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Jimin abriu os olhos.

Jimin abriu os olhos, e precisou de cinco minutos para, finalmente, começar a pensar.

Ele não estava em casa. Os móveis bem cuidados não eram seus, a extrema organização do lugar não era sua.

Ele virou a cabeça e pôde ver que na parede haviam alguns quadros, retratos de Jungkook com outras pessoas.

Jimin se sentou na cama macia e olhou pela janela, podia ver perfeitamente a sua casa dali, mas era noite.

Ele olhou no relógio ao lado da cama, eram quase nove horas da noite. Deus, ele dormiu o dia todo.

Estava na casa do Jungkook, isso estava claro. O que não estava claro era como ele havia chegado ali.

A verdade, é que na noite passada, Jimin fora trazido por Jungkook até sua casa, após o estresse no carro.

Eram quatro da manhã, Jimin estava prestes a apagar, mas fedia a álcool e perfume barato, então Jungkook levou-o para o banho. Ele despiu-o quase por completo e o fez entrar embaixo da ducha fria. Jimin chorava e tentava fugir, dizendo palavras desconexas.

- Fique parado - Jungkook pedia, enxaguando a espuma do cabelo de Jimin.

Jimin chorou o banho todo, dizendo que Jungkook estava judiando dele, que queria tirar sarro dele. Só se calou quando o mais velho enfiou uma escova de dente em sua boca.

Mas Jimin não lembrava desse banho e nem de como fora carregado até a cama, e de como Jungkook acariciou seu rosto até que dormisse.

Jimin se lembrava do que acontecera na noite passada, pelo menos algumas partes. E já era constrangedor o suficiente.

Lembrava-se de Adolf, e do desespero que fora tentar fugir dele. Lembrava-se de dizer coisas estranhas para Jungkook, no carro, mas não se recordava das palavras que dissera.

De qualquer forma, ele tinha certeza que alguma merda havia feito.

Ele olhou para as roupas que vestia, e viu que não eram suas, a camisa era maior que o normal e a calça apertada demais. Eram roupas de Jeon.

Jimin se levantou, e ao pisar no chão gelado, sentiu uma dor horrível na cabeça, com um pouco de tontura. A dor de cabeça, no dia seguinte, era o que fazia Jimin se arrepender de se drogar, quando adolescente.

Ele abriu a porta do quarto, devagar, e desceu as escadas, com a mão na testa, em uma forma, inútil, de aliviar a dor.

- Merda - Jimin resmungou, enquanto seu cérebro trazia à tona os acontecimentos da boate e o que se passara depois.

Como pudera se enfiar em tanta encrenca?

Ele não fazia a mínima idéia de como caía nessas camas de gato. Quando via, já estava enroscado.

Ele não viu sinal de Jungkook na sala, mas ouviu o barulho de água fervendo, na cozinha. E ele iria sair correndo daquela casa, se o dono dela não tivesse atravessado pela porta, no exato nomento.

- Ia em algum lugar? - Jungkook perguntou, casualmente, trancando a porta.

- Pra minha casa, talvez - Jimin o respondeu, cansado.

- É assim que me agradece? - Jungkook passou por ele e foi tirar a chaleira do fogão.

- Agradecer? - Jimin perguntou, acompanhando, com o olhar, os movimentos do rapaz.

- Não sei se você se lembra - Jungkook suspirou, começando a passar o café. - Mas eu te livrei de um cara que iria abusar do seu corpo.

A sensação, das mãos sujas de Adolf percorrendo sua pele, lhe ocorreu, e ele sentiu um arrepio ruim.

- É claro que eu me lembro - Jimin disse, sentindo o rosto ficar quente.

Sentia uma vergonha imensa de si mesmo. Ele não queria que Jungkook soubesse das coisas que fez, das coisas que era capaz de fazer.

Ele se sentia um lixo ao lado de Jungkook, se sentia sujo e podre.

Não queria que Jungkook tivesse visto-o daquela forma.

Mas uma coisinha despertou na mente de Jimin.

- Como você me encontrou? - Jimin perguntou, e viu Jungkook olhá-lo, sem expressão alguma. - Como sabia que eu estava na boate? Eu não liguei pra você.

Foi um momento de silêncio, enquanto Jimin não conseguia ver sentido naquilo.

Ele ligou para JJ, e não para Jungkook, disso ele tinha certeza.

- Me avisaram - foi o que Jungkook disse.

- Te avisaram? - Jimin se aproximou da bancada de mármore, confuso. - Como assim?

- Um tempo atrás - Jungkook começou, ainda filtrando o café. - Uma ong ligou para mim e para o sr. Byun, e eles perguntaram se nós podíamos ajudar quando precisassem.

- O quê? - Jimin estava tão surpreso, a notícia mal entrava em sua cabeça.

- Eles não podem mandar gente deles pra te ajudar - Jungkook explicou. - Então, eu e o sr. Byun concordamos em tentar te ajudar quando fosse preciso.

Jimin não fazia a mínima idéia daquilo. Ninguém lhe dissera nada sobre aquilo.

- Me ligaram ontem - Jungkook disse, sem olhar para Jimin. - E pediram para que eu fosse te encontrar, porque você estava em uma situação de risco.

- Você e o sr. Byun sabem sobre a ong? - Jimin perguntou, chocado.

- Eles nos contataram - Jungkook deu de ombros. - Nós aceitamos.

- E por que aceitaram? - Jimin o questionou.

- Por quê, Jimin? - Jungkook o olhou, visivelmente, irritado. - Por que a gente aceita ajudar uma pessoa? Será que porque a gente gosta dela e se importa com ela?

Jimin quis acreditar, mas sua falta de confiança lhe fez dar um passo para trás.

- Se importa? - Jimin também se irritou. - Tem certeza que se importa?

- Eu fui atrás de você naquela merda de lugar - Jungkook respondeu, jogando a chaleira, com força, na pia. - Naquele lugar cheio de bandido. Eu podia ter perdido a minha vida, pra te ajudar. E eu não me importo?

- Não se importa não - Jimin esbravejou. - Não se importa, porque se, realmente, se importasse, não teria brincado com a minha cara!

- Do que você tá falando? - Jungkook começou a se aproximar.

- De você e da Hani - Jimin começou a se afastar. - De você com ela, ontem. Um casal lindo!

- Você viu? - Jungkook parou no lugar onde estava.

- Com meus próprios olhos - Jimin lhe disse, sentindo a garganta começar a doer. - Diga agora que se importa comigo!

- Eu me importo, merda - Jungkook disse, bravo. - Tudo o que eu fiz, foi porque eu me importo.

- Cala essa boca! - Jimin pediu, exausto. - O máximo que você teve foi pena, foi dó.

- Dó? - Jungkook parecia incrédulo.

- Isso mesmo - Jimin sorriu, querendo chorar. - Você deve ter pensado: Ah, vou ajudar aquele coitado da casa ao lado, aquele louco, sem família ou amigos.

- Você não sabe o que diz - Jungkook abaixou a cabeça.

- Eu sei sim - Jimin foi para a porta, abraçando o próprio corpo. - Ninguém nunca se importou, o máximo que tiveram, foi pena. Mas obrigado pela consideração!

Ele queria ir pra casa, porque não se sentia bem vindo perto de Jungkook, se sentia um peso.

Também não queria discutir, porque esse não era o seu estilo, ele não gostava de perder o controle. Não queria brigar com Jungkook, porque o rapaz lhe ajudara na noite passada.

- Você é tão confuso - Jungkook lhe disse, tentando controlar a raiva.

- Eu sou - Jimin admitiu, fazendo um bico, involuntariamente. - É por isso que eu tenho um psicólogo. E aquela ong idiota não devia ter metido você e o sr. Byun nisso, não devia!

- Você estaria morto à uma hora dessas se eles não tivessem me ligado - Jungkook disse.

Não fora a primeira vez que Jimin estivera por um fio, Jungkook.

- Grande merda - Jimin debochou. - Eu morto ou vivo, não faz diferença.

- Você tem noção das porcarias que diz? - Jungkook perguntou, indo em sua direção. - Faz diferença sim, muita diferença!

- Jungkook - Jimin suspirou, tentando não explodir. - Só abre essa porta, deixa eu sair, e nunca mais se incomode comigo.

- Eu não te entendo - Jungkook riu, descrente, ignorando o pedido do outro. - Você diz que ninguém se importa, mas quando alguém mostra se preocupar com você, você age assim.

- Porque eu sei que não é real - Jimin desviou o olhar, procurando não chorar.

- É real! - Jungkook grunhiu. - Essa merda é real! Eu me preocupo com você, apenas aceite isso. Pare de se vitimizar, porque você não está sozinho!

- Não estou sozinho? - Jimin não conseguiu se segurar, e as lágrimas começaram a cair. - Quem é que está comigo? Você? Você, Jungkook?

- Eu sim - Jungkook tentou tocá-lo.

- Não! - Jimin o empurrou para longe. - Se você estivesse comigo, não teria ido atrás daquela mulher depois de me beijar!

- Eu não tenho nada com ela - Jungkook o respondeu, sentindo as veias pulsarem.

Santo Deus, era por isso que Jungkook decidira trabalhar em casa. Era tão difícil controlar as coisas pessoalmente.

Material contra material causa atrito. É melhor fazer de longe.

- Pois você devia ter - Jimin falou, alto, furioso. - Vocês deviam casar e ter nove filhos homofóbicos e falsos. Homofóbicos como ela e falsos como você.

- Não fale esse tipo de merda - Jungkook pediu, respirando fundo.

- Conta pra Hani, vai - Jimin o desafiou, com o rosto molhado, tremendo de raiva. - Conta pra Hani que você me beijou, conta que você é uma bichinha feito eu. Fala a verdade, aceita que você é gay!

- Não é isso - Jungkook bufou. - Não é por causa disso.

