Impossível, pensei, Richard é horrível sim como uma criatura que sabe que é superior ... Mas ainda sim .... Ele não faria tal coisa.

Mas a verdade é que eu sabia que ele faria sim tal coisa pra algum proposito.

Meu impulso era de fugir dali, ficar sozinha e sofrer calada, mas sabia que se eu quisesse respostas a hora era aquela então me controlei.

- Por que? - forcei a encara-lo.

Para minha surpresa ele se ajeitou e começou a caminhar para longe, levantei um tanto assustada com a ideia dele simplesmente ir embora e o segui.

- Querida, em breve você terá suas respostas.

- Não! Você não pode sair assim.

- Já o estou fazendo.

- Luke! - me coloquei em sua frente em forma de protesto.

Ele olhou pra longe por uns instantes antes de voltar o olhar pra mim, tão intenso quanto um nascer do sol.

- Acredita em mim ? - Ele disse como um sussuro.

A verdade é que eu não sabia se acreditava ou não mas nas circunstâncias falaria qualquer coisa só pra que ele me contasse mais.

- Sim.

Ele sorriu, tanto pra mim como pra longe. Levantou a mao de forma que tocasse meus cabelos, e talvez tenha sido o fato de que seu olhar era tão intenso e vívido e o contraste do seus olhos com o cabelo fosse impressionante ... Enfim, a verdade é que permiti o toque, permiti até mesmo na hora em que ele aproximou seus lábios do meu.

Não, eu não Fechei meus olhos esperando o que é que fosse acontecer.

Eu fiquei parada, encarando a boca dele e lembrando de como ele havia pronunciado o nome de minha mãe.

Senti o toque do seus lábios no canto da minha boca, mas não pensava nisso, pensava em Richard como um matador sanguinário levantando suas maos impiedosas pra executar qualquer ameaça na minha mãe.

E depois quando Luke afastou seu rosto do meu e sussurou no meu ouvido "ótimo, querida" não pensei sobre o que tinha acabado de acontecer só senti algo me puxando pra parte mais escura da minha mente.

Eu continuava parada, com os olhos abertos como se eu tivesse em estado de choque.
Luke não estava mais diante de mim, não sentia mais seu toque.
Estava novamente no terreno em que estive a horas atrás e na minha frente estava Richard.
Eu podia sentir a fervura de sua fúria como o calor entre nós. Ele me encarava, os olhos se misturando com a escuridão da cena do meu consciente.
Não sentia medo ... Sentia desgosto. Uma horripilante onda de tristeza por esta sozinha diante de tudo aquilo.
- Você. - Ele apontou um dedo e uma estranha sensação passou pelo meu corpo - Esta maluca??
Ele deu um passo adiante ficando muito perto de mim, tanto que eu podia ver o movimento do seu peito enquanto respirava.
- Anne! - ele tocou meus ombros e de novo Movi meu olhar pra sua mão, e novamente a sensação estranha percorreu meu corpo. - Você acha legal sair por ai beijando um demônio?
Devagar voltei meu olhar pra ele, e foi ai que comecei a entender o que ele dizia.
- Eu ... Eu não beijei ninguém! - Me afastei dele quase tropeçando em uma pedra.
- Eu vi! Mas que droga! Você é estupida? Ele esta enganado-a! Humanos ... Tantas fraquezas ...
- Calado! - senti meus dedos suando por conta de tudo que estava sentindo. Sentia raiva por o que ele tinha me dito, sentia raiva por não saber quem falava a verdade, sentia raiva por esta perdida em tudo aquilo. - Não fale sobre as fraquezas humanas por que pelo o que parece Você é um humano também!
Isso pareceu atingi-lo, pois Richard deu alguns passos pra trás e respirou fundo de forma que se acalmasse antes de voltar a falar.
- Tudo bem, faça como preferir. Você ainda ten tempo de se arriscar dessa forma, só tome cuidado pra não ir pelo mesmo caminho que sua ... - Ele pareceu repensar e eu já sabendo o que ele iria falar, disse.
- De minha? - Ele balançou a cabeça como se quisesse afastar o pensamento - Fala Richard! Minha o que?
- Nada. Acabamos.
E tudo evaporou, a claridade voltou, e eu me encontrava sozinha no banco da praça.