🦋-16-🦋
🌻Brunna Gonçalves🌻
Arrumo a mesa pela terceira vez em menos de meia hora e então por fim deixo as panelas com arroz, o strogonoff, batata palha, uma salada de alface com tomate e os dois pratos um na frente do outro.
Mordo meu lábio e Jasmine balbuciava no carrinho que estava na entrada da cozinha enquanto batia as mãozinhas no móbile pendurado no carrinho. Me apresso para ir até a geladeira e pegar a jarra de suco, a coloco sobre a mesa perto da panela de barro onde estava o arroz e sorrio satisfeita ao ver a mesa bonita.
Olho no relógio em meu pulso e vejo que faltava cinco minuto para seis e meia. No mesmo instante, o interfone na sala toca e eu vou em direção a ele rapidamente, o atendo e a voz do porteiro se faz presente perguntando se poderia liberar a entrada de Ludmilla Oliveira. Eu prontamente disse que poderia e em menos de dois minutos, ouço uma batida na porta, a abro e vejo Ludmilla sorridente.
- Olá Brunna. - sorri se inclinando e beija a minha bochecha.
- Olá Ludmilla, entre. - dou espaço para que ela passe e assim ela faz me permitindo ver a roupa que ela usava.
Era uma roupa social, a calça era na cor cinzas e ia até seus scarpin pretos. Sua blusa social estava com as mangas arregaçadas e seus cabelos curtos estavam bagunçados como se ela tivesse os jogado para um lado milhares de vezes.
- O cheiro está ótimo. - se vira para mim e eu fecho a porta. Ludmilla e eu trocámos algumas palavras e por fim ela olha em volta - Onde está Jasmine? - pergunta ao colocar a bolsa no braço do sofá.
Ludmilla descobre onde Jasmine estava assim que um gritinho infantil vem do carrinho. Um enorme sorriso aparece no rosto da pediatra e ela me olha pedindo permissão para a ver.
Eu sorrio de volta e vou até o carrinho, o puxo para a sala revelando uma Jasmine animada, ela mexia as mãozinhas e os pés ao mesmo tempo, seus olhos olhavam para todos os lados e ao ver Ludmilla, ela gargalha me deixando surpresa com sua reação com Ludmilla.
- Oh meu Deus. - Ludmilla ri e se aproxima do carrinho - Posso a tirar? - me olha e eu afirmo com a cabeça. Em momentos, Ludmilla pegava Jasmine no colo e a bebê ri assim que Ludmilla passa o nariz na bochecha da mesma.
- Vejo que ela está me trocando por você. - finjo um pequeno drama Ludmilla me olha.
- Que isso Brunna. - ri dando um pequeno saltinho fazendo Jasmine rir - Ela só se simpatiza com a minha voz. - manda um beijo para Jasmine que a olhava fixamente e sorri em seguida.
- Sei... - estreito meus olhos fazendo Ludmilla rir.
- O cheiro da comida está deliciosa, o meu estômago está até roncando. - me olha, solta um gemido dolorido assim que Jasmine segura seu cabelo e o puxa.
- Jasmine, solta. - falo ameaçando me aproximar e Ludmilla nega com a cabeça.
- Acabei de constar que a sua filha é um bebê muito forte. - concluí assim que a mãozinha de Jasmine solta seus fios.
- Ela tinha mania de puxar cabelo mas depois que fez quatro meses, parece que piorou. - explico envergonhada e Ludmilla ri.
- Ei, está tudo bem. Eu sei que bebês amam puxar as coisas, não é coisa linda? - olha para Jasmine.
- Vamos comer? Podemos deixar Jasmine no bebê conforto porque ela já mamou... - sugiro e Ludmilla afirma com a cabeça me entregando minha filha que sorri assim que vêm para os meus braços. Vou até o bebê conforto que estava sobre a mesa da sala, coloco Jasmine ali e em seguida coloco uma chupeta verde em sua boca evitando que ela chore enquanto estaremos comendo.
Não demora muito para que Ludmilla e eu estivéssemos sentadas na mesa com Jasmine por perto. Nosso jantar foi repleto de risadas e brincadeira como o nosso último almoço. A cada garfada Ludmilla lançava milhões de elogios direcionados a mim dizendo que minha comida era maravilhosa e que aquele era o melhor strogonoff que ela havia comido na vida.
Na metade do jantar, Jasmine começa a ficar enjoadinha e percebo que ela estava com sono, peço licença para que pudesse ir a ninar e Ludmilla nega com a cabeça demonstrando que não se incomodava com aquilo. Para a minha sorte, Jasmine dormiu em menos de cinco minutos enquanto eu cantava baixinho para ela, eu deixo a bebê no berço e volto para a cozinha vendo Ludmilla colocar mais arroz, strogonoff e batata palha no prato.
- Se eu engordar, a culpa é sua por fazer essa comida dos deuses. - Ludmilla diz enquanto eu me sentava.
- Então a comida está a sua altura. - murmuro e ela me olha confusa.
- Não entendi. - franzi o cenho.
- Tenho quase certeza que você pode ser uma deusa. Se o strogonoff está dos deuses está a sua altura. - explico e Ludmilla ri.
- Se eu fosse, qual deusa eu seria? - me olha e mordo meu lábio.
Ludmilla e eu terminamos de comer, ela me ajuda a colocar a louça na pia, a guardar a comida e a limpar a mesa. Quando eu vi, nós duas estávamos sentadas no sofá comendo o bolo de chocolate que eu havia comprado, enquanto ela me contava as aventuras que ela já havia tido nos cinco anos sendo pediatra e me arrancava diversas risadas.
