12.0
Esperei. Nem tão pacientemente quanto eu queria, mas esperei.
Eu roía as unhas e balançava os pés para frente e para trás, pendurados, enquanto eu agarrava a borda da maca em que Estava sentada e me inclinava mais para frente ainda.
Eu tinha explicado, mais ou menos, minha situação para o Doutor Benner e ele tinha prometido não dizer uma palavra a Steve.
E então, contei do mal estar que eu tinha começado a sentir depois da bomba que explodiu o andar dos Vingadores, as minhas temperaturas extremamente elevadas e a sensação de que algo podia explodir no meu peito.
Encarei o relógio no alto da parede.
Eram 15:47. Exatas duas horas desde que o Doutor Benner saiu daquele quarto. Eu tentei me acalmar, mas não adiantou muito.
Bucky tinha pedido um favor para Sam e, por milagre, ou qualquer outro método que ele tenha usado, Sam conseguiu convencer Steve a sair de casa e ir para algum lugar bem longe.
De qualquer forma, consegui a tarde e o início da noite para fazer os benditos exames que, se bobear, não dariam em absolutamente nada.
Dito e feito.
Bruce voltou com notícias e não conseguiu encontrar um motivo para minha temperatura elevar tanto e eu não me sentir mal com isso.
Segundo ele, eu deveria estar com calafrios e alucinações.
Então, desesperada, olhei nos olhos dele e comecei a contar o que eu contei para Bucky.
Bruce ouviu tudo atentamente. Assim que terminei de falar, ele levantou e ligou para Bucky, para ele ler os trechos específicos do livro que estavam na mochila dele. Afinal, Bucky tinha ido fazer algumas pesquisas.
Aguardei, enquanto Bruce Benner anotava tudo e autorizava a uma enfermeira a coletar meu sangue novamente.
-Okay... Tudo bem, eu entendo que você não seja tão próximo assim dela, Bucky, mas eu realmente precisava saber a frequência com a qual ela têm ficado quente. Não, ela não sabe me dizer!
Abaixei meus olhos.
Eu tinha mentido.
Eu sabia exatamente, apontar os momentos em que eu sentia a temperatura do meu corpo subir.
E normalmente, todos incluíram adrenalina e Bucky Barnes. Ou nervoso e Steve Rogers Pelado.
Bufei.
Era incrível como Steve ainda não tinha percebido que tinha algo muito errado. Mas não estávamos mais dormindo juntos como nos primeiros dias: Steve e eu passamos a dividir um cama, apenas, depois que terminávamos o ato.
Não tinha mais o carinho, a conversa, os beijinhos...
E eu confesso que sentia saudade. Mas eu entendia também o estresse que ele estava passando...
Havia esse problema dessa Bomba onde a mídia estava caindo em cima e cobrando uma solução e, com isso, ele estava sendo mais que pressionado!
Havia o problema da Instituição que estava atrás de mim.
E havia mais alguma coisa que Bucky ainda não tinha descoberto e, aparentemente, nem mesmo Sam.
-Tudo bem, Bucky. Obrigado pela ajuda... Sim, vou liberar ela em alguns minutos só... - Bruce franziu a testa e virou para mim. - Ah, claro! Pergunto, sim! Amber, o Bucky quer saber se você pode encontrar ele em um lugar? Ele descobriu algo sobre um favor que você mesma pediu...
Acenei que sim. Bruce anotou o endereço no papel para mim e me deu também o telefone dele.
-Sabe usar um telefone, certo? - Bruce questionou, enquanto eu pulava da maca, segurando o algodão no braço.
Assenti, sorrindo.
-Sei, sim, Dout...
-Bruce. - Bruce esticou o papel e sorriu, me interrompendo. - Só Bruce, por favor. Esse é o endereço que o Bucky pediu para te entregar. E esse aqui, é o meu telefone. Se você sentir algo que te incomode demais, ou muito intenso... Pode me ligar. A qualquer hora. Eu não sou médico, mas sou eu que estou tentando descobrir tudo, então...
