CAPÍTULO 30
Olá, deixa eu explicar que aqui é capítulo 30, o bônus anterior entra como o 29.
Só pra não fazer bagunça no arquivo original. 😁
Então, voltei... como vcs estão?
Eu morrendo de saudades! ❤️
Logo atualizo vcs nos próximos capítulos, obrigada por tudo. 🥰
🍃
24 horas antes do baile...
Olho mais uma vez para conferir se não há nenhuma mensagem de Alex. Tenho que admitir que estranhei essa aproximação dele. Mas ainda tenho a vantagem da perda de memória e tenho que aproveitar o máximo.
Olho para ver se está tudo dentro da minha bolsa, e quando a deixo em cima da cama, vejo o envelope que recebi do meu pai dias atrás.
"Faça ele assinar esse documento, e eu digo onde está sua mãe"
Sorrio.
Eu tenho sido uma ótima atriz há anos, fingir que não sei onde está minha mãe, que sofro todas as vezes em que meu pai a usa para me manipular, não é fácil. Porque por diversas vezes já tive vontade de mandar ele a merda.
Mas se eu fizer isso, a coloco em perigo, além de sofrer as consequências da ira dele. Tenho que continuar mantendo a farsa. Penso em Alex por um momento. Como teria sido a vida dele se eu não tivesse entrado em sua vida a mando do meu pai?
Ás vezes eu já não sei se o amo de verdade ou não. Sabe como dizem: uma mentira contada muitas vezes se torna uma verdade. No início eu só sentia raiva, porque foi por causa dele que tive que me afastar de Gregory, a quem eu realmente era apaixonada. Mas com o tempo fui gostando de Alex, afinal ele era uma pessoa muito fácil de se amar.
Atencioso. Carinhoso. Por mais que ele tente esconder tem um coração generoso. E até mesmo a arrogância que dava as caras de vez em quando eu aprendi a gostar. Fiquei confusa por muito tempo sobre meus sentimentos, mas quando Gregory voltou da Europa, eu esperava tudo, menos que meus sentimentos por ele estivessem mais vivo do que nunca.
Me mantive firme até que acabei caindo em tentação. Acabei me envolvendo com ele, mesmo estando com Alex.
"Eu amo você, Gregory"
Disse em uma das nossas discussões. Ele riu.
"Sua forma de demonstrar amor é estranho. Não é comigo que você está"
"Não estou com Alex porque o amo, mas porque sou obrigada"
Acabei deixando escapar. Ele me encara. Então conto a ele tudo o que aconteceu comigo e minha mãe até que me separei dele para ficar com Alex.
"Meu Deus Sophia"
Ele parece não acreditar.
"É verdade"
Ele me encara.
"Então conte tudo ao Alex. Conte como você me contou agora, ele vai poder te ajudar"
Começo a rir e a chorar ao mesmo tempo.
"Eu não posso"
"Pode"
Nego com a cabeça, ele me abraça, sei que é passando força e confiança. Mas não é isso que sinto quando sinto seus braços me apertando. Como eu estava com saudades de sentir seu cheiro, de senti-lo.
Sem pensar duas vezes eu me movo, e o beijo. Gregory me afasta.
"Não podemos"
"Não faça isso comigo, por favor"
Volto a beijá-lo. Ele ainda resiste.
"É a casa dele Sophia"
Me afasto somente o necessário para poder encará-lo.
"Eu vou contar a ele assim que sairmos daqui"
Prometi algo que não saberia se seria capaz de cumprir. Mas eu faria qualquer coisa para ter ele por mais uma vez. Gregory concorda, e tento beijá-lo mais uma vez, e dessa vez não encontro barreiras.
Eu estava me sentindo no céu. Eu estaria mais uma vez nos braços do homem que amava. Mas descobri que tão intenso quanto subir ao céu no prazer, era descer ao inferno na dor. A dor que vi nos olhos de Alex quando ele abriu a porta do quarto.
Eu tinha estragado tudo mais uma vez...
...
— Sophia!? — a voz do meu pai me tira dos devaneios do passado. Não tenho tempo de assimilar o que esta acontecendo quando recebo um tapa que faz arder meu rosto e minha alma. — Sua inútil! — ele tenta me bater novamente, mas dessa vez sou mais rápida e desvio.
— O que o senhor está fazendo? — ele está transtornado.
