Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Oinadrom Arseni

Oinadrom Arseni

A grande espaçonave NG-1546 liderava a pequena esquadra que fora enviada até o quadrante Thenos para averiguar um fenômeno de natureza estranha, que segundo a Coalizão não se tratava de um fenômeno natural e sim muito provavelmente algum dispositivo tecnológico de uso militar.

O capitão Oinadrom conduziu a esquadra para seu destino, no entanto, mesmo prevendo que seria uma armadilha, caiu nela. Assim que suas naves chegaram ao quadrante, depararam-se com um estranho vazio, um silêncio sepulcral, como se nada além de vácuo existisse ali. O Capitão sentia que algo estava errado, estava apreensivo, atento, mas não sabia o que esperar, não conseguia se precaver de ameaças com as quais não estava familiarizado. Oinadrom estivera em muitas batalhas com os alienígenas, mas nunca nenhuma delas se iniciara assim, no ermo espacial. Os radares estavam limpos, nenhum sinal de vida era captado por muitos kiltos. O capitão estava inquieto em sua cadeira de comando, tamborilava os dedos sobre o painel enquanto a nave avançava lentamente pelas nuvens de gás.

O oficial tático percebeu o radar acender e indicar a posição de pelo menos dez naves, mas não teve tempo de avisar. Todos os tripulantes perceberam ao mesmo tempo que foram cercados por uma frota muito maior, composta unicamente por encouraçados dos inimigos, assim que imediatamente abriram fogo contra a esquadra da Coalizão sem qualquer contato ou prévio aviso, como era costumeiro deles.

Após os solavancos e a recuperação do maior susto que tiveram em muito tempo, o Capitão levantou-se e sem dizer nada, avaliou os painéis de dano. Depois de constatar que o ataque não surtira muito efeito, ele caminhou até o meio do deque de comando, assumiu uma posição totalmente ereta com as mãos cruzadas atrás do corpo, e pediu ao Oficial Tático:

— Abra um canal de comunicação Tenente Wixlay. — O Capitão tentava evitar a destruição de suas naves com um discurso diplomático. Mesmo sabendo que durante duzentos anos de guerra os inimigos jamais responderam a uma mensagem.

— Canal aberto Senhor — informou o tenente responsável pela comunicação, sondagem e leituras de avarias, e outras coisas mais que vinham com o cargo de Oficial tático.

— Naves Danus, aqui quem vos fala é o Capitão Oinadrom Arseni, da Espaçonave Servanê da Coalizão Rohanî. Por favor, respondam. – O capitão estava de pé pouco a frente de sua cadeira na ponte de comando. Sua postura rígida e imperativa transmitia respeito e segurança. Embora esguio, o capitão demonstrava-se forte e bem preparado para o combate físico, o que não era comum para sua espécie. Como todos os outros Baroanos media dois metros e vinte de altura, magro, pele marrom-clara, dura como rocha, crânio ligeiramente alongado para trás e sem nenhum pelo, ausência de um nariz externo, lábios rentes à face, mas o capitão possuía algo que era incomum aos baroanos, os olhos cor-de-rosa, que não piscavam há mais de cinco minutos.

Nenhuma resposta foi enviada por parte dos inimigos. Oinadrom não queria acreditar na boçalidade de seus oponentes. Ele sabia que nunca fizeram contato, mas queria acreditar que eles eram capazes de evoluir e atender a pelo menos um chamado. Mas não foi esse o caso. Eles responderam com uma saraivada de disparos de energia Higgs. A nave estremeceu levando alguns desatentos ao chão, mas nenhum dano havia sido registrado, por sorte os campos de força da nave eram bastantes resistentes.

— Tenente, ligue-me com as outras naves da esquadra — ordenou o capitão.

Imediatamente Wixlay colocou todas as naves em conferencia para ouvirem as ordens do capitão, trabalho fácil, não precisava apertar mais do que três teclas para isso.

—Tudo pronto capitão — informou o tenente.

— Atenção todos! — iniciou Oinadrom com seu tom de voz imperioso. — Nós tentamos contato, mas fomos ignorados. Então não podemos abaixar a cabeça para essas bestas alienígenas. Assim que eu desligar vocês terão permissão para abrirem fogo à vontade contra toda e qualquer nave inimiga que nos atacarem. Na pior das hipóteses, não tentem ser heróis, a última nave foge e relata detalhadamente o ocorrido à Coalizão. Capitão Oinadrom desliga!

O capitão caminhou até o Segundo -Tenente que era o responsável pelos canhões, para ao lado dele e diz com sua boca sem lábios em tom alto, mas ao mesmo tempo macio.

— Tenente, eu cuido dos canhões. Vá ajudar em outro posto.

Bai Kierkegaard o Segundo Tenente olhou para o Capitão, e expressando seus sinais de dúvidas indagou:

— Senhor? Tem certeza?

— Sim Tenente.

— Mas senhor, eu sou experiente neste posto e anatomicamente possuo mais habilidade e velocidade.

— Tenente o senhor se lembra qual foi o seu resultado na simulação de batalha em sua prova final?

— Sim senhor. Foram Novecentos e quarenta alvos abatidos em seis minutos.

— Muito bom. Não querendo me exibir, mas o senhor por acaso se lembra dos meus resultados?

—Sim senhor... — respondeu o Segundo-Tenente levantando-se vagarosamente do assento. – Nove mil oitocentos e setenta e cinco alvos abatidos em dois minutos.

— Ótimo. Procure outro setor para ajudar.

— Sim senhor! — disse o Segundo-Tenente cerrando o punho e pousando-o sobre o lado esquerdo do peito. O capitão o avaliou por alguns segundos antes de acenar com a cabeça para dispensá-lo, pensando na possibilidade de que aquele gesto pudesse não significar submissão hierárquica, mas o contrário disso. Bai Kierkegaard era um Lifaneo puro que se mudou ainda muito jovem para Marty lV onde estudou e se formou com muitas congratulações na universidade mais concorrida do planeta. Mais tarde se inscreveu no programa de recrutamento da Esquadra Galáctica e passou com resultados incríveis. Ele era completamente Cihan, sem nenhum traço genético de qualquer outra raça, mas de tanto conviver e admirar seu capitão que por vezes acreditava ser um pouco Baroano. Ele comprimiu os lábios e deixou o deque de comando à procura de outro setor onde pudesse colocar suas habilidades em prática.

— Navegador, execute a manobra 334-OF — ordenou o capitão colocando suas duas mãos com três dedos cada, sobre o painel de controle dos canhões.

O navegador iniciou a manobra ordenada pelo capitão. Vagarosamente colocou a nave com o dorso para baixo e avançou rumando para as naves em sua dianteira com força de tração mínima.

Conforme a Servanê avançava em direção a seus inimigos, eles respondiam à essa ação com inúmeros disparos de seus canhões de Higgs, por sorte eles estavam usando a artilharia primária, caso optassem por usarem suas cargas de torpedos gluonícos, os escudos da nave não suportariam esse tipo de ataque por muito tempo. Mas eles sabiam que usar a carga de Glúons deles era uma medida desesperada e sempre guardavam para o final. Isso dava ao Capitão tempo para abatê-los antes que tivessem a ideia de usar sua mais poderosa arma.

Oinadrom teclava rapidamente no painel de armas e do lado de fora os canhões disparavam tão rápido e de forma tão aleatória que os inimigos mal podiam conter esses ataques. Quando desviavam energia de um lado da nave para fortalecer o escudo, do outro lado Oinadrom os pegava em seus pontos mais frágeis, e assim em menos de um minuto seis encouraçados viraram detritos flutuando no espaço.

— Capitão, travaram armas secundárias em nós — informou Wixlay.

— Quantos? — perguntou o Capitão sem tirar os olhos dos painéis.

— Dois, Senhor — respondeu o Oficial.

— Navegador, prepare a manobra evasiva 509-LK e fique pronto para acioná-la ao meu comando — ordenou o Capitão.

— Sim senhor — respondeu o Navegador movendo rapidamente as mãos sobre os painéis de configuração de manobras.

Os disparos contra a Servanê eram frequentes e massivos, mas ela estava suportando bem. Ao contrário de outras naves da esquadra que estavam sendo abatidas uma após a outra sem chances de defesa.