Guardei no bolso da minha calça e sorri, assintindo.
-Muito obrigada, Bruce. De verdade! E se você puder...
-Não vou contar para o Steve! - Bruce limpou os óculos e me encarou com um sorrisinho. -Eu também acho válido você querer se manter informada! Sinceramente, da última vez que o Steve escondeu alguma coisa...
Eu já estava saindo da sala, quando parei. Como quem não queria nada, abaixei e comecei a amarrar os cadarços da minha bota preta, mesmo sem necessidade.
-Hm... Fez muita confusão?
Bruce sentou na mesa dele e coçou a nuca, meio constrangido.
-Bem, eu não estava aqui e isso é uma longa história, mas... É, causou.
Desamarrei o outro pé e o encarei, rápido.
-Jura? E foi com quem?
-Um monte de gente! Mas... O Steve e o Tony se saíram pior, porquê... O Steve escondeu que foi o Bucky quem matou os pais do Stark.
Meu queixo caiu. Até parei de arrumar as botas.
-Foi?!
-Foi! É por isso que eles não se dão bem... - Bruce esfregou os olhos, bocejando. - O Steve sabia e não explicou.... Ele não te contou isso?
Fiquei em pé, abraçando meus braços e negando. Suspirei, irritada.
-Eu tenho tido a impressão que conversamos cada vez menos...
-Achei que você era namorada dele.
Encarei ele e neguei.
-Eu achei que ia ser a namorada dele, mas... Até agora, nada.
O meu telefone tocou, alto, interrompendo o silêncio. Lutei com a tela para desbloquear e atender a ligação de Bucky.
-Oi, Bucky. Eu já estava saindo...
-Não vem. - A Voz de Bucky foi firme e segura. - Eu estou sendo seguido há uns minutos. Fica aí, na recepção da Shield. Eu vou te pegar assim que me livrar desse imbecil.
Assenti, engolindo em seco.
-Tem algo que eu possa fazer?
Bucky exitou uns segundos.
-Se mantenha segura. Não tô afim que o Steve me mate porquê deixei te matarem. E não precisa alarmar o Bruce, tá? Vai descendo, quero ouvir você.
Ouvi o ronco potente de uma moto e reconheci a de Steve. Me despedi de Bruce e desci pelo elevador.
Pelo que entendi, Bucky tinha prendido o celular no capacete da moto enquanto tentava despistar ou, até mesmo, descobrir quem era.
Eu só não contava que ia ouvir alguém me chamando, enquanto me deslocava para a recepção.
Respirei fundo.
-Alguém te chamou?! - Bucky berrou, por cima do motor da moto e de buzinadas.
-Stark. - Dei um sorriso, vendo Tony se aproximar. - O que eu digo?
Podia jurar que vi Bucky revirando os olhos.
-Inventa uma mentira, oh, inteligente! Nunca precisou mentir para... Ops! - Um barulho enorme. - Enfim... Nunca precisou mentir para seus pais?!
Tony estava bem perto. Consegui responder:
-Não!
-Patética, Amber! Eu esperava mais de você! Quero dizer... Você não tem carinha de santa!
-Oi, Anne! - Tony Stark chegou perto de mim e nos cumprimentamos com dois beijinhos. - Espera... É Anne, não é?
Neguei e tirei o telefone do ouvido, guardando no bolso.
-Não, Tony! É Amber! Mas tudo bem, vai... O que faz aqui?
Tony tirou os óculos escuros e olhou para cima, como se estivesse fazendo um esforço muito grande para pensar e piscou para mim.
-Eu trabalho aqui. Quando eu quero, claro... E você?! Achei que não tinha te contratado...
Sorri, encostando na parede e negando.
-Não me contratou... Ainda. - Comentei, piscando. - Eu sou muito bonita. Talvez eu fique bem de recepcionista, sabe? É só uma idéia...
Conversar com Tony era legal. Eu não o achava tão insuportável assim, mas como Sam disse uma vez, talvez fosse porque eu também era insuportável.
