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Capítulo 10 - Revisado

** Primeira revisão 31/05/2021. Contém 4.540 palavras **


- Vamos para casa Anne. - Escutei a voz da minha vó atrás de mim, estava encarando a terra ainda "fofa". Pensei que provavelmente daqui alguns dias teria uma placa escrita -Lilian Soffy Collin 1980/2014- com uma foto sorridente dela... Será que existia uma foto sorridente dela?

- Irei ficar mais um pouco - Respondi, desconcentrada.

- Tudo bem, venho buscá-la daqui quinze minutos.

Escutei os passos se distanciar. Aquele lugar era imenso e calmo, assustadoramente calmo.

Passou dois minutos antes que eu começasse a falar:

- É incrível como é a segunda vez que estou aqui e ainda assim tudo parece estranho. No sonho estou encarando a sua morte ... E quando acordar irei ter que encarar a do papai e de Davi ... São duas ... Eu me pergunto por que a sua é a que esta doendo mais, mesmo não sendo verdade?

Olha só, aqui estou, sentada na terra provavelmente embaixo de alguém que já morreu que talvez esteja vagando pela minha cabeça ... Essas coisas acontecem? Tipo, espirito vagando e tudo mais? Você esta vagando agora? Deve está me chamando de estúpida ... Me xingar do modo carinhoso que somente você sabe fazer. A verdade é que eu nunca achei que choraria por ti, por que eu achei que o amor que sentia por você era diferente do que o que eu sentia pelos outros, que nunca me faria sofrer, mas enganei-me. - Foi nessa hora que comecei a chorar descontroladamente de novo, tentei cessar as lagrimas com os meus braços, em vão, só me permitiu ficar mais encharcada.

- Que droga mãe! Por que você esta fazendo isso comigo? Em? Por que eu estou vivendo essa droga de sonho idiota!?! Por que eu TENHO QUE SOFRER TANTO COM TUDO ISSO? Que porcaria de destino é esse?! - Estava gritando diante daquelas almas que precisavam de descanso, mas não me importava. A dor era alucinante.

- Eu não quero mais isso ... Não quero ... Eu desisto de tudo, por favor ... Acabe com a dor. SE EXISTE UMA DROGA DE DEUS ME ESCUTA, NÃO QUERO MAIS VIVER ISSO! ME FAÇA ACORDA! EU DESISTO!!!

Nessa hora uma mão fechou fortemente minha boca, entrelaçou minha cintura fazendo-me levantar, pela surpresa minhas lágrimas cessaram imediatamente.

- Fica quieta Anne, eles podem considerar seu pedido.

Meu coração acelerou, imaginei-me sendo sequestrada e coisas bem piores, até que a ficha caiu e eu percebi "por que alguém iria me sequestrar em pleno cemitério?", ainda assim o restante das lágrimas contidas desabrocharam dos meus olhos e caíram na mão firme que segurava minha boca, fazendo com que a mão afrouxasse e me soltasse em seguida.

Vire-me alarmada, não pretendia gritar, mas a surpresa foi tanta que soltei um grito tolo.

- Fica calada e levante-se. - Iria protestar, dizendo que não me levantaria coisa alguma, que estava no meu momento íntimos e essas coisas, mas Richard me colocou em pé sem quaisquer esforço. Não adiantou muito, pois logo voltei a cair quando minha visão ficou turva.

{...}

- Ela esta abrindo mão da oferta. As suas palavras foram claras. Não temos por que desconsiderá-las, acabe logo com isso.
Um calor insuportável foi de encontro ao meu corpo. Era como se eu controlasse chamas no meu interior. O cenário era de um tom acinzentado e cheirava a papel queimado, com uma iluminação amarelada sendo pressionada pela fumaça que ali havia.
- Claro meu Senhor, mas e se esses não forem os planos?
- Esta questionando minhas ordens? Isso me entristece.
- Nunca faria isso, Senhor.
- Nunca é uma palavra bela, a importância que você dirige a menina comove-me, mas espero que você lembre do seu lugar perante a mim. Apenas vá.
- Sim Senhor.

{...}

- Você acordou.

Esperava ver o céu, mas o que vi foi a grama seca. Demorou alguns breves segundos para perceber que Richard estava me levando nas costas.

- Que coisas é essa? Me coloca no chão!

- Como preferir.

Sem qualquer dificuldade senti meus pés tocarem o chão e o barulho das gramas sobre a sola dos meus sapatos, mas não durou muito e a tontura veio logo em seguida e os braços de Richard trouxeram-me de volta, firmando meus pés ao chão.

- Estava evitando que isso acontecesse.

Olhei atentamente para ele, tentando entender aquela situação. O cabelo dele parecia ter sofrido uma ameaça de um furacão, completamente desordenado de uma maneira ... Sexy.

Os olhos dele estavam meio fechado como se tivesse acabado de acordar, e a boca mais avermelhada do que o habitual. Ele usava uma camisa cinza lisa que combinava com o seus olhos e uma calça jeans escura.

- O que é tudo isso? - Perguntei.

- É, não pude me arrumar muito bem, digamos que não estou nos meus melhores dias.

Estreitei os olhos, aquele garoto era intolerável.

- Cadê sua namorada? - Outra pergunta.

- Ham? - Um olhar incrédulo depois uma curta risada irônica. - Você corre o risco de ter acabado com todo o plano e não esboça preocupação por isso, mas sim pelo meu fantasioso relacionamento?

- Como assim? - Fiquei cautelosa, foi ai que percebi que algo sério estava acontecendo.

- Anne, precisamos sair daqui, sério.

- Você quer me assustar?

- Não faço esse tipo de piada nem no Halloween. Vem.

Ele segurou meu braço e com passos largos chegamos ao fundo do cemitério a onde havia um portão, fechado.

- Ah que legal! Então espertão não seria melhor que a gente tivesse saído pela ... Saída?

- Serio mesmo que você fez essa pergunta? Suba. - Ele se inclinou de modo que tivesse acesso a suas costas.

- Não vou fazer isso. - Ele me encarou, voltou a se endireitar, olhou atentamente para o portão e preparou pra chuta-lo - O que você vai fazer, seu maluco?!

- Não quer subir? Então seremos acusado de depredação de patrimônio publico. - Ele deu o primeiro chute que balançou o portão fortemente.

- Para com isso! Eu subo. Que droga!

- Admirável. - Ele voltou a se inclinar e com muito esforço consegui subir e me equilibrar segurando o portão, senti como se estivesse pisando no chão de tão duro que suas costas eram. - Escala logo, não temos tempo. - Olhei apreensiva para a grade acima de mim e fui subindo-a, próximo ao topo minhas mãos já estavam doloridas.

- Não vou conseguir descer. - Murmurei, olhei para o chão abaixo de mim e uma pequena tontura me atingiu.

Impaciente Richard segurou a grade e pulou, alcançando o outro lado. Antes que eu pudesse protestar me puxou, pegando minha cintura para amortecer a queda.

-Vamos.

- Para onde, exatamente? - Perguntei antes que começássemos a correr novamente.

- O mais longe que você aguentar a correr.

Não perguntei nada enquanto corríamos entre as ruas. Uma pessoa com razão não acompanharia aquela cara, eu não faria isso, com certeza. Mas havia realmente algo naquilo tudo e eu queria muito descobrir. De qualquer maneira, o que de pior poderia acontecer comigo?

- Respondendo sua pergunta, você pode morrer.

Meu coração acelerou e não era por que estava correndo, nem mesmo pela palavra morte ter sido mencionada. Era por que eu não tinha falado o que estava pensando em voz alta, então somente significava uma coisa ... Ele estava lendo meus pensamentos.

Enterrei meu pés no cimento forçando uma parada brusca, soltando logo em seguida meu pulso do aperto de Richard.

Ele se virou surpreso, os cabelos caindo sobre seus olhos e suas mãos ficando em sua cintura.

- Como você ... - Comecei a argumentar, mas parei quando vi sua expressão de tédio.

- Olha, eu irei explicar tudo caso a gente sobreviva. - Continuou encarando-me indiferente com tudo aquilo. Estava assustada. - Vamos Anne. Pelo amor de Deus.

Com uma breve relutância voltamos a correr, agora mais rápido.

A trajetória que estávamos seguindo era completamente misteriosa para mim. Não sabia nem mesmo se estávamos próximos a algum local que eu conhecia. Isso me assustou ainda mais. Estava confiando em um desconhecido que poderia ser um lunático maluco.

Entramos em uma rua paralela a uma avenida. A mesma era composta por somente casas. Todas sobrados.

Richard diminuiu o ritmo da corrida o que me fez quase agradecer em voz alta. Não era acostumada a tais exercícios.

Logo a diante havia uma construção diferente dos sobrados comuns. Longas escadas levava a uma faixada seguindo a linha de um castelo, porém mil vezes menor. Era uma igreja.

Richard estava nos levando a solos sagrados. Minha consciência começou insistir em uma resposta - Porque estamos aqui? - Não tive a coragem de perguntar, temia de qual seria resposta.

Alguma coisa dentro de mim, que obviamente não estava ali antes, começou a tomar rédeas. Antes uma grande parte de mim - A maioria - estava destinada a passar por tudo aquilo por que sabia que sonhos são bons enquanto duram e a realidade não seria encurtada pela minha pequena aventura na minha consciência. Tinha receio do que poderia encontrar pelas ruas indiferentes do meu sonho, mas estava ansiosa por não ter que encarar a verdadeira dor. Apenas pensava nisso. Mas aquela parte que havia se levantando dentro de mim estava entorpecida, fazendo com que me equilibrasse entre o certo - e o que parecia mais convincente - a aquele que era a resposta de fato ... Como se nada daquilo fosse uma infantilidade surgida por mim, algo para me culpar entre as morte e perdas.

Subimos as escadas e passamos diante da porta principal.

Não era tão grande quando parecia por fora. Havia duas fileiras de bancos de madeira com os suportes para as bíblias. Três grandes janelas na extremidade das paredes e o interior era de um amarelo pastoso. O altar era luminoso e solitário. A igreja toda estava solitária.

Olhei ansiosa para Richard, esperando as tantas ansiosas explicações, entretanto ele parecia inflexível diante de sua quase promessa, mas ele sabia que eu aguardava as minhas respostas.

- Antes que tudo isso me cause uma terrível dor de cabeça, você precisa fazer algo. - Estreitei os olhos e por breves momentos me vi no escuro ... Os olhos dele fez com que eu me perdesse, mas logo ele voltou a falar. - Anne, você precisa rezar.

Olhei para ele estupefata. Não rezava. Pelo menos não pelo mesmo que os fieis que vinham a igreja rezava. Tive vontade de rir, mas pareceu indelicado diante de Richard. Afinal ele poderia ser um fiel devoto... E não era da minha natureza duvidar e argumentar sobre a fé de alguém.

- Isso deve ser uma piada. - Falei, indignada.

Havia corrido por quase uma hora, permiti que um estranho me guiasse, tinha deixado que o medo me tomasse e até pensado e suposto coisas idiotas e agora estava em uma igreja sabe se lá onde, quando minha mãe havia acabado de morrer ... Tudo era tolice demais.

Mas meu corpo foi atingido por um tremor quando as palavras se instalaram novamente na minha mente, a voz seca e calculada de Richard ... Você pode morrer.

Olhei atentamente para ele. Tudo bem, tinha algo de muita estranho naquilo, na verdade desde a primeira vez que eu tinha de certa forma ... Entrado naquele sonho, tudo tinha sido estranho. O próprio fato já era estranho.

- O que eu tenho que ... Rezar? - Desviei os olhos um tanto envergonhada. Minha fé era fraca para tal coisa.

- Peça perdão e volte atrás de suas palavras. - Ele respondeu sem muita explicação.

- Que palavras? - O medo deu lugar a confusão.

- Diga que você não quer desistir.

- Desistir do que? - Estava começando a achar tudo aquilo monótono.

- Apenas o faça, verdadeiramente.

Soltei pesadamente o ar, Fechei os olhos como já tinha visto outros fazendo, Ergui minha cabeça para o céu e escutei o riso contido de Richard.

Encarei ele com raiva. Então tudo aquilo era realmente uma piada. Idiota! Estupido! Tive vontade de soca-lo, e quando viu meu rosto embriagado pela fúria, seu rosto se fechou em uma mascara estreita.

- Você estava fazendo de modo errado. Superficial demais. - Estava serio novamente, mas eu havia cansado daquele joguinho estupido.

- Você está gozando da minha cara? Que tipo de piada é essa?

Ele deu de ombros e com o olhar fixo no altar, disse.

- Já disse que não faço piadas nem mesmo no Hallowen. Para uma mundana você é bem inflexível diante disso.

- Não tenho religião. - Segui seu olhar até o altar. A iluminação parecia esta apontada para o lugar destinado ao fiel que dava a palavra nos cultos.

- Você tem que querer ser ouvida. Não pode pensar nisso como uma tolice bizarra, se não eles não vão reconsiderar.

- Eles quem? - Perguntei desconfiada. Seus ombros inclinou um pouco diante da pergunta. Ele começou a caminhar até ficar de frente ao altar. Relutante, o segui.

- Se ajoelhe. - Franzi a testa, indignada. Voltei a pensar que estava gozando com a minha cara, mas quando o mesmo me encarou percebi que estava sério, não havia tom de divertimento, apenas um olhar quase de suplica ...

Ajoelhei-me, meio desajeitada. Olhei novamente para ele procurando auxílio, ele nada disse. Ficou em silencio olhando fixamente para um ponto na parede.

Fechei os olhos e quando a tranquilidade repousou sobre mim desacelerando meus pensamentos estava diante de um quarto completamente branco. Tão branco que não dava para saber qual era seu tamanho, parecia minúsculo aos olhos, mas quando mais eu caminhava percebia que ele não tinha fim.
Acho que isso é a paz, pensei. Não tinha certeza, mas me sentia em paz.

- Eu ... - Murmurei as palavras e o eco se propagou no vácuo. Me virei muitas vezes para ter certeza que estava sozinha e tentei não refletir o quanto aquilo parecia idiotice. - Volto atrás da minha palavra. Não irei desistir. Seja lá o que isso signifique ... Então, peço-lhe desculpas.

Nada aconteceu, ate o ar vibrar e eu sentir o toque firme nos meus ombros, minhas pálpebras estava relutantes para se abrir, como se eu tivesse acabado de pegar no sono.

- Tudo bem, foi melhor do que nada. - Levantei a cabeça e Richard me olhava com uma certa duvida, mas por fim ele retirou a mão do meu ombro e caminhou para longe.

Me levantei rapidamente, sentindo uma certa humilhação pelo ato e uma dor nos joelhos.

Richard estava próximo as pesadas portas da igreja, quando me aproximei me senti estupefata, as nuvens tinham tomado conta do céu, escondendo o fraco sol da manha, o céu estava em um tom azul mesclado com branco. Richard ao meu lado percebeu minha expressão ao ver a paisagem e comunicou:

- É começo de tarde. - Virei o rosto para encara-lo.

- Deve ser dez horas da manha. - Disse, rispidamente.

- É quase uma da tarde. - O tom dele era neutro. Olhei para ele como se ele tivesse enlouquecido. - Passou-se três horas desde que você começou a rezar.

Meu queixo caiu, impossível, tinha certeza que não havia se passado nem cinco minutos.

- Eu ... Não pode ser. - Murmurei, ele me olhou com divertimento.

- É comum quando você realmente entra em contato com Deus. - Havia um brilho significativo em seu olhar.

- Mas ... - Estava surpresa demais pra expressar qualquer coisa, peguei o celular no bolso da calça e vi as horas, realmente faltava pouco para as uma da tarde. Voltei a encara-lo com surpresa. - Você ficou esse tempo em pé me esperando?

- Ham? - Agora ele que me enviou o olhar de surpresa. - Ah não, fiquei sentado. - Poderia insulta-lo por sua falta de modos, mas ele pareceu sincero e desinteressado no assunto.

- Agora precisamos ir. - Deu alguns passos antes que eu o chamasse.

- Você me deve explicações. - Continuei parada na entrada da igreja, ele se virou e abaixou a cabeça em um gesto mostrando cansaço.

- Eu já disse que irei explicar, mas antes precisamos ir. - Assumiu um tom de autoridade, mas já estava cansada com tudo aquilo.

- Não, não precisamos. Você me tirou do enterro da minha mãe! Me trouxe não sei a onde e me fez rezar! Estou a horas longe da minha família que precisa do meu consolo tanto como eu preciso dos deles. Não tem vergonha? Invadiu meu momento intimo e agora quer que eu fique correndo por ai como uma aventurista idiota! Imagino que você não tenha nada a explicar e só queira um motivo pra passar algum tempo comigo. - A ultima frase saiu sem querer, me arrependi por tê-la dito.

Richard ficou alguns segundos apoiando seu peso em só uma das pernas, passou a mão pelo cabelo o ajeitando disfarçadamente antes de tomar folego e falar.

- Não perderia meu tempo com você se não fosse preciso, Anne. - Seu tom era calmo demais. - Porém, é preciso. Mas não posso simplesmente jogar todo o peso dessa responsabilidade sem você esta pronta. Seria um homicídio.

- Minha mãe acabou de morrer, acha que não estou pronta para tudo? - Ele concordou brevemente.

- Sim, e você já presenciou a morte de seu pai, mas mesmo assim não conseguiu aguentar a morte de seu namorado. - Fiquei engasgada com as palavras, senti um tremor passar por mim.

- Como você ... - Deixei as palavras se perderem em meus lábios.

- Sei? - Os olhos dele se fixaram em mim. - Eu sei de tudo - Senti-me sem proteção alguma e ele percebeu meu olhar de espanto e de repente pareceu cansado novamente. Quando voltou a falar a voz estava mais mansa.

- Você aterrissou aqui completamente perdida, sempre nesse ... Processo as pessoas se perdem, tentam inutilmente esconder a verdade e com isso perde tempo precioso, mas em todos os casos essa confusão dura no máximo duas semanas, mas você ... - Ele perdeu a firmeza na voz e deu mais um passo até ficar diante de mim.

" Passou muito tempo, é a primeira vez que estava fazendo isso e não que eu me importasse, mas tinha um dever. Tenho, na verdade.

Inacreditavelmente mesmo depois de tudo você ainda esta disposta a acreditar que isso é um sonho. Que a morte da sua mãe não passa de algo da sua cabeça e que o seu pai e Davi estarem vivos seja mera imaginação, mas não é.

Eu posso ler seus pensamentos Anne, pare de tentar complicar as coisas se fazendo não acreditar. - Arregalei levemente os olhos e dei alguns passos me afastando dele, pressionei meus pensamentos para que saíssem e minha mente ficasse vazia.

Não adianta você fazer isso, sempre estará pensando em algo. - Suspirou e retornou a explicação. - Volte na sua ultima lembrança no hospital, no dia em que os aparelhos sustentando o fino fio da vida de Davi anunciaram sua morte. "

Fiz o que me pediu, a lembrança demorou, mas quando a mesma veio foi extremamente dolorosa, meu coração bateu como se fosse um martelo ritmado e intenso no peito. Estava novamente no quarto branco cheio de aparelhagem, a cama e Davi. Não estava vivendo aquilo e sim presenciando, via meu "eu" segurando a mão de Davi e um olhar de angustia, estava tão pálida quanto Davi, meu olhar não tinha um rumo certo.

Quando o aparelho deu o alarme foi ameaçador, mas Davi continuou pacifico na cama hospitalar.

Quando comecei a falar minha voz estava tão fraca e baixa que foi difícil identificar as palavras.

- Davi, sinto muito. Não irei me separar de você, nem mesmo que a maior barreira seja erguida diante do nosso amor. Eu te amo. - As palavras fizeram meu peito doer fortemente - Você me mostrou como viver novamente, e eu juro que queria fazer o mesmo por você. Juro que queria que vivesse. Juro que queria morrer no seu lugar, por que você sempre amou a vida e eu trocaria a minha para ter de novo o que eu sempre amei.

Foi sufocante, lembrar da pequena queimação quando a lagrima saiu, estava pronta para entrar em brandos quando algo aconteceu ainda na cena.

Um forte brilho que me cegou por instantes e quando minha visão voltou a se ajustar estava novamente no pequeno quarto do hospital, a maior parte do espaço ocupado pelos aparelhos e a cama, e deitada tranquilamente em cima dela estava eu, com se tivesse dormindo intensamente. Sondas disposta em meu nariz como uma ameaça.

Ao meu lado estava meu pai sentado em uma poltrona, sua postura era de puro cansaço, estava... Dormindo.

Meus joelhos cederam e quando retornei a abrir os olhos estava novamente na igreja e a mão de Richard estava estendida em forma de ajuda para que eu me levantasse. Recuei fragilizada.

- O que foi isso ... - Minha voz sumiu.

- Você teve uma súbita visão da realidade, Anne. - Ele disse, voltando a sua compostura e recuando a mão. - Depois que você fez aquele juramento o presente mudou.

- Eu ... Não entendo. - Estava olhando para o chão, ainda ajoelhada. Meus olhos encheram de lagrimas, mas as contive.

- Vai ser difícil de você entender se não aceitar. Você fez o juramento, diz que queria esta no lugar dele e agora você está.

- E por que eu ... Não morri? - Não estava prestando muita atenção no que falava, mas sabia que essa pergunta era importante.

- Por que tem muita coisa por trás de uma simples troca de vida. - Quando ele percebeu que eu não iria falar nada, prosseguiu com a voz firme. - Eu gostaria de dizer que foi pela sua coragem e pelo seu real sentimento e por isso recebeu uma segunda chance, mas não é bem isso.

Tentei prestar atenção, sentindo o suor escorrer pelas minhas costas e meu cabelo grudar em minha nuca.

- E o que você ... É? Algum tipo de guardião? - Perguntei em um fio de voz, ele sorriu meio torto.

- Atualmente não sou nada ... Mas já fui. – Deixou o mistério pairar sobre nós.

Retornei a olhar para ele esperando que respondesse de fato a pergunta.

- Já fui um dos servos do trono, Anne. Mas o divino decidiu me dar uma lição pela minha incompetência. Estou a algumas dezenas de anos na terra ...

Não consegui escutar o final da história, me senti flutuando até me perder nos meus pensamentos.

{...}

Não havia um certa sensação climática, era como se estivessem uma luta entre o ar quente e o ar frio ambos se entrelaçando, me deixando banhada de suor e ao mesmo tempo soprando meus cabelos.
Percebi com um susto que meus pés não tocavam o chão e ao em vez disso eu me sentia como uma pluma, flutuando. Não sabia exatamente no que, pois uma neblina cinzenta escondia meu campo de visão me deixando ainda mais perdida.
Houve vozes, todas ao mesmo tempo, todas se misturando. Falavam muitas coisas, mas nos meus ouvidos não chegava nenhuma palavra concreta.
" Ele não fez isso" um voz distinta disse e logo em seguida outra frase cortada chegou até mim " Estragou tudo ..." e depois só palavras " Punição" 'Tolo" "Ajuda" e por último " Anjo enviado" e as vozes cessaram.

- Anne! Anne! - Percebi antes mesmo de abrir os olhos que estava deitada no piso frio de madeira da igreja, também antes mesmo de abrir os olhos sabia que era Richard quem estava me chamando com a voz ansiosa.

Quando abri de leve os olhos só para ter a certeza de que era ele tive um ataque de surpresa que quase fez com que meu coração batesse tão forte e simplesmente seus mecanismo parasse pelo grande esforço.

Era a mesma aparência, mesmo perfil, porém no lugar dos olhos escuros como uma noite solitária havia vividos olhos verdes tão intenso quanto qualquer coisa que já tinha visto. Nesse momento tive um vislumbre do que ele era.

- Anjo ... - As palavras tomaram rumo pelos meus lábios.

Ele me encarou espantado, a primeira vez que o via perder a compostura e deixar suas emoções tao transparentes. Achei que fosse pela minha descoberta que também me abalou imensamente.

Se por um lado as pessoas esperam encontrar um anjo, por outro eu não acreditava que eles existiam. E como agora eu poderia explicar o que estava sentindo? Subitamente algo racional dentro de minha sussurrou - Ele não deve ser um anjo, lembra? É coisa da sua cabeça

Concordei silenciosamente comigo mesma começando a tomar fôlego novamente, uma sensação de relaxamento tomando meu corpo, voltei a olhar para Richard.

Seu olhar foi de espanto para inquietude.

- Você teve uma visão de algo, conte-me. - Me levantei, ajeitando a roupa.

- Pensei que você lesse a minha mente. - Respondi sem muita vontade.

- Sei o que esta pensando, as visões desligam isso. - Ele deu um longo suspiro - Você ainda não acredita.

- Como posso acreditar? - Elevei um pouco o tom da voz fazendo a igreja ir de calma para conturbada. - De fato tudo isso é bem estranho, não sei como poderia sonhar com isso. Mas só deve ser o choque ...

Ele pegou firmemente nos meus ombros fazendo com que eu o olhasse espantada, seus olhos estavam levemente arregalados e o tom negro havia retornado aos mesmos. Comecei a pensar que ele nunca teve de fato os olhos verdes e era tudo coisa da minha imaginação. Com o tom firme e pausado ele disse.

- Você esta tendo uma chance de salvar sua vida e não pense que me importo. Sou um renegado justamente por que não via os humanos com uma raça superior a ponto de ter tanta bondade do trono, então sua vida é um tanto mesquinha ao meu ver. - o aperto em meu braço ficou mais rígido - Porem não posso simplesmente deixa-la se matar sem nem ao menos tentar pois com você vou conseguir o que quero. Agora me escute atentamente. - Meus olhos encheram de lagrimas por conta da dor latejante no meus braços. - Você tem até o dia do acidente de seu namorado - Ele disse isso como se não tivesse qualquer importância - Para fazer com que ele se apaixone por você, caso contrario, você morre.

Estava espantada com a frieza que ele dizia tudo, seu tom era tão sigiloso que não consegui ignorar os fatos. Fui atacada pela realidade e percebi que ... Sim, era verdade.

Sonhos mesmo que fossem brilhante nenhum era assim tão detalhista. E o que poderia explicar Lis? Como eu poderia forma um personagem na minha cabeça como Lis? E as outras coisas, os outros detalhes ... Tudo como era de verdade. Pouquíssimas mudanças.

Fechei os olhos me esquecendo a dor, meu coração parou por alguns segundos e contive o medo. Quando retornei a abrir os olhos Richard não me segurava mais e nem estava no meu campo de visão, havia retornado a porta principal e encarava o céu agora cinzento. Me acalmei silenciosamente e disse casualmente.

- E a onde vamos agora?

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