🦋-2-🦋
🌻Brunna Gonçalves🌻
Depois de vários e vários minutos tentando entender o que estava acontecendo com Jasmine, chego a uma conclusão: precisaríamos ir ao médico.
Não era fralda suja, nem fome e muito menos cólica. Ela só poderia estar sentindo alguma dor ou incômodo em algum lugar. Respiro fundo diversas vezes assim que termino de colocar Jasmine na cadeirinha, coloco a chupeta marrom em sua boca e ela resmunga a cuspindo, fecho a porta de meu carro e dou a volta entrando no banco do motorista, coloco o cinto e olho Jasmine para ter certeza que ela não choraria fazendo com que eu parasse de dirigir e estacionasse.
Vou para o hospital que ficava localizado perto do meu prédio, depois de achar uma vaga, saio do carro e abro a porta do banco de trás para poder tirar Jasmine da cadeirinha e pegar a bolsa pesada de Jasmine. Depois de trancar o carro com facilidade, vou para dentro do hospital e como previsto, assim que Jasmine olha para o enorme prédio, ela começa a chorar.
Passo por todo o prédio com Jasmine chorando desesperadamente em meus braços até a pediatria, converso com a enfermeira que ficava atrás do balcão e ela explicar que a Doutora Kimberly havia se aposentado e outra mulher havia entrado em seu lugar. Ela não me da muitos detalhes sobre isso, apenas pede para que eu preencha um formulário e assim eu faço - ainda com Jasmine chorando em meus braços -.
Preencho o formulário com dificuldade já que Jasmine não sabia se chorava ou se tentava pegar a caneta da minha mão, entrego para a recepcionista que vai para dentro de uma sala no fim do corredor e Jasmine volta a chorar atraindo a atenção das outras mulheres com bebês de todas as idades.
- Jasmine, olha para a mamãe. - coloco Jasmine sentada no meu colo e vejo seu rostinho vermelho pelo choro - Olha só, o ursinho poof veio te ver. - pego o urso de pelúcia que estava pendurado em sua bolsa e com dificuldade, consigo colocar sua atenção sobre o ursinho e ela o agarra. Coloco a chupeta em sua boca e ela fica mexendo na orelha do urso amarelo.
Sorrio satisfeita ao ver que ela havia parado de chorar, passo a mão por seu rosto limpando as lágrimas que haviam escorrido e beijo sua cabeça com poucos cabelos.
- Ela tem medo de hospitais? - uma mulher com um bebê aparentemente uns meses mais velho que Jasmine pergunta sentada ao meu lado.
- Ela morre de medo. - digo ainda sem jeito pelo show que Jasmine havia dado e olho para o bebê que parecia encantado pelo ursinho de Jasmine - Oi gracinha. - brinco com o menino que sorri para mim.
- Heitor tinha medo também... Ele reagia da mesma forma que sua filha reagiu. - explica aparentemente querendo me mostrar que eu não era a única que passava tal vergonha em público.
- Vejo que ele superou esse medo.
- Ele só superou depois que começou a vir nas consultas com a Doutora Oliveira, eu acho que ela é alguma santa. - diz em um tom brincalhão.
- A nova Doutora se chama Oliveira?
- Ludmilla Oliveira. - da de ombros arrumando Heitor em seu colo - Agora o Heitor fica super feliz apenas por ver o hospital. - ri olhando para o menino.
- Espero que essa Doutora seja uma milagreira... Por que para pegar a confiança dessa garotinha esquentadinha, é difícil. - dou uns tapinhas leve na perna de Jasmine que parece não se importar.
- Acredite, ela é.
- Heitor Leonel? - ouço uma voz doce logo depois que a porta é aberta e uma mulher com uma estatura mediana, com uma roupa toda branca, um jaleco cheio de bichinhos, o cabelo solto com umas mexas coloridas evidentemente falsas e um pouco de glitter no rosto aparece com uma prancheta em mãos.
- Com licença. - A mulher que estava sentada ao meu lado se levanta e a médica cumprimenta todas as pessoas ali presente com um sorriso amigável antes de voltar para a sala com a mãe e o bebê.
Vários e vários minutos se passam, algumas mães que estavam na minha frente vão entrando na sala e logo depois saindo com seus bebês risonhos ou chorosos por algum exame feito, Jasmine é chamada e percebo um enorme bico chorão crescer em seus lábios.
- Bom dia, Senhora Gonçalves. - a Doutora diz me olhando assim que eu passo por ela e fecha a porta - Oi gracinha, porque está com essa carinha de choro? - pergunta e vejo rapidamente o semblante choroso de Jasmine mudar para um curioso.
- Bom dia Doutora... Ela morre de medo de hospitais. - explico e a médica tira o estetoscópio do seu pescoço.
- Temos uma mocinha com medos de hospitais aqui então? - Doutora Oliveira pergunta em um tom carinhoso e aponta para uma cadeira para que eu me sente - Você não deve ter recebido o aviso mas a Doutora Kimberly se aposentou e acabei sendo transferida para esse hospital... Sou a Doutora Oliveira mas pode me chamar de Ludmilla. Ficarei responsável por todos os pacientes dela.
- A recepcionista havia me dito... Fico feliz que a pessoa que vai substituir a Kimberly seja uma pessoa amável como você.- digo a fazendo sorrir.
