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O Fim e o Começo, juntos.


** Primeira  revisão 29/04/2021. Contém 4.767 palavras **

- Anne! Desça agora! - Ondas sonoras entraram no ouvido de Anne, e aumentando de volume gradativamento, assustando-a. Havia tido um sonho confuso e estranho. Não lembrava de muita coisa, apenas do medo e receio que o sonho passava. Sonolenta levantou-se, com a claridade obrigando-a manter seus olhos fechados, apenas com uma frexinha para ela encontrar o caminho até o corredor. Ela foi surpreendida pela dor que subiu dos seus pés até sua coxa, forçando ela cair para trás e ir de encontro com os lençóis de sua cama, suspirou. Não lembrava de nenhum esforço que tenha feito nesses últimos... Dias? Não, pela dor que sentia devia ser um esforço causado em semanas, ou até mesmo meses. Então fez a coisa mais ridícula que ela já pensou em fazer, ajoelhou-se e engatinhou até o banheiro torcendo para que sua mãe não a visse de tal maneira. Entrou no banheiro e foi se apoiando na pia até que seu rosto estava formado no espelho, seu reflexo refletia sua cor pálida, os olhos redondamente castanhos e o cabelo desgrenhado na mesma cor que seus olhos. Ela passou os dedos delicadamente pelos cachos que formava pequeno nós, e percebeu que seu cabelo estava grande, chegando na cintura, dava pra enrolar e formar um coque, o que era estranho pois ela lembrava de não conseguir fazer isso no dia anterior. Precisava mesmo de um banho.

A água poderia ser até macia tocando sua pele, ela se aventurou a olhar pra cima e deixar com que a água beijasse sua face, sentia cada gota que caia em seu corpo, deixou ser levada pela sensação de alívio que o vapor com a água quente trazia, até que uma voz sussurrou dentro de si "tudo acabou, sua vida acabou. O amor acabou, ele se foi." E então automaticamente a água não aliviava mais, e ela estava chorando, se afogando entre lágrimas e água do chuveiro. Era isso, esse era o medo. Sua única chance de viver, a única vez que ela se sentiu viva, havia acabado.

Era isso, o motivo de sua mãe esta te acordando, era esse o motivo de sua dor. Ela estava se machucando, estava fraca e incompreensiva. Era a segunda pessoa que o amor lhe dava o prazer de recebe-lo e depois o tirava da maneira mais trágica possível. Era como ter uma maldição, sentia-se como se nunca pudesse ser amada. A garganta dela se fechou por causa das luvadas de engasgo e desespero que o choro trazia, mas ela não se importou, parecia que não havia mais nada para ela naquele mundo, ela precisava ir para um lugar melhor, o lugar a onde a cor tinha sido levada, agora ela sentia a escuridão, tampando todo seu campo de visão. Sua própria sombra cobrindo-a, fechando ela em uma gaiola e se libertando através das paredes. Ela teria que encarar, teria que reviver o momento de angustia, o momento que a dor se mantinha estável e depois piorava automaticamente.

Ela sempre odiou velórios. Não que ela tenha ido em muitos, só tinha tido a infelicidade de esta em um, e foi a parte mais horrível de sua vida. Ela achava que aquela era a determinada parte em que o leitor esta lendo o livro e algumas lágrimas caia, manchando as letras da página. Ela pensou por si mesma, que quando aquilo acabasse um novo capítulo iria começar e ela nunca mais teria que passar por aquilo novamente, estava enganada. O replay da sua vida estava passando e ela nem mesmo havia apertado o "enter". Obrigou-se a encarar aquilo. Ela não tinha como fugir. Se jogar da janela de seu quarto? Interessante, mas não recomendável. Ela nunca gostou da hipocrisia das pessoas de falar o quanto suas vidas eram ruim sem antes mesmo pensar na possibilidade de que o ruim só continua. Não existe algo ruim o bastante, ele se multiplica. Era medíocre em pensar que se você acabasse com sua vida a partir do momento que as coisas ficam ruins, seria resolver todos os problemas, toda a dor. Não, ela não era egoísta a ponto de pensar em facilitar o fim da sua dor sendo que para isso ela teria que causar dor em outras pessoas.

Seu tornozelo doía. Queimava, esmagava toda a firmeza de seus ossos. E ela precisava aguentar, pra caminhar entre túmulos e túmulos até que a fileira a onde seu namorado seria enterrado fosse achada, e participar daquela cerimonia toda. Não que fosse cansativo, ou algo que ela não quisesse, mas ela preferia realmente se despedir dele, e não somente fazer tal coisa por que era um tipo de "ritual". Queria poder conversar com ele, isso faria com que ela se sentisse melhor. Odiava alguns detalhes de velórios. O fato de uma família de 5 pessoa, tornar-se de um dia para noite uma de 50 pessoas, simplesmente por que alguém morreu, ver o amor falso que todas aquelas pessoas expressavam dava um gosto amargo em sua boca. Outra coisa que ela apontava como desnecessário era o fato de todos usarem roupas pretas. Ela não entendia esse ponto, ela queria sentir paz naquele momento, não luto. Se já esta obvio que todos estão de lutos, por que tornar isso ainda mais "real" ? Esse era o tipo de satisfação que ela não entendia do ser humano. Sem dizer o fato de todos de dar apoio, dizendo como as coisas irão ficar bem. Não! Elas melhoram, mas não ficam bem.

Ela vasculhou gavetas por gavetas, procurando sua calça jeans e a blusa que Davi lhe deu de presente na primeira vez que saíram juntos. Enquanto procurava a blusa desesperadamente começou a recordar da primeira vez que tiveram um encontro oficial. Não foi exatamente como ela pensava... Anne nunca tinha sido muito romântica a ponto de pensar em sair para jantar fora, ou coisas que seguiam a mesma linha. Mas Davi mostrou o mundo pra ela de um outro lado de sua posição atual, ele fez o mundo brilhar como o sol brilha em todo amanhecer e isso a fascinou, e ela queria mais. Muito mais. Eles estavam se acostumando um com o outro quando Davi chegou na casa de Anne com um sorriso plantado no rosto estava usando um moletom branco, e uma calça bege, tinha jogado o cabelo pro lado, mas o vento havia o bagunçado e tornado ele "único", brilhoso e descolado. Anne estava preparando um bolo de caneca, algo que ela adorava fazer e então dois papéis voaram delicadamente até cair sobre a mesa puxando sua atenção, Davi estava do seu lado, com o sorriso brilhoso iluminando todo seu rosto, ela foi tomada por uma alegria, mas se segurou e perguntou da maneira mais sútil que conseguiu.

- Acho que isso pertence a você. - Ainda não havia lido o conteúdo dos papéis, mas sábia que ele pretendia algo. Ela adorava entrar nos joguinhos dele.

- Tudo que pertence a mim, pertence a nós minha querida dama. - Ele conseguia falar e sorrir ao mesmo tempo, o que deixava o coração de Anne congelado com a tensão de um ataque de felicidade.

- Qual seria a invenção dessa vez? - Sua voz deu uma pequena tremida, antes de ela enviar um pedaço do bolo na boca pra disfarçar sua inquietação.

- Olhe por si mesma. - Ele apontou os papéis que tinha uma aparência brilhosa, ela pegou eles ainda olhando pra Davi, e depois desviando seus olhos aos poucos, até cair sobre os ingressos. Era ingressos para um circo, com diversas atrações, algo completamente novo e curioso pra Anne, esses eram os tipos de programas familiares, que ela não tinha conhecimento. E rápidamento foi tomada pela empolgação.