— O que eu estou fazendo? Eu quero saber o que você estava fazendo que não descobriu que Alex já recobrou a memória, sua imbecil? — eu fico sem saber o que dizer. — Quando eu penso que você vai ser útil pra alguma coisa, descubro que está sendo passada para trás.
— E como eu poderia saber? — me defendo. — E, como você sabe? — ele ri.
— Meu informante me avisou que dias atrás Alex levou a vagabunda na casa dos pais, e os colocou a par de tudo, inclusive a filha dela, é dele e não do advogado. — tento absorver e raciocinar tudo.
— Não pode ser. Eu estive com ele ontem, ele me levou para jantar. — ele começa a rir.
— Você era a desculpa perfeita para que o capacho dele entrasse na minha casa e colocasse câmeras e escutas. — ele aponta para mim. — Como falei, imprestável. — começo a entrar em pânico. Se ele tem um informante que está dentro da casa do Alex, então ele pode desconfiar que... Não, não pode ser.
— Quem é seu informante? Como você confia tanto nele assim? Ele pode estar mentindo sobre isso. — ele me encara e ri.
— Você realmente achou que me enganou esses anos? Que eu não sabia que você escondeu sua mãe bem de baixo do meu nariz? Eu só me fiz de sonso porque pensei que assim você poderia fazer algo útil e aproveitável, afinal coloca-la dentro da casa dele, foi uma jogada e tanto. — sinto meu coração gelar com suas palavras. Mas não fui eu quem a colocou lá. — Eu realmente achei que poderia sair algo de bom disso tudo, mas como sempre, você não presta para nada.
Sinto que estou entrando em pânico. Não consigo respirar. Ele sabe. Ele sempre soube. Eu preciso fazer alguma coisa. Meu pai sorri.
— Mas a festa de todos está para acabar. — seu sorriso some, e seu olhar se torna sombrio. — Eu não vou conseguir o que sempre quis, mas vou garantir que Alexander também não consiga o que quer.
— O que você pretende fazer? — vou atrás dele quando ele começa a sair do quarto. Mas sou surpreendida por um de seus homens que entra no quarto. — Garanta que ela não saia daqui.
— O que? Mas por que? — entro em desespero.
— Tenho planos e você não pode me atrapalhar. — ele me olha sério. Eu preciso pensar. Pensa Sophia. Ele me analisa.
— Porque acha que vou atrapalhar? — mudo meu semblante. — Você não foi o único que eles enganaram. Me fizeram de idiota. — ele estreita seus olhos.
— Então você está disposta a me ajudar?
— Sempre estive, não estive? — sinto uma mágoa tão grande dentro de mim, por ter sempre feito tudo que ele quis, e ele nunca sequer demonstrou algum afeto.
Sinto uma raiva tão grande me invadindo. As lágrimas caem livremente, mas não sei dizer pelo que estou chorando. Talvez por tudo.
— Então está disposta a fazer algo certo dessa vez? — ele me pergunta sério. Eu estou?
— Sim. Ao menos dessa vez. — ele sorri, e olha para o capanga.
— Cuide dela, eu aviso quando chegar a hora. — com isso ele sai, e eu encaro o homem mal encarado a minha frente.
Assim que saio do quarto para ver quem tanto bate, vejo Mary no corredor.
— Desculpe, mas Adam já está a sua espera. — ela informa. Sinto meu coração acelerar.
— Peça para que ele espere só mais um momento. — ela concorda e sai. Entro e vejo que Alex já está entrando no banho. — Sabe, o bom da minha família já saber da verdade, é que não vai estranho eu sair daqui com Adam. — Alex resmunga algo que não consigo entender.
Me olho no espelho e arrumo o que falta. Com uma ansiedade que não sei explicar eu me despeço de Alex e vou para meu destino. Ao descer as escadas eu vejo meu amigo me esperando, e claro sendo interrogado por meu irmão.
— Estou pronta vamos? — Adam me olha e sorri. — Até depois irmãozinho, se comporte. — ele sorri.
— Eu vou sair com papai, ele vai me levar para tomar sorvete. — ele sorri de forma arteira.
— Você tomou sorvete o dia todo. — ele coloca o dedo nos lábios.
— Amanhã é aniversario da mamãe, eu sou a desculpa para ele comprar o presente dela. — compreendo a tática. — Você esqueceu não é mesmo? — se esqueci? Claro.
— Ando com muita coisa na cabeça. — ele segura minha mão.
— Relaxa, vamos comprar dois, assim você pode dar um. — ele pisca para mim.
— Combinado. — pisco de volta. Adam olha no relógio e vejo Mary e minha mãe se aproximarem. Minha mãe está com a neta em seu colo. — Deixa só eu dar um beijo nela. — Isabella abre o sorriso quando vê Adam, e nem me dá bola. Adam ri.
— E aí gorducha? — ele fala se aproximando dela. Bato nele por chama-la assim.
— Não chame ela assim. — ele não liga, e fala mais uma vez assim e ela se derrete toda. — Desisto. — minha mãe sorri. Acabo rindo. Thomas aparece com meu pai, vindo da cozinha.
Quanto contei a ela toda a verdade sobre meu falso relacionamento com Adam, ela falou que eu era uma mulher de sorte, por ter um amigo como ele. E, eu tenho que concordar.
— Agora vamos. — puxo Adam pelo braço. — Quanto mais cedo eu for, mais rápido volto.
Me despeço de todos e saímos indo direto para a garagem. Meu pai, meu irmão e Thomas descem juntos, fico mais tranquila em saber que Thomas vai estar com eles. Estamos a caminho do evento e sinto uma sensação estranha. Não sei dizer o que é, mas é algo ruim.
— O que foi? — Adam pergunta. Olho para ele que me encara.
— Não sei, estou angustiada. — ele segura minha mão.
— Talvez por ser seu primeiro evento depois de tudo que aconteceu, é normal. — sorrio sem vontade.
— Pode ser. — ele continua me encarando. — Alex me falou sobre Suzy. — Adam meneia a cabeça.
— Entendo, mas se for isso que está te deixando assim, pode ficar tranquila, ela está sendo vigiada. — ele fala com tanta segurança. — Eu mesmo cuidei disso.
— Do que você está falando?
— Alex me contou que ela havia aparecido querendo falar com ele, então pedi a Oliver tudo o que ele e Dilan tinham sobre ela, e achei algo que poderia usar. — ele me olha desconfiado. — Não sei até onde você sabe Alice, mas quanto a ela não se preocupe.
— Alex sabe? — ele nega.
— Na área jurídica eu tenho autonomia. — ele sorri. — Esqueceu que ainda sou seu procurador? Entrei com um pedido de prisão, então pelos próximos 45 dias, ela está fora de circulação. — eu estava aturdida com tudo. — Eu irei informar Alex amanhã.
Eu não sabia o que falar ou pensar, mas saber que minha prima estava longe de mim, me fez sorrir de alívio. Mas então surgiu uma dúvida.
— Mas ela vai ficar presa? — ele deu de ombros.
— Ela cometeu vários crimes Alice, mas tudo vai depender da representação que farei nos próximos dias. — ele volta a apertar minha mão. — Só te contei pra você tirar essa ruga daqui. — ele estende a mão e esfrega minha testa. — Tenta aproveitar. — sorrio. — Afinal ao que tudo indica, hoje será a última vez que seremos um casal. — o carro para assim que ele termina de falar. E os flash das câmeras começam a pipocar ao nosso redor. — Vamos senhora Scott? — respiro fundo.
— Vamos senhor meu marido falso. — Adam faz uma careta como se estivesse ficado ofendido. — Eu realmente sou uma mulher de muita sorte. — ele pisca e sorri daquele jeito que faz com que sua covinha fique em evidência.
Quando saio do carro e seguro a mão de Adam, o sentimento que tenho dentro de mim, é totalmente diferente de quando entrei no carro. Tenho a esperança renovada, que independente o que aconteça, vai ficar tudo bem.
Afinal, essa segurança ele me passou pelos últimos tempos.
A preocupação que os últimos acontecimentos trás, percorre cada poro do meu corpo me deixando em alerta. Saio do quarto quando estou pronto, e sei que Alice já não está mais em casa. Se tudo der certo, logo não vamos mais precisar nos escondermos.
Assim que desço as escadas encontro Dilan e Tyler conversando discretamente perto da porta de saída. Pelo reflexo de preocupação que vejo nos olhos do meu irmão, acredito que Dilan já o informou sobre tudo.
Antes que eu chegue até eles Mônica, que está com Isabella nos braços aparece vindo da sala.
— Alice já foi. — ela me informa. Concordo. — Ela não precisava participar desse evento. — sinto a preocupação em sua voz. Pego minha filha por um momento antes de partir.
— Ela não teria motivo para não ir. — falo compreendendo sua aflição. — Sua ausência chamaria mais a atenção. — ela concorda com pesar. — Preciso que você fale com ela o quanto antes.
— Irei conversar com ela pela manhã. — concordo dando um beijo em Isabella, e voltando a entregar-lhe para o colo da avó. — Alex. Tome cuidado, e cuide dela, por favor. Estou tão angustiada, é como se algo ruim fosse acontecer.
— Farei isso, mesmo que não me pedisse, Mônica. — com isso vou para a porta de saída. Tyler e Dilan me seguem, e assim que estamos sozinhos na privacidade do elevador, meu irmão me olha pelo espelho. E mesmo que não fale nada, eu entendo sua pergunta silenciosa.
Sei que ele tem medo do que possa acontecer, mas tenho certeza que não é maior que o meu. Lembro do que Mônica falou. Olho para Dilan.
— Reforce a segurança da Alice. — ele me olha e concorda.
Assim que entramos no salão do baile a primeira pessoa que vejo é Izabel. Vejo que ela está conversando com um homem que usa um turbante, pela intimidade deles acredito que esse seja seu marido. Ela sorri assim que me vê, e vem em minha direção.
— Alice. — ela vem até mim e me abraça. Noto que assim que ela se afasta ela olha para Adam e sorri e pisca discretamente.
— Izabel, esse é Adam meu...
— Já o conheço. — ela o cumprimenta, e agarra o braço do tal homem que a acompanha. — Já participamos de algumas reuniões feitas por vídeo. Como vai senhor Scott?
— Estou bem, espero que esteja gostando da estadia em nosso país.
— Estou sim. — ela sorri. —Esse é o Tig... quero dizer Jamal, meu marido e nas horas vagas chefe de segurança do Almir. — ela sorri mordendo o lábio ao olhar para o marido, que tenta esconder um sorriso, mas não consegue.
— Prazer em conhece-los. — ele faz uma reverência, mas não estende a mão para mim, somente para Adam. Bom eu sei que há diferenças entre nossos costumes e os deles.
Os homens engatam uma conversa paralela enquanto caminhamos pelo recinto, e noto que o marido de Izabel está atento a cada pessoa que se aproxima ou nos olha por muito tempo. Olho para os lados vendo dois dos seguranças que nos acompanharam. Será que sempre fui cercada de seguranças assim e eu nunca reparei?
— Ei, o que tanto você olha? — Izabel me pergunta também olhando para os lados.
— Na verdade não sei. — falo sorrindo para ela, que olha para trás de onde estou e abre um sorriso.
— Se por um acaso você procura por aquele belo espécime de ser humano, ele acabou de chegar. — ela fala baixo indicando com o queixo. Eu viro e olho vendo Alex chegando com Sara. — Quem é aquela com ele?
— A secretária dele. — respondo ainda olhando para ele. Nossos olhares se cruzam por alguns segundos, então eles caminham em nossa direção.
Como pode somente a presença dele me deixar assim? Como uma adolescente que está prestes a ficar frente a frente com o garoto que ela gosta.
— Senhores. — Alex cumprimenta todos com um menear de cabeça. — Senhoras. — ele não olha muito para mim, mas cumprimenta nossos amigos e começa a conversar com os homens. Olho para Sara que está com cara que foi arrastada para um Ringue de Box. Falo isso porque sei que ela odeia lutas.
— E esse animo todo? — falo baixo, ela sorri.
— Fazer o que? Ossos do ofício. — ela puxa o celular e olha. — Alex, o Cortez acabou de chegar, vou dar uma sondada em com vão as coisas. — ela fala baixo, somente para ele ouvir, mas acabo escutando.
— Qualquer possível mudança me avise. — ela concorda e se despede de todos, e sai.
— Bonitona ela hein? — o comentário de Izabel me faz rir. — Quem é aquele homem que tanto nos encara? Ele não me é estranho. — quando olho na direção que ela está olhando vejo Charles nos encarando. Ele sorri quando vê que eu estou olhando em sua direção.
Repulsa e raiva são as únicas coisas que sinto.
As cartas estão quase todas na mesa... qual será o jogo da vez?
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