- Você é gay, Jungkook - Jimin riu, amargo. - Você é um viadinho, igualzinho à mim. Você gosta de pau, aceita! Somos todos gays, sujos, desviados, criações do demônio, o pecado da sexualidade, doentes mentais!

- Não fale assim, por favor, Jimin - Jungkook precisou fechar os olhos, com força, para não perder o controle.

- Aceite quem você é - Jimin rugiu. - Ou vá agora foder aquela merda que você chama de Hani!

- Eu não quero ela - Jungkook tentou tocar Jimin, novamente.

- Se não quer ela, então, pare de brincar comigo - Jimin pediu, agora, secando as lágrimas, tentando avitar os toques do maior. - Pare de se enganar e me enganar.

- Eu sei que eu sou gay - Jungkook, finalmente, conseguiu tocar o ombro de Jimin, e se aproximou dele. - Eu sei que eu gosto de homens.

- Então, por que fez aquilo? - Jimin tornou a se irritar. - Por que me beijou e depois foi beijar ela?

- Eu estou ajudando no karaoke do irmão dela - Jungkook explicou, aos poucos, ficando mais perto de Jimin. - Minha mãe é muito amiga dos pais dela. E foi ela que me beijou, eu não queria.

Parecia ser verdade, mas o ciúme de Jimin ainda insistia que era tudo uma grande peça e a piada era o próprio Jimin.

- Ah - Jimin abaixou a cabeça, insatisfeito. - Tanto faz. Me deixe ir embora.

- Quando vai parar de ignorar o fato de que eu me preocupo com você? - Jungkook perguntou, com a voz baixa, unindo seu corpo ao de Jimin. - Eu sei que é difícil confiar, mas por favor, acredite, eu me importo se você está bem.

- Você não devia se importar - Jimin suspirou, de olhos fechados, sentindo o perfume de Jungkook. - N-não temos nada.

- Temos sim - Jungkook o fez levantar a cabeça, usando a ponta dos dedos. - Você sabe que temos.

- Jungkook - Jimin pediu clemência, enquanto a mão de Jungkook subia de seu ombro para seu pescoço. - Você... Você gosta mesmo de mim? Diga a verdade, não me faça de bobo.

Jungkook não respondeu. Ele segurou o queixo de Jimin e selou seus lábios, e este devolveu a carícia, se afundando no beijo intenso e trêmulo.

Ele amava os lábios de Jungkook, os provara apenas algumas vezes, mas já era possível se tornar viciado.

Queria empurrar o rapaz, fugir dali, mas era fraco, seu emocional era fraco, e seu corpo não obedecia. Algo fazia com que ele desse mais importância à boca de Jungkook do que à seu orgulho.

Jimin suspirou, derrotado, enquanto Jungkook o beijava, se vendo perdido nas mãos de Jeon, vendo seu corpo entregue à ele.

- Jungkook - Jimin chamou-o, enquanto era levado para a sala, como uma marionette fácil de moldar. - Você g-gosta? Diga, por favor.

Precisava da confirmação antes de se entregar totalmente à Jungkook.

Mas ele não respondeu, de novo, apenas passou os beijos para o pescoço de Jimin, sentindo-o vibrar.

Quando Jungkook empurrou o joelho na direção de seu membro, afagando a pequena ereção, Jimin gemeu, tendo a certeza de que não conseguiria dizer 'não' à ele.

- Jungkook... - Jimin pediu, uma última vez, com a voz baixinha, sem nem conseguir terminar, tendo seu corpo depositado, com cuidado, no sofá.

- Eu gosto - Jungkook sussurrou entre um beijo e outro, a mão prendendo o cabelo do menor. - Eu gosto de você, Jimin.

Jimin era dele.

//eita

Tudo bem com vocês? Espero que sim.

Desculpa parar nessa parte, mas né, capítulo bem grandinho pra vocês.

Perdão pelo capítulo chato também, zzzz

Sorry bae

Eu to meio insegura com esse diálogo, mas tudo bem. Enfim.

Meio :((((( porque não vou na wings tour, mas não estou surpresa, eu nunca acreditei que conseguiria comprar os ingressos mesmo. So it's alright

Gente, vamos parar de chamar o menino Jimin de burro por ele não descobrir que o Jungkook é o JJ.

O menino é todo desequilibrado, vamos tentar entender.

Vocês saberiam se o psicólogo de vocês fosse seu próprio vizinho? Pensa bem.

Eu não faria a mínima idéia#

Mas ta tudo bem.

Votem e comentem, por favorzinho. E muito obrigado a todos que levaram meu pedido em conta, e abriram todos os capítulos pra votar direitinho.
GENTE, NÃO ERA DIFERENÇA DE 20 VOTOS NÃO, ERA COISA DE TIPO 150 VOTOS, EU FIQUEI CHOCADA, TEM MUUUUITA GENTE QUE NÃO VOTA, EU FICO ????

enfim. Muito obrigada.

Olha essa fanart abençoada

Olha meus filhos