Observei Tony rir, enquanto eu ignorava o fato de que Bucky tinha matado os pais dele. Quero dizer...
Aquela outra coisa que Bucky foi um dia e que, segundo Sam, ele tinha ido para Wakanda, se livrar.
E parece que tinha dado certo.
-Eu ia adorar ter a namorada do Capitão América trabalhando para mim.
Respirei fundo e esfreguei meu rosto, o encarando.
-Eu não sou a namorada do Capitão América, Tony. - Reclamei e o encarei, séria, para mostrar que não estava mentindo. - Temos um caso. E só. Não sou a namorada de ninguém. Sou a Amber.
Silêncio. Acabei me assustando quando Tony bateu palmas e fingiu fazer reverências, mas ao invés de me aborrecer, eu ri alto.
Tony era um palhaço!
Ouvi o ronco de uma moto chegando na porta da Shield e acho que meia multidão se virou para olhar, enquanto Bucky parava a moto na calçada, tirando o capacete e me encarando, com urgência.
-Eu preciso ir, Tony! - Exclamei, me despedindo dele.
-Com ele?!
Encarei Tony e assenti, de leve, sem ter coragem de encarar ele. Tony bufou, alto.
-Por falar nisso... O que veio fazer aqui?
Abri a boca, mas não saiu nada. Bucky meteu a mão na buzina e fez "Ram dam dam" com o motor. Respirei fundo.
-Vim ver o Steve, na verdade. Mas ele não estava. E ai, o Bucky se ofereceu de me dar uma carona...
Tony estreitou os olhos.
-Achei que Steve tivesse dito que vocês se odiavam...
-Amberly! Vamos logo, Boneca!
Respirei fundo. Bem fundo. Eu senti meu corpo esquentar violentamente. E me forcei a dar um sorrisinho.
-É... Eu odeio esse idiota!
Virei as costas e saí correndo para a direção de Bucky.
-Tem que fazer esse escândalo?! - Questionei, irritada, pegando o capacete que Bucky me esticou. - Você é imbecil?! Espera, é óbvio que é...
Bucky rolou os olhos.
-Sobe logo, menina.
-Não sou menina! Tenho quase trinta anos...
-Quase cem, né, meu bem? - Bucky ironizou, chegando para trás na moto.
Franzi a testa sem entender. Ele bufou.
-Amber, se alguém perseguir a gente, eu te protejo, não acha? Além disso, o risco de você cair é menor e...
-Eu não vou na frente, James! Arranja outro meio de transporte ou me deixa ir atrás!
Bucky franziu os olhos.
-Qual meio de transporte a Senhorita me sugere? Teletransporte?
Dei um tapa forte na nuca dele, o que fez Bucky inclinar para frente e reclamar em alto e bom som que eu estava fortinha.
E quando, enfim, ele chegou para frente e eu abracei a cintura dele, ouvimos um tiro que explodiu o retrovisor do carro da frente.
-Se segura!
Dei um berro e me agarrei até com a coxas no corpo de Bucky quando ele voou pelas ruas com a moto.
Ouvi uma troca de tiros entre vários agentes da Shield, porém, pelo retrovisor, eu vi também, três motos nos seguindo.
Enquanto ainda assimilava aquele fato, Bucky deu uma guinada para a esquerda que me fez quase cair da moto.
Mais um berro meu.
A moto corria tão rápido que eu não fazia idéia de como ele estava desviando a tempo dos carros, costurando da forma que ele estava fazendo.
Notei que ele não estava indo na direção do apartamento de Steve. Eu não conhecia aquelas ruas, mas cada vez ficava mais difícil de passar.
Paramos no sinal. E eu já ia perguntar se ele estava louco quando Bucky puxou uma pistola da cintura e virou para trás, atirando precisamente, no pneu dianteiro da primeira moto.
Isso fez ela perder o controle e sair rolando, batendo em carros.
-Me segura, Amber!
