19.0
- Você é um grande imbecil!
-Eu?! Você atravessa a rua sem olhar para os lados e eu que sou o imbecil?!
-Você estava do meu lado! Podia ter dito que o sinal abriu...
-Agora eu tenho que dar uma de babá de um marmanjo do seu tamanho?
-Custava ter dito "Sam, tá vindo uma moto!"?
-Como eu ia saber se você não tinha visto, oh, esperto?!
-Você tem que se certif... Ai, Amberly! Mais cuidado! - Sam reclamou, puxando a perna. -Isso é uma perna, mulher, não um pedaço de frango!
Revirei os olhos e encarei os dois. Escutei a risada do Senhor Lee e suspirei. Era engraçado, mas todo dia, acabava cansando.
Continuei limpando o corte na perna de Sam, enquanto Bucky a segurava, para que Sam ficassr quieto.
Sam tinha decidido ir até o trabalho de Bucky, já que estava sem nada para fazer. Então, como combinamos de jantar, Bucky veio andando, apesar de Sam, até a livraria.
O problema foi que Sam, distraído, não viu que o semáforo tinha aberto e uma moto avançou, o atropelando e fazendo ele cortar a perna.
-Você tem certeza que não quer ir no Hospital ver esse corte? - Questionei. - Ele está feio!
-Já tive ferimentos piores, tô de boa. Ele nem tá doendo...
Não deixei Sam completar a frase. Taquei quase o litro inteiro de álcool em cima.
Sam arregalou os olhos e abriu a boca, mas som nenhum saiu. Só duas lágrimas escorreram enquanto ele puxava a perna e fazia um barulho estranho com a garganta.
Bucky começou a rir, alto, enquanto Sam abanava as mãos perto da perna e balançava o corpo para frente e para trás.
-Eu... Vou... Matar... Você! - Sam me encarou, com raiva.
-Ao menos, não tem mais risco de infecção! - Dei de ombros. - Vou tampar isso...
Virei para Bucky que me esticou a sacolinha da farmácia que ele tinha ido, minutos antes. Tentei tampar o corte o máximo possível, já que ainda estava sangrando.
-Melhor você ir pedir, ao menos, para o Bruce dar uma olhada... - Comentei.
-Não precisa! - Sam ainda estava me olhando, com raiva. - Ele não é médico.
-E desde quando precisa ser médico para saber cuidar de ferimentos? - Bucky retrucou, dando uma batidinhas do lado do corte. - Eu sei suturar muito bem, não sei porquê você não deixou!
Sam deu um tapão na mão de Bucky.
-Você acha que eu sou louco ou idiota de deixar você perto da minha perna com uma agulha?! Já não basta a sua namorada ter me tacado um litro de álcool na perna...
-Oi, Gente! - Uma voz conhecida entrou pela porta. - Hey, o que aconteceu?
Virei e encarei Rebecca depois de ter catado as coisas do curativo.
Observei Samuel tentando melhorar a cara de choro e estufando o peito, enquanto dava de ombros.
-Becca, se eu te contar, você nem vai acreditar, então...
-Ele foi atropelado por uma moto. - Bucky cortou o drama.
O senhor Lee deu mais uma risada, juntl comigo e Rebecca, assim que Sam fuzilou Bucky com o olhar.
-Eles são sempre assim, é?
-Não. - Encarei o Senhor Lee, sorrindo. - Hoje eles estão calmos.
-Eu estava falando com a Rebecca, Barnes. Tenha educação.
-A Rebecca é a minha irmã, Samuel! Tenha vergonha na cara!
Rebecca revirou os olhos e encarou Bucky.
-E daí que sou sua irmã? Não posso ter amigos?
-Eu sei bem o tipo de amizade que ele quer ter com você. E a resposta é "não"!
-Eu tenho... - Rebecca fez uma pausa. - Bem, não sei quantos anos tenho e isso não importa! Mas eu sou independente e...
-Não é, não! - Bucky a encarou, apoiando a mão no queixo e o cotovelo no balcão. - Você mora comigo e ainda não tem um emprego fixo...
-Questão de tempo!
Sam virou para mim, enquanto eu desempacotava uma remessa de livros novos. Ele suspirou.
-Será que você pode...?
-Bucky! - Chamei.
Ele parou de discutir com a irmã e me encarou.
-Que foi, meu bem?
-Me ajuda rapidinho? Preciso pegar uma caixa no estoque...
Bucky cruzou os braços e me encarou, sério. Fez um sinal com a cabeça, indicando que não ia e virou para o lado.
Contei até três. Mas perdi a paciência no dois.
-Bucky Barnes! Vem aqui agora ou eu não vou jantar com você! Ouviu?
Bucky revirou os olhos, suspirou, e saiu resmungando, enquanto me seguia para dentro do estoque de livros.
-Você sabe que se eu me distrair um pouquinho, esses dois vão...