- Então... O que essa princesinha tem? - pergunta olhando no prontuário e vejo Jasmine cuspir a chupeta, antes que eu possa a pegar, a chupeta vai para o chão e atraí a atenção da médica.
- Nós estávamos planejando ir ao parque hoje de manhã para comemorar o mêsversario de três meses, quando eu fui preparar a mamadeira, ela começou a resmungar e ficar molinha.
- Quanto tempo ela fez o último exame de rotina? - pergunta e ao vê que eu iria me abaixar para pegar a chupeta, ela é mais rápida e a pega, brinca com Jasmine arrancando um pequeno sorriso da bebê e vai até uma pequena pia que havia ali, lava a chupeta e só depois me entrega.
- A um mês. - a mulher afirma com a cabeça e fica uns minutos em silêncio aparentemente lendo o relatório.
- Posso a pegar para fazer uns exames? - pergunta e afirmo com a cabeça, aperto meus olhos sabendo que Jasmine iria chorar assim que fosse para o colo da médica mas isso não acontece.
Dra. Oliveira a pega e coloca sentadinha sobre uma maca. Jasmine apenas a encara com curiosidade e quando a mulher a olha, para a minha surpresa Jasmine sorri soltando uma risadinha.
- Srta Gonçalves, posso dar um conselho? - Ludmilla pergunta assim que começa a desabotoar os botões do macacão de Jasmine.
- Claro. - afirmo com a cabeça curiosa pelo o que ela falaria.
- Quando essa princesa ficar maior e começar a entender o significado de não, comece a explicar que ninguém pode tirar a roupa dela sem que você esteja por perto. Nem que seja médico. - me olha brevemente e vejo a preocupação em seu olhar - O mundo está perigoso para as crianças hoje em dia.
- Farei isso... Obrigada. - sorrio agradecida e sua atenção se volta para Jasmine.
- Olha só, uma abelhinha. - sua voz sai divertida e ela pega o estetoscópio mostrando a abelha que ficava na ponta para Jasmine. Ludmilla faz um barulhinho de abelha e então começa os exames fazendo Jasmine gargalhar alto pelas suas brincadeiras.
Depois de fazer exames e a pesar, Ludmilla arruma seu macacão de girafa e a devolve para meu colo que a olhava admirada por não deixar Jasmine chorar em nenhum momento.
- O que ela tem? - pergunto preocupada, Ludmilla se senta e sua cadeira atrás de uma mesa e olha para mim.
- Creio que... - assim que começa a falar, Jasmine solta uma gargalhada alta com seus olhinhos castanhos vidrados em Ludmilla.
Naquele momento Jasmine volta a ficar esperta e levanto a sobrancelha encarando minha filha que tinha um semblante divertido olhando a médica.
- Sua filha está perfeitamente... - outra gargalhada alta de Jasmine e dessa vez, nem Ludmilla e muito menos eu conseguimos conter a risada - Perfeitamente saudável. - outra gargalhada da bebê - Eu não posso nem falar mais. - Jasmine volta a rir me fazendo a acompanhar, Ludmilla fica com um sorriso divertido e olha para Jasmine - Como eu vou continuar a consulta desse jeito em princesa? Em? - pergunta diretamente para Jasmine que continuava a gargalhar - Olha para isso, meu Deus. Eu não tenho maturidade para ela. - fala risonha e eu continuo a rir por causa da reação de Jasmine.
- Em casa ela estava tão mole. - falo risonha - Pensei que estava sentindo alguma dor. - Jasmine para de rir e fica séria, mas isso dura apenas alguns instantes.
- Eu acredito que eles fazem isso com os pais. - Jasmine volta a gargalhar. Ludmilla fica em silêncio por uns segundos encarando Jasmine com uma expressão divertida - Como é que eu vou continuar desse jeito? - pergunta e volta a rir quando a risada de Jasmine fica ainda mais alta assim que ela aumenta um pouco mais sua voz.
- Desculpe. - digo entre risadas e olho para Jasmine - Já presenciei consultas interrompidas por choros ou coisas desse tipo mas risadas, essa é a primeira vez. - vejo que a expressão divertida não abandonava o rosto da minha filha.
- Isso é algo bom, não acha? - Jasmine volta a gargalhar fazendo nós duas rirmos.
- Isso é ótimo. - afirmo com a cabeça e então Ludmilla volta a olhar Jasmine com os olhos semicerrados.
- Você está achando graça da minha voz, princesa? - pergunta e Jasmine gargalhar novamente estendendo seus bracinhos gordos em direção a médica.
- Céus, os seus encantos em bebês são melhores do que eu imaginei. - brinco e então Ludmilla se levanta de sua cadeira.
- Posso a pegar? - pergunta e eu afirmo com a cabeça antes de Jasmine ir para o colo da médica milagreira - Vai rir agora? - pergunta divertida para Jasmine que dessa vez não ri - Ótimo. - Jasmine da uma risadinha baixa fazendo Ludmilla e eu voltarmos a rir.
Depois de vários tentativas da médica terminar a consulta, ela consegue depois de Jasmine se entreter com seu cabelo.
Descubro que essa foi uma das peças que Jasmine havia me pregado e isso me deixou um tanto quanto aliviada quanto com cara de tacho.
Uma bebê de três meses havia me feito de besta.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro