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🔴03/10🔴
🌻Brunna Gonçalves🌻
- Posso fazer uma pergunta nada discreta? - Ludmilla pergunta antes de colocar uma enorme quantidade de macarrão em sua boca.
- Claro. - afirmo com a cabeça e ficamos em silêncio por um tempo até que Ludmilla mastigue e engula.
- O que aconteceu com o pai da Jasmine? - coloco uma grande quantidade de macarrão em minha boca também e Ludmilla da um gole no suco de maracujá a sua frente.
- Eu irei resumir; Felipe e eu estávamos namorando a pouco mais de cinco meses, eu acabei engravidando por um descuido nosso e quando eu contei, ele surtou e disse que não estava preparando para ser pai... Dois dias depois ele sumiu do mapa. - pauso - Eu fui até onde ficava o estúdio de tatuagens dele mas descobri que ele tinha se mudado para outro estado. - Ludmilla abre a boca diversas vezes e então aperta os olhos - Fui atrás da mãe dele e ela disse que ele era um garoto e que não podia ser pai agora.
- Que imbecil. - murmura - Imagina se fosse você falando que não podia ser mãe agora e queria abortar?
- Foi isso que eu pensei. - reviro os olhos - Mas como é um "garoto" de trinta e seis anos, está tudo bem.
- Odeio essas coisas. Eu sinto muito por você ter passado por isso. - diz de uma maneira reconfortante.
- Mas sabe? Por um lado, eu achei bom ele ter sumido. Foi muito melhor ele sumir do que ficar aqui, pagando uma pensão mixuruca que não dá nem ao menos para comprar metade do que Jasmine usa e achar que está fazendo muito ou só aparecer para infernizar a nossa vida.
- Uh, tem razão. - afirma com a cabeça - Mas céus, essa macarronada está uma delícia. - Ludmilla solta um gemido satisfeito e eu sorrio.
- Realmente, ficou deliciosa. Juntou os nossos dotes culinários e ficou incrível. - brinco.
- Não, você não imagina a fome que eu estava. - Ludmilla diz colocando um pouco mais de macarrão no prato - Eu tenho medo que você pense que eu só venho aqui para comer, não tem uma vez que eu não venha e não coma algo. - me olha de forma divertida.
- Mas assim que é bom. - sorrio dando um gole no suco - Assim você fica bem alimentada.
- Assim eu vou acabar engordando. - ri.
- Vai nada, não seja boba. - toco sua mão por cima da mesa e ela me olha sorridente. - Eu gosto de quando você saí bem alimentada do meu apartamento.
- Olha lá, não fala isso que eu venho direto para jantar. - levanta seu dedo indicador e aponta para mim enquanto o mexia.
- Pode vim, eu odeio jantar sozinha. - faço careta e volto a comer.
- Não fale que eu fico tentada a aparecer por aqui. - brinca - Depois não reclame quando eu aparecer por aqui às sete da noite.
- Jasmine e eu estaremos a sua espera. - falo levando a sério e Ludmilla levanta a sobrancelha.
Ouço um resmungo sair da babá eletrônica e viro meu pescoço em direção ao aparelho, olho para Ludmilla que terminava de comer a segunda rodada de macarronada e me levanto.
- Jasmine acordou, já volto. - Ludmilla afirma com a cabeça e saio da cozinha para ir ao quarto de Jas. Assim que adentro o quarto, vejo a bebê segurando o seu calcanhar e eu sorrio - Oi meu amor, a tia Ludmilla está lá na cozinha. Vamos ver ela? - Me inclino sobre o berço para então pegar Jasmine no colo - Vamos ver a tia Lud! - beijo sua bochecha e Jasmine ri. Coloco uma chupeta em sua boca e vou para fora do quarto.
- Oi meu amor! - Ludmilla fala saindo da cozinha e Jasmine a encara no mesmo instante. - Que saudade Jasmine! - se aproxima de mim e pega Jasmine do meu colo fazendo a bebê bater as mãos umas nas outras - Posso tirar a chupeta dela para ver esse sorriso banguela? - me olha e eu afirmo com a cabeça.
Ludmilla tira a chupeta da boca de Jasmine e fica segurando somente com seu dedo indicador. Ela balança Jasmine no colo e a bebê ri ainda sonolenta.
- Você vai comer mais? - pergunto ameaçando ir para a cozinha - Se não, eu vou tirar a mesa...
- Quer ajuda? Eu posso...
- Você ficando de olho na Jasmine já irá me ajudar bastante. - toco a cabeça de Jasmine e Ludmilla afirma com a cabeça - Eu já volto.
- Ficarei com ela aqui. - Ludmilla diz beijando o braço de Jasmine e a mesma sorri abobada para Ludmilla que retribuí o sorriso.
Eu vou para a cozinha, começo a tirar a panela e colocar na geladeira. Vou arrumando a cozinha aos poucos e sorrio ao ouvir a interação de Ludmilla com Jasmine.
- Cadê a Jasmine?... Acho! - uma risada alta de Jasmine chega aos meus ouvidos. - Cadê o bebê?... Acho! - outra gargalhada mais alta sai da sala e eu rio baixo.
Termino de arrumar a cozinha e vou para a sala silenciosamente. Observo Jasmine deitada no sofá e Ludmilla debruçada sobre ela, Ludmilla escondia o rosto nas mãos enquanto dizia: "cadê a Jasmine?" E em seguida as tirava falando: "acho!".
Meu coração acelera e meu peito se aquece ao ouvir as gargalhadas de Jasmine, o modo que ela mexia as perninhas e as mãos para Ludmilla e o sorriso da médica para Jasmine. Parecia que a cada vez mais, o seu olhar ficava ainda mais carinhoso para ela.
- E é assim que se faz massagem nos pezinhos da Jasmine. - Ludmilla diz risonha segurando os pezinhos de Jasmine e beija os mesmos fazendo rir.
- Quantas risadas gostosas. - falo atraindo a atenção de Ludmilla e Jasmine olha para os lados a minha procura - Posso me juntar a vocês? - me aproximo do sofá e Jasmine esboça um sorriso banguela ao me ver.
- Claro que pode. - Ludmilla sorri em minha direção e segura as mãozinhas de Jasmine as mexendo - Eu estava comentando com a Jasmine que provavelmente vou sair com umas amigas no próximo fim de semana e ela sugeriu que a mamãe dela me acompanhasse. - me olha sugestiva.
- Jasmine sugeriu, é? - cruzo os braços e Ludmilla afirma com a cabeça com firmeza.
- Não é verdade, Jasmine? Você não disse para eu convidar a sua mãe para ir comigo? - Ludmilla diz soltando uma mãozinha de Jasmine, com cuidado ela faz um "jóia" desajeitado com sua outra mãozinha e Jasmine a olha - Viu? - nego com a cabeça rindo e então Ludmilla solta a mão de Jasmine.
- Como é esse bar? - pergunto curiosa.
- Bom, ele é bem calmo. Já fui diversas vezes nele e nunca teve muitos bêbados. - passa a ponta da língua sobre seus lábios. - Vai Patty, Kássia e eu... Não sei se o pessoal do hospital vai conseguir ir. A Kássia é estadunidense e chegou a uns dias aqui, ela tem dificuldade para fazer amizade então eu pensei em chamar algumas amigas minhas para a apresentar.
- Eu posso ver com a babá e combinar com ela mas depois não vamos poder sair naquela lanchonete porque eu não estou acostumada a sair sem ela. - aponto para Jasmine que tentava levar seu pé até a boca.
- Se você não poder ir, nós podemos marcar para outra vez...
- Não, provavelmente dê para eu ir. Só não sei se estou preparada para sair sem ela. - faço careta - Porém, prometo que eu vou, só irei voltar cedo.
- Nós não vamos ficar até tarde. Por volta das dez ou onze já estaremos indo embora.
- Então eu tenho quase certeza que irei. - sorrio me sentando no sofá e acaricio os cabelos ralos de Jasmine.
[…]
- Obrigada por vir hoje. - falo encostada na porta e Ludmilla joga seu cabelo para o lado - E obrigada pelo macacão, amanhã eu vou colocar na Jasmine para ela experimentar e te mando foto.
- Já me vejo babando sobre a tela do meu celular. - ri baixo.
- Ludmilla, muito obrigada pela ajuda que você vem me dando.
- Não é necessário agradecer, querida. E eu também não vou dizer que gostei do jantar pois se não, acabara se tornando uma rotina. - ri sem jeito e então se aproximando de mim - Posso? - pergunta levando sua mão para perto do meu rosto mas não o tocando.
Eu afirmo com a cabeça e Ludmilla segura o meu rosto antes de selar nossos lábios enquanto acariciava o meu rosto. Suspiro colando nossos corpos e Ludmilla aprofunda o beijo.
Era fascinante como o meu corpo, meu coração e meu cérebro reagia a um mínimo toque de Ludmilla e tudo se tornava mais intenso quando eu tinha seus lábios juntos aos meus.
Beijar a Ludmilla era sem dúvidas, a melhor coisa que eu poderia experimentar.
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