37: 삼십 칠
Deem suporte à fanfic, votem e comentem. Boa leitura!
Ps: eu não sei se ficou bom, mas conto com o apoio de vocês nessa reta final da fanfic. faltam 3 capítulos até fecharmos a história!
Addict > 37
Você vai notar, em algum momento, que tudo que já foi feito um dia vai ser pó. Não importa quanto tempo leve, no fim, tudo morre, de uma forma ou outra. Jimin tinha dentro da cabeça e do peito uma agonia que o consumia, dos pés a cabeça, o sentimento de que nada valia à pena, e de que não importava o quão forte ele lutasse, tudo seria em vão. Sua mãe já havia ido embora.
Durante todo o tempo, dentro daquele ônibus, enquanto seus olhos derramavam água, ele pensou em tudo que viveu, em tudo que viu. E se perguntou sobre o que havia feito de bom a si mesmo. O que fez por si mesmo? Pelo que lutou? E não haviam respostas, porque Jimin foi desonrado uma vez, e desde então, nunca moveu um dedo sequer para recuperar seu valor.
E ele sabia que foi arduamente machucado pela vida, mas estava cansado de se esconder, cansado de fugir, cansado de ser uma criança medrosa, ele sentia em seu âmago o desejo de ao menos uma vez atirar de volta, rebater, defender.
Ele não imaginava o quão próximo estava daquilo, até reconhecer o bairro, reconhecer as ruas, e descer no ponto mais próximo aquela antiga casa. Vendo o ônibus partir, sentiu o vento vir em sua direção, bagunçado seu cabelo escuro, enquanto o céu nublado desde cedo parecia mais carregado ainda. Abraçou o próprio corpo, sentindo a silhueta da faca em seu bolso, e iniciou uma caminhada lenta e sem volta.
Tinha uma confusão imensa dentro de sua cabeça, mil vozes dizendo mil coisas e ao mesmo tempo, faltava ar em seu peito, faltava equilíbrio nas pernas, faltava foco no olhar, faltava razão em suas atitudes, faltava certeza em seus pensamentos, faltava Jimin em Park.
Não saberia dizer o que o carregou até ali, até aquela calçada rachada, até aquela casa grande e há tempos abandonada. Não sabia. Só sentia tanta raiva, que o medo havia se calado por um tempo.
Parou em frente aos portões de ferro, enormes, acorrentados, e subiu o olhar para fitar a casa. O tempo a consumia, sua tintura pouco resistia, e as janelas que um dia foram bem limpas, hoje carregavam a sujeira do tempo, do descaso, assim como o quintal, tomado pelo mato, as ervas daninhas, as pestes verdes, as plantas feias. Não havia ninguém lá dentro.
Jimin prendeu a respiração por um momento, e a soltou devagar. Então, procurando forças no corpo, se segurou no portão velho, e começou a escalar sua barras horizontais, até que chegasse ao topo, e então saltou para o lado de dentro, sem se importar com a altura. Sentiu o coração doer no momento em que sentiu aquele solo amaldiçoado sob os pés, e sentiu o estômago repuxar enquanto tentava segurar sua vontade de chorar.
Moveu os pés, na direção dela, da casa, uma distância considerada longa demais, e quando subiu à varanda, sentindo os azulejos lisos por conta do pó acumulado, matou a distância até a porta, levando a mão até o trinco sujo por teias de aranha, puxou, e a porta não se abriu, estava trancada. E Jimin sabia que ela era velha, facilmente cederia, então preparou o corpo, iria arrombar.
Mas então, pela primeira vez, uma voz gritou mais alto dentro de sua cabeça, se destacando entre as tantas outras, essa voz era limpa e atenciosa, como a de sua mãe um dia fora, e ela implorou: — Não, Jimin, não! Saia daí, por favor!
E medo se alastrou por seu corpo mais uma vez. Sentiu o coração despertar de um transe lento e apático, voltando a bater com força, sem parar, chocando-se contra seu peito. E ao dar um passo para trás, enquanto ainda mantinha os olhos na porta velha, o som do portão enferrujado rompeu o ar, aquele ranger conhecido por Jimin desde a infância, se tornara mais agonizante ainda.
Sentiu medo como quando criança. O Jimin de sete anos de idade e o Jimin de vinte e quatro temiam a mesma coisa.
Virou-se devagar, enquanto os dedos das mãos se apertavam contra as palmas, e o vento varreu seu corpo outra vez, no momento em que seus olhos marejados caíam sobre a figura que atravessava a entrada, sob casacos pesados, o cabelo cortado ao padrão das penitenciárias, o rosto marcado pelo tempo e pelas agressões que sofrera. Estava ali, Kang Dayang, o assassino de Park Soomin, e seu pai.
Medo, medo, medo. Medo e vontade de fugir.
Talvez no fundo Jimin nunca pudesse se defender, ou defender o que acreditava, talvez no fundo precisasse viver a vida toda com vergonha de si mesmo, lidando com o fato de que era um fraco. Seu pai o chamava assim, "fracote".
E era assim que Jimin se sentia, um fracote, um covarde, um inútil. E a fome por um combate foi substituída pela necessidade de fugir, de nunca mais lembrar daquilo, de se possível, deixar de existir, de sumir, de morrer.
Dayang parou em frente ao portão, como um cão de guarda, procurando olhar Jimin diretamente nos olhos, mas este evitava, com medo de ser petrificado somente pelo olhar cheio de ódio.
Como um garoto, temendo apanhar, Jimin andou para a ponta da varanda, que levava a lateral da casa, desceu.
Ouvindo os passos pesados esmagarem a grama, sentiu pavor por todo seu ser, e então correu, instantaneamente ouvindo o homem atrás correr também.
Fuja! Fuja, Jimin, fuja! Corra!
Correu, correu como nunca, e chegando aos fundos do quintal, correu mais um tanto até alcançar a cerca, e tentou saltar para a casa vizinha, mas as mãos fortes agarraram sua roupa, o puxando para o chão. Ouviu a voz nojenta e fria o chamar: — Jimin!
Debateu o corpo, tentando se livrar daquilo, mas quando ele montou seu abdômen, e o imobilizou, Jimin apenas sentiu seu estômago ser esmagado pelo peso, as mãos grandes e ásperas o agarrando pelo pescoço. Tentou escapar, tentou fazer algo além de chorar e sentir dor, mas não conseguiu. Ouviu a risada, a gargalhada monstruosa, e o olhar alucinado contra o seu, a boca se abrindo em um sorriso demoníaco, enquanto a chuva começava a cair, com força. — Meu filho! Jimin, meu filho! Veio me visitar?! Veio fazer uma visita ao papai?!
Jimin soluçou, chorando em desespero, o ar sumindo de seu corpo, tentou usar os punhos para atingi-lo, mas ele parecia imbatível. — Sentiu saudades?! ... ou quer encontrar a mamãe?
A mamãe.
Jimin lançou um olhar para o lado e encontrou bem ao seu alcance a pá que sua mãe usava para plantar suas flores, e usando seu último fôlego, sentindo o rosto formigar pela falta de ar, o rapaz agarrou a ferramenta e soltando um grunhido alto, a acertou contra a cabeça do homem.
Golpe suficiente apenas para desestabilizá-lo e não pará-lo de fato. Tossindo, tonto, Jimin o empurrou e se levantou ao tropeços, tendo seu pé agarrado por aquela mão maldita, usou sua pouca força e coragem, o atingindo com a pá mais uma vez, podendo se livrar das garras dele. E correu, debaixo da chuva, correu sem olhar para trás, mas ouvindo os passos do homem em seu encalço.
— Eu vou te pegar, Jimin! — soltou como um rosnado, e Park apertou o passo, visando o portão, e conseguindo ultrapassá-lo, correu para a rua, enquanto um trovão estrondoso rompia os céus. — Eu vou te pegar, filho da puta!
Jimin tinha o corpo inteiro sentindo intensa dor, mas não se permitiu parar. Não podia. Não podia ter o mesmo rumo da mãe.
Entretanto, ao precisar atravessar uma rua, também precisou parar, devido a um carro que vinha em alta velocidade. Foi tempo o suficiente para Dayang alcançá-lo e puxá-lo pelo cabelo e roupas, o jogando contra o muro de uma casa.
Jimin viu ele levantar o punho e se armar para acertá-lo, mas se jogou no chão quando a mão veio, desviando do murro, ouviu o homem grunhir de dor, por ter atingido apenas o concreto. E sentindo o coração tentar fugir pela boca, procurou nos bolsos a merda da faca, enquanto Dayang voltava a agredir seu corpo, o chutando. Lutando contra a dor, Jimin puxou a faca, com o peito subindo e descendo, quase sufocado, buscou coragem em si para ferir, e enfiou a lâmina na coxa do homem, o ouvindo uivar de dor então.
Se arrastou pela calçada até conseguir se levantar, e voltou a correr, atravessando a rua, continuou a fugir. Olhando para trás, viu Dayang segui-lo mesmo com a perna cuspindo sangue. Pediu para Deus, para sua mãe, para quem pudesse, que não o deixassem perder a vida para ele.
— Eu vou acabar com você, Jimin! Eu juro! — ouviu a voz carregada de ódio, e ouviu logo em seguida os sons das sirenes, as luzes azuis e vermelhas vindo de várias direções, de trás, das laterais, da outra ponta do viaduto em frente. — Eu só volto pra lá quando seu corpo estiver num caixão!, covarde! Merdinha!
Jimin notou as ruas serem interditadas, os carros sumindo, então invadiu o viaduto, ouvindo ao longe os pedidos dos policiais para que parassem. Exatamente no meio da ponte, com ambos os lados sendo barrados pela polícia, Jimin parou de correr, e se virou, segurando com mais força a faca na mão. Gritou: — Eu não sou covarde! Você não vai me matar!
E grunhindo, enquanto a água pesada caía sobre sua cabeça, se misturando as suas lágrimas e escorrendo para o chão, Jimin atirou a faca para os ares, fazendo-a sumir. Dayang riu, gargalhou: — Vai vir desarmado?!
— Eu não vou te matar! — respondeu, quase aos prantos. — Eu não sei como vim parar aqui!, mas eu senti tanta raiva, tanto ódio... eu te odeio. Agora, eu não quero que você morra, não... eu quero que lembre todos os dias do que fez! — o olhou nos olhos. — Odeia a cadeia, não é? Odeia aquele lugar! E vai voltar pra lá!
— Eu não vou voltar! — bradou, parecendo perturbado. — Não vou voltar pra lá!
O olhou nos olhos: — Ela te assombra à noite? — perguntou Jimin, enquanto os policiais montavam um cerco. — Minha mãe vai te visitar quando está sozinho?
Dayang não respondeu, parecia em uma espécie de choque, de fato, alucinado. Ele apenas disse mais uma vez: — Não vou voltar pra lá.
Havia uma convicção sem razão naquilo. Jimin não entendia.
Até Dayang correr para a beirada da ponte, saltando as barreiras de proteção, para então pular. Mas Jimin encontrou em si uma fúria que nunca sentiu antes, e correu o triplo da velocidade dele, o alcançando e o agarrando no momento em que iria pular, se suicidar. Park o puxou para o chão, com força que jamais imaginou que tinha, e o fez rolar pela rua molhada, o impedindo de tirar a própria vida, enquanto os policiais corriam em sua direção, o imobilizando, e o algemando enquanto ele se debatia, gritando com dor: — Eu não quero voltar! Eu não quero! Ela vai estar lá, por favor! Eu não posso!
Jimin permaneceu derramado no chão, abaixando as pálpebras, enquanto a chuva caía e por seus olhos também chovia, seu corpo perdendo toda a força, a energia. Entrou em um estado de cansaço extremo, enquanto desistia de tentar entender tudo a sua volta.
E a última coisa que viu antes de fechar os olhos, foi uma viatura se aproximar e o corpo de um Dayang desesperado ser arrastado para dentro. Sentiu os policiais e também paramédicos o alcançarem, algum enfermeiro checando seu corpo e avisando: — Sem ferimentos externos!
Ferimentos externos seriam mil vezes menos dolorosos do que os ferimentos que Jimin vividamente sentia por dentro.
Se odiava por estar ali.
— Jimin! — ouviu a voz desesperada, e movendo o olhar na direção do som, viu Jeon correndo ao longe, com algum policial tentando segurá-lo. — Jimin!
— Acalme-se — pôde ouvir pedirem à ele. — Acalme-se, rapaz!
— Preciso ver ele! — Jungkook pedia, tentando escapar dos braços dos oficiais.
— O conhece? — o paramédico que atendia Jimin perguntou, com cautela. — Sim? Quer ficar com ele? Apenas acene.
Jimin encontrou em si consciência para processar aquilo, e assentiu, um aceno fraco. Com um gesto, o enfermeiro pediu que deixassem Jeon vir, dizendo à ele: — Com calma!
Jungkook tinha o corpo encharcado ao se ajoelhar perto de Jimin, o puxando com cuidado para que pudesse abraçá-lo. — Meu amor...
Park, tomado por um medo de que aquilo não tivesse acabado, se agarrou a Jungkook com uma força repentina. Porque Jungkook era tudo que tinha e somente com ele sentia-se seguro. — Jungkook... — chamou, com a voz trêmula. — Ele... ele vai... voltar?
— Ele não vai sair de lá nunca mais — Jungkook respondeu, com a voz cheia de cuidado, o abraçando forte, mantendo seu rosto seguro a chuva. — Ele nunca mais vai te tocar, sequer te ver. Eu juro, nunca mais vai vê-lo.
— Pro... promete? — perguntou, sentindo as lágrimas ferventes rolarem por seu rosto, o corpo comprimindo-se em uma dor não relacionada à briga que tivera.
— Prometo — Jungkook assegurou, a voz firme. — Você vai ficar bem, meu amor. Eu vou dar tudo de mim para te ver bem.
E mais tarde naquele mesmo dia, Jimin foi levado para um hospital, e sedado, para que dormisse, Jeon prometeu não sair de seu lado, e cumpriu. Também já esperava o que viria, quando um profissional sentou seu lado e disse com honestidade: — Não há surpresa alguma sobre as condições psíquicas de Jimin... você tem noção disso, Jeon. Hm, o que aconteceu ontem, o episódio com o próprio pai, o horror que foi descrito pelas testemunhas... ele não vai ficar bem se não tiver um acompanhamento. Jimin devia estar na psicoterapia há muito tempo, agora... é a melhor opção. Ele tem uma condição que lhe faz lembrar frequentemente e fielmente dos piores momentos de sua vida, as cenas sendo reproduzidas em sonhos, em momentos de ansiedade, em períodos vazios. Ele reproduz há mais de dez anos a imagem da mãe sendo assassinada. Tudo que vem vivendo somente agrava seu estado. O fato de que ele apanhou uma faca na cozinha de casa e foi ao encontro do pai, mostra que seu comportamento é imprevisível, e esse é o maior risco. Eu preciso que nos ajude a interná-lo, para que siga o tratamento à risca por um tempo. Sabemos que Jimin tem reação imediata à tudo que o atinge, então é de suma importância que ele fique em monitoramento profissional o mais rápido possível.
Jungkook sabia que o próprio Jimin poderia se internar, ou seu primo, Jaewon, facilmente conseguiria uma liminar que o permitiria fazer isso. E Jeon queria que Jimin estivesse ciente de sua entrada em uma casa de recuperação.
Quando Jimin acordou, e teve seu tempo para recuperar-se do sono intenso, Jeon viu em seu olhar que algo havia mudado. E não diria que era algo ruim, nem mesmo incrível... mas havia ali uma certa calma.
O quarto estava bem silencioso quando Jungkook, olhando em seus olhos, disse: — Precisa se tratar, amor.
Jimin tinha o corpo encolhido, o rosto afundado em um travesseiro fofo, um tipo de razão e até maturidade aparente em sua reação, um piscar de olhos lentos, uma comprimida nos lábios, e silêncio, enquanto ele parecia concentrado em algo dentro de sua cabecinha. O fato de precisar de tratar não era uma novidade, ele sabia que precisava. Mas nunca teve coragem. Não tinha coragem naquele momento, mas algo em si pedia para encarar a realidade. — Eu sei...
Jungkook trancou o ar no peito, antes de soltar. — Aceita se internar?
Jimin foi sincero consigo mesmo, se sentindo cansado de fugir. E mesmo incomodado, cedeu: — Eu preciso... eu aceito.
//perdão se ficou uma porcaria, eu acordei 7h da manhã um dia desses e senti vontade de escrever, então escrevi. não sei se ficou bom, mas ah, tanto faz...
obrigada a todos por ler ya
votem se puderem ♡
fan made video lindo gente, puta merda caralho nossa da LviaMra 🖤💜❤💚💙💛
estruturas???? o que????
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