais perto dele, enquanto sussurrava no meu ouvido que me amava.
Eu não queria que ele chegasse tão rápido, então, saí do colo dele. E o puxei para deitar por cima de mim. Bucky continuou investindo lentamente, enquanto me beijava. Cada centímetro me enlouquecia.
Puxei o cabelo dele, arranhando a nuca e o ouvi ronronar de novo, se esfregando em mim e correndo a boca pelo meu pescoço.
Ele chegou a perder o ritmo quando minhas unhas desceram arranhando de novo, até alcançar aquela bunda perfeita e se cravarem alí.
-Ah... Puta que pariu, garota!
-Então, você gosta que... - Respirei fundo quando ele retomou o ritmo, mais intenso e forte. - Que te arranhem... Interesante!
-Eu gosto que você me arranhe. - Bucky sussurrou, lambendo minha orelha.
Dei um tapa na bunda dele. Bucky gemeu.
-Só arranhe?
-Eu gosto que você faça qualquer coisa comigo, Amber.
Pedi para ele ir mais rápido, afinal, eu estava chegando quase lá. Nossos corpos entraram em sincronia e o nosso suor se misturou um no outro.
Meus gemidos eram abafados por beijos quentes e os gemidos de Bucky, pelo meu pescoço, onde ele distribuía beijinhos e mordidinhas.
O cuidado que aquele homem estava tendo comigo, o carinho, o jeito que me abraçava e me beijava...
Eu nunca podia imaginar que ia estar entregue ao amor de Bucky Barnes. Mas era isso que estava acontecendo.
Eu estava entregue, total e completamente. Eu era mais dele a cada vez que Bucky se perdia mais dentro de mim, em volta, ao redor...
Eu nunca imaginei que um dia, faria amor dentro de uma cabana, no meio do nada, com Bucky. Mas também nunca imaginei que faria amor com ele. Parecia surreal até Bucky Começar a ficar fraco dos joelhos.
Guiei a mão dele para nosso ponto de encontro, quando percebi que ele estava muito perto. Ele tinha se segurado muito tempo porque eu ainda não tinha chegado lá.
Cada movimento dele me fazia sorrir igual a uma imbecil. O encarei, tão perto, que via o vulto subindo e descendo sobre mim.
Quando eu ia imaginar que aquele idiota ia ser o homem da minha vida? Quando eu ia imaginar que ele seria, não só, um amigo, mas um porto seguro, alguém que eu confiava de olhos fechados e que me amava, ao ponto de achar que precisava se afastar para eu ser feliz?
Eu estava cansada de todo mundo me querendo a vida inteira e pegando para si, nem que fossem por alguns momentos.
Com Bucky, depois daquilo tudo, eu tive certeza que, mesmo me deixando livre, ele me amava, como nenhum outro homem jamais amou ou ia amar.
Bucky entendia minha essência. E gostava dela. Da mesma forma que eu entendia a dele. E gostava.
Gostava não...
-Eu amo você... - Sussurrei. - Eu amo você demais!
Bucky me levantou do chão e me fez ficar no colo dele, enquanto me beijava.
Cheguei a me assustar quando percebi que havia uma claridade laranja na barraca e que as minhas mãos, perdidas nas costas dele, pegavam fogo.
Bucky não parou de estocar e muito menos, demonstrou ter percebido que eu estava, literalmente, pegando fogo nas costas dele.
Meu corpo se contorceu em espasmos, enquanto Bucky bebia dos meus gemidos, estocando mais rápido ainda.
Meu fogo foi apagando até que sumiu por completo, junto com meus espasmos.
Encostamos nossas testas e nos beijamos, enquanto ele ficava quietinho. Eu o sentia latejar em mim.
-Eu te amo. Mais do que achei possível, Boneca. Eu sou seu...
Notei que ele se derreteu no meio disso e soltou um gemido abafado contra meu pescoço.
Meu. Ele era tão meu quanto eu era dele.
Bucky deitou, me puxando junto com ele. Eu me sentia extremamente quente, enquanto ele me dava vários beijinhos pela testa.
Me equilibrei bem em cima do corpo dele, apoiando a cabeça no peito, sobre o coração agitado. As mãos de Bucky percorreram minhas costas, me abraçando pelos ombros e me dando mais beijos.
Perdi a noção de quanto tempo ficamos em um silêncio completo e total, onde apenas os dedos dele percorriam meus cabelos e minhas costas, até parar um pouco acima da minha bunda.
-Fica?
Ergui meu olhar.
-Ficar?
-Você entendeu. - Bucky beijou minha testa de novo. - Comigo. Fica comigo. Não volta para ele, Amber. Eu não vou aguentar ter tido você dessa forma e te ver com ele...
Interrompi Bucky com um beijo. Encostamos nossas testas. As respirações tinham virado uma só.
-Você vai voltar comigo?
-Se Você me prometer que vamos ficar...
-A sua amizade...?
-Amber, uma vez na vida... Me deixa ser um babaca egoísta? Eu abri mão de você três vezes, e nas três ele desperdiçou as chances. Eu precisei de uma única para te fazer minha. O Steve que entenda! Nos amamos e...
Fechei meus olhos ao sentir os lábios dele nos meus.
-Nos amamos e nem o tempo foi capaz de apagar isso, Amber. Fica?
-Fico. - Sorri, igual uma boba. - Você volta?
-Assim que você entrar naquele avião...
Silêncio.
-Amber...
-Hm?
-Você andou de avião?! - Bucky deu uma risada, leve, meio incrédulo.
Silêncio. Respirei fundo. E decidi falar a verdade.
-Eu queria te ver. Se fosse só pela digital, eu não vinha. Mas eu queria ver você.
Bucky riu.
-Eu tô imaginando a cena. Meu Deus... Como eu queria te visto você dentro de um avião!
-Por favor, não imagine! - Pedi, o beijando, para interromper a risada. Funcionou. - Vamos dormir?
Bucky concordou e ficou quieto. E acho que ele achou que eu tinha dormido, porque logo depois, se esticou, pegando meu celular e ligando a música de novo, em um som baixo.
Também ouvi ele cantarolando, baixinho, enquanto mexia no meu cabelo.
-Eu não quero fechar os olhos... Eu não quero adormecer... Porque eu sentiria sua falta, Baby... E eu não quero perder nada...
Um beijinho na cabeça. E ele continuou:
- Porque mesmo que eu sonhe com você... O sonho mais doce não serviria... Eu ainda sentiria sua falta, Querida... E eu não quero perder nada...
Oooie, Pessoal! 🤣🤣🤣❤
Sim, eu não aguentei mais guardar esse capítulo só para mim! Então, adiantei o de amanhã para hoje! Kkkkk' E eu sei que ainda não respondi ninguém, mas vou fazer tudo mais tarde, okay?
E agora, eu quero saber o que vocês acharam desse capítulo?!?! EU TAVA TÃO ANSIOSA PARA POSTAR! Será que tem alguém com calor aí?! 👀
Mas sério, eu disse que tinha motivos para o Bucky ter feito essa besteira toda. Será que alguém ainda está com raiva dele ou foi perdoado?
Bem, mas e agora? Cês acham que vai acontecer o que?! Quero saber de tudo, tá?
Até o próximo!
Bjs 💖🥺
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