Deve ter passado um bom tempo, pois quando voltei a escola o portão já havia fechado. Não fiquei chateada, no fundo era exatamente isso que queria.

Pra que ficar "presente" em aulas que já tive? Fingir que estou prestando atenção nas conversas das garotas só que na verdade estou em outra dimensão ? Não tinha nenhum sentido me levantar e vir a escola.

Minto, claro que tinha alguma sentido.

Davi.

Tirando o fato de que adorava a companhia de Lis e Andy, Davi era um dos maiores motivos, não somente por nossa história, mas pela minha vida.

Ainda não sabia se tudo isso era medo da morte ... As pessoas tem medo da morte ou de como vão morrer?

Me sentei na praça e fiquei tempo por lá já pensando no meu fracasso.

Imaginei meu velório, as pessoas chorando ... Será que Davi estaria nele? E como meu pai ficaria? Só de pensar no meu corpo presso em  um caixão me senti sufocada.

Era horrível ter tantos questionamentos e a única pessoa que poderia responde-los aparentemente me odeia, ou odeia a "espécia" de que faço parte. Banal, imaginava que os anjos fossem tao sensíveis, talvez sensibilidade seja uma fraqueza.

Fechei os olhos e deixei que o calor do sol da manha aquecesse meu rosto. Fiquei adormecida por brever minutos até perceber que o calor não chegava mais na minha face, abri os olhos e quase engasguei de surpresa.

Avelã? Vermelhos? Era uma otima mistura confusa, difícil de distinguir.

Sem pensar olhei para suas mãos na lateral de seu corpo, ainda não sentia a familiaridade das mãos que tocaram minha bochecha.

- Cadê o cãozinho protetor? - Um sorriso afiado em sua face me fez me sentir intimidada.

- Achei que cães era um simbolo do inferno.

- Que lindo - Ele se virou e tive que fechar os olhos por conta do sol - Não podemos domestica-los, afinal nem mesmo nos somos domesticados.

- O que você quer, Luke?

- Conversar oras, não temos esse tipo de cordialidade a onde vivo. - Um pequeno sorriso malicioso.

- Ótimo, você pode conversar com o seu ser diabólico. - Me levantei e dei alguns passos antes dele falar calmamente.

- Isso é tudo medo de morrer, Anne? E se eu te falar que posso ajuda-la? - Me virei e encarei ele, o sorriso reapareceu em seus lábios. - Depois dizem que nos que somos interesseiros.

- Como pode me ajudar? Que eu saiba você quer fazer tudo menos me ajudar.

- Quero ajuda-la, gosto dos humanos, eles são ... Divertidos. - Mais um sorriso maroto - Eles são a melhor parte de nossa existência, porém não gosto do meu meio irmão.

- Achei que meios irmãos deveriam ter afinidades. - Voltei a me aproximar, estava interessada pelo aquele papo.

- Temos, servimos a dois reinos diferentes, quer mais afinidade do que isso? - Ele deu uma curta risada, intensa. - A verdade é que odeio ser contrariado, e Rick teve o desprazer de fazê-lo.

- O que você quer de mim? - Sabia que ele queria algo.

- Por enquanto nada querida, estou bondoso nessas últimas décadas.

Ele se levantou e ficou de frente pra mim, era talvez um 15  cm mais alto do que eu, seu cabelo estava presso e alguns fios se soltava e mesmo sem vento algum balançava diante de seu rosto. Seu sorriso era cortante e seu olhar intenso, não sabia como negar aquele pedido, não tinha como negar aquele pedido.

Talvez eu só estivesse com remorso de Richard, não me importava, mas por segundos insando me vi sorrindo de volta pra Luke, firmando algum tipo de "contrato".

Obs da Anna >>> Gente o cabelo da foto é exatamente o cabelo que imaginei para o Luke! Estou emocionada.
Fazer um quis básico, Será que as pessoas tem medo da morte em sí ou de como vão morrer?! RESPONDAM! XD
obrigada por tudo, mas conheço vocês mas já considero pacas haha.
Kiss