34: 서른 넷
Deem suporte à fanfic, votem e comentem. Boa leitura!
queria pedir a atenção de vocês por um momento. sei que muitos não leem as notas finais, então talvez as iniciais sejam lidas.
é sobre a demora pra atualizar. toda vez eu consigo fazer um update, sempre vejo alguns leitores fazendo piadinha com a demora, e por aí eu vejo muita gente reclamando, e isso me chateia um pouco. porque um capítulo que vocês leem em 10, 15 minutos, demora dias para ser feito. eu não demoro por preguiça, honestamente, eu tenho casa e coisas pra cuidar. eu não tenho mais minha mãe aqui, tudo que precisa ser feito fica sob minha responsabilidade da minha irmã. a gente limpa tudo, lava tudo, precisa comprar comida, fazer comida, cuidar da nossa irmã, do meu avô, que é um idoso. tudo tudo fica sob nossos cuidados. gente, eu não fico o dia todo com a bunda pro alto mexendo no celular. além dessas tarefas todas ocuparem meu tempo, eu ainda preciso me sentir bem pra escrever, não é fácil. então, eu quero pedir pra vocês que zoam com a demora, achando que eu sou uma preguiçosa, ou que não me importo, tentem entender. isso vale pra todos meus leitores, de sunboy, bankruptcy, mulberry soda, todos. era só isso. obrigada por lerem.
ps: leiam as notas finais!
Addict > 34
Jimin não gostaria que seu coração agisse assim, mas acreditava que sem o amor de Jungkook, ele não seria nada. Porque aquele homem era o único a chamar seu nome e olhar em seus olhos. Era vicioso.
Ele passou o dia seguinte inteiro com Jungkook, vendo o mais velho arrumar a casa e ler dezenas de papéis, notando como várias vezes Jeon tirava um intervalo para ficar em silêncio, mirando alguma foto do irmão, antes de voltar ao que estava fazendo. Jimin também ficava em silêncio por fora, mesmo que por dentro seu cérebro explodisse em questões e medos.
— Com fome? — Jeon perguntou quando a noite caiu, finalmente desligando o computador e guardando as pastas.
— Sim... — respondeu Jimin, enquanto acarinhava Bellatrix no chão da casa. — Hm... amanhã é dia 31 de Dezembro. Vai fazer o que?
— Esperar dar meia noite e então trocar o calendário... tenho vestibular no dia 16 de janeiro. — falou honestamente, se levantando e guardando uma última caixa no armário. — Tudo bem se eu pedir comida?
Jimin o encarou por um tempo, vendo o tamanho desânimo em seu rosto, a aparência cansada e abatida. — Eu posso fazer alguma coisa.
Jungkook o olhou enquanto pegava o telefone e um panfleto de restaurante. — Só minha madrinha sabe fazer comida sem queimar naquelas panelas velhas.
— Pode dizer... eu cozinho mal. Eu sei. — soltou um suspiro fraco.
Jungkook se manteve calado enquanto discava o número. — Você fazia comida no microondas. — sorriu entristecido, levando o telefone a orelha. — Tá tudo bem.
Jimin desviou o olhar então, continuando com os carinhos em Trix, e logo após ouvindo Jungkook pedir a comida no delivery. Quando confirmou o pedido, tornou a pôr o aparelho no gancho, caminhando para a cozinha.
Jimin se virou no sofá para assisti-lo agir na cozinha, lavando a louça com cautela e agilidade, deixando tudo limpo num instante, antes de abrir a geladeira e tirar alguns molhos dela, quais foram levados ao fogo. — Quer ajuda?
— Não precisa — respondeu Jungkook. — Vá tomar um banho enquanto a comida não chega. Pode pegar minhas roupas.
Jimin o olhou por um tempo, antes de assentir, deixando a cadela e seguindo para o quarto. Ficar esse tempo com Jungkook estava sendo silencioso, mas Jeon estava sempre fazendo algo, e isso ocupava a cabeça de Jimin, sabe, apenas olhá-lo e se perguntar como ele conseguia ser tão certeiro em cada coisa que fazia, desde limpar tudo sem deixar uma sujeira, à digitar corretamente no teclado, sem mal precisar corrigir palavras, ou organizar os papéis sem se confundir, sabendo exatamente onde pôr cada caneta. Era... satisfatório assisti-lo, pois cada pequeno movimento era correto, perfeito.
Dentro do banheiro antigo, Jimin se olhou no espelho. Não se sentia cansado ou nervoso, pela primeira vez em muitos dias, sentia que não precisava se preocupar tanto com o estado de sua cabeça. Não estava tudo bem, mas naquele dia, conseguiu respirar e não se sentir pinel.
E após se vestir, com as roupas macias e bem cheirosas de Jungkook, ele voltou à sala, secando o cabelo com uma toalha. Jeon saiu do quarto, trazendo um creme em mãos, logo se sentando ao lado de Jimin. — Aqui...
— O quê? — perguntou, o olhando.
— Está frio... seu rosto está um pouco queimado. — passou o indicador pelas áreas, antes de abrir a frasco de hidratante, logo o espalhando pelo rosto de Jimin. — Precisa se cuidar... pra não doer.
— Nem percebo mais quando algo dói — Jimin não conseguiu segurar a língua.
Jungkook diminuiu o ritmo em que espalhava o creme, acariciando suas bochechas queimadas do frio. — ... eu sei. E eu sinto muito. Sei também que não sou capaz de curar todas suas dores, mas se tem algo ao meu alcance... não me impeça de o fazer.
Encostando-se no sofá, fitando os olhos cuidadosos de Jungkook, Park sorriu de forma tímida, sentindo culpa por não conseguir detestar Jeon. — Não vou impedir.
Jungkook então ajeitou seu rosto delicado em suas mãos quentes, aproximando seus lábios, o beijou sem força, com calma, uns segundos antes do som da motocicleta ser ouvido. — Vou buscar.
Jimin concordou, ainda afetado pelo ato recente de Jeon, e então arrumou o cabelo enquanto o rapaz não voltava. Quando voltou, deixou a sacola sobre a mesa de refeições, esperando Jimin se juntar à ele para aí abrir as caixinhas de comida.
Eles jantaram em silêncio no entanto, após Hyojin ligar, dizendo que Junghyun precisou ser sedado depois de discutir descontroladamente com os enfermeiros e seus batimentos ficarem rápidos demais.
Jimin não ousou dizer uma palavra sequer, e quando Jeon começou a comer menos, ele pegou a carne do próprio prato, oferecendo ao rapaz, para que assim ele se sentisse mais incentivado a comer.
Depois de lavar a louça, ele viu Jungkook entrar no quarto do irmão, e não o acompanhou, preferiu deixá-lo sozinho para pensar sobre o que quer que estivesse em sua cabeça. Foi para a cama, e lá esperou. Esperou por meia hora, uma hora, e uma hora e meia, para só então ver Jungkook entrar no quarto, trocando de roupa antes de se deitar.
E no quarto escuro, mesmo acordados, eles não disseram nenhuma palavra por um bom tempo. Jimin foi o primeiro a falar, mesmo que baixinho. — Ele vai ficar bem. Vocês vão cuidar dele.
— E se for tarde demais...?
Jimin se virou sobre o colchão, apoiando-se no cotovelo para olhá-lo sob a luz que vinha da rua. — Nunca é tarde... não quando se ama.
Jungkook respirou fundo, esfregando a mão no rosto, frustrado. — Eu... eu já perdi meu pai. Minha mãe vai embora em breve... e meu irmão... meu irmão está assim. O que? Por que? Por que tem que ser assim? Por que nada pode ser bom? É tudo... tudo podre.
— É... eu sei que é. Mas o seu irmão não está fadado, você não está. Seus pais tiveram rumos horríveis... mas você está aqui, você é forte, você encara tudo isso... não pode desistir do Junghyun.
— Eu não quero desistir. Eu só... só tenho medo de não conseguir. E se eu não conseguir e ele acabar indo embora? Eu podia ter prevenido isso... — tentou dizer.
— Não, não podia. A dor não vê cara. Das tantas vezes que fui internado, muitas vezes eu vi pessoas que simplesmente eram fodidas, mesmo tendo bons pais, uma família unida, boas condições de vida. — disse Jimin, buscando ar para dizer o restante. — Eu cresci tendo que... que levar droga na mochila da escola para os clientes do meu pai. Eu cresci vendo minha mãe apanhar... e então ser morta. Eu posso dizer que... que sei de onde vem minha dor. Mas e as outras pessoas? O mundo é cheio de pessoas doentes... mesmo as com as melhores vidas. É algo que vem de dentro... mesmo se você tivesse tido uma vida perfeita com seu irmão, quem garante que estaria bem? Não podemos nos proteger de tudo. Não pode se culpar.
Jeon permaneceu em silêncio, antes de falar: — Ele me culpou na droga da carta...
— Ele não sabe da vida! — disse em resposta. — Ele não entende... não sabe do outro lado da moeda. E eu acredito que um dia ele irá compreender... e irá ver que você o ama, que não fez por mal.
— Será? Será que vai me perdoar... por não estar com ele quando eu devia estar?
— Vai sim. Vai entender seu lado... — lhe disse, levando a mão livre para acariciar seu peito. — E vocês vão ser uma família.
Jungkook então alcançou aquela mesma mão, a segurando de jeito firme. — Me desculpa... por tudo e isso. Eu não devia te ocupar com isso. Me perdoa.
— Mesmo... mesmo me escondendo tudo aquilo. Você me salvou de tanta coisa. Cuidou de mim... eu não vou... não vou te deixar sozinho. — preferiu não se aprofundar nisso. Ainda era delicado. — Vá dormir um pouco.
Jungkook respirou fundo, virando-se e puxando Jimin para perto, se aninhando a ele para só assim fechar os olhos e descansar.
Jimin demorou um pouco mais, encarando o céu pela janela, acarinhando o cabelo de Jeon, sentindo sua respiração contra seu peito. Sentia demais por tudo aquilo. Dormiu pedindo mentalmente àquele mesmo céu, que ajudasse Jungkook.
E ao acordar, na outra manhã, na última manhã do ano, Jimin se levantou primeiro, procurando fazer pouco barulho, enquanto se arrumava e ao fazer um café. Jungkook acordou um tempo depois, coçando a cabeça, com o celular na mão, discando um número mesmo com os olhos mal abertos.
— Hyojin — chamou a prima pelo celular. — Bom... bom dia. É... sei lá. Como ele está?
Jimin colocou café em uma xícara e levou para Jungkook, sentindo um tanto de vergonha, mas se arriscando. O mais velho aceitou a xícara e lançou um sorriso formal à Park, logo voltando a prestar atenção na ligação. — Certo... e ele está comendo? ... ah, isso é bom. É, vem pra casa, eu vou vê-lo mais tarde.
Jimin somente o observou, em silêncio, esperando para saber como estava o garoto. — Okay, Hyo... te vejo mais tarde. — e Jungkook encerrou a chamada, guardando o celular no bolso e tomando um gole do café. — Ela vai vir pra casa.
— E ele?
— Apagou a noite inteira. Acordou hoje bem cedo, se alimentou... deixou os enfermeiros o levarem para consulta. — explicou. — É... não temos muito o que fazer.
Jimin abaixou a cabeça, sentindo por toda a situação. — Bom... vou pra casa então.
— Você pode ficar — disse Jungkook, terminando o café.
— Eu preciso — respondeu, um pouco desconcertado e deslocado. — Tenho casa também... você sabe.
Jungkook se absteve então. — Tudo bem. Te levo, pegue a Trix.
Assim Jimin procurou a cadela, a trazendo para a porta, enquanto Jungkook se aprontava. E ao se acomodarem dentro do carro, partiram, fazendo todo o caminho de volta para a casa dele.
— Jungkook — chamou enquanto eles entravam na rua onde moravam.
— Sim?
— Por que não está voltando pra sua casa? Sabe... mesmo nesses dias que não foi ver seu irmão. — perguntou, mirando a casa de Jeon, antes de parar entre ela e a sua.
Jungkook soltou um suspiro pesado, olhando na mesma direção que Jimin. — Não me sinto bem...
— Se sente bem na casa dos seus tios? — o olhou.
— ... também não. — deu de ombros. — Mas é perto da clínica.
Jimin continuou a olhá-lo, tirando o cinto de seu corpo, e abrindo a porta. — Onde se sente bem?
Jungkook desviou o olhar para o horizonte, mantendo-se calado por um minuto. — Lugar nenhum. Não mais... antes, quando eu fugia pra longe da minha família, pra qualquer lugar onde eu fosse apenas um cara chamado Jungkook, eu me sentia bem. Mas hoje... eu sinto que mato tudo a minha volta. Como se a maldição estivesse em mim, e não onde eu moro.
Entristecido, Jimin abaixou o olhar, focando a visão no porta luvas do carro, sem sequer uma palavra boa para dizer à Jungkook.
— Fique bem, Jimin — disse Jeon, o olhando dessa vez. — Aguente... eu vou vir te ver quando der. Tudo bem? Me ligue a hora que quiser.
Jimin assentiu, saindo do carro. — Não se canse muito também. Fica bem.
Então, tirou Bellatrix do carro, a segurando nos braços, assistindo o veículo partir para longe. Jimin respirou fundo e se pôs a andar para dentro de casa, e somente parou quando a cadelinha latiu, olhando para trás, viu uma mulher descer de um carro, vindo na direção de sua casa. A mesma senhora de uns dias atrás.
Jimin soltou Bellatrix no chão, vendo a senhora parar em seu portão, o olhando por baixo de um gorro grosso de frio. — Park Jimin?
A mulher realmente estivera ali procurando por ele naquele dia? Não era algo da cabeça de Jimin! Ele engoliu em seco, juntando as mãos em frente ao corpo, a olhando sem entender. — Quem é a senhora?
— Você é Park Jimin? — ela insistiu, parecendo um pouco aflita.
Jimin não soube como agir. — Hm... sim.
— Filho de Park Soomin?
Ele sentiu o estômago congelar. — Como...? O que quer? Eu não vou falar nada! Saia daqui, não vou dizer nada a ninguém! — e deu-lhe as costas, marchando em direção a porta de casa, enfurecido.
— Eu a conhecia! — ela disse alto. — Por favor, não me mande embora, eu não quero nada de você!
Jimin se virou novamente, a olhando. — Quem é você?!
Ela segurou as grades do portão, o olhando de volta. — Mãe do seu pai.
Paralisando, Park não conseguiu dizer uma única palavra, deixando apenas os braços penderem ao lado de seu corpo.
— Kang Yuri — ela disse. — Eu... eu sou Kang Yuri. A mãe dele.
Aquilo parecia impossível.
Ele desceu os degraus da varanda, caminhando devagar até ela, incerto. Sim, lembrava-se do nome, mesmo nunca tendo conhecido um membro sequer da família do homem que lhe deu a vida. — O que... o que você...?
— Eu disse pra ela — a senhora disse, enquanto a dor se espalhava por seus olhos. — Eu disse pra ela que ele não era bom... mesmo sendo meu filho, eu disse, eu falei pra ela se afastar. Mas ela estava grávida e o amava tanto...
Jimin sentiu um bolo se formar em sua garganta, enquanto seu peito enchia-se de angústia. Ela, Yuri, passou a mão pelo rosto, fechando os olhos por um tempo, abaixando a cabeça. — Eles sumiram... a última vez que os vi foi há 24 anos. Quando eu soube do que aconteceu, há só 5 anos atrás, eu nem fazia ideia de como te procurar... eu quero que entenda, que eu moro muito longe daqui, em Odaesan, numa vila aos pés da montanha. Eu nunca iria imaginar que eles vieram para Busan, que você estava aqui. Eu... menino, me perdoe.
Sentindo o peito subir e descer rápido, Jimin terminou de matar a distância entre os dois, a olhando de perto. — Você... a senhora, é... é mesmo mãe dele?
— Me desculpe... eu sou. — pediu. — Entenda, por favor. Eles sumiram... eu não sabia de nada do caos que estavam vivendo aqui. Se eu soubesse, eu teria vindo te buscar.
Jimin reconheceu o formato dos olhos e do nariz, quais eram idênticos ao de seu "pai" e a verdade em sua voz cansada. — ... entra. Quer entrar?
— Você deixa?
— Sim — confirmou, puxando o trinco e abrindo o portão para que a senhora passasse. — Venha...
Yuri o acompanhou, acanhada, e os dois entraram na casa pouco iluminada, Jimin em especial sentindo as mãos tremerem de nervosismo. — Pode... pode se sentar. Quer alguma coisa?
— Não, não — ela sorriu timidamente, fazendo com que muitas rugas fossem marcadas no puxar de seus olhos, sentando-se na ponta do sofá, olhando Jimin com fascinação. — Tão bonito... tão crescido. Minha nossa...
Jimin forçou um sorriso, nervoso demais para fazer isso naturalmente, se sentando em frente à ele na mesa de centro. — A senhora veio fazer o que em Busan?
— Te procurar — respondeu.
Ele guardou o sentimento inovador bem no fundo, continuando a perguntar. — Como me achou?
— Eu tentei conseguir informações com a polícia por um tempo, mas para provar que eu era mãe dele, eu precisava vir pessoalmente. Demorou até que eu conseguisse dinheiro o suficiente. Mas eu finalmente consegui há três meses atrás. — ela disse. — Eu pensei ter te encontrado quando consegui o endereço da casa onde vocês moravam, mas quando cheguei, estava abandonada. Eu fui há muitos lugares, mas todas as clínicas davam diferentes endereços, e você nunca estava em nenhum deles. Até que uns dias atrás, eu liguei na delegacia novamente, e eles tinham registros recentes sobre você... assim, eu consegui o endereço dessa casa.
Jimin não conseguiu dizer nada no primeiro momento, apenas sentir frio na barriga. — ... e por que? Por que queria me encontrar?
— Como já fazia tanto tempo, eu confesso, pensei que vir ou não, não faria diferença à um rapaz crescido como você. Mas então... pesquisando, eu soube da sua situação. Eu me choquei completamente quando vi tudo aquilo, as passagens por clínicas de reabilitação e delegacias. — deu uma pausa pouxo longa. — E... como eu poderia deixar meu neto viver tudo isso sozinho?
O peito de Jimin se encheu de um sensação pesada e quente, ao ouvir aquilo, ser chamado de "neto".
— Céus... — Yuri lamentou. — Eu disse à Soomin, eu contei tudo o que ele já havia feito... mas a menina era sozinha demais, se apegou à ele de um jeito... um jeito doentio. Ele era muito ambicioso, e viu uma menina como ela... frágil, com doenças psicológicas, vulnerável, e com... com dinheiro o suficiente pra tirar ele da nossa vila, que ele odiava tanto. Eu não sei como ele fez, mas fez, fez Soomin se apaixonar e a enganou, fingindo ser um bom homem. E mesmo... mesmo depois que ela viu como ele era, ela... ela continuou. Eu sinto tanto.
Jimin abaixou a cabeça dessa vez, lembrando da mãe, de como mesmo tendo muitas oportunidades, ela nunca fugiu, nunca pegou seu filho e foi embora, mesmo quando o homem não aparecia na casa por dias.
— Eu não estou julgando... — a senhora disse. — Eu só sinto muito. Tudo poderia ter sido diferente.
Jimin assentiu devagar. — Por que ele é assim?
Yuri puxou o gorro da cabeça, suspirando. — Ele sempre... sempre odiou a vida que tinha. Porque como era inteligente, ganhou uma bolsa e um colégio particular, na cidade grande. Ele via os jovens da sua idade com muito mais coisas que ele, com roupas de marca, e usando as tecnologias da época, indo a viagens... ele dizia odiar ser filho de uma "plantadora de repolho", porque é isso, eu trabalho no campo. Ele... ele sempre quis ter dinheiro, e ao invés de estudar e trabalhar... ele começou a se envolver com coisas erradas. Eu juro, eu tentei meu máximo para curar ele disso, mas ele esteve sempre tão determinado a conseguir dinheiro de qualquer maneira. — ela disse, passando o polegar pela florzinha bordada em seu gorro. — Deus sabe que eu fazia tudo que estava ao meu alcance pra dar uma vida boa a ele... mas o que eu dava, não era suficiente.
— Eu... eu acredito. — disse à ela. — Acredito na senhora.
Ela o olhou e sorriu desajeitada. — Você... você está bem esses dias?
Ele assentiu, preferindo não preocupá-la. Yuri continuou. — Pode me falar um pouco de você? De como está? Eu... eu não sei nada.
— Uh... — murmurou. — Eu estou okay. É... eu não tenho muito pra falar. Eu não vivo muitas coisas.
Ela lhe deu um sorriso compreensivo. — Eu duvido... mas se não quer falar, eu entendo. — e Jimin sorriu de volta para ela. — Seu sorriso é lindo, filho.
Escondendo o cabelo na sobra o cabelo, ele não conseguiu dizer mais nada. Eram tantas informações que ele não conseguia se expressar, dizer algo coerente.
— Eu posso voltar mais vezes para te ver? — Yuri perguntou.
E ele a olhou, enquanto sua cabeça tentava entender, embevecido. Aquela era sua avó... e esta queria vê-lo mais vezes? Mesmo? Aquilo realmente estava acontecendo?
— Escute, Jimin — pediu. — Eu soube de coisas por quais você passou... mas se puder, por favor, deixe eu me aproximar. Você é meu único neto... e eu estive longe todo o tempo. É minha dívida.
Ele tomou fôlego, fechando os olhos antes de responder. — Isso é... tão novo. Eu cresci sem ninguém, sra. Yuri.
— Eu entendo se não estiver pronto para confiar... — ela disse, puxando a bolsa para o colo e a abrindo. — Mas esse é meu número. — entregou um pequeno papel. — E essa... é uma foto da Soomin, quando grávida de você. Eu trouxe para te entregar. — tirou uma fotografia de dentro de um saquinho, a oferecendo a ele. — Sempre que eu olhava essa foto, eu tentava imaginá-lo, e me perguntava sobre como vocês estavam... eu nunca estaria preparada para receber as notícias sobre o que aconteceu. — lamentou. — Sei que você esteve sozinho o tempo todo, mas... mas se quiser, eu posso ser sua família. Posso levá-lo para conhecer minha filha, meus irmãos.
Jimin apanhou a foto então, enquanto a ouvia e tentava controlar o ritmo das batidas do coração. Tudo aquilo parecia tão surreal, distante e no entanto, era verdade. Sua mãe ali na foto. Sua avó bem em sua frente.
— Pode vir me ver mais vezes? — perguntou a ela. — E nós... podemos passear?
Ela sorriu, com os olhos visivelmente marejados. — Sim, querido.
Ele então se levantou, junto à ela, e sem dizer nada, os dois se abraçaram simultaneamente. Um abraço quente e forte.
E quando Kang Yuri precisou ir, já no meio da tarde, prometendo ligar, Jimin voltou para casa e ao se jogar no sofá da sala quieta, sorriu para o nada, antes de chorar, com os olhos fechados de forma apertada e segurando o retrato da mãe contra seu peito. Era insano como a visita de Yuri conseguira mexer tanto com seus sentimentos, como seu abraço foi confortável e seu cheiro de amaciante caseiro ficou no ar, como apesar de seu rosto lembrar tanto o do filho, ela não tinha o mesmo olhar maldoso.
Ele não soube dizer quanto tempo ficou ali, apenas admirando a beleza de sua mãe na foto, e lembrando da forma como Yuri falava. Jimin só se levantou quando a noite caiu, a neve branquinha cobrindo as ruas, telhados e árvores. Era o último dia do ano, e ele não tinha o que fazer a não ser assistir a programação da TV.
Ele tomou um banho e deu comida para Bellatrix, antes de ir para a cozinha, logo pondo comida no fogão, enquanto pensava nas diversas coisas que enchiam sua cabeça. Podia ouvir fogos estourando ao céu e música na casa do vizinho de trás, mas sua própria casa estava silenciosa e pouco iluminada, ele mesmo só podia ouvir o som da comida cozindo dentro das panelas.
Ainda estava sozinho, mas não reclamava e sem se surpreendia, era sua realidade desde pequeno. Era doloroso, mas estava acostumado.
Já passava das dez quando ele abriu a porta e saiu, caminhando pelo quintal, observando a movimentação nas outras casas, algumas completamente vazias e outras cheias de pessoas. Ele se sentou na varanda, protegido do frio por roupas grossas, assistiu Bellatrix correr de um lado e para o outro, amassando a neve, latindo para gravetos no chão, como se fossem seus maiores inimigos.
Havia tanta coisa martelando sua cabeça, desde as melhores até as piores. Ele mal tinha tempo para ficar feliz por conhecer Yuri, logo lembrava do que passou, então tentava ter esperança, e aí Junghyun vinha do nada, a situação dos Jeon, e novamente ele se sentia egoísta por não estar se sentindo tão mal.
Ele iria voltar para dentro de casa, antes de ver o carro de Jungkook parar em seu portão, o rapaz logo saindo com uma sacola na mão. Ele perguntou: — Posso entrar?
— Pode — Jimin se levantou, vendo Jeon entrar, brincando com Trix enquanto fazia o caminho até a varanda. — O que houve?
— Nada — disse. — Vim só trazer uma salada de frango... mas já estou voltando para a clínica. — entregou a sacola. — Tudo bem?
— Tudo — sorriu. — Hm... como seu irmão está?
— ... ele "obedeceu" as regras o dia todo, mas está calado. — respondeu. — Eu vou ficar com ele e com a Hyojin, eu só vim trazer isso pra você. Já que... não vou poder ficar contigo, ao menos...
— Eu entendo — disse. — É o certo.
Jungkook então o olhou em silêncio por um tempo. — Aconteceu alguma coisa?
— Por quê? — riu com certo ledo.
— Parece leve — disse, observando o menor. — Parece relaxado.
Desconcertado, Jimin abaixou a cabeça, sem respondê-lo. Jungkook ia dizer algo, mas seu celular tocou no mesmo instante, o levando a atendê-lo. — Oi, Hyo...
Jimin voltou a olhá-lo, prestando atenção em seu rosto enquanto este ouvia o que a prima dizia. Sua expressão foi mudando aos poucos, de comum para abatida. — Não pode falar com ele mais uma vez?... droga. E o doutor?... ah, cara. É sério, Hyo, eu não sei mais o que fazer. — ficou um momento sem falar. — Certo, certo! Te vejo amanhã... — e desligou.
Jimin hesitou, mas perguntou em seguida. — O que foi?
— O Junghyun não quer que eu vá — disse, ainda mirando a tela do celular. — Não quer que eu fique com eles hoje.
Sem saber o que dizer, Jimin alcançou sua mão, a segurando e acariciando. Jungkook soltou um suspiro alto, ficando igualmente em silêncio.
— Vem — pediu Jimin, trazendo Jungkook para dentro de casa. — Fica aqui.
— ... tem certeza? — perguntou Jungkook, soando acanhado e entristecido.
— Sim — Jimin respondeu, deixando a sacola sobre a mesa, o puxou para perto, timidamente abraçando sua cintura e deitando a cabeça de Jeon em seu ombro. — Passe a virada aqui comigo. Não vou te deixar sozinho.
//não sei se curtiram o capítulo, mas é isso aí. quem sabe eu consiga atualizar em breve da próxima.
obrigada por lerem e votem se der ^^
E pessoal, eu estou vendendo desenhos! Sim, eu quero ser ilustradora no futuro, e eu preciso de dinheiro pra comprar meus materiais. Então, pra quem estiver interessado, meu instagram pra contato é @/baobei.zi , eu ficaria muuuito grata se alguns de vocês me ajudassem nessa. Pra quem quiser fazer um pedido, é só me chamar, e quem quiser apesar seguir o ig, eu também agradeço. É isso. Obrigada.
i love him ;-;
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