Odaesan: PT.2 (extra)
Deem suporte a fanfic, votem e comentem. Boa leitura!
Essa é a segunda parte do extra de Addict, e a parte final também. Espero que gostem!
E lembrem-se, a pré-venda de Adicto começa dia 01/10!!!
> Odaesan: pt. 2. (extra)
ー Tem certeza que pegou tudo? ー Jeon perguntava, enquanto fechava o capô do carro.
ー Você me fez checar cinco vezes já, Jungkook ー o menor respondeu, com Bellatrix no colo, esperando ele terminar o que faltava.
Suspirando, Jungkook andou até a porta de casa e a trancou, checando as janelas também, e voltou para o carro. ー Você ouviu bem o que eu falei, né? Ela tem que ir na guia, não pode ir solta no carro.
ー Tá tudo certo ー respondeu Jimin.
Bellatrix, no final, iria na viagem com eles.
Jungkook estava feliz? Não. Jimin? Sim.
Entrando no carro, ele esperou Park prender a cachorra na guia, no banco de trás, e então arrancou, pondo-se a dirigir. Não gostava tanto assim de dirigir por tanto tempo, mas faria o seu máximo. ー Devíamos ir de trem.
ー De carro é melhor ー disse o mais novo, se acomodando no banco do carona, com pantufas nos pés e um travesseiro atrás da cabeça, ele deitou um pouco o encosto também, mexendo no celular.
Jeon lhe deu só uma olhada, notando como ele estava completamente confortável ali. Enquanto isso, suas costas já davam sinais de cansaço. ー Com certeza de carro é melhor...
ー Podemos parar pra comer, né? ー Jimin perguntou.
ー Não faz vinte minutos que saímos de casa ー foi o que o moreno disse.
Dando de ombros, Jimin olhou em volta, relaxado. ー Nem acredito que vamos ver a vó... você está animado pra ver ela também?
Jungkook, atento a estrada, não prestou atenção, e também não respondeu. Jimin, girando os olhos, resmungou: ー Não precisa responder.
ー O quê?
ー O que eu te perguntei.
ー O quê?
ー O que eu te perguntei, Jungkook!
Desistindo, Jungkook só soltou um "tsc" e o ignorou, focado no trânsito. Assim, viver com Jimin tinha muitas vantagens, mas as desvantagens eram... tristes.
No frio, Park vinha e se agarrava a ele, e era muito quentinho. Mas no calor, ele vinha e se agarrava também, igualmente quente. Jungkook acordava suando, e ah, odiava suar. No fim do ano, Jimin sempre dava um jeito de enchê-lo de presentes, e era adorável, uma pena porque... ele sempre errava seu número, comprava maior, menor, incompatível. Quando bebia, ficava divertido e sentia vontade de dançar, contar piadas, fazer carinho, até que ficasse chato como uma criança, fazendo birra e querendo beber cada vez mais. Depois que aprendeu a cozinhar, sempre reproduzia receitas deliciosas... mas deixava uma louça imensa na pia, porque usava quase 5 colheres para mexer um molho, três facas para cortar duas coisinhas, usava tantos potes que o armário ficava vazio!
Com Jimin era tudo oito ou oitenta.
ー Sabe onde está indo, Jungkook? ー Sim, amor, fique tranquilo. ー Jungkook respondeu, porque realmente sabia, passavam agora somente pela cidade vizinha ainda.
ー Não precisa usar o mapa ainda, então? ー o menor questionou.
Jungkook apenas o olhou pelo canto dos olhos, porque Jimin não podia estar falando sério. ー Você não quer abrir esse papel imenso dentro do carro, não né?
ー É pra gente saber o caminho ー disse o óbvio.
ー Temos GPS pra isso, Jimin ー disse o que pra ele era mais obvio ainda.
Jimin montou uma careta na hora. ー Mas com mapa é mais legal, eu já falei! Tipo viagem de verdade!
ー Olha, eu tenho quase certeza que o motorista de um ônibus não usa um mapa de papel, nem um comandante de navio, ou um piloto... sabe...
Jimin tinha algo em sua defesa. ー Mas eu nunca viajei pra longe assim, eu queria fazer que nem nos filmes, Kookie... ein, eu nunca fiz assim. ー e disse a tudo com uma carinha tão pidoncha que dava raiva até. ー Por favor... por favor...
Jungkook, tendo que olhar para aquele rosto contorcido em charme em dengo, porque estavam parados em um sinal, sentiu que poderia desmaiar de amor e ódio ali mesmo. ー Jimin...
Park juntou as mãos, como quem vai rezar, implorando com os olhos cheios de brilho. ー Só dessa vez, amor... vai ser tão legal, ein... faz isso por mim.
Ah, Jesus!
Derrotado, porque aquilo parecia mesmo muito significante para Jimin, Jungkook soltou um suspiro cansado, meio hesitante. ー Na volta usamos o GPS ok?
Jimin conteve a emoção, se limitando a bater palminhas. ー Na volta nós nem vamos precisar, Kookie, você vai decorar o caminho todinho! Ah, você é tão inteligente, sabe disso... Aprende tudo rapidinho! É o mais inteligente do mundo inteiro. E tão bonito, ah... lindo, lindo.
Jeon só pode rir, porque Jimin era um chantajista. ー Falso.
Jimin lhe deu um tapa na coxa. ー Não despreze meu amor, eu te amo! Feio.
ー Então eu sou tudo isso? E você, ainda por cima, me ama? ー brincou, com um sorriso no rosto. Jimin assentiu, o observando dirigir. ー Você fica tão bonito dirigindo, hyung, fica um gatão... Um gostoso.
Incrédulo com tamanha babação de ovo, Jungkook mais uma vez só conseguiu rir, mas Jimin ralhou: ー Não estou mentindo, ya... pare de duvidar de mim.
Jungkook sabia que ele era sincero, era do tipo que adorava elogiar, e fazia sem motivos, mas era engraçado provocá-lo. Bonitinho.
De qualquer forma, por um bom tempo, um bom tempo mesmo, Jungkook dirigiu sem precisar de coordenadas, porque boa parte do caminho era feita apenas sentindo uma via popular, mas quando já estavam na estrada há umas quatro horas, e o céu já perdia um pouco da luz, Jungkook passou por um pedágio e teve que sair daquela via, porque agora o caminho mudava. E seguindo a rota que ainda sabia, se obrigou a perguntar: ー Que caminho eu pego, Jimin?
E Jimin, que meio cochilava, despertou no mesmo instante, prontificando-se em abrir o mapa e apertando os olhos para os localizar. ー Onde nós estamos?
Jungkook quase riu, sem humor, claro. Sabia sim onde eles estavam, mas agora Jimin ia dar seu jeito e descobrir, já que queria tanto assim usar o mapa de papel dele. ー Não sei... ー mentiu.
ー Ah ー soltou, coçando atrás da orelha. ー Faz muito tempo que passamos por Daegu?
ー Ah, faz um bom tempo ー disse Jeon, vendo o dedinho dele passear pelas cidades no mapa.
ー Ah, mas você não prestou atenção em nenhuma placa? ー questionou Park, um pouco frustrado.
ー Você estudou o mapa, achei que fosse ficar atento ー deu de ombros. ー Hm... o que acha de pararmos pra tomar um suco, esticar as pernas?
ー Pode ser, né... preciso de um tempo para achar a cidade. ー disse ele, concentrado no mapa que escondia o rosto todo dele.
De caso pensado, Jungkook parou em um barzinho com o nome da cidade, fingindo nem perceber, e eles saíram. Jimin nem entrou. ー Vou procurar uma placa.
Jeon assentiu, bobo com como Park nem reparara no letreiro acima do bar, e entrou, comprando duas garrafas de suco um dos salgadinhos que o marido adorava. Voltando para perto do carro, se sentou no banco do motorista, de porta aberta, observando Park perambular, enquanto Bellatrix tomava a água posta. ー Ah, Trix, seu pai é... um barato.
E eles ficaram ali por uns bons minutos, até Jimin retornar, batendo os pés. ー Esse fim de mundo não tem uma placa, Jungkook! Nada!
ー Que descaso ー Jungkook fingiu perplexidade.
ー E agora? ー Jimin questionou, chateado, porque não queria apelar para o GPS.
ー Calma, a gente anda um pouco e encontra algo... hm... tava olhando, letreiro bonito, né? Acho chique, letreiro vintage assim... ー apontou para o nome sobre o bar. E Jimin finalmente prestou atenção, mas só então se tocou.
ー Por que não falou logo, Jungkook? ー se virou para ele, bravo.
Jungkook confessava, não era essa reação que estava esperando, e tentou manter o papel. ー O que???
ー O que??? ー o mais novo o imitou. ー Você sabia!
Obrigado então a admitir, Jeon forjou seu sorriso mais brincalhão possível, tentando suavizar a situação. ー Eu achei que você fosse ver.
ー Sem graça ー ralhou. ー Não gosto que fique brincando com a minha cara.
ー Você quis usar o mapa, então tem que saber se econtrar ー disse, sem tanta calma dessa vez. ー Entra, vamos continuar.
ー Não faz isso de novo ー exigiu, dando a volta no acrro. ー Fica me fazendo de bobo...
Jungkook nem respondeu, sem um pingo de humor agora. ー Agora que você sabe, porque eu estava prestando atenção, veja aí pra onde nós vamos.
ー Vou prestar atenção agora, tá! Fica tranquilo, irritante. E é só seguir nessa mesma via, até pegar o contorno. ー explicou.
ー Irritante é esse papel caindo em cima da marcha ー reclamou, empurrando o mapa dele, que ficava caindo sobre o câmbio.
ー Vai rasgar assim! ー Jimin reclamou em contraproposta, desamassando uma ponta que ele entornou. ー Estúpido!
ー Estúpida é essa sua id... ー Jeon quase disse, conseguindo parar á tempo. E Jimin, fechando a cara, não lhe deu mais atenção, focando no mapa e no caminho, e única vez que tornou a falar com ele, foi para dar mais uma coordenada, e mais nada. Porque não tinha nada de graça em ser feito de bobo.
Em certo ponto, Jungkook só queria chegar logo, porque estava prestes a explodir dentro daquele carro, já que Jimin era um dramático do caralho. E enquanto o céu escurecia, em meio ao silêncio no interior do carro, ele começou a pensar consigo. Nem sempre estiveram tão sensíveis, sabe... era o quarto ano de namoro, e agora tudo estava tão difícil, porque talvez, aquela fase do encanto, tivesse passado, e agora as desavenças fossem mais evidentes. Parte de Jungkook entendia que era normal, de certa forma, porque nunca vira um casal consolidado estar em paz 100 por cento do tempo. Amigos casados viviam discutindo, os tios nunca concordavam... mas tinha medo, porque nesses momentos muitos casais se separam também. E se Jimin percebesse que não dão certo? E se quisesse se separar? Passado o encanto, ele talvez sentisse que Jungkook não era o homem para sua vida. Talvez. Jungkook temia, tinha que admitir. E se fosse o caso, não saberia o que fazer, como prosseguir...
Porque Jeon já havia projetado uma vida toda ao lado de Jimin.
Temia que se não passasse o restante de sua vida com ele, jamais encontraria alguém por quem sentiria tanto amor. E isso o assustava, demais, pois nunca sentiu isso, nunca sentiu como se nunca mais pudesse amara alguém além daquela pessoa. Era loucura o peso do que sentia por ele.
Mas e se fosse isso que ele quisesse no fim? E se um dia Park acordasse e percebesse que eles não dão certo? Como seria? Ele encontraria alguém? Jungkook tinha certeza que sim, porque Jimin era fantástico, era doce, charmoso, amoroso, tinha um coração enorme e tinha a aparência de um anjo vindo direto dos céus. Mas e essa pessoa, por quem ele se apaixonaria, será que ela saberia lidar com ele? Será que ela o trataria bem? Faria o macarrão do jeito que ele gosta? Ela compraria o amaciante de roupas com o cheirinho favorito de Jimin? Teria paciência com ele? Jimin não gosta quando gritam com ele, fica instantaneamente magoado... essa pessoa teria que tomar muito cuidado. Ele encontraria alguém assim?
ー Jungkook ー ouviu o mais novo chamar, e o olhou. ー Eu acho que a Trix... tá mijando no banco...
Jungkook encostou o carro na hora, e saltando para fora, abriu a porta de trás e puxou a cadelinha, que ainda fazia o xixi, e a colocou no chão as pressas. ー Cacete!
De dentro do carro, Jimin tentou amenizar a situação, antes de sair. ー Não sujou muito!
Mas Jungkook já estava bem possesso. ー Eu te falei!
ー Como eu iria saber? ー Jimin tentou se defender. ー Pensei que ela tivesse feito quando paramos.
Mas Jungkook não queria saber de desculpa nenhuma, e isso era bem claro pelo modo como seu rosto se contorcia em desprezo, em estresse, e era algo que Jimin poderia pegar com as mãos se quisesse. ー Desculpa...
ー Não! Não desculpo, porque essa não é a primeira, nem a segunda vez que você ignora o que eu digo e insiste em fazer tudo do seu jeito. ー ele soltou, ficando maior e maior a cada palavra, mostrando seu enorme descontentamento sem filtro nenhum. ー Era pra ela ter ficado em Busan! Mas você se importa? Não! Porque você quer, então tem que ser do seu jeito.
E bem, a essa altura, os olhos de Jimin já haviam enchido de água, mas Jeon ainda não havia reparado, um pouco cego pela raiva, sentindo a necessidade de esvaziar-se um tanto daquelas queixas que tanto guardara nos últimos tempos. Mas quando viu, quando viu seu Jimin ali, pequeno e sentido, com gotas gordas de lágrimas paradas rente aos cílios, sua pose se desfez e ele notou o que causara. ー Jimin...
Entretanto, era vez de Park falar, e apesar de chorosa, sua voz saiu alta, e magoada. ー É porque eu finalmente me senti no controle da minha vida!
E era, era só isso. Era uma necessidade gigante, enorme, imensurável, que lhe batia, de fazer as coisas do seu jeito, e provar que era capaz, provar que agora podia fazer escolhas, que agora tinha opções, que podia de fato, controlar. Viver tanto tempo da forma que dava, do jeito que conseguia, do modo como lhe permitiam, era sufocante. Era estar solto, e sentir que mesmo assim, haviam amarras por todo o seu corpo, lhe impedindo de agir e fazer as próprias escolhas. Só queria sentir de uma vez por todas que essa era vida de Park Jimin, e somente de Park Jimin.
Ele pensou que Jungkook entenderia, porque era suposto que ele lhe compreendesse sempre, e pra todo sempre, não? Por que estavam tendo aquele conflito?
ー Jimin... ー Jungkook tentou dizer, sendo interrompido outra vez. E Jimin continuou dizendo: ー Eu quero ter as experiências dos meus sonhos também. Eu quero sentir que estou fazendo o certo, e quero acreditar que também sei o que é bom pra mim, Jungkook... Mesmo que em coisas bobas como levar a cachorra na viagem, ou usar um mapa de papel. Eu quero, e eu posso... E eu cansei de não fazer tudo que eu posso, porque para os outros não faz sentido. Eu sei que nada disso faz sentido pra você, mas... Eu queria tanto, e dessa vez não há nada que me impeça, entende? Nada me impede, eu posso fazer minhas escolhas, eu sei o que é perigoso ou não, e eu quero. Eu quero, Jungkook, quero uma vez na vida fazer as coisas como eu realmente gostaria. Porque eu já passei muito tempo sem esse poder. Então, por favor... não faz eu me sentir um bobo por minhas escolhas, não faz eu sentir que estou fazendo tudo errado.
Escutando a tudo, sem o cortar, Jeon esperou até que ele realmente não fosse falar mais, e respirou fundo, observando as lágrimas dele enfim chegarem ao queixo, antes de pingar na roupa. ー Eu não quero te dizer o que deve fazer, Jimin, jamais... O que eu mais quero na minha vida, é que você se sinta livre e confortável comigo, ok? Mas somos dois, babe... Somos dois dividindo uma vida. Desde que algumas de suas escolhas também me afetam, nós devíamos decidir juntos, pela melhor opção... Mas se... você sentir que quer fazer todas as suas escolhas por si mesmo... Talvez, talvez não fosse bom pra você... ー e puxou o ar mais uma vez, para conseguir dizer aquilo: ー Talvez o certo pra você agora, fosse ficar sozinho.
ー O que, Jungkook? ー Jimin questionou, chegando mais perto. ー Do que está falando?
E Jungkook realmente não queria sugerir aquilo, mas tudo indicava que era o que Park no fundo precisava. ー Você quer terminar?
ー Por que eu iria querer isso, Jungkook? ー ele questionou, ficando mais nervoso muito rápido. ー Jungkook... você quer terminar?
ー Não! Jimin, não é isso, é que eu, sinceramente, eu te sinto tão distante as vezes, e eu não quero cobrar, não quero que você sinta que eu quero te controlar, nada disso, mas... eu quero sentir que estamos juntos, de verdade, e não falo de dormir na mesma cama, e fazer coisas juntos, mas de você considerar o que eu digo, e deixar eu ajudar a cuidar de você... Juntos no sentido de, gostarmos de estar um com outro. Porque eu estou cansado de sentir que você está cansado de mim, por eu ser chato, ou implicante demais, por eu ser muito regrado, ou mesmo sistemático, eu não quero mais me sentir assim. Eu quero que você se sinta bem comigo. E toda vez, eu sinto que estamos a fim de coisas diferentes, que estamos em ritmos diferentes, porque nossos gostos estão muito à parte um do outro, e eu não quero mais sentir que estou te atrapalhando, te puxando pra baixo, te fazendo se encaixar em uma rotina que não te agrada. Eu quero que você faça suas escolhas, mas que elas sejam condizentes com o que precisamos Jimin... E se você quer tanto ser independente, talvez não seja o momento para estarmos juntos. Eu não quero te prender, não quero te fazer se sentir mal por suas escolhas, eu não quero mais brigar... eu não suportaria me tornar alguém que você não quer por perto. Mesmo se terminarmos, eu não quero fazer parte das suas memórias ruins... mais uma vez. Eu não posso te fazer mal de novo.
Jimin, ali, parado em frente á ele, sem palavras para se expressar, sem conseguir sequer associar tudo ao mesmo tempo, não disse nada, porque não era possível naquele momento, não era.
Jeon então agiu, ele se curvou e apanhou Bellatrix. ー Vamos Jimin, temos que chegar na sua avó...
E Jimin não conseguiu fazer muito mais do que apenas voltar para o carro, deixando Jungkook voltar para a estrada, mantendo o silêncio no ambiente, de alguma forma respeitando o próprio tempo, desde que nunca saberia ao certo o que dizer para ele.
É que deixar Jungkook nunca foi uma opção, antes ou depois da dependência por ele, não era algo que lhe passava pela cabeça... ou pelo coração.
Mas por que ele pensava nisso? Será que ele via aquilo como realmente uma saída plausível, será que ele conseguia encarar isso com tranqüilidade? Ele conseguia se imaginar longe de Jimin?
Porque Jimin nunca mais se viu sem Jungkook em sua vida. Nunca.
Talvez fosse a cabeça cheia, o pouco foque, mas quando se deu conta, já passavam pelo portal de entrada de Odaesan, e ele até podia sentir o solo mudar, de um asfalto lisinho para uma estrada de pedra.
Abaixando o vidro, sentiu o ar gelado do lugar, e mesmo que estivesse escuro, podia ver as montanhas, a lua gigantesca sobre elas. E era lindo... mas seu coração estava tão murcho agora, que não conseguia se sentir bem, nem diante de uma paisagem tão bela.
Quando o carro parou, conseguiu ver uma luz se acender em uma cabaninha envolta por muitas plantas, e era possível ver um pomar imenso nos fundos do terreno. Vendo a porta se abrir e a senhora aparecer, Jimin conseguiu sorrir, finalmente sentindo algum calor, saltou para fora do carro e correu em direção a avó Yuri. ー Vó!
ー Ah, Jimin, meu príncipe! ー ela abriu um sorriso amoroso, abrindo os braços para ele a abraçasse, e ele o fez, antes mesmo de se curvar em respeito, cobrindo a mulher baixinha, sentindo o cheiro de ervas em sua roupa. ー Woah! Você cresceu??
ー Ah, não vó, Jungkook disse que a gente só cresce até os 20 anos, mais ou menos ー contou.
E um sentimento de nostalgia lhe veio, lembrando das tantas conversas curiosas que tivera com Jeon.
ー Ah, a vó acha tão bonito vocês dois juntos ー ela riu, contente que só em vê-los ali.
Jungkook então saiu do carro com Bellatrix no colo, um pouco tímido, caminhou até os menores. Dona Yuri abriu um sorrisão para ele também. ー Ahh, trouxeram até a cachorrinha! ー e foi fazer carrinho na bulldog, que abanava o rabinho curto. ー Trouxeram você para passear na casa da vovó é? Oh, que linda!
Os dois rapazes, apenas observando a interação, com sorrisos sutis nos lábios, acabaram por se olhar... um daqueles olhares que não diz nada, nem pergunta, muito pouco responde. Olhares que apenas precisavam se encontrar.
ー Venham! Vamos entrar! ー a avó os chamou, oferecendo o caminho até a porta de casa. ー Acabei de cozinhar um franguinho com abóbora, vocês gostam?
Assentindo, Jimin timidamente acompanhou a avó até o interior da casa, enquanto Bellatrix se enfiava entre as pernas de um e outro, animada por finalmente sair do carro. Jungkook, seguindo os três menores, suspirou ao sentir o cheiro forte da comida, juntamente ao cheiro de casa limpa, o perfume nostálgico da casa de uma senhora. E era um sentimento bom, sem dúvidas.
ー Podem ficar à vontade... depois vocês pegam as malas, tá. Vamos comer primeiro, antes que esfrie, e comida fria é um horror. ー ela foi dizendo, enquanto apanhava vasilhas. ー Ai, será que isso vai ser o suficiente? ー perguntou ela, apontando para um tacho cheio de comida. ー Qualquer coisa a vó faz mais, ta? Comam á vontade.
Rindo baixinho, porque achava adorável, Jimin concordou com tudo que ela dizia, e quando ela os mandou lavar a mão, correu para o banheiro miúdo da casa, lavando rapidamente para voltar logo. No caminho de volta, esbarrou com Jeon, mas mesmo assim, não trocaram nenhuma palavra, e quando chegou na cozinha, a avó lhe perguntou baixinho: ー Está tudo bem com seu namorado, querido? Vocês parecem meio calados... e ele é tão falante no telefone.
Jimin, engolindo meio em seco, inventou: ー Pessoalmente ele é meio tímido. Também está cansado de dirigir, sabe... mas já ele melhora.
ー Oh ー ela soltou. ー Ok, então! Sente, filho, eu vou tirar a comida pra você.
Jimin quis impedi-la, e fazer isso por si só, achando muita folga, mas ela rapidamente começou a pôr a comida no prato. ー Gosta de kimchi, Jiminie?
Um pouco sem jeito, ele assentiu, e nisso, Jungkook voltou, após passar um bom tempo no banheiro lavando as mãos. ー O banheiro da senhora é tão limpinho, uau...
Rindo, ela comentou: ー Você reparou nisso??
ー Ah ー ele soltou. ー Desculpa, é que eu não sei flertar.
Tanto a senhora, quanto seu neto, riram, e meio sem graça, Jungkook se sentou ao lado de Jimin na mesa, depois da avó insistir em arrumar seu prato também. ー Comam bastante. ー mandou, e só nos primeiros pratos que ela pusera, já havia comida o suficiente pra umas três pessoas. ー É que vocês chegaram tarde, senão a vó teria feito um bolinho, com chá, sabe? Amanhã eu faço.
ー Aish, vó, não precisa ー pediu Park. ー Não precisa se preocupar com isso.
ー Preciso sim, não posso deixar neto meu passando fome ー disse, teimosa. ー Jovem só come porcaria, acha que não sei? Precisam aproveitar que estão aqui para se nutrir.
Jimin nem tentou contrariá-la. ー Hm, o jardim da senhora parece ser lindo.
ー Ah, não como os seus... é, eu vi no facebook! Você faz jardins como ninguém, Jimin... aliás, como ninguém não ー ela sorriu antes de continuar. ー Como sua mãe.
E a mera menção à ela, fez com que seu peito ficasse quente. ー Mesmo?
Dona Yuri assentiu, tomando um tom amoroso para falar: ー Aquela menina amava flores... ela era fascinada. Amanhã eu te mostro a cerejeira que ela plantou quando morou aqui. É grande, e todo ano ela floresce, cada vez mais linda.
Tocado pelas palavras, Jimin olhou pela janela, observando o jardim no escuro, e mesmo que não pudesse ver muita coisa, ainda era lindo.
Surpreendo-os, ao se manifestar, Jungkook comentou: ー Jimin tem mãos mágicas pra terra. Tudo que ele toca fica magnífico, é magia... ou dom.
Mirando o mais velho, sem conseguir dizer nada, Jimin só desviou sua atenção, quando a avó tornou a falar: ー O amor de vocês é lindo. É como deve ser... cheiro de carinho e admiração.
Jimin imediatamente pensou no quanto brigavam, no quanto discutiram nos últimos tempos, mas a senhora continuou dizendo? ー Sabe, quando vocês falam um do outro, no telefone, eu consigo sentir na voz de vocês que se importam um com o outro, que se amam mesmo... ー e ouvindo aquilo, Park sentiu as bochechas esquentarem no mesmo instante. ー Ya, Jimin, não fique com vergonha... é verdade, quando você começa a falar do Jungkook, não para mais, e fala de como ele é carinhoso, de como é inteligente, de como é lindo. Aish, você é caidinho, ah.
Jungkook acabou rindo, inevitavelmente contente com que ouvia, enquanto Jimin não conseguia esconder o rosto vermelho. Mas dona Yuri falou mais: ー Do que está rindo, Jeon Jungkook? ー questionou, surpreendendo o rapaz. ー Toda vez que nos falamos você parece estar prestes a morrer de amor. Ya, me ligando para saber que tipo de chá é bom pra gripe, quando Jimin pega um resfriado... todo preocupado! Me ligou até para perguntar que tipo de presente deveria dar pra ele no aniversário!
Dessa vez foi a vez de Jungkook se envergonhar então, enquanto Jimin absorvia cada palavra com um frio na barriga. ー Vó Yuri! ー Jeon ralhou, e ela riu. ー É, nenhum de vocês se salva.
Abaixando a cabeça, Jimin não conseguiu não pensar naquilo, e no que falaram umas horas atrás, na beira da estrada. Se gostavam tanto quanto a avó pensava?
Enfim, quase em silêncio, eles terminaram de jantar, ambos fazendo um esforço para comer toda a comida, e quando terminaram, Jungkook foi pegar as coisas no carro, enquanto a avó mostrava a Jimin a casinha, lhe mostrando também o quarto onde ele ficariam. Seguindo as dimensões da casa inteira, ele também era miúdo, mas parecia confortável como nada nesse mundo. A mulher parecia ter deitado um colchão de casal no chão, desde de que a cama que tinha ali era de solteiro, mas tudo parecia verdadeiramente aconchegante. O tipo de sentimento que só tivera com a mãe, e com Jungkook.
ー Está bom pra vocês, filho? ー ela perguntou, preocupada. ー A vó não tem uma cama grande para pôr aí, mas o colchão é bom...
ー Tá perfeito, vó ー ele se virou para ela sorrindo. ー Não esquenta, ok? Ta melhor do que a senhora acredita.
ー Oh, filho... que bom. ー ela sorriu, o abraçando de lado. ー Espero que a gente ainda tenha muitas memórias juntos, ta? Pra compensar todo o tempo que a vó não pôde estar com você.
ー Fica despreocupada... ー pediu. ー O importante é que estamos aqui. Juntos.
ー Aish, você cresceu tanto desde que te conheci ー ela riu, um pouco emocionada.
Jimin sabia do que ela estava falando, mas quis brincar. ー Oh, a senhora acha? Jungkook ainda me chama de anão de jardim!
Começando a rir, ela só parou quando Jeon chegou, trazendo as malas, e deu espaço para que Jimin o ajudasse a carregar tudo até um canto no quarto. ー Eu vou deixar vocês então, tá? Podem ficar a vontade, já sabem onde é o banheiro, a cozinha... a vó só vai deitar porque acorda cedo, ta? Mas vejo vocês amanhã! Boa noite meus queridos.
ー Dorme bem, vó ー Jimin desejou, e Jungkook soltou um "boa noite" antes que ela saísse. E os dois ficaram então, em silêncio.
Ainda sem dizer nada, Jeon foi tomar um banho, enquanto Jimin ficava para arrumar a cama, e sozinho ali, ele observou as montanhas pela janela, grato por conseguir passar alguns minutos sem pensar em nada preocupante. No entanto, quando ele voltou, esfregando o cabelo molhado com uma toalha, tudo aquilo veio a tona de alguma forma, tomando seus pensamentos por completo. Precisava saber no que ele estava pensando, essa era a verdade, precisava saber como ele chegara a tais conclusões, e se falava sério sobre elas. ー Jungkook...
Mas Jeon não lhe permitiu continuar, fechando os olhos, ele disse: ー Não vamos falar sobre isso agora, ok? Tivemos uma noite ótima com sua avó... vamos só dormir. Descansar. Ok?
ー Mas Jungkook... ー ele tentou mesmo assim. ー Eu não consigo parar de pensar nisso.
ー Eu também não, babe... mas eu não quero continuar brigando, então vamos deixar isso pra nossa volta pra casa, ok? ー pediu, antes de se virar, começando a se arrumar para se deitar. Jimin, sentado na cama, continuou o olhando, encarando suas costas bonitas, e perdendo as esperanças de conseguir conversar naquele momento, apenas se deitou, bufando baixinho.
Jungkook apagou a luz e se deitou também, ao lado dele, mantendo uma distância maior que o normal, porque não sabia o que ele estava pensando, se sequer o queria por perto, e se virando, tentou se acalmar ao ponto de adormecer. Park, no entanto, não estava tão cansado quanto ele, e não conseguiu dormir tão rápido quanto. E isso lhe rendeu longas horas pensando em tudo que disseram, em tudo que sentiu, e no fim era um mix intenso de sentimentos, de dúvidas e questões, somado as memórias, á imaginação. Detestava estar nessa situação e sentir esse tipo de coisa.
E só conseguiu dormir depois de chegar um pouco mais perto de Jungkook, apoiando a cabeça em suas costas, sentindo seu cheiro e sua pele macia.
No dia seguinte, quando o galo cantou em algum lugar, dona Yuri também começou a cantarolar suas cantigas, não alto o suficiente para acordar os rapazes, mas quando às nove horas da manhã bateram, ela propositadamente bateu uma porta com mais força. Jungkook, que tinha o sono equivalente à de um cão de guarda, acordou no mesmo instante, e olhando para o lado, notou que Jimin nem havia se mexido, e não era surpresa, tinha o sono de um gato, pesado e longo. Antes de se levantar, cobriu as pernas dele, desde que ele sempre dava um jeito de se descobrir enquanto dormia.
De pé, deixou o quarto sem fazer barulho, e primeiramente passou no banheiro, lavando o rosto e escovando os dentes, só depois procurou pela senhora, e só a encontrou no lado de fora da casa, acompanhada de Bellatrix, pondo comida para os pássaros em uma árvore. ー Bom dia, dona Yuri...
Ela o olhou e sorriu. ー Acordado já?
ー Ah, sim, algum barulho me fez despertar ー comentou.
ー Oh, deve ter sido o vento.
Apesar de não parecer um dia de muita ventania, Jeon deixou esse assunto para lá. Yuri perguntou: ー Jimin não acordou?
ー Ah, não... ele tem sono pesado. E deve estar cansado... ー explicou, lembrando da noite passada, quando percebeu que ele fora dormir bem tarde, só depois de se aproximar.
Terminando de pôr a comida, a senhora chegou mais perto dele. ー A cadelinha de vocês é uma graça. ー disse. ー Eu vou roubar ela pra mim. ー brincou, e mirou Trix. ー Não é? A vó vai pegar você pra morar com ela!
Jeon soltou uma gargalhada fraca e genuína, vendo a Bulldog mover a cabecinha, parecendo tentar entender o que a senhora dizia. ー O Jimin fica louco se ficar sem essa cachorra.
ー Queria que ele acordasse logo, para vir ver as montanhas pela manhã, é tão bonito... ー ela lamentou.
ー O Jimin dorme feito pedra, quando está cansado então... sabe, é muito bom, porque antes ele tinha um sono muito leve e desregulado, e isso não fazia bem. Ele acabava delirando, acordando com dor de cabeça, varando noites sem dormir... hoje em dia ele deita a capota, nas maioria das vezes. É engraçado, porque ele fala enquanto dorme, as vezes, e geralmente são coisas bem sem noção... me deixa curioso demais para saber com que tipo de coisa ele sonha. Porque ele tem uma imaginação muito fértil sabe... e...
... e só então ele percebeu o que acabara de fazer. Dona Yuri mesmo o olhava enquanto segurava o riso, até finalmente soltá-lo, de forma sutil. ー Fico feliz em saber que meu neto está em mãos tão boas. Ele precisava de alguém como você, alguém que o apreciasse nos mínimos detalhes. Obrigada por cuidar dele, Jeon...