Quase que eu Retruquei gritando " Mais ainda?!", mas consegui controlar a língua por motivos de: Bucky Barnes virou a moto e começou a costurar oa carros, na contramão, atraindo as duas motos seguintes.
-Aaaaaaaaaah! Eu não quero morrer, James!
-Cala a boca e me segura! Ai, porra...!
Uma delas emparelhou com a gente e, em um ato de desespero, quando vi o cara apontar uma arma para a gente, levei minha mão à minha bota e puxei uma das facas da Nat.
Eu ia sentir falta dela....
Mirei e atirei contra o cara, acertando na garganta dele.
-Você acertou?! - Confirmei. - Caraca... Me lembra de não te aborrecer mais!
-Ainda tem uma garota atrás da gente... -Comentei, quando olhei para trás.
-Okay, me livro dela em segundos.
Bucky desviou de um ônibus, quase batendo de lado em um caminhão. O que fez esses dois se cruzarem e fecharem a rua. Ouvi o som de uma batida e Bucky parou, observando o estrago.
A garota tinha sido atropelada e estava embaixo do ônibus, a moto tinha batido em um poste.
Meu estômago embrulhou.
-Se você vomitar em mim... - Bucky acelerou com a moto, saindo de perto do acidente. - Vou esquecer que você é mulher e te dar uns tapas!
Bucky só parou a moto cerca de vinte minutos depois, dentro do estacionamento da Shield.
Pulei da moto e tirei o capacete, encarando ele.
-O que estamos fazendo aqui? Achei que íamos para casa...
Bucky pulou da moto e pegou minha mão com a mão de vibranium, me arrastando pelo estacionamento. Eu conseguia sentir o gelo por baixo da luva de couro.
-Eu tenho um conhecido aqui e ele pode me ajudar com uma coisa... Quero dizer... Pelo menos, eu acho que tem uma coisa... Não sei... Mas vamos ver ele porquê...
Notei que Bucky estava completamente pertubado.
Parei e fiz força para ele parar também, o puxando pelo braço. Bucky continuou sem olhar para mim.
-O que está acontecendo, James?
-Nada.
-Você mente mal!
-E você é metida! - Bucky me encarou.
Suspirei.
-Quer me falar o que você descobriu?
-Não descobri nada, Amber. Eu quero ver se eu estou certo, é diferente!
-Então, faz o favor de me contar o que está acontendo?!
-Não!
-Então você vai fazer igual ao Steve?! Saber de uma informação e me esconder por achar que estou mais protegida completamente alienada do mundo?! Não foi por isso que confiei em você, Bucky! Se eu soubesse que você ia fazer isso, não tinha confiado...
Bucky respirou muito fundo. E eu me dei conta de que ainda estava de mão dada com ele. Então, ele passou a outra mão pelo rosto e assentiu.
-Okay... Odeio admitir isso, mas até que você tem razão.
-É claro que eu tenho, Panaca!
Bucky franziu os olhos para mim e acabou sorrindo, de leve.
-Tá, tudo bem! Vou contar o que está acontecendo, mas você não pode entrar em pânico, tudo bem?
-Tá, conta logo!
-É, Bucky... Conta de uma vez.
Nos estremecemos de susto e eu cheguei a agarrar o braço dele, sentindo meu sangue congelar.
Steve estava parado, atrás da gente, encostado em um carro.
Ooiie, Pessoal!
Primeiramente: Vocês viram que batemos 1k de visualizações, mais de 200 votos e quase 2k de comentários???
AAAAAAAH, EU AMO VOCÊS SJSJSHAKDHSJSB
💖💖💖
Segundamente: Hm, agora as coisas vão começar a ficar interessantes entre o Bucky e o Steve 🤭
Inclusive, o próximo capítulo é um dos meus favoritos! ❤😂
E vocês querem dar algum palpite sobre os sintomas da Amber? 😬🤔
Espero que tenham gostado desse capítulo!
Espero vocês nos próximos!
Bjs 💋
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