Observo Ludmilla quando falava, eu percebia que suas pupilas estavam dilatadas e seus olhos brilhantes.
- Mas e você? Teve muitas aventuras? - diz por fim e eu entorto a boca antes de colocar um pouco do bolo recheado na minha boca.
- Acho que a coisa mais radical que eu já fiz foi... - aperto meus lábios para tentar me recordar - Quando eu desci uma escada deitada sobre um papelão. - Ludmilla me olha por uns segundos sem acreditar e então ri - Eu tinha dezesseis anos e estava na minha fase rebelde... Tirando isso eu sempre fui uma pessoa muito calma.
- Dá para perceber pelo o seu semblante. - comenta me analisando.
- Como assim?
- É evidente que você é uma pessoa mais calma que não gosta de coisas "radicais". - faz aspas com a mão e sorri de lado.
- O que foi? - pergunto ao perceber seu olhar sobre minha boca.
- Está sujo, com glacê. - aponta para o canto da sua própria boca e eu passo meu polegar no local onde ela havia apontado mas ela faz careta - Está bem aqui. - estende o braço e passa o polegar sobre o lado oposto onde eu havia passando.
O contato da seus dedos em minha pele faz com que o local onde seu dedo fica formigando e eu a olho fixamente. Ela me olhava da mesma forma e só percebo que eu prendia a respiração quando meus pulmões começam a reclamar.
- Você errou o lado. - sorri e eu balanço a cabeça quebrando aquele clima que havia nascido.
- Minha coordenação de direção não é muito boa. - me defendo e ela ri.
- Bom, eu acho que já deu a minha hora. - se levanta do sofá e pega o prato que estava no braço do sofá - Vou levar na cozinha. - avisa antes de ir para a cozinha e em seguida voltar.
- Fique mais... Ainda está cedo. - me levanto também e deixo o prato sobre a mesa de centro.
- Que tal da próxima vez? - me olha com um sorriso de lado.
- Eu vou cobrar. - sorrio.
- Novamente eu digo, a sua comida é maravilhosa. - gesticula com as mãos antes de pegar sua bolsa.
- Obrigada por ter aceitado. - a acompanho até a porta e então Ludmilla a abre, da alguns passos e então para do lado de fora do meu apartamento.
- Não precisa me acompanhar, não aconselho deixar Jasmine sozinha, mesmo dormindo. - diz sutilmente e eu afirmo com a cabeça - E você está muito linda, esqueci de dizer. - sorri de lado e sinto minhas pernas ficarem moles no mesmo instante.
- Você é muito linda, Ludmilla. - digo no mesmo tom e percebo que ela é pega de surpresa pelo meu elogio.
- Nós vemos na próxima vez? - pergunta se aproximando e eu sabia que ela iria beijar a minha bochecha como de costume.
- Sim. - afirmo com a cabeça.
Percebo meu coração saltar de nervoso assim que Ludmilla chega perto e me lembro do clima que havia criado no sofá. Sem que eu permitisse, minha mão vai até a cintura de Ludmilla e viro meu rosto colando nossos lábios.
Percebo que Ludmilla toma um susto e fica imóvel. Quando eu percebo o que havia feito, eu me afasto bruscamente dela e percebo que ela estava tão surpresa quanto eu.
- Eu não esperava isso. - murmura com um sorriso sem graça e seus olhos caem para o chão.
- Eu acho que... - minha voz morre e Ludmilla volta a me olhar com mais intensidade do que durante o jantar.
"Eu vou me arrepender disso."
Prendo minha respiração e levo minhas mãos até o rosto de Ludmilla, aproximo novamente o meu rosto do dela e choco nossos lábios. Dessa vez Ludmilla não fica surpresa, ela apenas segura a minha cintura e puxa o meu corpo fazendo nossos corpos se chocarem.
E é naquele momento onde eu sinto absolutamente todas as muralhas onde eu me escondia serem derrubadas sem dó ou piedade e eu descubro o que Ludmilla estava desestabilizando dentro de mim.
Suspiro assim que Ludmilla desliza sua língua entre meus lábios aveludada e toca a minha. O encaixe perfeito de nossas bocas me deixa levemente surpreendida. Nossas línguas se tocavam em um ritmo lento e delicioso assim como nossos lábios.
Por um segundo eu sinto que havia ido ao paraíso e voltado mas assim que eu levo minhas mãos até o seu cabelo, Ludmilla aperta a minha cintura e eu me sinto indo ao céu e ao inferno ao mesmo tempo.
Percebo Ludmilla sorrir contra meus lábios e eu não consigo conter um pequeno sorriso antes das nossas línguas voltarem a se entrelaçar fazendo várias sensações me atingirem como um soco.
O ritmo do beijo vai diminuindo aos poucos até que eu sinto Ludmilla mordiscando meu lábio antes de dar vários selinho, a pediatra se afasta tanto quanto sorridente quanto ofegante.
- Boa noite, Brunna. - sua voz sai rouca e mordo meu lábio sentindo todo o meu corpo em êxtase.
- Boa noite, Ludmilla. - sussurro e ela se afasta ainda mais me deixando ver ainda mais a sua boca avermelhada e inchada antes de sorrir em minha direção.
Ludmilla acena e vai até o elevador. Fico encarando a porta do outro apartamento a minha frente, aperto meus lábios e vou para dentro do meu apartamento fechando a porta.
Levo meu dedo indicador até meus lábios e um sorriso bobo cresce em meus lábios assim.
- Ai Ludmilla, o que você está fazendo comigo. - murmuro respirando fundo e percebo o perfume dela impregnado em minhas roupas.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro