28: 스물 여덟
Deem suporte à fanfic, votem e comentem. Boa leitura!
Ps: leiam as notas finais, por favor.
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Não foi fácil para Jimin acordar, ele abriu seus olhos muitas vezes e até mesmo levou um copo de água aos lábios em certo momento, mas toda vez que tentava se manter acordado, suas pálpebras pesavam e as pontadas afiadas em sua cabeça eram sentidas, o levando a ficar inconsciente mais uma vez.
Foi no fim da tarde, que ele realmente acordou, agitado, suando e tremendo. Ele se sentou na cama, e tentou descer, mas um de seus braços estava preso às bordas da agora reconhecida como maca. Jimin puxou o braço, sem conseguir entender que estava algemado.
- Pare com isso! Está machucando seu braço. - uma enfermeira entrou no quarto.
Jimin olhou à sua volta, não acreditando que estava em um hospital mais uma vez. Ele sentiu uma grande dor no peito, e as lágrimas romperam por seus olhos, causando uma irritação dolorosa. - Me solte!
No mesmo momento, um policial apontou na porta, e Jimin não pôde entender nem mesmo uma porcentagem daquilo tudo. A enfermeira murmurou: - Você foi preso... Os exames apontaram substâncias no seu sangue, e você sabe... Aqui, usar drogas é crime.
Jimin abaixou a cabeça e escondeu o rosto entre as mãos, chorando, sem conseguir raciocinar direito. Sua cabeça estava tão confusa, tão machucada.
Um soluço escapou por sua garganta, e a dor somente se alastrou por sua cabeça, o deixando febril, latejava. Ele sussurrou: - Minha cabeça dói...
- Vamos preparar uma medicação - a enfermeira lhe disse, caminhando para fora do quarto. - Vou chamar o doutor.
Jimin não teve coragem para encarar o policial, ele se manteve de cabeça baixa, e tentou controlar o fluxo de lágrimas. Ele não fazia a mínima ideia de como sua vida alcançara esse estágio, como pudera afundar tão fundo.
Ele ouviu o barulho de passos, e levantou o olhar, para encontrar o doutor adentrando o quarto, seguido de um superior ao policial que estava de guarda.
- Como está a situação dele? - perguntou este oficial, mirando Jimin sem compaixão alguma, como esperado. - Quando podemos levá-lo?
- Hoje ainda - o doutor contou, após checar a ficha de Jimin. E a enfermeira voltou, com um saco cheio de líquido translúcido. - Nossa funcionária vai medicá-lo, para que as dores mais fortes passem, e então, vocês poderão levá-lo com vocês.
Jimin não tinha como contestar. Ele nem mesmo sentiu incômodo quando a mulher perfurou sua veia já arroxeada, ele apenas assistiu o líquido descer até atingir sua artéria.
- Seu amigo Gae-hyung já foi mandado até mesmo para a penitenciária - o oficial sorriu para Jimin. - Você é o próximo.
Jimin nem mesmo se importava, ele só sentia uma vergonha esmagadora, ele só pensou em como sua mãe o veria.
Mas o policial na porta chamou seu superior, e Jimin pôde ver um outro senhor engravatado na porta. Ele tentou ver mais, porém, o médico parou em sua frente e segurou sua cabeça, checando seus sinais, e usando uma lanterna apropriada, analisou as pupilas de Jimin, em seguida, usou o estetoscópio para ouvir seus batimentos. - É, você está estável. Mas chegou aqui desidratado... Nós já recebemos a informação de que você deu entrada em outro hospital há apenas dois dias atrás, numa situação pior ainda. Sabe quanta sorte tem?
- O senhor acha que isso é sorte? - Jimin perguntou, sua voz saindo num tom fantasmagórico, pela falta de vida.
- Mas isso é um absurdo! - aquele oficial reclamava. - Até quando teremos que livrar criminosos por causa de uma merda de laudo psiquiátrico?
- Entenda - o senhor engravatado dizia. - É o que a justiça determinou. Soltem Park Jimin.
- Isso só foi determinado assim tão rápido porque a família do garoto é milionária - o oficial resmungou, puxando as chaves do bolso. - Saia da minha frente, doutor.
Jimin se encolheu quando o soldado apertou seu braço, e arrancou a algema com brutalidade. - Seja pego usando essas merdas mais uma vez, e não há laudo psiquiátrico que irá te livrar.
Jimin assistiu ambos os policiais deixarem o quarto, e massageou o próprio pulso, onde a algema o ferira. Ele não se importava com a ideia de ser preso, pois sua vida chegara numa fase onde, honestamente, pouquíssimas coisas importavam.
- Posso vestir uma calça?
- Sim - a enfermeira se agachou para abrir um armário. - Seu primo trouxe roupas mais cedo.
- Jaewon? - Jimin estava surpreso, nunca pensara que o rapaz seria capaz de ajudá-lo em algo.
- Creio que sim - a enfermeira assentiu, entregando à ele uma muda de roupas. E saindo, ela pediu: - Chame quando estiver trocado.
O doutor, qual conversava com o advogado, fechou a porta para que Jimin pusesse a roupa. O rapaz pôs a cueca e então a calça, amarrando também o par de tênis.
Era ruim ser preso, e pior ainda ser solto por conta de um comprovante psiquiátrico.
Jimin respirou fundo, com a camisa e o casaco no colo, esperando a medicação se esgotar. Ele fitou as próprias mãos, as intermináveis linhas nas palmas, suas digitais, ele cerrou os punhos para ver suas veias escuras pulsarem.
Aquilo era o inferno. O mundo era o inferno e cada pessoa era uma espécie de diabo. Queimava Jimin por inteiro, a dor era gritante, exaustiva.
E ele era fraco demais para suportar.
Quando o doutor entrou mais uma vez, Jimin abriu os olhos e procurou a bolsa de medicamento, torcendo para que o líquido já estivesse no fim. - Acho que você pode ir agora.
O médico puxou a agulha de sua veia e colou um algodão, Jimin arrancou o traje hospitalar e vestiu-se com as roupas que Jaewon trouxera. Ele desceu da maca, sentindo as pernas bastante pesadas, e o corpo todo parecendo cansado.
- Tente não voltar - o doutor pediu, o acompanhando até a porta. - Seu corpo resiste bem, mas não é de ferro.
Jimin ignorou o médico, e saiu, encontrando o advogado no corredor. O senhor chamou: - Park Jimin.
O moreno quis fingir que não o vira ali, mas foi impossível. - O que foi?
- Precisa assinar uns termos - o homem disse. -De que aceita começar um tratamento...
- Não vou assinar nada - Jimin continuou a andar.
- Ouça bem - o advogado o segurou. - Se não assinar, e não iniciar um tratamento, você será preso ou será internado à mando da justiça.
Jimin olhou nos olhos do homem, sua expressão entre morta e enfurecida. Ele pegou os papéis e a caneta na mão do homem, e usando a parede como apoio, assinou todos os espaços.
- A clínica e o psicólogo são de sua escolha - o advogado avisou, guardando os papéis na pasta.
Jimin não disse mais nada, ele se virou e continuou o caminho para fora do hospital, mas antes de passar pela porta, alguém o segurou, e este ele reconheceu como Jaewon. - Onde vai?
- Não é da sua conta - Jimin puxou o braço das mãos do rapaz.
- Acho que é sim - o primo disse, parecendo impaciente. - Me apronte mais uma dessas e eu deixo você apodrecer na cadeia.
- Eu-não-ligo - Jimin disse entre dentes, afim de sumir dali.
- Não sei se você sabe, mas o tal do Gae-hyung foi pra mesma penitenciária que você iria - Jaewon informou. - E você precisava ver o escândalo que ele fez na delegacia, dizendo que te mataria quando o visse.
- E por que? A culpa é minha da polícia tê-lo prendido?
- Sim.
- O quê?
- Jungkook chamou a polícia para ele - Jaewon contou. - Foi ele que me ligou, mandando eu conseguir um laudo psiquiátrico para te soltar. Ele sabia que ia dar certo.
Jimin soltou o ar com força, irritado. - Esse desgraçado.
- Por sorte e coincidência, a polícia chegou a tempo de o pegar desmaiado no chão - Jaewon deu continuidade. - Você poderia estar morto agora.
- Atualmente, eu realmente estou - Jimin falou, saindo do lugar, com Jaewon em seu encalço. - Não se preocupem mais, mesmo que Gae-hyung tente me matar.
- ... Você tem noção de que se for preso... - o rapaz mais alto disse. - Você vai parar na mesma prisão do seu pai?
Foi isso que fez Jimin paralisar, foi isso que lhe fez sentir um medo assombroso, foi isso que fez um calafrio passar por suas costas.
- Mantenha-se na linha - Jaewon avisou, pondo os óculos escuros e seguindo em frente, sumindo dentro de seu carro.
Jimin desceu os curtos degraus e se encostou em uma pilastra, se sentindo um pouco tonto, tonto com a ideia de que se fosse preso, iria para o mesmo lugar do homem que assassinou sua mãe.
Ele viu um carro já conhecido estacionar à alguns metros, e mais uma vez suas lágrimas escorreram. Era algo que mastigava seu coração, que perfurava de dentro para fora.
Jungkook não desceu do carro, mas restou à Jimin caminhar até o veículo e abrir a porta, hesitando por quase um minuto antes de entrar. Ele se sentou no banco passageiro e passou o cinto por seu tronco, evitando olhar para Jungkook.
E Jeon não disse nada, ele deu a partida e acelerou cuidadosamente pelas ruas, enquanto Jimin mantinha os olhos focados no que havia fora do carro, os fechando cada vez que Jungkook esbarrava em seu braço para trocar de marchas.
Quando Jeon parou o carro na curta fila de um drive thru, ele o ouviu fazer um pedido para a atendente, e honestamente, a voz tão bela agora parecia muito com uma dublagem mal feita. Enquanto esperavam pelo pedido, o carro mantinha-se em completo silêncio, e tudo o que Park podia ver, era a o sol caindo, o céu azul celeste sendo substituído por um manto prússia escuríssimo.
Jungkook estendeu os braços para pegar a comida, e trouxe para dentro do carro, deixando aquele local e logo estacionando em uma vaga que ficava em frente à um vasto lago.
Jimin pegou um dos potes com macarrão e carne, mas não moveu os chopsticks, não tirou os olhos da direção do lago.
- Não está com fome? - perguntou Jungkook, as primeiras palavras direcionadas à Jimin.
Jimin não conseguiu se conter, ele agarrou o pote de comida e atacou em Jungkook, tirando o cinto e se virando para chutar o rapaz. Park usou toda sua fúria, ele pôs o máximo de força em seus joelhos, e agarrou Jeon pela camisa, acertando um soco desajeitado em seu rosto, atacando qualquer lugar visível, no meio da mistura de comida. Chorando, e gritando com intensidade. - Vai se foder, Jungkook! Vai pro inferno!
Jungkook apenas se encolheu no banco, tentando proteger o rosto, enquanto Jimin esmurrava suas costas.
Quando se cansou, Jimin se sentou de qualquer forma no banco, ofegante, e as lágrimas vertendo de seus olhos. Ele agarrou as próprias pernas com muita força e chorou com raiva. - Filho da puta sem coração, sem caráter, falso, escroto!
Jimin sentiu a dor no peito, o bolo preso na garganta. - Como...? Como você pode ter um sangue tão frio? Você é nojento!
Jungkook não respondeu, ele tirou o casaco, qual estava completamente sujo, sentindo a pele queimar, e ligou o carro.
Jimin não disse mais nada pelo resto do caminho, ele só chorou, até que seus olhos mal pudessem se abrir. Quando o carro parou entre sua casa e a de Jeon, ele abriu a porta com pressa, saiu e correu para dentro de casa.
Ele não viu Bellatrix, constando que esta estava com Jungkook. Ele subiu as escadas sem energia, em meio ao típico silêncio, e pegou roupas no armário.
Seu banho durou um longo tempo, tanto que depois de uns minutos ele só diminuiu a potência e se sentou no azulejo frio como gelo. Suas costas nuas encontraram a parede gelada, e ele tossiu algumas vezes, enquanto a água caia fraca sobre sua cabeça e ombros.
Ele passou a esponja pelas pernas, sem vontade, e lembrou das tantas vezes que Jungkook o tocou com carinho. Ele encostou a cabeça dolorida na parede e chorou, lembrando de como Jeon cuidou dele por todos aqueles dias.
Como podia tudo ser mentira? Como alguém podia ser tão bom ator?
No meio da casa completamente escura, ele fez arroz e comeu, ouvindo as notícias na rádio. Ele suspirou, com a cabeça apoiada na mão, os olhos intercalando entre a janela e a lâmpada no teto.
Se sentia vazio mais uma vez. Nada conseguia preenchê-lo.
É que a vinda de Jungkook trouxera uma lufada de ar, um desaperto, um nó a menos na corda, um calor preciso, um beijo antes de dormir.
Mas Jungkook era falso. Jeon Jungkook era uma mentira.
Esta verdade fazia Jimin ficar enfurecido, fazia cada vez mais artérias arrebentarem a ligação com seu coração. Precisando se aliviar, Jimin simplesmente atacou o prato com arroz contra a parede, o fazendo espatifar em diversos pedaços.
Mas não era suficiente.
Jimin se levantou de onde estava sentado, e abriu a porta em um movimento brusco, batendo-a com força. E as lágrimas já se encontravam em torno de seus olhos quando ele atravessou a noite, e parou em frente a porta de Jungkook, dando toques pesados.
Quando Jungkook atendeu, Jimin primeiramente entrou, sem sua permissão, e então notou os hematomas em seu rosto e braços, onde ele o acertou horas antes no carro.
- O que foi, Jimin? - perguntou o mais velho. - Devia descansar.
- Eu devia mandar você pro inferno - Jimin respondeu, olhando em seus olhos.
- E foi isso que veio fazer? - Jeon o encarou tanto quanto.
- Eu queria ter essa coragem - respondeu, seus ombros caídos e olhos marejando. - Mas eu não consigo.
Jimin então lhe deu as costas, iniciando uma caminhada pela casa, e começando a tocar em tudo, entortando quadros de propósito, e até mesmo jogando um no chão, pegou as almofadas e as atacou contra as paredes, derrubando tudo que havia pela frente.
- Você tem noção do que fez comigo? - perguntou, sem olhar para Jeon.
Ele sentia o olhar de Jungkook sobre suas costas quando alcançou a estante (qual era arrumada por cores), derrubou dezenas e mais dezenas de livros no chão, e pegou um vaso de vidro, jogando a água dele sobre um tapete. - Você não vale um centavo, Jeon. Gente como você não vale nada.
Entrando na cozinha, derrubou todos os copos visíveis contra o piso, fazendo espalhar cacos por toda parte, abriu a geladeira, pegando comida e a jogando na mesa, sujando-a.
- Pare com isso! - Jungkook pediu finalmente, sua voz cheia de frustração e agonia.
- Não! - Jimin bradou, com as lágrimas descendo pelo caminho de suas bochechas. Ele pegou uma garrafa de vidro e atacou na parede, fazendo vinho e cacos atingirem mil lugares.
Jungkook puxou o próprio cabelo antes de tomar Jimin pelos braços e arrastá-lo para fora da cozinha. - Pare!
- Não aguenta?! - Jimin o empurrou e correndo para a estante onde ficava a TV, começou a jogar os enfeites e retratos, até Jeon passar o braços por seu pescoço e empurrá-lo contra o chão. - Me solte, seu psicopata!
- Cale-a-boca - Jungkook mandou, mantendo Jimin imobilizado. - Não vai tocar em mais nada.
- E no telefone que usava para falar comigo, ein JJ?! - Jimin tentou dar-lhe cotoveladas, sentindo todo o seu corpo ser pressionado no piso. - Uh, filho da puta?! Posso quebrar seu maldito telefone?! Jornalista de merda!
Jimin continuou a se debater, mas somente até que seu corpo ficasse cansado, e quando sua respiração já estava muito ofegante e ele mal conseguia se mover sem sentir cãibras, foi que Jungkook o soltou.
Jeon se sentou no chão, e encostou-se em uma das paredes, respirando com um pouco de dificuldade. Jimin permaneceu deitado, com seu coração contra o piso frio e de olhos fechados.
O que tudo aquilo havia virado?
Jimin levantou-se, ficando sentado no chão, de frente para Jungkook, e com os olhos manchados de vermelho, as lágrimas secando sobre suas bochechas, ele o fitou. Sua voz saiu embargada quando disse: - Quem é você?
Jungkook não conseguiu sustentar o olhar, ele abaixou a cabeça e levou as mãos ao cabelo, puxando com força.
- Quem é você?! - Jimin perguntou mais uma vez, cerrando os punhos ao lado do corpo.
- Jungkook! - o rapaz respondeu, levantando o rosto, mostrando seus olhos cheios d'água. - Sou eu, Jungkook!
- Como conseguiu mentir todo esse tempo? - Jimin o questionou, seu olhar repleto de repulsa. - Não pesa na sua consciência?
- Pesa! Pesa pra caralho! - Jungkook falou, seu rosto e sua voz passando uma dor realmente sentida. - Você não acredita, mas eu nunca quis que as coisas ficassem assim!
- Não queria?! - Jimin quis avançar para encher a mão em sua cara, mas nem forças tinha mais.
- Nunca quis! - Jungkook levou a mão ao peito, agarrando a própria camisa, procurando apoio. - Quando tudo isso começou eu não te conhecia! Eu juro, eu não fiz pra te machucar.
Jimin, que fervia de raiva por dentro, o olhou e então mandou: - Explique essa merda, então!
Jungkook abaixou a cabeça mais uma vez, fungando, e limpando as lágrimas com as costas da mão. - Jimin...
- Explique! - exigiu. - Fale a verdade ao menos uma vez! Não acha que eu mereço ao saber menos um quinto de tudo que você mentiu?
Jimin precisava saber o propósito de tudo aquilo, se seu sofrimento valia mesmo esse tanto.
Jungkook respirou fundo e o olhou. - Começou há um ano e alguns meses atrás...
Park sentiu o rosto ficar quente e o coração bater rápido, o nervosismo muito explícito. O rapaz continuou: - Faziam meses que eu havia terminado a pós da faculdade... Faculdade de jornalismo. E eu precisava de um emprego. Meus padrinhos estavam me pressionando, pois eu havia seguido uma profissão diferente da que eles esperavam... - Jeon desviou o olhar para a estante toda destruída. - Meu TCC foi sobre a rotina de um profissional da psicologia, eu passei meses acompanhando o trabalho de psicólogos e psiquiatras. Eu ganhei um prêmio por causa desse documentário. E foi depois disso, depois que meu trabalho saiu em uma revista, que eu recebi uma ligação de uma editora... - ele encostou a cabeça na parede, enquanto sua atenção parecia dispersa. - Quando eles me contaram o que estavam planejando fazer, eu recusei. Mas... Eu não conseguia uma vaga na área que eu queria, na área das escolas e instituições de ensino. Eles me ligaram mais uma vez, e disseram que se eu os ajudasse a fazer a biografia, eu ganharia espaço em uma revista voltada pra educação... Era tudo o que eu queria.
Jimin não desviou os olhos da imagem do rapaz por nem mesmo um segundo, atento à qualquer sinal de que aquilo era mentira. - Eu só precisava conversar com você algumas vezes, anotar o que fosse interessante e entregar para a editora.
- Como você entrou no programa de psicólogos? - Jimin perguntou. - Como veio parar ao lado da minha casa?
- Um dos psicólogos do programa se vendeu, nós pegamos o telefone que ele usava, e eu assumi seu lugar. - Jungkook o respondeu. - Eu usei tudo que eu sabia de psicologia para me passar por um psicólogo... Haviam tantos momentos que eu não fazia a mínima ideia de como agir.
- E você não se importava - Jimin adicionou.
- No começo não! - Jeon voltou à olhá-lo. - No começo eu não dava a mínima, eu só queria um emprego. Mas... Eu não sei o que eu fiz, que você gostou do JJ, você confiou nele... Eu juro, Jimin, eu não fingia quando tentava te ajudar. E foi por isso que eu fiquei confuso, que comecei a duvidar do que eu estava fazendo. Porque... ninguém realmente me disse tudo que havia acontecido contigo. Eu não tinha noção do quanto machucaram você. Eu não sabia das suas passagens por orfanatos e clínicas psiquiatras, de tudo que fizeram à ti... de como tiraram a vida da sua mãe.
- Por que você continuou?
- JJ era o único que você tinha, o único por quem você fazia um esforço.
Desconcertado, Jimin continuou perguntando: - Como veio parar nessa casa?
- Essa é a única coincidência - suspirou, enxugando mais lágrimas abaixo dos olhos. - Minha vida virou de cabeça pra baixo quando eu descobri que você era Park Jimin, o mesmo Park Jimin com quem eu conversava todos os dias no telefone. - ele mantinha as mãos trêmulas sobre o colo. - Eu não soube o que fazer naquela época... Eu passava dias sem te atender, eu evitava sua aproximação. Mas... Não deu mais.
Jimin desviou os olhos pela primeira vez, deixando água escorrer por entre seus cílios. Jeon continuou: - Como eu poderia acabar com a história do JJ, se tudo que te ocorria, você confiava a ele? Mesmo depois de nos apaixonarmos e começarmos a namorar, você continuou confiando mais nele do que em mim. Como? Eu só consegui coragem pra sair do programa quando senti que eu podia cuidar de você.
- Você nunca iria me contar? - Jimin mirou seus olhos.
- Honestamente? - Jungkook perguntou. - Nunca. Eu jamais te contaria... Porque eu sabia que isso te destruiria.
Jimin se calou, e desviou o olhar, com os dedos da mão infiltrados em seu cabelo, o cérebro trabalhando à todo vapor para tentar processar aquilo.
- Jimin, há seis meses que eu não gravo mais as conversas... - Jungkook o disse.
- Eu não quero saber! - grunhiu, retornando a ficar irritado. - Você mentiu. Você sabia de tudo, de como eu só venho me fodendo desde criança, e ainda continuou sugando minhas memórias, tudo por causa de uma merda de biografia! A morte da minha mãe é assim tão interessante?! - perguntou, as veias saltando nos pulsos. - Tudo o que vocês precisam saber é que ela se foi, que meu pai a matou, e eu fiquei aqui, sozinho! Isso não é suficiente? Tudo o que disseram sobre esse crime já não foi dito? As pessoas só querem saber mais e mais porque não foi com elas, não foi a mãe delas!
Jungkook não foi capaz de dizer mais nada, ele manteve os olhos nos próprios joelhos e deixou que a casa caísse em silêncio.
Mas Jimin voltou a falar: - Você só aceitou fazer parte dessa merda porque sua vida foi como a de qualquer outro garoto...
- Foi? - Jungkook o olhou dessa vez. - Você acha que foi? Acha que minha vida foi normal, tendo um pai como o meu?
- Ele matou sua mãe também?! - Jimin tinha hostilidade e indignação na voz.
- Ele pôs fogo na casa onde morávamos, como minha mãe, eu e meu irmão dentro! - Jungkook contou, a mágoa no tom que usara. - Meu pai era esquizofrênico... Ele tentou matar Junghyun antes de tirar a própria vida!
Jimin ficou em silêncio, enquanto Jungkook revelava aquelas coisas, quais ele jamais dissera antes. - Acha que é fácil pra mim? Minha mãe tem AIDS, ela vai morrer dentro de dois ou três anos, e eu preciso lidar com isso!
Jimin sentiu a ardência no nariz, o fogo por trás dos olhos, ao ouvir Jungkook dizer tudo aquilo, sua voz sempre controlada saindo praticamente desesperada. Jeon o olhou com toda a sinceridade dentro de si: - Eu não fiz pra te machucar, eu não sou um monstro, eu não sou um psicopata! Eu me arrependo de cada mentira, Jimin.
//então, esse capítulo ficou pequeno, mas eu vou voltar muito em breve com uma continuação e com um especialzinho de 50 mil votos! ok?
ATENÇÃO AQUI ↓
Eu não sou nenhuma profissional, eu faço o meu melhor pra escrever uma história decente, mas nem tudo que eu passo aqui é 100% comprovado. Uma leitora e amiga me alertou sobre algo: que alguns leitores podem estar com medo de usar remédios para depressão por conta da relação do Jimin com esses remédios.
Me escutem! Jimin é viciado, ele toma esses comprimidos sem supervisão médica, ele usa realmente como uma droga! Mas antidepressivos não são drogas viciantes que irão destruir sua vida, não! Existe todo um tratamento e acompanhamento psicológico.
Não tenham medo, ok?
AAAA DNA AAAA HER AAAA MORTE
olhem que fanart divina :))
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