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🌻Brunna Gonçalves🌻
Jasmine virava sua cabeça em minha direção sempre que eu fazia um movimento diferente com minhas mãos. Seus olhos estavam atentos em mim mesmo ela estando ao meu lado no sofá com várias almofadas a sua volta e vários brinquedos de diferentes cores a sua frente. Jasmine sorri assim que percebe que eu estava a olhando e tenta erguer os seus ombros com seus bracinhos que lutavam para segurar o peso do seu corpo.
- Cadê a bebê da mamãe? - pergunto pegando um chocalho que estava a sua frente e o balanço fazendo Jasmine sorrir - Achei o bebê da mamãe. - deixo meu notebook de lado e Jasmine balbucia me fazendo sorrir assim que ela tenta se virar de barriga para cima, eu a ajudo e ela sorri ne permitindo ver sua boca babada - Ai meu Deus, quanta baba mamãe. - pego o seu paninho e limpo sua boca enquanto brincava com ela.
Jasmine não demora nem ao menos dois segundos depois que eu limpo sua boca e já enfia a mão no mesmo local e sorri quando eu pego outro brinquedo que fazia um barulhinho atraindo a atenção de Jasmine para o mesmo.
- Mamãe vai só terminar de arrumar umas coisas aqui e já brinco com você, entendidas? - pergunto e ela mexe os bracinhos me fazendo sorrir - Vou levar isso como um: entendidas mamãe. - volto a me sentar no sofá e volto a colocar meu notebook sobre o meu colo.
Mordo meu lábio ao ver a quantidade de contas que eu tinha para pagar. Energia, água, parcelas do carro — que eu pagava a incansáveis dois anos —, comida, as coisas que Jasmine precisava e várias e várias coisas que fazia com que eu ficasse sem quase nenhum dinheiro já na segunda semana do mês.
Meu salário havia diminuído por causa que minhas horas de aula também haviam diminuído drasticamente. Antes eu passava entorno de dez horas na galeria e agora, não chegava nem a cinco horas e eu pretendia continuar assim até que Jasmine completasse no mínimo um ano e meio, não queria ser ausente nessa fase de descobertas e aprendizagem da minha filha.
Minha cabeça começa a doer por causa das contas muito altas e que eu precisaria cortar alguns gastos para que não passassémos um pequeno sufoco. Então aperto os olhos tentando não acabar me estressando com isso e fazer minhas crises de enxaquecas voltarem.
Meus pensamentos são cortados com um barulho de Jasmine, a olho vendo-a segurar o chocalho de forma desajeitada e o levar até sua boca.
- Tenho uma pequena suspeita que está na hora do seu banho. - fecho meu notebook com calma e o deixo no braço do sofá. Olho o relógio em meu pulso e percebo que realmente estava na hora do banho de Jasmine.
Hoje estava um clima mais quente, isso resultava em Jasmine mais chorona por conta do calor e também por ela odiar suar.
- Vem cá princesa. - a pego no colo e a seguro com firmeza antes de levantar o sofá e ir para o banheiro.
Preparo a banheira de Jasmine e começo a despir fazendo-a ficar chorosa, quando a coloco na água com a cabecinha apoiada em minha mão, ela faz uma enorme careta mas logo ri quando mexe as mãozinhas dentro da água.
- Vamos lavar esse pezinho para não ficar com chulé. - falo tocando seu pé e ela fica me olhando.
Quando termino o seu longo banho, a enrolo em uma toalha da Barbie. A levo para seu quarto passo os cremes que deviam ser passados, coloco a fralda e em seguida faço uma massagem que a pediatra havia recomendado desde o seu primeiro mês de vida.
Jasmine não demora muito para dormir e me permitir arrumar a casa, tomar banho e ir preparar meu café da tarde.
[…]
- Oh merda. - murmuro assim que chuto uma caixa que estava de baixo da minha casa e franzo o cenho.
Não me lembrava de colocar nada em baixo da cama.
Me abaixo e pego a pequena caixa, a encaro por uns segundos e então a abro vendo várias fotos, cartinhas, ingressos de shows e o que mais me chama a atenção. Uma aliança prata.
Suspiro ao pegar uma foto onde Felipe e eu estávamos, me sento ao lado da caixa e começo a olhar algumas outras fotos e quando percebo, algumas lágrimas escorriam por minha bochecha a ponto de pingar nas fotos que estavam sobre meu colo.
Eu não chorava pelo o meu namoro ter acabado. Eu não chorava pela falta dele. Eu chorava por ele ter brincado comigo como nunca ninguém havia brincado.
Havia vários meses de memórias naquela caixa, todas as cartas que Felipe havia escrito a mão para mim, fotos tiradas, ursinhos de pelúcia dados. Tudo feito para que eu abaixasse a minha guarda e permitisse me entregar a ele.
Suspiro enxugando minhas lágrimas tentando me convencer que era muito melhor ele ter sumido da minha vida do que ter ficado por má vontade, não cuidar da nossa filha, ser o tipo de pai ausente que paga uma minoria de pensão e já acha que estava fazendo demais.
O abandono repentino dele havia me deixado com alguns traumas. Um deles era não conseguir me envolver com alguém ou ao menos deixar alguém entrar na minha vida por pensar que irão me abandonar a qualquer instante. Por esse motivo, eu já não tinha mais amigos, no máximo eram colegas de trabalho ou conhecidos. Nada que envolvessem vínculos emocionais, apenas sociais.
Eu inconscientemente havia criado muralhas que impedia de pessoas entrarem na minha vida com medo de que elas me machuquem ou machuquem Jasmine e me escondia atrás delas... Essas muralhas impediam as pessoas de se aproximarem. Ou era o que eu pensava.
Não sou tola, eu sabia que no dia que Ludmilla veio ao meu apartamento para me ajudar com Jasmine. Alguma coisa naqueles olhos castanhos havia feito algo se desestabilizar.
Ludmilla havia desestabilizado algo dentro de mim sem que eu permitisse e eu nem ao menos sabia o que havia sido.
Naquele mesmo dia eu tratei de pegar aquela caixa, colocar tudo ali dentro — menos as coisas de valor. Eu não sou boba, poderia empenhar a aliança e algumas pulseiras, correntes coisas que tinham ali dentro —, e a joguei na lixeira do prédio abandonando de vez aquele passado que tanto me afetava disposta a esquecê-lo e esquecer tudo o que ele me fez passar.
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=== eu ia postar mais capítulos mais vou mimir===
O Felipe do hospital não é o ex de Brunna não ✌🏽😉
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