— Senhor, perdemos a Xeríb, Dûr e Tunekirinê. Mais oito naves estão avançando em nossa direção — informou o Oficial tático.

— Mantenham a calma e fiquem firmes — disse o capitão com seu aspecto impenetrável.

As naves se aproximavam rapidamente no ecrã central. As que estavam ao redor disparavam com tudo o que tinham em sua artilharia primária. Algumas das grandes naves liberaram caças pequenos para se aproximarem da Servanê e lançarem bombas de perto.

— Senhor, os caças lançaram bombas de remoção iônica e de tração contra nós — informou o oficial tático.

— Elas podem atravessar os escudos? — perguntou o capitão.

— Não senhor. Mas se detonarem corretamente vão sugar nossos escudos e nos tirar a estabilidade — explicou Wixlay em tom de preocupação.

A porta do deque de comando se abriu e por ela entrou o Comandante com seus olhos vidrados no visor geral. Ele segurava as costelas que haviam sido quebradas poucos dias atrás num acidente corriqueiramente comum. O Cihan olhou a ponte piscando em vermelho, naves ao redor, escudos perdendo potência e as naves aliadas sendo abatidas, e seu raciocínio extremamente rápido lhe permitiu avaliar toda a situação e prever grandes acontecimentos em frações de segundos. Ele olhou para o painel de execução de manobras e compreendeu o plano do Capitão.

— Comandante, não deveria estar aqui. Vá se recuperar! — ordenou o Capitão.

— Que tipo de comandante eu seria se não servisse à minha nave até meus últimos segundos de vida, senhor? — indagou ele com sua voz galante.

— Muito bem — concordou o Capitão. — Fique atento às manobras deles e calcule qualquer imprecisão nos meus planos.

— Sim senhor! — respondeu o Comandante.

Servanê aproximou-se de um conjunto de naves que se moviam juntas e o capitão passou a disparar mirando sempre a do meio, caso errasse ela teria grandes chances de acertar as das laterais. Mas os inimigos eram devotados à guerra e perceberam a falha de cálculo deles muito rapidamente e desfizeram a formação. As naves inimigas continuavam atacando sem dar descanso para as naves da Coalizão. Uma após outra as naves iam explodindo e deixando para trás detritos e lembranças.

As naves que avançavam em direção à Servanê estavam a uma distância razoavelmente perigosa. Elas passaram a atirar na nave de guerra da União, no entanto, não estavam usando seus tiros de energia e sim munição balística comum.

— Senhor, as naves que se aproximam estão atirando em nós com torpedos de massa. E as bombas disparadas pelos caças não eram bombas comuns, eram minas programadas, Senhor — informou o oficial tático.

— Eles estão usando munição de massa para encher nossos visores de detritos, Capitão. E as minas serão detonadas em breve, melhor nos livrarmos delas — disse o Comandante levantando-se de sua poltrona.

— Muito bem calculado, Comandante Jukka — declarou o Capitão com sua voz seca e em tom baixo.

As naves se aproximavam cada vez mais, estavam entrando numa zona de perigo máximo. Todas juntas disparam uma carga completa de torpedos de Glúons, detectada previamente pelo oficial Wixlay. O capitão ordenou o acionamento da manobra evasiva e imediatamente a nave mergulhou no espaço livrando-se das minas que explodiram em seguida, e os tiros de Glúons acertam as naves aliadas dos alienígenas guerreiros.

Na ponte de comando Wixlay observava o visor geral e contemplava tamanha destruição. Uma grande nuvem de destroços se formou no centro da batalha. O oficial sorria levemente enquanto dirigia os olhos para o Capitão.

— Excelente manobra, Capitão — elogiou Wixlay.

— Obrigado oficial, mas está longe de acabar. Eles começaram a usar Glúons, se um tiro desses nos acertar, perderemos metade da capacidade de nossos escudos. E não posso usar manobras tão bem elaboradas quanto essa, os detritos nos acertariam — lamentou o Capitão.

— Capitão... — chamou o imediato. — Começo a perceber um padrão. O tempo todo eles têm brincado conosco. O objetivo deles não é nos eliminar, mas sim nos humilhar. Eles poderiam ter acabado com nossa esquadra assim que nós chegamos, eles possuem números e armas superiores. Mas por que não o fazem? Eles estão nos estudando Capitão, aprendendo nossos métodos de batalha.