Interrompi ele, o empurrando até Bucky bater em uma estante. Não dei tempo dele reclamar. O puxei pelo rosto e encaixei nossas bocas.
Bucky me agarrou pela cintura, entrelaçando nossas línguas e me empurrando para o lado.
Fiquei presa entre a parede e os braços dele, enquanto um gemido escapava da minha boca. Nos beijamos até perder o fôlego.
-Eu estava com saudade... - Bucky sussurrou, a testa grudada na minha.
-Nos vimos de manhã, Bucky.
-Eu sei. - Ele se afastou um pouquinho para me olhar nos olhos. - Mas para mim, é muito tempo!
Sorri, voltando a sentir a boca dele sobre a minha em um beijo, claramente, apaixonado.
-Você é um fofo, sabia?
-Sou? - Bucky riu, a boca deslizando pela pele do meu pescoço, dando mordidinhas leves. - As vezes, eu fico achando que... Tô fazendo papel de bobo, sabia? Mas é que eu sou... Completamente... Doido... Por você...
-Bucky, aqui não... - Reclamei, quando a mão dele subiu para o meu seio, apertando de leve.
-Okay. - Bucky voltou para a minha boca, me dando um selinho e me encarando. - Não pense que eu esqueci que aqueles dois estão lá fora! E se ele encostar um dedo na minha irmã...
-Relaxa, Sargento. - Esfreguei o peito dele, apertando os ombros de leve. - Não é bem os dedos que ele quer encostar na Rebecca.
Dei as costas a Bucky e peguei uma caixa, entregando na mão dele. Bucky rolou os olhos.
-Muito obrigado por me informar, sua ridícula. Agora, eu tô muito mais tranquilo imaginando outras partes do corpo dele encostando na minha irmã.
A risada que eu dei foi alta. Neguei com a cabeça.
-Você é mesmo tão ciumento assim?
-Não é ciúme, Amber. É só que... - Bucky revirou os olhos. - É o Sam!
-Então, se fosse o Steve, não tinha problema?
Bucky estreitou os olhos para mim.
-Eu não disse isso e você sabe muito bem!
-Bucky! Tem alguém aqui fora querendo te ver!
Nos entreolhamos e saímos do estoque, depois do berro que Sam deu.
Steve estava parado, ao lado de Rebecca, observando o curativo da perna de Sam, que tinha uma mancha enorme de sangue.
O Senhor Lee não deixou a gente andar para chegar perto. Ele só segurou a gente e falou baixo.
-Ainda está sangrando muito. É melhor levar ele para tomar pontos antes que isso infeccione.
-Não se preocupa, Senhor Lee. - Bucky pousou a mão no ombro dele. - Ele vai tomar ponto nem que seja amarrado! Steve!
Steve deu a volta no balcão e chegou perto da gente, os olhos arregalados.
-O que aconteceu com o Sam?!
-Foi atropelado por uma moto. - Bucky deu de ombros. - O que foi que ele disse?
-Que salvou um cachorro de morrer atropelado.
Comecei a rir e encarei Steve.
-Olha, ele vai precisar de pontos. Só que não quer ir tomar.
Steve assentiu.
-É, ele disse. - Pausa. - Tá pensando o mesmo que eu?
-Depende. - Bucky encarou Rebecca e Sam. - Você está pensando o mesmo que eu?
-Eu não estou pensando em socar a cara dele, Bucky. - Steve revirou os olhos.
-Ah...
Mordi a boca para não rir. Steve tirou as chaves do bolso.
-Tô de carro hoje. Vou dizer que o Fury pediu para irmos nos reunir. Amber, tem como ver se o Bruce está na Shield? Se não estiver, vou levar para o Hospital.
Me afastei de novo, entrando no estoque e ligando para o Bruce. Ele confirmou que estava na Shield e mandou levar Sam direto ao laboratório dele. Voltei para a frente da loja.
-Então...? - Steve questionou. - Conseguiu falar com a Hope?
-Consegui. Ela disse que o Fury mandou mesmo uma mensagem pedindo para irmos na Shield, mas ela também não faz idéia do que possa ser. - Fiz uma pausa. - Só é uma pena que o Sam não vai poder ir...
-Por quê não? - Sam revirou os olhos.- Tá vendo alguém invalidado aqui? Vamos logo! Ainda temos que pegar o metro!
Uma leve confusão se seguiu quando Sam foi tentar abaixar a perna, mas Steve o convenceu a esperar Bucky levar o Senhor Lee em casa e eu fechar o caixa, rapidamente.
Cerca de quarenta minutos depois, todos nós estávamos saindo do carro de Steve, no estacionamento. A bandagem inteira da perna de Sam estava vermelha, encharcada de sangue.
-Ele não vai perder a perna, não, né? - Rebecca questionou.
-E se perder, qual o problema? - Bucky resmungou. - Eu perdi um braço!