Sem saber o que responder, Jungkook abaixou a cabeça, refletindo suas ações recentes, se perguntando como conseguia ser tão caído assim por ele. A senhora lhe deu um tapinha no ombro. ー Amor é assim.
Então, sentindo que precisava, de alguma forma, falar sobre o que vinha acontecendo, ele murmurou. ー Mas as coisas estão difíceis, noona...
ー Como assim, querido? ー ela ficou visivelmente preocupada.
Demorando a retomar a fala, Jungkook se agachou na altura de Bellatrix, a acarinhando por um tempo. ー Eu sinto que eu e ele estamos em tempos diferentes, sabe... sinto que ele quer coisas diferentes... que talvez ele queira explorar a própria liberdade, a própria maturidade, enquanto eu... enquanto eu quero sossego, descansar do trabalho, tomar um chá e ler um livro antes de dormir. Sei lá. Talvez ele me ache chato.
ー Ele te disse isso? ー ela questionou, sentida.
ー Não... sim... ele disse algumas coisas, mas não sobre como se sente em relação á mim... ー não soube explicar. ー Ah, noona, eu estou tão inseguro. Não quero perdê-lo e nem machucá-lo.
ー Você já conversou com ele, ou está só tirando coisas da cabeça?
ー Eu não quero fazer isso aqui, noona... tenho medo do que ele vai escolher, e não quero estragar a viagem dele. ー confessou. ー Acho também que ele precisa de tempo, porque talvez ele ainda nem perceba que... que isso possa ser a melhor saída para ele.
ー E você? ー ela perguntou. ー Como fica você?
Ele não soube o que responder, mas disse: ー Ele precisa ficar bem... mais que eu.
No meio do silêncio, Belletrix começou a latir, e correu na direção da porta. Lá estava Jimin. E estava lá há um bom tempo já.
ー Jiminie ー a avó soltou. ー Hm... eu vou entrar e bater um bolo, tá? Fiquem á vontade.
Passando pelo neto na porta, ele lhe deu um afago no ombro, antes de sumir para dentro da casa, os deixando ali. Jimin, que ainda sentia o gosto da pasta de dente na boca, desceu o curto degrau, andando devagar até o marido, e parou ao seu lado, observando os passarinhos na arvore, se amontoando sobre uma bacia de comida. Não disse nada.
Jeon também.
Até que Jimin começasse a andar, na direção da cerejeira, no meio do jardim da avó, e Jungkook lhe acompanhou, mantendo cerca de quatro passos de distância. Ele tocou o tronco da árvore, sentindo o cheiro fresco das folhas, sob a sombra suave e gostosa.
ー É a que a sua mãe... plantou? ー Jeon perguntou, o assistindo admirar a árvore.
ー É... ー ele murmurou. ー É linda, não?
ー Sim ー assentiu, mesmo que ele mal pudesse ver, focado nas pétalas de uma flor caída no chão. ー Jimin...
ー Vamos plantar uma dessa na nossa casa ー disse o menor, se virando para ele então. ー E assistir ela crescer. Assistir ela florescer... todo ano.
Jungkook não sabia se estava entendendo o que ele queria dizer. ー Amor...
Ele abriu um sorriso sutil, tristonho. ー Nunca mais fale de nos separarmos. Nunca mais pense que eu seria capaz de deixá-lo.
Jeon precisava admitir, seu coração ficou leve, seu corpo inteiro quase flutuou, quase foi levado com o vento, como uma daquelas flores pequeninas da cerejeira.
Jimin, andando até ele, ergueu a mão e prendeu aquela flor que estava em sua mão, no cabelo escuro dele, admirando como combinava com ele. ー Eu te amo.
ー Eu te amo ー ele respondeu, enfim o puxando para um abraço. ー Me perdoa por fazer você se sentir mal...
Deitando a cabeça no ombro dele, Jimin beijou seu pescoço. ー Você não faz eu me sentir mal... nunca... me desculpa por te tirar do sério. Eu devia entender que preciso pensar em você antes de agir... eu sou tão idiota, amor...
ー Não é, não é ー disse Jeon, deixando vários beijos em sua orelha. ー Você só quer liberdade, e eu entendo...
ー Mas eu sou livre com você ー Park disse, tomando distância para olhá-lo nos olhos. ー Você me ajudou a me libertar. Você tirou aquelas correntes de mim, você abriu as portas, e me deu a mão, me ajudou a atravessar. E eu não estou confundindo gratidão com amor. Eu não teria isso com mais ninguém. Não seria bom assim com outra pessoa, e disso eu sei, porque é fácil reconhecer o que é bom... eu sei disso porque eu não quero que acabe. Jamais.
ー Não vai acabar, babe ー Jungkook murmurou, segurando seu rosto nas mãos, com delicadeza. ー Não vai... ー e beijou seu lábios, com tanto afeto, que não se sentia o toque, somente o sentimento. ー Jamais.
Aquela era a flor mais bela do jardim.
OBRIGADA PELA LEITURA! 🖤
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