— Você pode estar certo Comandante. Essa é uma informação preciosa e precisamos repassá-la ao alto comando — respondeu o Capitão.

As naves apertaram o cerco e dispararam com toda sua artilharia primária, mas desta vez todas elas miravam a Servanê e em único ponto específico; o dorso da nave.

O impacto fez com que a estabilidade na nave fosse comprometida por meio segundo, o suficiente para resultar em quedas e acidentes desastrosos. O imediato que estava de pé foi ao chão, batendo sua testa com muita força, as luzes principais piscaram fazendo com que a nave escurecesse quase que totalmente por alguns segundos, as luzes de alerta de emergência piscavam em ritmo lento fazendo com que todos tivessem visão parcial do que acontecia no deque principal. O imediato levantou-se devagar, apoiando-se com os braços e ainda um pouco zonzo, olhou ao redor e avistou todos os companheiros se levantando. Ainda vivos, pensou ele.

— Senhor, dorso comprometido. Eles eliminaram o campo de força dessa área. Um tiro qualquer perfurará o casco — informou o oficial tático ofegante.

— Eles perceberam que não podiam atravessar os escudos ventrais então atiraram nos dorsais, muito espertos — informou o capitão para si mesmo. — Senhor Wixlay, transfira energia do ventre para o dorso da nave, imediatamente.

— Mas senhor... — tentou contestar o oficial.

— Imediatamente! — ordenou o capitão em tom ríspido.

— Sim senhor — concordou o oficial.

— Cancele essa ordem! — ordenou o Comandante.

O capitão respirou fundo e sem parar de disparar contra os adversários, vociferou:

— Comandante você é só o segundo em comando se me lembro bem. Essa ordem será cumprida imediatamente. — O Capitão expressou pela primeira vez a sua fúria.

— Não posso deixar você fazer isso. Acabou, não vê? — bradou o Comandante apontando para o painel geral. — Não temos como vencê-los. Nossos escudos estão fracos e se desviarmos energia de um canto para outro, ficarão ainda mais fracos. Eles perderam dez vezes menos naves que nós no total. Só temos mais duas. É hora de partir, Capitão.

— Não. Nós lutaremos até o fim. Ordene que a outra nave fuja — disse o Capitão com os olhos fixos nas telas.

O imediato se aproximou do capitão, parou atrás dele e disse:

— O senhor não entendeu Capitão. É hora de o senhor partir. — E com a arma de energia disparou contra a nuca do Capitão, que caiu desfalecido sobre os painéis.

Wixlay olhava para aquela cena estupefato. Mal podia acreditar no que estava acontecendo. Ele elevou a mão apontando para o Comandante e gritou:

— Isso é insubordinação Comandante, poderá morrer por isso.

O comandante colocou as mãos para trás e olhando seriamente para o oficial declarou:

— Sabe tão bem quanto eu que não temos chances de virar esse jogo. Sabe tão bem quanto qualquer um aqui, que o Capitão continuaria lutando para não se render. Sabe melhor do que ninguém que se todos nós morrermos aqui, a estratégia dos inimigos prevalecerá por muito tempo, mas se enviarmos um mensageiro para a sede da Coalizão, eles certamente aprenderão com nosso lastimável erro.

Wixlay abaixou a mão. Comprimiu os lábios enquanto apoiava-se sobre os painéis, de cabeça baixa e pensativo. Ele tornou olhar para o Comandante, que ainda mantinha sua postura firme bem no meio da ponte de comando. O oficial afastou-se dos painéis e acenou com a cabeça em sinal de positivo.

— Ótimo! — disse o Comandante. — Agora que estamos entendidos vamos aos detalhes. Quero dizer a todos vocês que foi uma inestimável honra servir com cada um de vocês. Nós manteremos nossa honra e nossa glória intactas pelo Capitão, enquanto ele nos fará viver para sempre.

Os oficiais da ponte prestam o sinal de submissão hierárquica e retomam seus postos imediatamente.