-Bucky! - Steve reclamou. - Pelo amor de Deus...
-Se eu perder a perna, o Bucky perde a vida!
-Por quê? - Questionei.
-Porque ele não viu a moto chegando!
-Você não tinha ido salvar um cachorro? - Steve ergueu as sombrancelhas.
-Isso também!
Entramos no elevador, todos juntos. Rebecca e Steve estavam segurando Sam pelas axilas, já que ele começou q choramingar quando encostava o pé no chão.
Comecei a bater o pé, ansiosa para sair daquele elevador rápido. Notei os olhares de Bucky e de Sam quando saímos. Eles pareciam estar se comunicando telepaticamente.
-Por quê estamos no décimo andar? - Sam questionou. - A sala do Fury é no quarto andar... E a de reuniões, no sexto.
Não respondemos. Bruce apareceu no corredor e, antes que Sam tentasse escapar, ouvimos um som seco e Rebecca arfando.
-Você socou ele?!
-Eu desmaiei ele! - Bucky retrucou, se abaixando para pegar Sam com Steve.
-Ele não ia levar ponto quieto se ficasse acordado! - Steve resmungou. - No três?
-No três.
Os dois ergueram Sam do chão e seguiram Bruce pelos corredores, até a sala dele. Ou laboratório. Ou sei lá como chamava.
Preferi sentar numa cadeira no corredor. Rebecca me acompanhou.
-Ele tinha mesmo que desmaiar?
-Melhor desmaiado costurado do que acordado e com a perna infeccionada. - Dei de ombros. - Tava muito feio o corte, Becca.
Ela assentiu.
-Então... Melou o jantar de novo, né?
Emcarei o relógio. Sete e meia da noite. Concordei.
-Tadinho... Quase nunca se anima para sair, quando se anima...
Rebecca riu.
-Você nem me perguntou porque fui lá na loja, né?
-Por que você foi na loja?
-Porque eu marquei com o Sam lá.
Franzi a testa e a encarei.
-A gente meio que tinha planejado seguir vocês. Ele ia apurrinhar o Bucky, eu ia comprar um livro... E depois, quando vocês fossem jantar, a gente ia seguir.
-Por quê?
Rebecca abriu um sorriso encapetado e eu tive que concordar com o Bucky: A Rebecca era uma peste!
Mas ela não chegou a responder porque Bucky apareceu no corredor, junto com Steve. Os dois vieram até a gente, devagar, conversando e rindo da cara de Sam.
-Eu não creio que você realmente desmaiou o Sam!
-Você viu o ataque que ele deu quando viu a agulha na mão do Bruce?
- Mas você se aproveitou, Bucky! Não nega!
-Óbvio!
Os dois sentaram. Steve ao lado de Rebecca e Bucky do meu lado.
-Aliás, Steve... - Me virei para ele. - O que você foi fazer na livraria?
-Nada. - Steve deu de ombros. - Só estava voltando do Centro, aí pensei em ver se você estava lá. Só isso.
Bucky soltou um muxuxo e um suspiro. Stebe o encarou.
-O que?
-Nada. Mas meio estranho você querer ir ver a minha namorada, né?
-Nem vem, Bucky! Eu já superei! Eu e a Wanda estamos tendo alguma coisa, eu to quase pedindo ela em namoro...
-Não acho que você seja um exemplo de fidelidade, mas tudo bem. - Bucky deu de ombros. - Vou acreditar em você.
-Péssima escolha! - Eu e Rebecca exclamamoa juntas.
Nós quatro começamos a rir. Bucky apoiou a cabeça no meu ombro e começou a brincar com a luva na minha mão, no colo dele.
-Está tudo bem, Bucky?
-Tô... - Bucky ergueu o olhar para mim. - De amanhã, nosso encontro não passa, tá?
Franzi a testa, sem entender essa determinação dele em ir jantar comigo.
-Bucky, eu já até esqueci o assunto.
-Mas eu, não!
-A gente podia jantar em casa...
-Não mesmo, sua tapada! - Bucky revirou os olhos. - Você não vai estragar a surpresa que eu tenho para você, tá? Só cala a boca e aceita, caramba!
Cruzei os braços e revirei os olhos, mas decidir ficar quieta. Tinha algo muito errado nessa história toda.
Ooie, pessoal! 💖
Eu sei, vocês ficaram esperando capítulo sábado mas eu fiquei sem internet e até agora, ela está instável, tanto que eu tive que colocar fotos ou invés de gifs no início dos capítulos 🤦🏻♀️👀
Por essa instabilidade, é que vamos ter capítulo duplo hoje, então, por favor, vamos dar um votinho ao menos nos capítulos? Eu tenho certeza absoluta que Vocês vão amar o próximo! 💖🥰
Agora, vou deixar vocês lerem!
Bjs! 💋💋
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