O encontro foi algo normal, eles foram em um circo que estava na cidade durante uma semana, diferente dos outros a atração principal era um mágico internacional, Davi não acreditava em magia, mas tinha optado por tal atração pelo motivo de que Anne não gostava de palhaços, o que agradou Anne foi o fato dele ter aberto mão de algo que ele adorava para agrada-la, esses pequenos detalhes fazia com que ela sentisse segura e completa. No final do espetáculo eles foram comer algo e passear no meio das diversas barraquinhas que vendiam objetos entre outros, então Anne entrou em estado de choque, as lojinhas eram praticamente comandadas por palhaços! Quando Anne era mais nova, havia ido com o seu pai em um parque de diversão e ao anoitecer havia uma atração de terror. Como ela era muito nova pra ficar em tal evento seu pai pretendia ficar até o fim da tarde e depois eles iriam embora, mas em um momento de descuido ela se perdeu de seu pai e foi assim que começou um do seus maiores traumas infantis. A noite chegou, os monstros foram soltos e pessoas corriam para um lado e para outro, e Anne estava desesperada procurando seu pai, até que ela se viu em um lugar escuro e solitário, começou a chorar e então começou aparecer palhaços deformados de todos os lados, com sorrisos malvados, cabelos vermelhos e pequenas cicatrizes por toda parte, eles rodearam ela, e ela se aventurou a rezar. Foi a primeira vez que ela rezou por algo. Em um momento ela esta rodeada de palhaços, no outro ela estava em um lugar claro e seu pai segurava sua mão, seu pai vez ela acreditar que era apenas um sonho ruim, mas ela sábia que tinha sido real e guardava esse momento traumático mesmo depois de mais velha.

Ela sentiu o aperto em sua mão e Davi reconfortando-a, sábia que tinha que superar isso, tinha que seguir adiante, por ela, por Davi. Pelo sonho ruim. Então ela se viu dando alguns passos adiante, indo em direção ao tumulto de palhaços sorridentes. Se sentia segura com Davi, poderia passar todas as barreiras do mundo com ele ao seu lado sentia-se absoluta. Depois de passar o corredor de palhaços Davi abraçou-a tão forte que ela poderia quebrar. Deu um beijo em sua testa e sussurrou:

-Você é a atração principal da minha vida. Eu te amo. - E logo em seguida ele comprou uma blusa branca com uma explosão de cores no meio escrito com letras em negrito preto "único sempre" e entregou a ela, e era essa a blusa que ela procurava no momento.

- Anne, você vai se atrasar! Não posso ficar esperando! Tenho que trabalhar, sabia? - Sua mãe estava no vão da porta encarando Anne com seus olhos negros, as linhas de cansaço estavam menores e sua pele parecia mais fina. Pela primeira vez depois que seu pai havia morrido sua mãe estava maquiada, mesmo que fosse com uma maquiagem leve. Ela parecia muito mais nova. Estava no seu melhor terno, vestia salto alto, e seu cabelo estava amarrado em um coque alto. Ela estava elegante. Anne queria poder fazer o mesmo, superar a perda e continuar vivendo o melhor da vida, sua mãe era tão forte. Talvez ela um dia conseguisse ser um pouco como ela.

- Você viu a blusa que o Da.. - Ela engasgou um pouco com o nome - A blusa branca extravagante? - Sua mãe alargou os olhos, e então perguntou.

- Que blusa?

- A que ... - Ela suspirou - Que o Davi me deu.

- Davi? Hum, Anne pegue qualquer um de seus casacos básicos e desça, você tem 10 minutos pra se vestir e arrumar seu cabelo. Pelo amor de deus! Se não for logo vai ir a pé e eu sei o quanto seu tornozelo esta doendo. - Ela saiu, fechando a porta atrás de si. Tão sútil, Anne pensou.

Ela não podia acreditar que teria que ir de preto ao velório. E não podia acreditar como sua mãe estava sendo rude naquele momento de fraqueza de Anne, nem mesmo sua mãe tinha esse direito! Ela vasculhou suas gavetas, até que achou uma blusa bege, com um casaco marrom, uma calça jeans preta e uma bota. Ela fez um rabo de cabelo, seu cabelo já estava cacheando nas pontas. Então seus olhos vacilaram em algo, que brilhava em sua parede. Ela não estava acreditando naquilo, o poster estava ali bem na sua frente como um fantasma, ela agarrou ele com as pontas do seus dedos e o puxou de uma vez só, ele saiu intacto, uma onda de raiva passou por ela, mas ela disfarçou e desceu as escadas, ainda com o poster em sua mão, se esqueceu da dor no seu tornozelo e seguiu pra cozinha, entrou pronta pra atacar sua mãe e despejar a sua dor nela, quando percebeu quem estava ali não era sua mãe, e sim o namorado dela. Foi tomada por mais uma onda de raiva. Ela odiava o namorado de sua mãe, eles estavam a 2 meses e meio juntos e ele já queria fazer parte da "família", era grosso, idiota e mentiroso. Não que ela achasse que sua mãe estava apaixonada por ele, mas ela só o aceitava por saber que era ruim ter uma caixa vazia ocupando espaço a qual você somente quer enchê-la. Anne havia enchido a sua caixa totalmente com Davi, sua mãe merecia encher a sua também. Ela não deixou de murmurar um "droga" e o namorado de sua mãe se virou e então o poster que estava em sua mão deslizou para seus pés antes dela dar um pequeno grito agudo dando alguns passos para trás.

- O que houve? Seu pé esta doendo muito? Eu disse pra sua mãe que deveríamos ir ao médico! - Ela sentiu seu coração saltar e ser puxado de volta por uma cordinha invisível, seus olhos deveriam esta redondos e grandes, e sua respiração parou. Seu pai parecia desnorteado de como agir e a preocupação estava obvia em seu rosto, mas como alguém morto poderia se preocupar? – Calma, vou pegar gelo pra você.

- Mas o que é isso? Por que você esta no chão? - Sua mãe estava do seu lado estendendo a mão pra Anne. - Que palhaçada é essa Pedro? O que essa menina tem?

- Não sei se você se lembra, por que já faz um tempinho, mas ela caiu da escada. - Seu pai parecia completamente a vontade colocando alguns gelos em um pano e o enrolando. Na verdade sua mãe também parecia perfeitamente confortável, só um pouco nervosa.

-Ah! Que coisa trágica! Não me recordava. - Sua mãe usou um tom irônico. - Levante-se logo, a senhorita não pode faltar no seu primeiro dia de aula. -Algo brilhou na mente de Anne, tudo se embaralhou por complete.

-Primeiro dia de aula? - Ela meio que sussurrou. -Mas ... E o velório?

- Você quer um velório? Pois vai ter o seu caso não se levante e entre no carro nos próximos dois minutos! - O salto de sua mãe fez um barulho estridente no assoalho quando ela saiu. Ela ficou encarando a sala quando uma mão pegou seu tornozelo e então automaticamente ela puxou sua perna sentindo a dor passar por todos seus músculos.

- Calma menininha, isso não vai doer. - Seu pai sorriu e uma solidariedade passou pelo seus olhos. Ela estava espantada. Tão alucinada que não conseguia nem gritar. O que era tudo aquilo? Possivelmente, um sonho. Isso, ela pensou, é apenas um sonho. Coisa da minha cabeça. Só tenho que acordar. Fechou os olhos e deixou o toque do seu pai em sua perna levar ela de volta para a realidade. E quando ela reabriu os olhos, estava no mesmo lugar, mas agora seu pai a olhava curioso. - Aconteceu algo? Não descansou bem?

-Não ... É só que ... Apenas.- Ela deixou a frase incompleta.

- Você precisa de alimentar. - Então ele já estava virando e caminhando para a geladeira, Anne se levantou rapidamente e forçou os passos o mais rápido que conseguia até chegar no carro de sua mãe, e encontrou-a falando ao telefone.

-Como assim o contrato sumiu? Que diabos! Não importa! Preciso urgentemente falar com essa mulher e .... Ham? .... Ok, encontre-o. - Clique, e desligou. – Nossa, finalmente! Vamos!

O caminho todo foi seguido em silêncio, até que o telefone retornou a tocar, houve mais gritaria e Anne encontrou seu fone de ouvido, deixando ser levada para outra dimensão. Estava olhando aleatoriamente para a janela, quando prestou atenção no que sua mãe estava te oferecendo.

- Por que não tem nada em casa e ... - Ela não tinha escutado absolutamente nada, retirou o fone e pediu para que sua mãe repetisse. - Você é tão perdida! Disse que não fiz compra, então pegue esse dinheiro e compre algo no mercado quando voltar da escola.

- Ah, ok. - Ela pegou a nota de cinquenta, e guardou no bolso do casaco, avistando seu colégio. Ele estava exatamente igual, como uma ilha distante que você tem curiosidade, mas ao mesmo tempo teme conhece-la. Os alunos se apressavam entre o vão do portão de entrada, provavelmente o sinal já havia tocado e as inspetoras estavam apressando os alunos desinteressados.

- Vai logo que você já se atrasou o bastante.- Sua mãe encarava ela do retrovisor.

- Tchau e ... - Ela excitou antes de pronunciar um "beijo" no lugar disso, disse - Bom trabalho. – Sua mãe fez uma careta com a que diz esta blefando" e assentiu com a cabeça, Anne saiu para o ar gélido da manha, seu rabo de cavalo que antes estava em perfeitas condições agora alguns fios se balançavam, dançando junto com o vento. Ela sentiu um pequeno tremular que passou pelo seus músculos, antes dela começar a correr até o portão. Quando ela já estava dentro da escola se permitiu sentir a dor, seus ossos queimaram e ela decidiu ignora-los, precisa chegar até a sala.

Os corredores continuavam o mesmo, como se somente fantasmas vagassem por ele, os alunos se dispensavam para suas salas, com vários múrmurinhos, todos ansiosos para contar as novidades das férias. Anne abaixou sua cabeça e tentou passar despercebida, um grande painel estava no final do corredor, ela o ignorou e seguiu pelo caminho que já o conhecia. Parou em frente a porta cinza, respirou fundo e entrou. Nesse momento seu queixo caiu e ela encarou diversos olhos curiosos e alguns irritados. Não conhecia ninguém. A sala estava lotada de alunos muito mais velhos e estavam todos prestando muita atenção, incrivelmente estavam todos mesmo prestando atenção e agora todos encaravam ela, automaticamente se sentiu como uma estrangeira, aquela era a sala errada. Pediu diversas desculpas e saiu apressada e com a superfície de suas bochechas pegando fogo. Ela tinha que esta no terceiro ano, mas o que parecia na lista é que ela estava no segundo, exatamente o que ela esperava, era tudo um sonho.

Finalmente na sala certa, ela demorou um pouco antes de abrir a porta pesada e suspirar, ela conhecia a maioria dos rostos ali, tirando dois que eram completamente novos, felizmente a sala estava compostas por grupinhos os quais conversam alegremente, a professora estava em sua mesa mexendo no celular e a mesa a sua frente estava solitária, Anne seguiu até lá e sentou-se, debruçou por cima da mesa e encostou sua testa na mesa fria. Deixou ser levada por centenas de pensamentos, um mais diferente do que o outro, um mais estúpido do que o outro, ela não se importava o que estava pensando, só queria poder esquecer tudo.

Estava no meio de um pensamento sobre o por quê do céu ser azul quando sentiu uma pontada em seu braço, no começo ela achou que fosse alguma pequena dor, mas então ela ouviu uma voz cantarolar.

-Olá? - Anne se virou e viu seu reflexo em enormes olhos cor de avelã, o rosto era pálido e o cabelo era um vermelho morto, era comprido estava em um rabo de cavalo extremamente puxado para trás. O rosto esboçava um pequeno sorriso de canto. - Desculpa incomodar, mas percebi que você também esta meio por fora dos grupinhos.

- Ah - Anne olhou em volta, todos estavam com seus amigos, menos um garoto que parecia esta dormindo algumas carteiras atrás de Anne, ela pressentiu que talvez essa menina fosse nova na sala, então decidiu ser gentil. - Sim, fique a vontade.

- Obrigada - Ela se acomodou na carteira atrás de Anne - Como é o seu nome?

- Anne, o seu?

- Lisa, mas pode me chamar de Lis. Você é nova aqui?

- Basicamente, sou.

Assim se seguiu todas as 3 aulas antes do intervalo, os professores deixavam os alunos a vontade, e eles esbanjavam novidades enquanto Anne conhecia Lis e vice versa.

Quando chegou a hora do intervalo Anne já estava tão entretida com Lis que pareceu até ansiosa para que elas pudessem conversar sem interrupção de Professores. Estavam a caminho do refeitório, quando Anne ouviu uma voz atrás de sí.

-Anne! - Ela olhou para trás e viu os enormes cabelos negros e as mão pálidas abrindo espaço perante a multidão de alunos que se espremia para conseguir alguns determinados lugares. Andy, a sempre melhor amiga de Anne continuava radiante. Era incrível ser amiga de alguém bonito e legal ao mesmo tempo e que era verdadeiramente sincera contigo. Andy não se importava com o requisito beleza e esse seu jeito de não se importar era o que a tornava ainda mais bonita, ela simplesmente parecia que havia levantado da cama tomado um banho e desse jeito saiu para a escola. Seu cabelo era comprido e liso e completamente preto, ela tinha os olhos um pouco puxado devido ao parentesco de seu pai japonês porém sua boca de um tom avermelhado tornava seu aspecto impressionante, era também mais alta que Anne.

- Oi And..- Antes de terminar de falar foi sufocada por um abraço apertado, Anne não era familiarizada com abraços, sempre se sentiu ressentida com esse gesto de carinho, a única pessoa que ela se sentia disposta a abraçar era Davi, pois seus braços tinham uma vontade própria de senti-lo e ela não precisava pensar no que fazer, apenas fazia e isso tornava o gesto perfeito. No caso quando era outras pessoas ela se embaralhava toda, e tudo parecia um desastre. Anne só permaneceu parada deixando que Andy fizesse o trabalho.

- Você sumiu! Senti tanta sua falta - Ela choramingou antes de soltar Anne e dar uma boa olhada para o rosto da amiga. - Prometa que nunca mais irá viajar e me deixar plantada durante um mês!

- An .. Andy eu ... - A verdade era que a menina não fazia a menor ideia do que Andy falava, não se recordava de ter feito viagem alguma.

- Apenas prometa - Andy notou a presença de Lis e imediatamente se empolgou. - Meu Deus! Esse seu cabelo é natural? Ah é tão bonito! Por que não o deixa solto? Mataria pra conseguir um cabelo assim! - Ela examinava a pobre Lis que tinha um sorriso assustado no rosto. - Desculpa minha grosseria, mas seu cabelo é de morrer! Me chamo Andy. - Ela depositou um pequeno beijo na bochecha de Lis.

- Me chamo Lisa, mas seria um prazer que me chamasse de Lis. - Ela deu outro sorriso e prosseguiu. - Seu cabelo que é maravilhoso! O preto chega a brilhar, o meu é tão sem graça.

Elas prosseguiram com a conversa sobre cabelo e Anne ficou observando as coisas, ela olhava em volta tentando prestar muita atenção, mas as coisas pareciam perder o foco sem que ela entendesse por que estavam lá. Estava em um pequeno devaneio quando percebeu que as meninas falavam com ela.

- Como foi as férias ? - Andy perguntava, provavelmente o assunto de cabelo havia acabado.

-Muito boas.- Anne não fazia ideia de como tinha sido suas férias.

- Apenas isso? Você passa um mês em um sítio longe de tudo e suas férias foram somente boas? O que você fez lá? - Anne vagou sua mente procurando algum resíduo de ideia, ela não sabia o que falar, não lembrava de férias alguma. Andy pareceu impaciente e completou.- Pelo menos me diga como foi rever sua vó.

- Ah... Esse sítio.- Então ela lembrou que sua vó materna tinha um sítio e provavelmente era desse que Andy falava. Imediatamente ficou fácil mentir.- Foi ótimo! Tudo lá é muito lindo e minha vó é adorável, ao contrário de mamãe.

- Em falar nisso, sua mãe nem ao menos foi pro sítio, certo? Ela deve ser brigada com a mãe...

- Sim, elas devem. - Quando Andy percebeu que Anne não queria falar da mãe mudou de assunto rapidamente.- Enfim, sábado festa na casa da Jaque, já falei com minha mãe e ela deixou que dormisse em casa depois da festa, Lis você também esta convidada, só avisarei para minha "mom" que teremos mais uma convidada.- Lis sorriu afetuosamente e Anne fez uma careta.

- Não irei.- Anne disse.

- Por que?- Andy pronunciou as palavras como que se estivesse disposta a entrar naquela briga.

- Andy... A Jaque me odeia, não tenho roupa e eu sinceramente não estou disposta. Sem dizer que essas festas só tem gente do terceiro ano poucos são do segundo e seremos novatas no meio das pessoas, vai saber o que vão fazer conosco.

- Ah por favor Anne! Não tente assustar Lis desse jeito. Sou amiga da Jaque não irão ao menos mexer com a gente, e não é que ela te odeie, só não gosta de você - Anne bufou - Ok, na verdade ela tem ciúmes de você. Vai ser divertido! Quem sabe o amor da sua vida esteja lá. - Anne perdeu o ar por alguns poucos segundos, era como receber uma facada toda vez que se lembrava de amor. Não foi uma pergunta, foi um pequeno comentário que Andy sempre fazia quando tinha algum evento juvenil ao qual as meninas iam. Anne nunca tinha se importado com esses comentários, algumas vezes até deixava ser levada pela esperança, mas na maioria bloqueava qualquer possibilidade da mesma, agora no entanto aquela palavra era seu maior pesadelo. Andy sempre estava em sua frente nesse quesito, ela sempre foi a que começou a namorar primeiro e todas essas coisas pré adolescente porém nunca havia realmente se apaixonado, tinha pequenas paqueras, mas seu coração nunca havia sido destruído de alguma forma, então ela não poderia saber qual era a dor de Anne.

- Quer saber ? Tanto faz. Vou nessa festa idiota e se quiser me levar sabe lá Deus a onde, também irei. Se isso irá de agradar de alguma forma. Mas não fale de amor, é apenas uma festa e você sabe disso. - Anne se virou, pretendia seguir até o jardim da escola a onde ia sempre que tinha problemas, mas seguiu em direção ao banheiro. Aproveitou que o corredor estava vazio e se instalou dentro de uma cabine, ficou encarando a porta cheio de rabiscos e mensagens. Quando tinha entrado na 5ª série, ela e Andy havia escrito juntas ali, mas os rabiscos foram esquecido debaixo de mais rabiscos. Uma lágrima escorreu pelo seus olhos, e ela enxugou. Estava cansada daqueles momentos miseráveis, em que se curvava diante da dor. Deveria voltar e aproveitar qualquer coisa que fosse boa. Ela se lançou pra fora da cabine e consequentemente pra fora do banheiro o corredor estava vazio e então ela escutou uma voz se estender e uma sombra aparecer no final do corredor, sorrindo.

- Hei Guria, espera ai que quero falar contigo. - Anne sentiu as pernas tremulas e ficou paralisada vendo o dono da voz ir até ela. Um pequeno brilho no cabelo que estava maior do que o normal caindo sobre os olhos que era de um tom acinzentado e quando chegou mais perto o brilho quase despercebido do azul destacou-se fazendo com que ela quase perdesse o ar, o sorriso estava estendido nos dois cantos da boca, Anne sentiu a mão suar e ela a fechou cravando a unha na carne. - Você é amiga da morena né? - Anne ficou uma pouco desnorteada, mas então ele apontou para Andy que estava a pouco metros perto do bebedouro, ela assentiu levemente com a cabeça. - Ótimo, ela tem namorado? - Anne sabia que se ela ficasse vermelha de vergonha estaria agora, que patético! O menino que ela ama estava na sua frente mostrando interesse pela sua melhor amiga, era tão patético que Anne teve vontade de rir. Rir da raiva que percorreu o seu corpo e da indignação de ter sido trocada tão facilmente. Então ela lembrou que tudo aquilo não passava de um sonho, ela se recompôs, sorriu e caminhou deixando-o falando sozinho.

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