— Coloquem o capitão num módulo de fuga e o lancem junto à nuvem de detritos, isso irá protegê-lo até que o programa execute a rota de fuga. E vocês continuem atirando e movendo-se, vamos! — gritava o Imediato apontando pessoas enquanto delegava as ações.

Dois cadetes colocaram o Capitão desfalecido numa maca flutuante e o levaram para um módulo de fuga, de classe exploratória; um dos melhores que existia. Programaram o módulo para saltar ao hiperespaço dez minutos depois de ser lançado, e travaram a programação com uma senha de segurança.

Eles colocaram o módulo na câmara de lançamento, travaram todas as portas e acionaram as barreiras de proteção. Desligam a gravidade artificial daquele setor e abriram a comporta externa, depois só observam o módulo flutuar lentamente pela sala e ser disparado velozmente para fora da nave rumo ao espaço escuro; tinha de ser feito assim, manualmente, como um descarte de lixo, ou uma peça solta, para evitar rastreamento. Eles fecharam as comportas e correram para os canhões secundários, cada um deles queria ter a honra de enfiar pelo menos um tiro naqueles malditos alienígenas.

O imediato assumiu os controles de navegação enquanto o Segundo - tenente foi chamado de volta à ponte para cuidar das armas. Assim que o Segundo-Tenente assume seu posto, começou disparar incansavelmente contra os inimigos.

— Senhores, daremos a eles tudo o que temos — informou o Comandante Jukka.

A Servanê voava no meio do cerco disparando tudo o que tinham enquanto tentavam se desviar dos tiros inimigos. Quando era acertada, o impacto fazia com que a estabilidade nave fosse comprometida, isso era um sinal grave de que estavam perdendo a batalha. Os sistemas da nave falhavam constantemente em decorrência dos danos recebidos, e isso além de assustar parte da tripulação, fazia com que a fragilidade da nave aumentasse a cada segundo. O comandante acreditava que nenhuma nave conseguiria sair dali, então atacava com ferocidade.

— Por que não ordena que a outra nave fuja, senhor? Nós os seguraremos aqui. — Quis saber o Segundo-tenente.

— Eles não vão nos deixar fugir. Eles montaram um cerco alternado em três linhas, justamente para impedir uma manobra evasiva de sorte. Encheram o campo de detritos, para restringir nossos movimentos. Se nós quebrarmos o cerco, metade deles ira perseguir a nave e a destruir em segundos. O capitão estava focado demais no ataque, não conseguiu ver que já entramos na luta perdendo — informou o Comandante.

— Então vamos arrebentar com eles — disse o Segundo-tenente sorrindo com o canto da boca.

— É isso mesmo meu caro, vamos arrebentar com eles — afirmou o comandante apontando para o visor geral onde a imagem das naves inimigas era exibida com nitidez surpreendente.

O Capitão despertou de seu tonteio temporário e ainda sentindo-se zonzo e trêmulo tentou mover-se. Percebendo que estava impossibilitado, olho ao redor e então se deu conta de que estava preso num módulo de fuga. Acionou o visor e passou a assistir a batalha de bem longe.

A Servanê era uma conceituada nave de guerra e estava exercendo muito bem o seu papel. Voando em círculos pelo lado interno do cerco, disparando tudo o que tinha, sem se render, mas sem possibilidades de vitória.

O capitão tentou acionar o canal de comunicação, mas estava bloqueado. Ele cerrou os punhos e recostou a cabeça no estofado de proteção. Ele pensou em tudo mesmo. Bloqueando minha comunicação, os inimigos não podem me achar. Me escondeu nos detritos para que fosse confundido pelos radares e muito provavelmente serei lançado ao hiperespaço depois que a batalha terminar, pensava o Capitão.

Os olhos rosa de Oinadrom estavam fixos na batalha que durava impressionantemente alguns minutos. Os inimigos dispararam uma carga de Glúons, mas Jukka conseguiu desviar-se por poucas dezenas de metros. Servanê não mais atacava, só se desviava dos tiros e oferecia o lado mais forte do escudo para tiros com baixa potência. O Capitão sabia que não haveria mesmo alternativa, mas seu coração estava pulsando tão forte que se ele pudesse se transformar num canhão, dispararia seu próprio coração naqueles inimigos.

Uma carga de Glúons foi disparada, a Servanê mergulhou para a direita e se desviou. A segunda carga foi disparada, a Servanê mergulhou para a esquerda e se desviou novamente. A terceira carga foi disparada, a Servanê girou e ofereceu o escudo, mas a carga era alta demais. O escudo falhou e imediatamente a nave de guerra vencedora de seiscentas e oito missões foi transformada em uma nuvem de detritos imprestáveis.

— Nãããããããããããoooooooooo!!! — gritou o Capitão em seu módulo de fuga, batendo os punhos contra cockpit. Ele sentia seu coração despedaçar-se junto com a nave e com os demais corações que ainda estavam nela.

Oinadrom sentia suas pernas vacilarem, se não estivesse preso num módulo de fuga individual, certamente haveria desabado ao chão. Seus olhos se encheram de lágrimas, que rapidamente transbordam e rolam pela sua face marrom. Ele observava a nuvem de poeira e restos de naves e não conseguia se conter, todos os amigos que tinha naquela nave, era sua família e sua vida. Passou pela sua cabeça diversos flashes de memória mostrando Wixlay, o Segundo-Tenente, o Comandante Jukka, a Cadete Roji, o Oficial médico Fiuym e o mecânico Sux-lai. Ele não conseguia pensar em nada que não fosse aquelas pessoas. Um momento tão curto visto do exterior parecia a eternidade olhando do interior. O Capitão de punhos cerrados e olhos semifechados bateu com a cabeça no cockpit tentando causar dor a si mesmo como forma de autoflagelação.

A nuvem de detritos se expandiu lançando pedaços das naves para todos os lados. Os inimigos desfizeram o cerco e partiram pelo hiperespaço deixando a zona Thenos tão silenciosa quanto sempre foi. O capitão tentava a todo custo decifrar a senha para assumir o controle do módulo, mas nada adiantava, todas as tentativas resultavam em erro. Até que de repente, todo o interior do módulo se acendeu e no visor geral apareceu uma contagem regressiva ao lado de uma rota de destino.

Trousian, que previsível Jukka. Não acredito que está me mandando diretamente para a sede do conselho da Coalizão. Mas se é assim que decidiu, não tenho o que fazer a não ser esperar pela chegada. Seu desgraçado, era eu quem deveria estar lá, era eu. Vocês não deveriam ter feito isso, nenhum de vocês. Eu iria desligar o suporte de vida e lançar todos vocês pelo hiperespaço, mas vocês me traíram, pensava o Capitão enquanto sentia suas lágrimas transbordarem seus olhos, escorrerem pelo rosto e caírem sobre seu peito. O que vou fazer sem vocês? O que vou dizer para meu pai? Que falhei como Capitão? O que será de mim? Vocês não tinham o direito de me roubar o último momento de glória; não tinham. De Capitão de uma nave de guerra a mensageiro. Esse é o futuro que me aguarda? Não quero.

Não tinha mais nada a ser feito ali. Ele teria de se conformar com a partida. Teria de se conformar em ser o mensageiro e não o herói caído. Oinadron fechou os olhos tentando conter as lágrimas e sentiu o tranco do módulo iniciando o salto. A viagem seria longa, o sistema acionaria em breve a hibernação, e ele iria dormir quase todo o percurso. Mesmo viajando tão rapidamente o módulo levaria duas semanas para chegar ao planeta de destino, e esse tempo seria extremamente enfadonho para seu tripulante, por conta disso o sistema automático de hibernação era acionado nesse tipo de viagem. Mantendo assim o tripulante seguro e descansado até o término da viagem. Oinadrom sentiu os vapores químicos sendo liberados, e sua visão começou ficar turva, ele não mais podia ver o fluxo de energia do hiperespaço, apenas sentia uma leve pressão atrás dos olhos. Sua respiração passou a ficar cada vez mais lenta e sua consciência por mais que se apegasse às raízes de luta, perecem diante ao sono quimicamente induzido.


>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

E aí pessoal?

Repostando essa história pela qual tenho muito apreço. Espero que gostem. 

Deixem comentários e votos, pois eles ajudam a salvar unicórnios dos maus tratos. ^^

Beijos da Pri! ^^

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro