26.0
Foram três meses sem que eu tivesse notícia nenhuma de Bucky.
Nesses três meses, eu sabia que ele estava bem porquê ouvi uma conversa entre Steve e Natasha. Ele continuava em contato com eles, mas...
Nem mesmo um "oi" para mim.
Claro que eu não fiquei me lamentando pelos cantos, mas eu sentia falta dele. Sentia falta da implicância e de poder contar para alguém tudo que eu fazia escondido, ou de ter alguém para cuidar dos meus machucados.
Mesmo assim, a vida continuou: Eu e Steve fizemos as pazes e, agora, éramos amigos, muito embora fizesse algumas semanas que ele tentou avançar um pouco.
Se resumiu a um beijo e nada mais, porquê talvez, eu não tivesse vergonha na cara e estivesse carente.
Bem, também fazia cerca de um mês que Hope aceitou ajuda e começou a morar no apartamento com a gente.
No caso, ela não era a mesma Hope, mas depois desse tempo todo, ela já tinha entendido que tinha a visão errada da História e se arrependeu de tentar me matar e estar do lado errado.
É claro que mesmo assim, eu dormia com a porta trancada, porquê vai que.... Não é, mesmo?
Inclusive, eu tinha acabado de sair da Livraria do Senhor Lee e ido encontrar com o pessoal no Central Park. Enquanto observava Sam e Steve incentivando Hope a correr por alí, sentei na grama e fiquei observando os prédios.
Mais especificamente, aquele prédio que tinha o restaurante no topo dele.
-Você está bem? - Natasha sentou do meu lado, me esticando uma bola de sorvete de chocolate. - Está calada hoje...
Engoli em seco e dei de ombros, aceitando o sorvete. Ficamos em silêncio, vendo Hope quase morrer para acompanhar o ritmo de Sam.
-Ele pergunta por você, sabia?
Meu coração deu um salto e eu não tive coragem de desviar o olhar de um cachorro que correu para pegar uma bolinha. Dei de ombros de novo.
-Todas as vezes que fala comigo, ele pergunta como você está.
Engoli em seco.
-O que adianta? - Perguntei, com a minha voz saindo mais tremida que o normal. - Ele não está aqui, Nat. Ele...
Natasha esperou.
Era a primeira vez em três meses que eu falava um "A" sobre ele.
-Ele abriu mão de mim.
-Ele se afastou porquê na cabeça dele, você ia ficar melhor sem ele.
-Ele é um idiota!
Natasha riu, se jogando na grama.
-Isso eu sei, né? Mas você sabe há muito mais tempo!
Dei um pequena risada. Deitei do lado dela e fiquei encarando o céu.
-Amber, você sabe algo sobre um Projeto chamado Soldado de Verão?
Me equilibrei nos cotovelos, terminando o sorvete e pensando sobre isso.
Faziam quase três meses que eles tinham perdido o rastro da NovaCorps e não tínhamos muita notícia. Um ou outro Boato, inclusive de Tony que tinha ido para as Arábias, mas nada concreto de verdade.
-Soldado de Verão? - Nat confirmou. - Não... Quero dizer, sim. Você e o Steve falaram algo sobre isso quando acharam aqueles documentos, mas nunca mais ouvi falar...
Ela assentiu e sentou, abraçando os joelhos, enquanto olhava para Steve.
-Amber, você está sentindo falta dele, não é?
-De novo esse assunto, Nat? - Reclamei. - Eu achei que você estava falando sobre a NovaCorps! O que tem...?
-É que eu acho que você vai precisar encontrar ele.
Parei, igual a uma idiota, com a boca aberta, no meio da fala, e fiquei a encarando. Meu coração acelerou e eu não sabia se eu queria ou não ver ele.
-Por quê?
-"Por quê" o que, Gente?
Steve e Sam voltaram para o nosso lado e Hope se jogou, com força, na grama.
O tempo não estava quente, exatamente, afinal, uma brisa fresca batia pelo meu rosto.
-Eu estou conversando com a Hope, Steve... - Natasha hesitou. - Sobre aquele assunto...
Steve ficou sério e desviou o olhar.
-Por que eu vou ter que encontrar ele?
-Ele quem? - Hope questionou, me encarando.
-Bucky. - Sam informou.
-Ah...
Silêncio. Natasha suspirou.
-Tem uma base abandonada na Sibéria. - Foi Steve quem explicou. - Só que ela é a primeira base oficial da NovaCorps...
-Achei que a NovaCorps era americana. - Cruzei os braços.
-E é. - Sam confirmou. - Mas eles se expandiram para outros países.
Respirei fundo e esfreguei meu rosto, tentando buscar uma paciência que eu não tinha.
-E eu sou obrigada a ir ver ele....?
-Obrigada você não é. - Steve garantiu. - Mas seria de grande ajuda se você pudesse testar uma teoria com a gente.
-Testar uma teoria?! - Perguntei, incrédula.
-Achamos uns documentos que apontam que você pode ser a Soldado de Verão, Amber. - Natasha segurou minhas mãos, enquanto eu trocava um olhar com Hope. - E a Hope, A Soldado de Inverno. E essa base, ela...
Estreitei meus olhos.
-Ela tem uma senha eletrônica.
-Que é?
-Suas digitais. - Steve quem respondeu. - E se ela for a basr original mesmo, Amber, podemos ter acesso a tudo que eles faziam.
Hope sentou.
-Daria para descobrir o que fizeram com a gente?
-Provavelmente, sim. - Natasha confirmou.
Troquei outro olhar com Hope. Era um motivo muito bom, embora não tão certo. Mordi a boca, ponderando.
-Ele está na Sibéria, então?
Encarei Hope, que olhava para Steve.
-Sim, Hope. No caso, agora ele está na Sibéria.
Desviei o olhar. Sam sentou do meu lado e me deu a mão, sorrindo de leve para mim. Rolei os olhos, desviando o olhar.
-Não pense que eu estou feliz em ter que te obrigar a encontrar ele, Amber. - Steve comentou. - Na verdade, nem eu estou tão feliz em encontrar ele...
Levantei de uma vez e espanei a grama da minha calça.
-Isso é um problema totalmente seu, Steve! Eu não estou indo encontrar o Bucky, eu estou indo colocar a porcaria das minhas digitais lá! Vamos quando?
Steve ergueu as sombrancelhas, surpreso, e me encarou, sério.
-O Tony vai emprestar um jatinho. - Natasha avisou. - Só estamos esperando a liberação do Fury. Talvez, amanhã.
-Ótimo! - Saí andando. - Não me esperem para voltar para casa! Eu vou chegar tarde!
Hope levantou do gramado correndo e me seguiu. Fomos todo o percurso que levei para sair do Central Park, em silêncio.
-Então, Senhorita Johnson.... - Hope puxou assunto. - Sibéria? Interessante... Lá só tem gelo, né?
Dei um pequeno sorriso, dando de ombros.
-Não sei, na verdade. Nunca estive lá acordada!
Hope deu uma pequena risada.
-Onde você está indo, exatamente?
-Eu precisava andar. - Expliquei. -Sair de perto da forma que o Steve estava falando.
Hope me encarou durante uns segundos e me puxou para dentro de uma cafeteria, alegando que estava com fome.
Segui ela, sem reclamar, começando a me sentir, pateticamente, ansiosa. Não que eu estivesse ansiosa para ver ele, afinal, do jeito que eu conhecia aquele imbecil, ele não ia me recepcionar com festinha e ficaria um clima estranho entre ele e Steve, mas...
Eu não conseguia parar de sentir o que quer que aquilo fosse e eu queria muito parar de sentir.
Pedimos um café mochaccino e fomos para uma mesa vazia próxima à janela. Fiquei em silêncio tempo suficiente para meu café esfriar e Hope tomar o dela todo.
-Amber...
Encarei ela, me ajeitando na cadeira. Hope continuou.
-Olha, eu sei que não somos mais iguais e que nem somos mais as melhores amigas do mundo. Mas você quer conversar?
-Não.
Hope sorriu.
-Hey, a Rainha do Gelo sou eu!
Dei uma risada, negando com a cabeça.
-Não tem nada para contar, Hope. Eu estou bem. - Desviei o assunto. - Então, você acha que vamos achar algo nessa base?
Começamos a conversar sobre isso e sobre o fato de que isso era quase uma missão para mim e acabamos não vendo a hora passar.
Só saímos da cafeteria quando eram umas nove da noite. Não que estivéssemos com pressa, afinal, ficamos perambulando por Nova York até dar meia noite e impedimos dois assaltos de acontecer.
Hope e eu, às vezes, fazíamos isso sem que ninguém soubesse. Era nosso segredo e nesses momentos, eu percebia a Hope que eu conheci lá no fundo.
Como lá naquela cafeteria. O fato dela ter perguntado se eu queria conversar enquanto me distraía com café... Essa era a minha Hope.
Só quando Natasha ligou avisando que Tony tinha liberado o jato para o meio-dia do dia seguinte e eles tinham conseguido a autorização de Fury para me levar, que achamos melhor voltarmos.
Entrei no apartamento e para não conversar com ninguém, fui direto para o banho. Demorei um pouco mais do que eu pretendia, mas a água quente fez com que eu relaxasse e acabasse ficando com sono.
Fui para o meu quarto e deitei na cama, mas mesmo com sono, eu não conseguia dormir. Ficava pensando no momento em que ia encontrar ele.
Como ele ia agir? Bem, provavelmente, ele não ia falar direito. Era um grande imbecil! Então, eu também devia agir como uma grande imbecil. Certo?
Rolei de um lado ao outro na cama, até que enfim, dormi.
Mas acordei minutos depois, quando sonhei com algumas lembranças de quando fui sequestrada. A cara daquele velho me encarando tão de pertinho, enquanto sussurrava que eu ia ser a maior criação dele...
Cheguei a incendiar o lençol da cama, mas consegui apagar antes que houvesse um estrago maior e acordasse todo mundo.
Quando Natasha saiu do quarto, eu já estava há muito tempo, na cozinha, me entupindo de café e torradas.
-Animada? - Nat puxou assunto, passando por mim.
-Não. - Dei de ombros.
-Me engana que eu amo, Amber! - Sam entrou por dentro da cozinha e veio direto até mim. - Você tinha que ver sua cara quando soube que ia encontrar ele... Ai, Nat!
Observei Natasha dar um tapa na nuca dele, enquanto rolava os olhos e o chamava de imbecil.
Na verdade, eu e Natasha passamos quase a manhã inteira implicando com Sam, até que ele se estressou e saiu de perto da gente assim que chegou na Shield.
O plano era: Íamos até o endereço indicado por Bucky, onde Sam e Tony iam na frente, verificando o perímetro, Nat e Steve iam comigo e Bucky até a base.
Caso desse certo e eu fosse mesmo a Soldado de Verão, então, eles iam entrar e verificar a base inteira.
Parecia um plano simples, e realmente, era. Eu só não tinha me dado conta ainda de que teria que entrar em um jatinho, e ficaria horas, presa dentro dele, há mais de não sei quantos mil pés de altura.
-Amber, pelo amor de Deus!
Steve deu um tapa na própria testa enquanto Sam e Tony me seguravam pelos braços, me impedindo de sair correndo.
-Eu não vou entrar nesse treco!
-Isso é um jatinho, Amber! - Tony reclamou, rolando os olhos. - Me ofende mas não chama o jatinho de treco! Não paguei cem milhões nele para...
-CEM MILHÕES?! - Exclamei, surpresa.
Os dois aproveitaram minha surpresa para começarem a me empurrar na direção do jatinho.
-Gente, pelo amor de Deus! Eu até amputo os dedos mas eu não entro...
-Entra, Sim! - Sam me empurrou pela rampa.
Em dois srgundos eu estava dentro do jatinho. Não da forma que eles esperavam, afinal, eu me agarrei no es
Encosto de um banco e fiquei abraçada a ele, o que fez Sam rir a ponto de ter que sair de perto de mim.
-Amber, pelo amor de Deus! Sai do chão! - Natasha exclamou, controlando a risada.
-Não mesmo! - Reclamei.
Steve veio até mim e com um puxão do chão, me colocou sentada no banco e prendeu o cinto em mim.
Fiquei quieta, agarrada ao cinto. Tony levou dez minutos para avisar que íamos começar a decolar.
-Decolar?! - Perguntei.
-Vamos começar a voar. - Natasha me explicou.
O jatinho começou a andar. Agarrei meu cinto, pensando que devia ser igual andar de metro. Fechei os olhos, repetindo diversas vezes isso para mim mesma.
-EU NÃO QUERO MORRER! - Me desesperei assim que o jatinho levantou do chão. - SOCORRO! EU ACHO QUE VOU VOMITAR!
Natasha chegava a estar roxa, tentando controlar a risada. Steve até tentou chegar perto de mim, mas eu ameacei dar um soco nele se ele chegasse perto e fizesse peso para o lado esquerdo do avião.
Foram horas de desespero, especialmente quando Tony passou por dentro de uma tempestade e eu tive certeza que íamos morrer.
Mas nenhum desespero foi igual a quando Sam anunciou que iamos perder altitude.
Meus berros eram ouvidos pela aeronave inteira e eu cheguei a escorregar do banco, enquanto Natasha e Steve só ficavam rindo, ao mesmo tempo que tentavam me acalmar.
-EU NÃO QUERO ME ACALMAR! EU QUERO MORRER NERVOSA! É MEU DIREITO MORRER NERVOSA! AAAAAAAAAAAAA!
- A Pequena Senhorita Stark sabe que já pousamos, não sabe? - Tony apareceu, com vários casacos e começou a distribuir.
Ajeitei meus cabelos que pareciam um ninho de rato e precisei da ajuda de Natasha para sair do avião, depois que coloquei o casaco, já que meus joelhos tinham virado gelatina.
Descemos no que parecia uma base militar. Gelo e neve cobriam todo o chão e vários homens e mulheres andavam de um lado ao outro, enquanto eu ouvia Tony reclamar que se alguém estragasse o jatinho dele, iam se ver conosco.
Uma garota loira se aproximou de nós, falando com um sotaque forte.
-Olá, sou a Marrie. Vocês devem ser a equipe dos Vingadores, não? Venham comigo. Vou levar vocês até a base.
Enquanto Tony e Steve foram na frente, conversando com Marrie, eu fui mais atrás com Sam e Natasha, enquanto eles me explicavam que essa era a base aérea da Sibéria e que a Shield tinha um contato influente alí.
Entramos em um prédio enorme e para o meu desespero, tivemos que entrar em um elevador. Sam e Steve me seguraram pelos cotovelos antes que eu pudesse recuar e me arrastaram até eu estar dentro.
Depois, fui arrastada pelos corredores até pararmos em uma sala com o logotipo do Shield na porta e um aviso naquela língua.
Marrie colocou uma senha e usou a digital para abrir a porta.
-Podem entrar! - Marrie abriu a porta e entrou primeiro, dando passagem para a gente.
A sala era bem grande, cheia de computadores e televisores. Também tinha um pessoal trabalhando naquelas mesas.
-Sabe, eu achei que iam demorar mais.
Virei para o lado, a tempo de ver Bucky, com um casaco grosso e capuz, abraçando Natasha, enquanto nos encarava, com um pequeno sorriso no rosto.
Ooie, Pessoal! Trouxe mais um Capítulo fresquinho para vocês! ❤
Eu sei, três meses é muito tempo sem dar notícias e o Bucky tá sendo um grande idiota, mas o paninhos estão separados aqui e daqui a pouco, vocês vão entender porquê ele fez isso!
Ai, mas queria destacar a amizade da Amber e da Hope que, embora não seja igual, tá muito fofinha! 🥺❤
Espero que tenham gostado desse capítulo! O próximo não demora muito! 💘
Beijos! 🤭💋
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