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23: 스물셋

Deem suporte à fanfic, votem e comentem. Boa leitura!



Jimin apoiou os braços na janela do quarto e sentiu o calor do sol aquecer sua pele, e sorriu com a sensação.

Logo o inverno viria, e ele detestava esta estação. Nas noites de frio intenso, os cobertores e até mesmo o aquecedor, não eram capazes de, realmente, aquecer seu corpo.

No inverno ele ficava mais carente que o normal, e em outras temporadas, deixara ser acompanhado por estranhos. Caíra em camas desconhecidas e beijara bocas sujas, tudo para não sentir tanto frio.

Mas nunca estivera, de fato, quente. Nada era capaz de fazê-lo dormir tranquilo. O frio não era divertido, pois ele não tinha com quem assistir filmes tristes e tomar chocolate quente, porque ele não tinha com quem brincar de guerra de bolas de neve, porque estava sozinho.

Nenhuma estação soava realmente boa, na verdade.

Parando de pensar sobre inverno, Jimin se afastou da janela e pegou os sacos de lixo, os levou para o exterior de casa e para as lixeiras na calçada.

Jungkook ainda vinha e trancava a casa todos os dias, mas quando estava por perto, deixava a porta aberta, para Jimin caminhar pelo quintal.

Park separou o saco de lixo orgânico e o reciclável e se preparou para voltar para dentro, mas foi interrompido pela chegada de duas senhoras.

- Ei, filho - uma das mulheres o chamou, com um sorriso gentil, arrastando sua saia pela asfalto, com uma Bíblia debaixo do braço. - Bom dia.

- Bom dia - Jimin respondeu, tímido.

- Oh, é um rapaz tão bonito - a outra senhora acariciou sua cabeça, por cima do cabelo preto.
Jimin gostou do carinho, era extremamente maternal.

- Você frequenta a igreja? - a primeira senhora a falar lhe perguntou.

- Não - ele disse à elas, sentindo-se um pouco constrangido. - Desculpe.

- Desculpe pelo quê? - a outra mulher abriu um sorriso, com as rugas ficando mais marcadas nos cantos dos olhos. - Não estamos te cobrando.

- Apenas gostaríamos que você fosse ouvir a palavra de Deus - a senhora de saia longa disse. - Tem algum motivo para você não frequentar uma catedral?

- Uh... - Jimin abaixou a cabeça. - Eu... Eu tenho vergonha. Eu já fiz muita coisa ruim.

- Mas Deus lhe aceita, Deus acolhe todos os seus filhos - uma delas falou, com brilhos nos olhos. - Nosso Pai é bondoso e perdoa todos aqueles que se arrependem de seus erros.

Jimin queria sorrir, mas não conseguia.

- Eu... Eu sou gay. - contou, prevendo o que viria em seguida. - A igreja não aceita gays.

Jimin já fora negado por cristãos muitas vezes, não confiava na igreja.

- Que igreja? - a pergunta o surpreendeu. - Esta igreja que não lhe aceita não é realmente uma igreja.

- Mesmo? - perguntou, com os olhos saltando um tanto.

- Meu filho, sempre que quiser procurar por Deus, vá. Ninguém pode lhe impedir de abrir o coração para Ele. - a senhora puxou sua mão e a acariciou. - Ninguém na terra pode te dizer que Deus não vai te ouvir. Nenhum humano pode lhe julgar no lugar de Deus.

Jimin abriu um sorriso, mas seus olhos ferviam, suas lágrimas estavam prestes à escorrer. Uau, fazia tanto tanto tempo que não recebia apoio das pessoas.

- Venha rezar conosco um dia - a outra senhora sorriu. - Venha conversar com o padre caso algo esteja pesando em seu coração. Você vai ser muito bem vindo.

E então, elas se despediram, acenando para Jimin enquanto se distanciavam.

Jimin segurou as lágrimas, suspirando, voltou para dentro de casa. Jogando-se no sofá antigo, finalmente pôde pôr o cérebro para trabalhar.

Deus.

Por que certas pessoas insistiam em dizer que Deus só cuidaria de alguns deles? Por que algumas pessoas dizem que só vai para o paraíso aquele que servir fielmente à Jesus? Por que algumas pessoas acham que para você ter o Espírito Santo no coração, você precisa seguir tudo aquilo que diz a bíblia?

Sua mãe nunca mencionou Jesus ou Deus.

Quando Jimin era pequeno, ele não entendia, tudo o que ele sabia sobre o papai do céu, era o que ele ouvia na escola e de seus amigos. Depois de crescer, quando a mulher já era falecida, Jimin percebeu que ela não acreditava em Deus.

Sempre ouvira dizer que pessoas que não acreditavam em Deus, eram más. Mas ele nunca pensou dessa forma. Pois sua mãe era a melhor pessoa do mundo, e apesar de não crer nas forças, ela era um anjo para Jimin.

Na adolescência, ao ser espancado por um grupo de neonazistas estrangeiros, Jimin foi obrigado a mastigar e engolir a folha da bíblia onde dizia que era pecado pessoas do mesmo sexo se relacionarem.

Um grupo voluntário, integrado por jovens da igreja, o ajudou a se recuperar das agressões e lhe deu abrigo até que se recuperasse.

Nos internatos, recebera surras de madres, e fora humilhado por padres.

Nas ruas, fora ajudado por mendigos viciados em drogas, pessoas perdidas, que lhe cederam um pouco de sua comida e o ajudaram a pedir dinheiro para poder se alimentar.

Perto da maioridade, uma pastora pagou por advogados para ele pudesse ser transferido de uma clínica psiquiatra que faziam de Jimin uma vítima de maus tratos.

No final, Jimin acreditava em Deus, mas tivera muitos motivos para perder a fé.

Aquele assunto deixava Jimin muito confuso, e as memórias lhe traziam dor. A necessidade de esquecer de tudo à sua volta, bateu. E ele, inconsciente, levou as mãos aos bolsos, à procura de comprimidos. Mas não havia nenhum.

"Jungkook está distraído na casa dele, pegue o dinheiro e vá comprar" parte de sua consciência lhe dizia.

"Jimin, não faça isso, você consegue seguir firme sem aquela porcarias" protestava a parte mais sensata de seu cérebro.

Sua confusa consciência.

- Não Jimin, não - falou à si mesmo, bravo. - Fique bem aí, onde está. Não mova essa bunda!

Mas seus dedos correram para seus joelhos e as unhas os arranharam, enquanto seus dedos do pé se contraíam.

Há quanto tempo já não ingeria uma cápsula sequer? Quase um mês? É, por aí.

- Você está bem - Jimin disse à si mesmo, respirando fundo algumas vezes.

Mas...

- Jiminie - ele ouviu, e saiu do breve transe, olhando na direção da porta, por onde entrou Jungkook.

Jimin sorriu ao ver o rapaz vir ao seu encontro, inclinando-se para deixar um beijo em sua boca.

- Já tomou café? - Jungkook perguntou, deixando uma sacola sobre a mesa.

- Não - Jimin se levantou e o acompanhou. - O que você trouxe?

- Vamos tomar café da manhã da forma tradicional - Jungkook foi a cozinha e voltou com vasilhas, colheres e chopsticks. - Acho que a última vez que fiz isso foi aos treze anos.

- Ah, minha mãe fazia assim - Jimin se sentou à mesa.

O "café tradicional" era composto por arroz, sopa, kimchi, e chá, ao contrário da cafeína e pães.

- Você que fez tudo isso? - Jimin perguntou, pondo arroz na vasilha.

- Sim - Jeon sorriu. - Você gosta quando eu cozinho.

Jimin realmente gostav - não!, Jimin amava.

- Realmente - Jimin sentiu as bochechas ficarem quentes, enquanto ele experimentava a sopa.

- Trix - Jungkook chamou a cadela, e assim que ela veio, ele a entregou uns biscoitos que comprara. - Mais algumas semanas e poderemos castrá-la.

- Será que é caro? - Jimin se questionou.

- A gente paga mesmo assim - Jungkook levou um punhado de kim chi à boca. - Bellatrix pode ser bonita, mas não, não queremos mais bolinhas correndo pela casa.

- Jungkook - Jimin o chamou, e recebeu a atenção dos olhos negros e reluzentes. - Já esteve em um relacionamento sério?

- Por que pergunta? - Jungkook franziu as sobrancelhas.

Jimin parou os chopsticks no ar, a caminho de sua boca.

- Uh... - se sentiu desconfortável.

Como poderia explicar?

Jimin tinha medo de revelar seus sentimentos e acabar se descobrindo um bobo pretensioso.

SIM, Jimin sentia como se ele e Jungkook fossem namorados.

- Não sei - Jimin mexeu os palitos no arroz. - Curiosidade.

- Você nunca sente curiosidade sem um pretexto - Jungkook tomou um gole do chá, sem desviar os olhos da figura envergonhada ao seu lado. - Por que quer saber?

- Você não pode só responder? - Jimin abaixou os olhos, e fez um biquinho com os lábios, emburrado.

- Não antes que você me diga o porquê de querer saber - Jungkook impôs as regras, voltando a comer.

- Não é justo! Eu perguntei primeiro. - Jimin abriu a boca, indignado.

- Quer dizer que se alguém pergunta o número do seu RG, você simplesmente diz? - Jungkook o questionou.

- Não - resmungou. - Porque eu nem lembro o número do meu RG.

Jungkook nem respondeu, permaneceu entretido com seu café.

- Ah - Jimin rolou os olhos, sentindo-se derrotado. - Jungkook... O que eu vou falar é sério, por favor, e se não for o mesmo pra você, me deixe agora mesmo.

- Fale - Jungkook o encarou.

- Isso... Isso que nós temos - Jimin prendeu o ar. - É u-um... Um namoro? Estamos namorando?

Devido a demora de Jungkook para responder, Jimin fechou os olhos e bateu com a cara contra a mesa.

Jimin se sentiu patético, se sentiu, mais uma vez, um tolo esperançoso.

- Não - Jungkook respondeu em fim. - Não estamos namorando.

O pior de tudo aquilo, o pior de ouvir aquelas palavras, era que Jimin nem ao menos tinha ficado surpreso. Sim, seu coração doeu, e constrangimento o atingiu, mas não, aqueles não eram sentimentos novos.

- Como poderíamos ser? - Jungkook riu.

Jimin sentiu os lábios tremerem e os olhos ficarem úmidos, com a bochecha ficando quente mesmo contra a madeira fria da mesa.

- Você achou mesmo? - Jungkook tossiu enquanto gargalhava. - Porra, é óbvio que isso não é um namoro.

Jimin tentou segurar as lágrimas, mas elas eram teimosas como crianças de signos fortes.

- Não, Jimin, não sou seu namorado - Jungkook disse. - Como eu posso ser, se você nunca me pediu em namoro?

Jimin sentia as cócegas por onde as lágrimas passavam, mas ouviu aquilo, e deixou as pálpebras se abrirem em espanto. Levantou a cabeça, e olhou para Jungkook, com seu rosto vermelho, olhos molhados e bico nos lábios.

Jungkook voltou a rir, vendo a situação em que Jimin se encontrava.

- A - Jimin atacou uma folha de repolho em Jungkook.

- Me peça em namoro - Jungkook pediu, abrindo um sorriso de lado.

Ah porra, Jimin amava aquele sorriso!

- Jungkook - Park chamou-o, tomando uma pose ereta e honrosa. - Quer ser meu namorado?

- Quero - Jungkook concordou, bebendo uma dose de chá.

Jimin sorriu, timidamente, sentindo o coração ficar quentinho. Não conseguia processar direito, mas se sentia imensamente feliz.

Ninguém, nin-guém, podia dizer que ele e Jungkook não eram um casal.

- Oh - Jimin suspirou, e então olhou para o rapaz. - É só isso?

- O que acha? - Jungkook tombou a cabeça para o lado. - Nunca pediu alguém em namoro?

- Na verdade não - Jimin desviou o olhar, um pouco envergonhado. - Não houveram pedidos nos meus namoros.

- Então, tecnicamente, sou seu primeiro namorado - Jungkook tinha orgulho em dizer isso.

- Acho que sim - Jimin encolheu o pescoço, inflando as bochechas. Não tinha noção do que devia fazer.

- Venha aqui - Jungkook o chamou, abrindo espaço para que Jimin se sentasse em seu colo.

Jimin não hesitou, levantou e se sentou sobre as coxas de Jeon, enroscando os braços em torno dos ombros dele, enquanto sentia as mãos de Jungkook pressionarem sua cintura.

Eles não disseram nada, no silêncio da casa, seus olhares se encontraram e em seguida, suas bocas.

Sentindo a textura macia dos lábios de Jungkook, Jimin sentiu como se pudesse viver apenas com seu beijo, sentiu como se os braços dele fossem seu porto seguro, sentiu como se nada pudesse o atingir ali.

A proteção de Jungkook sobre Jimin, soava impenetrável, impermeável, não-inflamável.

Jimin se sentia blindado.

Não importava mais, quem quisesse o atingir, não conseguiria, pois ele tinha Jungkook.

Àquela altura, o único que poderia realmente derrubar Jimin, era o próprio Jeon.

- Que quer que eu mude, agora que estamos namorando? - Jimin perguntou ao quebrarem o beijo.

- Nada - Jungkook selou seus lábios. - Não mude nada. Você é perfeito assim.

- Mesmo? - Jimin sorriu. - Gosta de mim assim, desse jeito? Não acha que devo mudar o cabelo, ou emagrecer? Ou me vestir diferente?

- Por que está fazendo essas perguntas? - Jungkook achou estranho.

- Ah... Quando eu começava um namoro, meus ex sempre pediam pra eu mudar alguma coisa. - Jimin respondeu, casualmente. - É normal, não é?

- Não - Jungkook encostou a cabeça em seu peito. - Não é normal. Pessoas devem se amar pelo que são.

Amar.

Jimin queria, muito muito, perguntar à Jungkook se ele o amava, mas não tinha coragem o suficiente. Então, apenas beijou a cabeça dele e acariciou suas bochechas com a palma da mão macia.

- Eu te amo - Park disse, em mudo, tornando impossível que o ouvissem.

- Jiminie - Jungkook chamou, ainda descansando a cabeça sobre o peito de Jimin. - Quer almoçar com minha família?

Oh, okay.

Jimin não estava esperando por isso. Seus olhinhos saltaram consideravelmente, digo, ele e Jungkook mal haviam começado a namorar.

- Amanhã, eu vou almoçar com eles, se você quiser ir junto - Jungkook explicou.

Ah, Jimin ficou mais aliviado, por saber que Jeon não, necessariamente, estava montando um almoço para apresentar Jimin.

- Eu não sei - ele fez uma careta, meio inseguro. - Não vai ser um pouco estranho? Eu, simplesmente, chegar lá, feito um penetra?

- Você será meu convidado - Jungkook o olhou. - Acredite, minhas primas já fizeram pior.

- ... Eu não tenho certeza. Não sou bom nessas coisas. - Jimin coçou a nuca.

- Pare de mentir - Jungkook beliscou seu abdômen. - Você é todo oferecido.

- Ah, mas eles são sua família - Jimin insistiu, fingindo tocar piano nas costas de Jungkook. - Eu preciso tomar cuidado com o que digo, e preciso agradá-los. Eu também vou precisar levar um presente aos donos da casa. É muito complicado.

- Tudo bem, não precisa ir - Jungkook sorriu, meio desanimado, mas não chateado.

Ah, Jimin não suportava a idéia de que não estava deixando seu Jungkook contente.

- Eu vou - aceitou. - Você sempre faz o que eu quero, então, eu devo fazer o que você quer também.

- Não... Se, realmente, não quiser, não precisa ir - Jungkook deixou claro.

- Ya, eu quero - Jimin confirmou. - Eu só estou com um pouquinho de medo. Eles são legais?

- Uh... - Jungkook descaradamente engoliu em seco. - Vai tudo ficar bem. Ok?

- Sim - Jimin lhe deu um beijo.

Enquanto eles se beijavam, puderam ouvir o som de buzina no lado de fora, e ao conferir o que era, Jungkook disse que precisava ir atender a pessoa.

Jimin foi até a janela e assistiu uma bela moça descer do carro, e cumprimentar Jungkook com um meio abraço e um beijo na bochecha.

- Beijos no rosto, em público, não são comuns por aqui - Jimin disse sozinho, os olhos um pouco míopes focados nos dois lá fora.

Quando Jungkook entrou no carro da mulher, Jimin abriu a boca, chocado e enraivecido.

- Que porra - Jimin queria ir até lá, mas não faria isso. - Ta, ele entrar no carro dela, não significa nada. Eles podem ser somente amigos.

A imagem da mulher lhe percorreu a mente novamente.

- Mas ela é tão bonita - Jimin levou o dedo a boca, pronto para começar a roer as unhas. - Não, eles são apenas amigos. - tentou pensar com sensatez. - Ah, mas ela, bonita desse jeito, formaria um bom casal com o Jungkook. Imagine, os filhos deles seriam lindos.

Por fim, Jimin deu um tapa no próprio rosto, irritado consigo mesmo.

- Olhe para si mesmo - resmungou à si próprio. - Um rapaz desse tamanho, sentindo ciúme. Cresça, Park Jimin!

Ele mal viu quando Jungkook voltou para dentro, com uma maldita marca de batom na bochecha, onde a moça beijara.

- Onde estávamos? - Jungkook quis puxar Jimin para seus braços, mas este fugiu. - Ei!

- Quem é ela? - teve que perguntar, não conseguindo esconder sua tímida irritação, o rostinho meio vermelho por baixo da cabeleira negra.

- Uma colega de trabalho - Jungkook lhe disse, sem nenhum sinal suspeito.

- Hm - Jimin não conseguiu desfazer a carranca. - Que eu saiba, você trabalha em casa.

- Eu vou a sede entregar relatórios - Jungkook estava segurando o riso muito bem.

- Ah... Mas se ela é só uma colega de trabalho, por que ela te deu um beijo? - "Jimin tinha suas razões", em vista que, na Coréia, só pessoas muito íntimas trocavam beijos no rosto. - Posso ver a marca exata dos lábios dela nessa sua cara.

- Estudamos juntos na faculdade - Jungkook não deu importância a irritação do namorado. - Mas sim, ela é uma grande amiga, me ajudou muito durante o curso e também no trabalho. Ela é bonita, não é? Foi miss na província dela.

- Ah, legal - Jimin ainda levantou o polegar.

- Sabe - Jungkook se encostou na parede e cruzou os braços, com um sorriso na boca. - Fui padrinho do marido dela. Ela casou com outro grande amigo meu. Foi um casamento belíssimo. E hoje mesmo, além de me trazer papéis para assinar, ela me contou que está esperando o primeiro filho.

O tom de vermelho no rosto de Jimin deixou de significar raiva e passou a ser a descrição de vergonha.

- Oh - foi tudo o que Jimin conseguiu dizer.

- Oh - Jungkook repetiu, e então, finalmente, deixou a gargalhada sair.

Jimin fez uma careta, se sentindo sem graça, e querendo calar a boca grande de Jungkook.

- Não acha que esta mesa está uma bagunça? - Jimin provocou, virando o copo com chá, fazendo Jungkook correr para tentar impedir que o líquido escoresse para o chão.

Jungkook pediu ajuda, pediu um pano, mas Jimin o ignorou e com Bellatrix no colo, subiu para seu quarto.

Mais tarde, naquele mesmo sábado, após limpar a mesa e o chão, Jungkook subiu também, e arrancando a cadela dos braços de Jimin, acertou tapas em sua bunda, antes de enchê-lo de beijos.

De madrugada, Jimin não conseguiu dormir, ele se forçou a fechar os olhos até as três da manhã, mas não conseguiu sentir paz. Pensou que, se sentiria melhor se Jungkook estivesse ao seu lado na cama, mas o homem não estava ali.

Só então, lembrou que Jeon não levou as chaves, aparentemente havia esquecido. Jimin se segurou no cobertor, e pediu à si mesmo que não saísse por aquela porta.

- Não, Jimin - disse, com o coroo rijo.

Mas sentiu o coração acelerar, e as mãos tremerem. Ele podia se imaginar indo até a porta, sacando dinheiro em um caixa 24h, e então correndo até a casa de seu fornecedor.

A sensação era tão boa. A sensação de não sentir nada, a sensação de esquecer de tudo, a sensação de conter a dor. A sensação de jogar um comprimido na garganta.

- Eu não posso - Jimin mexeu a cabeça, negando. - Não posso. O Jungkook não quer me ver assim. E a Trix precisa de mim.

Mas a casa estava tão silenciosa, tão escura, e nessas condições, suas memórias surgiam com claridade, era como viver tudo de novo.

- Se você não me obedecer, eu farei sua mãe chorar - ele disse, na memória de Jimin. - Vá lá e entregue as pedras. Não fale com ninguém, e se a polícia lhe parar, não diga nada errado.

Jimin suspirou, pesado, sentindo o ar faltar no peito, com a voz ecoando em sua cabecinha.

- Hey, garoto - o policial o chamou. -O que tem no bolso?

- Jujubas - respondeu, tentando não tremer a voz.

- Estamos procurando um garoto com sua altura, que entrega drogas à mando do pai - o policial disse. - Conhece algum menino, em sua escola, que tem um pai suspeito? Ou algum menino que já apareceu com drogas?

- Não - Jimin precisou dizer. - Não conheço, senhor.

- Se souber de alguma coisa, peça para seus pais denunciarem - o oficial partiu com o carro.

Os policiais souberam, naquela hora, que Jimin era o garoto que eles procuravam. Jimin sentiu o olhar dos investigadores por muitas semanas.

O que ocorreu, após seu pai ser preso, e então, solto, era doloroso demais de se lembrar.

Jimin não queria pensar nestas coisas, mas era impossível. A única forma, era com suas pastilhas.

- Não, não - Jimin repetiu.

Havia um mini inferno dentro de sua cabeça, e paz, sossego, pareciam estados distantes demais.

Virou de bruços na cama e uniu as mãos, abaixou a cabeça, e chamou por Deus.

- Senhor - pediu. - Me ajude... Me ajude a dormir. Eu não quero lembrar dessas coisas. Por favor.

Com lágrimas nos olhos, Jimin tentou sentir Deus.

- Eu sei que eu não sou um bom filho - disse, sentindo a dor na garganta. - Mas por favor, me dê um pouco de paz. Dói demais lembrar de tudo. Me ajude, por favor.

Jimin encostou a testa no colchão, e mentalmente, sentindo o aperto no peito, implorou para que pudesse dormir tranquilamente.

- Obrigado senhor, por me ouvir - disse. - Espero que o senhor tenha me ouvido... - pensou. - Abençoe o Jungkook, e todas as pessoas boas do mundo, livre-as do mal e cuide bem da minha mãe. Por favor.

Jimin havia lido em algum lugar, que as vezes, orar, pode não lhe trazer alívio exatamente por causa de Deus, e sim por fatores psicológicos.

Você ora ou reza, você se abre com Deus, e dependendo da força de sua fé, seu cérebro pode lhe proporcionar um sentimento de paz e segurança.

Ou Deus realmente te ouviu e lhe ajudou a dormir. De qualquer forma, após orar, Jimin se sentiu mais leve e então fechou os olhos cansados.

Na manhã de domingo, ele acordou e comeu cereal com leite, enquanto Bellatrix latia para a televisão, onde passava um programa sobre gatos.

- Minhas unhas estão feias - Jimin comentou, sozinho, enquanto analisava as unhas de tamanhos irregulares. - Mas se eu cortar com cortador de unha, vou ter uma sensação estranha... E eu também não quero roer. Mas não tenho uma lixa.

Mesmo que a chave estivese encaixada na fechadura, bem ali à seu alcance, Jimin só abriu a porta quando Jungkook bateu no outro lado.

- Pronto pra ir? - Jungkook perguntou, plantando um beijo na bochecha do namorado.

- Eu preciso passar perfume - Jimin avisou, e correu para o quarto, onde passou sua colônia, e também hidratante labial, e sim, um corretivo sobre as olheiras que ganhara em noites mal dormidas.

Voltou para baixo, e pegou Jungkook cheirando uma camisa sua.

- Yandere! - Jimin apontou, e Jungkook riu, ficando envergonhado. - Você é uma garota apaixonada, Jungkook-ah.

- Sim, sou - Jungkook, sentado no braço do sofá, puxou Jimin e o pôs entre suas pernas, selou seus lábios e sem seguida disse: - Seu cheiro já é tão bom. Você nem precisa de perfume.

Jimin não respondeu, ele escondeu o rosto na curva do ombro do maior, e sentiu-o lhe abraçar, deixando beijos em seu pescoço.

- Vamos? - o guiou até a porta, depois de acariciar Bellatrix.

Eles deixaram a casa e entraram no carro, partindo dali. Durante o caminho, ao som de Gorillaz no pen drive de Jungkook, eles pouco conversaram e Jimin fez caretas para o bebê do carro ao lado, levando a bolinha de olhinhos puxados a gargalhar feito boba.

A casa dos tios de Jungkook não era tão longe, então não foi uma grande viagem. Jimin admirou a casa ao estilo tradicional asiática, antes de Jeon guiá-lo até o interior.

- Jungkook nunca se atrasa - foi um senhor que recebeu o casal. - Venha, venha, estávamos esperando por você.

- Olá, padrinho - Jungkook se inclinou para cumprimentar o homem. - Uh, esse é Park Jimin.

- Oh, seja bem vindo, rapaz - o senhor o cumprimentou.

- É um prazer conhecê-lo, hyung - Jimin sorriu, e seguiu Jungkook e seu padrinho até a sala de jantar.

Sentados todos no chão, em volta de uma mesa baixa, repleta de comida, haviam duas moças, um garoto e mais uma senhora.

- Jungkook trouxe um amigo - o senhor avisou, acomodando-se no lugar.

- Venha - Jeon sussurrou ao menor, enquanto todos acenavam.

Não era preciso alguém dizer que Jimin estava extremamente constrangido, já que o rubor em suas bochechas era visível para qualquer um.

O garoto que estava sentado entre as duas moças, era fielmente parecido com Jungkook, o que levou Jimin a pensar que este era o irmão dele.

- Prazer em conhecê-los - Jimin disse, ao se sentar ao lado de Jungkook à mesa.

- Park Jimin, o nome dele - o padrinho contou.

- Park Jimin? - uma das moças, a de cabelo descolorido e roupas alternativas, perguntou. - Eu acho que já ouvi este nome... Esse não era o nome do garoto que teve a mãe assassinada há uns dez anos atrás? Lembram? Só se falava nisso na TV.

Jimin gelou da cabeça aos pés.

- Não fale besteiras, Hyojin - a mulher mais velha a repreendeu. - Isso é coisa de se falar na mesa?

- E existem no mínimo amas quinhentas pessoas chamadas 'Park Jimin' no país - a outra moça disse.

- Eu não me lembro desse caso - Jimin mentiu.

- Uh... É, um ótimo jeito de receber as pessos, Hyojin. - Jungkook beliscou a orelha da prima. - Jimin, essa é minha prima, Hyojin. E esta também é minha prima, a SunGyeom. Este, é meu irmão, JungHyun, e esses são meus tios e padrinhos, Hyeong noona e Taeyoung hyung.

- Ah, olá - Jimin os cumprimentou.

- Que menino bonito - Hyeong noona o elogiou. - Espero que goste de comer, pois preparamos um monte de comida.

- Eu gosto - foi sincero.

- Ya, como se conheceram? - SunGyeom perguntou, enquanto todos se serviam.

- Somos vizinhos - Jungkook respondeu.

- Ah, graças a Deus que ele não trabalha com você - Hyeong noona disse, pondo frango no prato do marido. - Porque eu detesto sua profissão.

Jimin queria perguntar qual problema a mulher via na profissão de Jungkook, mas não queria atrair atenção negativa.

- Não tem problema algum no que Jungkook faz - Hyojin rebateu. - Ele ajuda as pessoas.

- Isso é o que pensam - a senhora resmungou. - O único que pode te ajudar de verdade, é Jesus Cristo.

Jimin realmente não estava entendendo o que estava envolvendo a profissão de Jungkook, mas não iria questionar, tendo em vista que era uma visita estranha na casa daquela família.

- Ah, aham - a moça rolou os olhos. - Quem tirou sua apêndice? Jesus ou o cirurgião?

- Jesus guiou as mãos dele - Hyeong noona disse bravamente.

- Mãe, você é - Hyojin foi interrompida pela irmã.

- Fica quieta - SunGyeom pediu. - Vamos comer.

- Você devia vir mais vezes, filho - Taeyoung disse à Jungkook. - Sabe, seu irmão entrou no time de futebol.

- Mesmo? - Jungkook olhou animado para o garoto. - Você não me disse nada.

Mas este, deu de ombros, desinteressado, puxando arroz para o prato.

- Por que está assim? - Jungkook perguntou, e viu o menino bufar, desviando o olhar.

- Deixe ele - Hyeong pediu, e quando viu que estavam todos servidos, pediu que eles orassem para agradecer a comida. E assim eles fizeram, menos Hyojin, que começou a comer enquanto todos agradeciam.

- Então, Jimin, no que você trabalha? - Taeyoung perguntou, depois de um tempo apreciando a comida deliciosa.

- Não trabalho - ele disse, envergonhado. - Eu recebo uma pensão.

Houveram certos olhares curiosos na direção do rapaz, já que não era normal uma adulto não trabalhar.

- Ah, vocês viram?! - Hyojin começou a gargalhar mesmo antes de dizer. - Mamãe, lembra da Hani, a preciosa Hani?

Tanto Jungkook quanto Jimin passaram a prestar atenção no que ela ia falar.

- O que tem ela? - a senhora perguntou.

- Foi internada - a loira disse. - Em um hospício.

Jimin não pôde evitar de deixar a boca se abrir um tanto.

- O quê? - SunGyeom olhou espantada para a irmã. - Por quê?

- Ela atacou pessoas numa praça - Hyojin disse, enquanto ria. - Foi acusada de homofobia, racismo e xenofobia.

- Que horror - SunGyeom tapou a boca.

- "Gays de merda, vocês vão para o inferno!" - Hyojin imitava Hani. - "Pretos nojentos, vocês deviam voltar todos para as sensazalas americanas" - continuou a encenação. - "Chineses fedidos, como ousam sujar a Coréia com seus pés podres?!"

Não havia uma pessoa que não estivesse chocada em volta da mesa, até mesmo o inexpressivo JungHyun deixou os olhos saltarem.

- Queriam que ela ficasse na cadeia - Hyojin explicou. - Mas os pais dela alegaram que ela tinha distúrbios mentais, e bla bla bla.

- Jesus Cristo - Hyeong estava pasma.

- Viu? E você queria empurrar ela pro nosso Jungkook! - Taeyoung acusou a esposa.

- Ela parecia uma boa moça - a senhora deu de ombros. - Mas não importa, porque a filha de uma irmã da minha igreja, está na idade de casar, e eu acho que ela se daria muito bem com Jungkook.

- Fuja para as colinas, Kookie! - Hyojin gritou para o primo. - A casamenteira de Busan ataca novamente, mais assustadora que nunca.

- Mulher, deixe o menino escolher a própria esposa - Taeyoung hyung suspirou, exausto.

- E você, Jimin, vai à igreja? - a senhora perguntou à criatura encolhida, ignorando os comentários alheios. - Porque se sim, sabe, nossa SunGyeom está solteira.

- Mãe! - a moça olhou chocada para a mulher.

- Já pensou em abrir um bordel, sra. Hyeong? - Hyojin provocou a matriarca. - Tu leva jeito pra ser cafetina.

- Olhe como fala, Jeon Hyojin! - seu pai lhe repreendeu.

- Eu nem te escuto mais, garota - a mulher ignorou a filha. - Onde já se viu? Descolorir o cabelo, usar roupas rasgadas, encher a cara de piercings? Que tipo de moça é você?

- Do tipo que não está nem aí para o modo como a senhora acha que as moças devem ser - Hyojin levou carne à boca. - Está bom pra ti?

- Está condenada - sua mãe negou com a cabeça. - Jungkookie, estou falando sério, a menina é boa. Ela vai à igreja todo domingo, não usa roupas vulgares, limpa a casa e sonha em ter vários filhos.

Jimin olhou para Jungkook, vendo como o namorado evitava olhar nos olhos da madrinha.

- Ela é perfeita - Hyeong sorriu.

- Perfeita - Hyojin gargalhou. - Só porque ela ora, limpa a casa e é virgem? Quem pôs na sua cabeça que pra uma mulher ser perfeita, ela precisa ser assim? Uma mulher pode ser do jeito que quiser, e o cara que a conquistar, ainda será um puta sortudo.

- Não, não me venha com essa de feminismo - sra. Jeon se irritou. - Isso está destruindo as famílias.

- O quê? - a garota encarou a mãe, perplexa. - Só porque as mulheres não aceitam mais serem feitas de bonecas de pano? Você queria que elas ficassem em casa limpando e cuidando de filhos, apanhando dos maridos, sem voz alguma?

- Uma boa esposa não apanha - Hyeong retrucou. - Faça suas tarefas e respeite seu marido e ele não precisará te castigar.

- Alguém me mata - Hyojin se jogou dramaticamente no chão. - Eu desisto.

- Chega desse assunto - Taeyoung pediu.

- Chega né, vocês não aguentam a verdade - Hyojin rolou os olhos.

- Então, Jungkook, eu vou marcar para você e a menina se conhecerem - Hyeong planejou.

- Tia, é melhor não - Jungkook negou, com a voz desanimada.

Jimin ainda tinha os olhos em Jungkook, temendo que algo pudesse ameaçar seu namoro.

- Fala logo, Kookie - Hyojin interferiu novamente.

- Falar o que? - SunGyeom estava confusa.

- É, o quê? - Taeyoung hyung os olhou.

Jimin estava tão perdido quanto.

- Fala - foi Junghyun que disse. - Fala pra todo mundo, que esse aí do seu lado - apontou para Jimin. - É seu namorado.

Um silêncio se instalou na sala, mas puderam ouvir Hyojin sussurrar um "boa, pirralho".

- Não fale absurdos! - Hyeong beliscou o braço do sobrinho.

- Não tem absurdo algum - Jungkook respirou fundo, falando em tom sério. - Não me apresente mais nenhuma garota, madrinha, porque eu estou namorando o Jimin.

- Ah, meu Jesus - a mulher ficou branca.

- E espero que todos o respeitem, pois ele agora faz parte da minha vida - Jungkook pediu. - Tenho certeza que ele nunca irá desrespeitar vocês, então, peço que nunca o magoem.

Jimin sentiu vontade de chorar, ao ver Jungkook o assumir ali, na frente de sua família, com seriedade e segurança na voz.

- Céus, onde iremos parar? - a madrinha tapou o rosto com as mãos, horrorizada.

- A-do-rei - Hyojin puxou macarrão para a boca.

- Uh... Bem, espero que vocês sejam feliz juntos. - SunGyeom abriu um sorriso tímido para o casal. - E que você, Jimin, consiga suportar a mania de organização do Kookie.

- Jeon SunGyeom! - sua mãe a olhou com espanto. - Como pode concordar com isso?

- Mamãe, a vida é deles - a moça suspirou. - E se eles estão felizes. Qual o problema?

- Isso é pecado! - Hyeong falou, frustrada.

- E fofocar sobre a vida alheia não é? - Hyojin a provocou.

- É completamente diferente! - a mulher a respondeu.

- É completamente ignorante, isso sim! - a loira bateu com a mão na mesa. - A senhora é tão hipócrita!

- Venham aqui - Taeyoung chamou o casal enquanto as duas discutiam, e Junghyun já havia deixado a mesa há um bom tempo.

Eles se levantaram e seguiram o hyung até a outra sala, onde os dois ficaram frente à frente com ele.

- Tio - Jungkook estava apreensivo.

- Façam o que for melhor para vocês - o senhor disse. - Não deixem ninguém interferir em sua relação.

Ambos os rapazes puderam respirar com alívio depois de ouvir tais palavras.

- Não vou te dizer que apoio ou não esse tipo de coisa - Taeyoung os disse. - Não é da minha conta se vocês saem com homens ou mulheres. Eu só quero dizer que, deixei de casar com a mulher de minha vida, porque meus pais não a aprovavam, e por muito tempo fui infeliz ao lado de sua tia. Então, apenas façam o que acham certo.

- Obrigado, tio - Jungkook abraçou o homem.

- Agora, vá conversar com seu irmão - ele mandou, e Jungkook foi, levando Jimin junto.

- Fique aqui - Jeon pediu ao moreno, antes de passar pela porta do quarto do adolescente.

Finalmente, sozinho, Jimin pôde tentar entender o que estava acontecendo.

- Jungkook me assumiu - pensou consigo, sentindo um sorriso incontrolável atravessar seu rosto iluminado.

Ele estava sonhando?

Mas foi arrancado de seus pensamentos ao ouvir as vozes que vinham de dentro do quarto. E ele tentou não ouvir, mas as paredes eram tão finas.

- A única vez que você vem nos visitar, e traz seu namoradinho - Junghyun disse, com a voz irritada e magoada.

Foi o suficiente para fazer Jimin se sentir mal.

- Não é um namoradinho - Jungkook disse ao irmão. - Ele é importante pra mim.

- E eu? Eu sou importante? - o garoto perguntou.

- É claro que é, você é a pessoa maia importante na minha vida - era perceptível o tom de culpa na voz de Jeon.

- Não parece! - Junghyun agora chorava. - Você se esquece que eu só tenho você? As meninas não são minhas irmãs, a madrinha e o padrinho não são meus pais, e essa não é minha casa. Você é o único que restou da minha família, e nem ao menos me liga para saber se estou bem!

- Hyun... - chamou o mais novo. - Me perdoe. Eu só... Só andei distraído.

- Com seu namorado! - o menino retrucou. - Sabe como é pra mim? Não ter pais, não ter irmão, não ter nada?!

- Você tem a mim - disse Jungkook. - Eu te amo, cara. Não duvide disso.

Houve um tempo de silêncio dentro do quarto.

- A mamãe está piorando - Jungkook disse. - E ela queria que você fosse visitá-la.

- Não - o garoto resmungou. - Não vou.

- Junghyun... - o mais velho tinha a voz exausta já. - Por favor.

- Ela nem se lembra de mim - Junghyun disse.

- Ela tem aids, não amnésia - Jungkook respondeu. - Ela se lembra muito bem de você.

Depois daquilo Jimin decidiu que precisava sair dali, não podia mais ouvir a conversa dos irmãos.

A mãe de Jungkook tinha aids? Jimin gostaria de questionar o namorado, mas também escondera muitas coisas sobre seu passado. Não tinha direito algum.

Sentado no sofá, esperou por Jungkook, e pouco tempo depois ele veio, parecendo um pouco conturbado.

- Nós já vamos, tios - Jungkook avisou na sala de jantar. - Fiquem todos bem.

Após uma despedida mais detalhada, Jungkook e Jimin deixaram a casa dos Jeon, com Hyonjin gritando "paz, filhos da puta".

Assim que entraram no carro, Jimin puxou Jungkook e lhe deu um beijo, abraçando seu corpo com força, querendo transmitir ao rapaz tudo o que ele não conseguiria dizer com palavras.

Se assumir e assumir Jimin, na frente de uma madrinha tão conservadora, era um ato tão corajoso.

- Eu te amo, Jungkook - disse Jimin, ao quebrar o beijo, enquanto seus olhos se encontravam, cheios de brilho.

- Eu te amo, Jimin - Jungkook beijou o topo de sua cabeça, abraçando-o firme. - Te amo.













// 6 mil palavras amiguinhos, é

espero que todos tenham tido paciência pra ler (?)

um pouquinho mais do passado dos meninos aí

mas quero falar uma coisinha com vocês, é algo que vi em muitas das minhas fics.

pessoas achando que eu tenho depressão, porque eu escrevo addict e também bankruptcy.

Eu não tenho depressão, nada disso, nem uma doença ou coisas assim.... (?) As pessoas tem mania de associar o que p autor escreve ao que o autor é. E sim, tem autores que se inspiram em si mesmos pra escrever, e alguns que praticamente se descrevem e aí põem um nome no personagem.

Mas eu não, okay? Tudo o que eu escrevo, eu invento, eu crio, não tem quase nada meu nos personagens. Eu não faço idéia de como é ter depressão mesmo, ou qualquer um desses distúrbios, tudo o que escrevo é o que eu imagino, o que eu vejo. Eu crio todos os sentimentos, eu não pego do meu coração.

Sou totalmente diferente dos meus personagens, okay? Não precisa se preocupar comigo.

Tem mais, eu já vi pessoas me perguntando se o jimin de addict tem depressão, ansiedade, o QUE É QUE O JIMIM TEM?

O jimin tem dor. É isso que ele tem.

Não existe só UMA forma de se sentir a depressão, a ansiedade, a bipolaridade, a esquizofrenia, não, tem VÁRIOS graus e cada pessoa sente de uma maneira diferente. Não queiram classificar.

Sobre a abstinência à drogas, também varia, ok? Para o Jimin de addict, eu me baseio na forma como EU vi as pessoas sofrerem por abstinência.

Era só isso, era só pra esclarecer mesmo.

Enfim, votem e comentem, e falem sobre addict comigo no twitter, eu amo amo amo.

se você é novo por aqui, dê uma olhada no meu perfil, eu tenho outras fanfics além dessa.

obrigada por lerem <3

VEJAM O COMEBACK DO EXID

meus nenems estão tão felizinhos e com uma corzinha tão linda

PORRA KIM TAEHYUNG

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