CAPÍTULO 26
Voltei com a cara mais Lisa do que nunca...
Vamos continuar?
Confesso que o capítulo está curto, mas sofri um pequeno acidente ontem e hoje por conta dos anti-inflamatório eu fiquei meio imprestável 🤭
Mas não vou mais sumir. Seguiremos uma semana de postagens....
ALEX
Depois de falar com Kim e Oliver, Dilan sai com o carro da garagem e dá uma volta no quarteirão, para simular que estamos chegando agora. Assim que o carro para na frente do meu prédio vejo Sophia no saguão, sentada em uma das poltronas.
Antes de sair do carro, fico por alguns segundos observando a mulher que um dia imaginei amar. Como o mundo dá voltas, e temos a oportunidade de vermos como já fomos grandes idiotas.
— Tem certeza que vai seguir por esse caminho? — a pergunta de Dilan me faz vacilar por questão de segundos.
— E que outra alternativa tenho? — encaro meu segurança pelo retrovisor e expiro fundo.
— Podemos achar outro jeito. — sorrio sem vontade.
— Isso vai levar tempo Dilan, e tempo é algo que eu não vou mais perder. — tomando coragem e pensando positivamente que dará tudo certo, eu abro a porta do carro e saio.
Deixo a porta aberta, e vou até o saguão. Pela surpresa do porteiro e do segurança, eu deveria utilizar essa entrada mais vezes. O senhor abre a trava da porta de acesso, eu o agradeço com um aceno, e, me dirijo até Sophia.
— O que faz aqui? — pergunto chamando sua atenção. Sophia olha para cima e espanto é tudo que vejo em seus olhos.
— Alex, que surpresa. — ela guarda do celular. Eu olho para os lados.
— Não deveria, já que está no meu prédio. — ela sorri.
— Verdade. — o que falo a deixa desconfortável. — Eu quis subir, mas fui barrada. — ela olha para o segurança. — Tenho certeza que é coisa da sua empregada, ela não gosta de mim.
— Mary não tem nada haver com isso. — falo colocando as mãos nos bolsos. — A ordem foi minha, não dela.
— Ah. — ela fica sem jeito. Então se levanta. — Vejo que talvez eu tenha errado em vir até aqui.
— O que faz aqui Sophia? — ela me olha séria por alguns segundos, depois sorri.
— Não sei na verdade. — por mais idiota que pareça, eu sinto que ela está sendo sincera. — Sempre que me sinto perdida, é em você que penso. — fico a encarando, tentando descobrir o que ela tanto esconde. — Mas pelo visto você está ocupado.
— Não, eu não estou. — falo buscando seu olhar. — Vai me dizer o que veio fazer aqui? Afinal da última vez que esteve aqui você disse que havia brigado com seu pai, já se resolveram? — noto um vacilo em seus olhos, mas logo ela desvia.
— Não quero falar sobre meu pai. — sua voz sai tão baixa que por um milésimo de segundo penso que ela possa ser uma vítima nas mãos dele. Tento manter a calma ao lembrar do que Charles já foi capaz de fazer com tantas mulheres.
Será que ele seria inescrupuloso em fazer algo contra a própria filha?
Penso em Alice ser sua filha, mas isso ele não sabe. Talvez eu nunca saiba se isso faria alguma diferença para ele. E se eu pretendo realmente tentar tirar algo que Sophia possa saber, tenho que mudar minha postura. Respiro fundo.
— Está com fome? — sua boca está aberta, e ela pisca por algumas vezes até eu ver um brilho em seu olhar e um sorriso surgir em seus lábios.
— Está me convidando para jantar?
É agora ou nunca.
— É o que parece. — uma risada surge e eu não entendo.
— Você realmente acha que eu vou cair nessa? O que você está aprontando? — continuo a encarando com as mãos nos bolsos, e sem expressar nenhuma reação diante da sua pergunta. — Isso é sério?
— Porque acha que eu estaria aprontando algo? — ela olha para os lados, então nota o carro e a porta aberta.
— Você anda estranho. — acabo sorrindo.
— Desde que perdi a memória essa é a frase que eu mais ouço. — me viro e começo a caminhar em direção ao carro. — Boa noite Sophia.
— Alex, espera... — ela logo está ao meu lado. — Onde você está indo?
— Estou com fome. — olho para ela. — E, você recusou meu convite, porque acha que estou aprontando algo. — ela segura no meu braço.
— Espera. — ela fala rapidamente. — Calma deixa eu pensar. Vamos para minha casa então eu peço algo, e, além do mais é tranquilo que qualquer outro lugar. — paro antes de chegar ao carro e a encaro.
— Tudo isso é medo que eu possa fazer algo com você? — acabo rindo. Ela se aproxima e coloca a mão em meu peito.
— Eu gostaria que você fizesse muitas coisas comigo e lá seria mais facil. — seguro sua mão que está em mim e aperto de leve tirando de onde está.
— Vamos comer e conversar. — indico o carro e ela entra. Assim que entro Dilan me encara pelo retrovisor. — Vamos para o Village.
Não sei como definir sua expressão. Ele pigarreia.
— Tem certeza senhor? — Sophia ao meu lado se remexe.
— Dilan, seja como sempre foi, um excelente cumpridor de ordens. — ela me olha. — Eu e Alex estamos com muita fome. — ela pisca. E eu penso que entrei na maior enrascada por livre e espontânea vontade.
Sem esperar por mais uma ordem Dilan segue o caminho. O caminho foi feito em silêncio, eu tamborilava os dedos na perna, e procurava esvaziar a mente todas as vezes em que meus pensamentos seguiam um caminho onde algo daria errado.
Nada poderia dar errado.
Assim que chegamos ao restaurante, seguimos para a mesa que tinha sido reservada. Eu precisava dar um aumento para Sara, ela era mais que eficiente no que fazia. Pensar em lhe dar um aumento me fez sorrir ao pensar em usar isso, para diminuir a fúria quando ela descobrir com quem estava jantando.
— Você já tinha uma reserva? — Sophia perguntou. — Aqui tem que fila de espera por uma mesa. — sorri ao me sentar de frente para ela.
— Esperar não tem sido uma das minhas virtudes. — falo sem responder sua pergunta. — Vamos pedir logo, assim podemos conversar. — ela concorda e começa a olhar o cardápio.
Após fazermos nossos pedidos, e o garçom ter trazido nossas bebidas eu vou direto ao ponto.
— Porque voltou Sophia? — percebo que ela fica perdida. — Você estava na Europa, o que te motivou voltar. — explico.
— Ah, sobre isso. — ela beberica seu drink e sorri ao colocar a taça na mesa. — Você nunca me perguntou nada sobre isso.
— Perder a memória me fez questionar muitas coisas. — explico. — Estive pensando muito em nós nesses últimos tempos, e não consigo enxergar o porque de você ter voltado.
— Voltei porque te amo. — encarei sua expressão.
— E, demorou quatro anos para chegar a essa conclusão? — ela me encara, e o vacilo está novamente em seus olhos. — Porque demorou tanto para descobrir que me amava?
— Amava não, eu amo Alex. — sua afirmação em nada mudava. — Achei que iriamos conversar.
— É o que estamos fazendo.
— Não era isso que eu esperava. — ela desviou o olhar e ficou em silêncio.
— Espera flores e chocolate? Me faça o favor Sophia, tenho muitas dúvidas sobre tudo, mas com relação a nós, eu não tenho. Você fez suas escolhas eu as minhas, e nada vai mudar, mas podemos ao menos ser civilizados. — ela me encarava com lágrimas nos olhos.
— Eu errei, confesso.
— Traição não é erro, é escolha. — falei baixo e calmo. — Mas eu só queria saber o que te fez mudar de ideia e voltar depois de quatro anos como se nada tivesse acontecido. — ela me analisou e sorriu.
— Você se lembra? — eu lembrava? Claro, mas ela não sabia.
— Não, mas foi o que meu irmão falou e faz questão de me lembrar quase todos os dias. — ela revira os olhos.
— Ele não gosta de mim.
— Na verdade ele te odeia. — o que falo a faz rir, e acabo rindo também. — Acho que ele foi o único que você não conseguiu enganar. — vi um lampejo de mágoa em seus olhos.
— Eu cometi um erro Alex, eu não enganei você. — não queria entrar nesse ponto da história, nada do que ela falasse mudaria algo. — Mas eu sei que magoei muito você, por isso não vim antes. — levanto uma sobrancelha em desdém, e ela faz menção de levantar. — Me de licença já volto. — ela pegou sua bolsa, e foi em direção ao banheiro.
Volto a olhar para frente e penso mais uma vez em tudo. É a única chance. Olhei em direção a onde ela foi, e tirei do bolso o frasco que Dilan me deu. Tiro a tampa e olho em volta, vendo que ninguém está olhando para mim.
"Apenas duas gotas é suficiente"
Como instruído coloco duas gotas em sua bebida. Sinto meu coração acelerado, e algumas dúvidas começam a surgir ao mesmo tempo em que meu celular apita com uma mensagem. Guardo o frasco, e pego o celular vendo se tratar de uma mensagem de Alice. Abro o aplicativo de mensagem.
"Eu te amo"
Quando penso em responder chega outra.
"Mas no momento te odeio porque sei que está com ela"
Sorrio e respondo.
"Mas é você quem está em minha mente e coração"
"Te amo, mais"
Os pontinhos continuam piscando, indicando que ela está digitando, mas vejo Sophia vindo então silêncio o celular e o coloco no bolso novamente. Ter recebido a mensagem de Alice, tranquilizou algo dentro de mim, me dando a certeza que o que eu estava fazendo poderia não ser certo, mas era justificável.
— Desculpe se demorei. — Sophia falou se sentando e pegando sua bebida e tomando alguns goles.
— Não demorou, e eu estava pensando que poderíamos somente comer e conversar trivialidades, se formos tocar no assunto sobre o passado é capaz de dar indigestão. — ela sorriu e concordou.
— Eu aceito, sempre gostei de conversar com você. — sorri e o garçom se aproximou trazendo nossos pedidos.
Já estávamos na sobremesa quando percebi que o remédio que coloquei em sua bebida começou a fazer efeito. Sophia começou a esfregar os olhos e bocejar.
— Acho que exagerei nos drinks. — ela comentou com um sorrisinho bobo.
— Vou pedir a conta. — fiz sinal para o garçom e tão logo estávamos saindo do restaurante, ela quase caiu.
— Se eu soubesse que você iria me segurar assim com tanta força, eu teria bebido mais. — sua fala estava levemente arrastada, e ela não parava de sorrir. — Você é tão lindo. — Sophia falou passando a mão em meu rosto.
— Venha. — a segurei com mais firmeza. — O carro está logo ali.
— Eu não quero que essa noite acabe. — me segurava.
— Ela ainda não acabou. — falei baixo em seu ouvido. — Vou ter que te levar para sua casa. — ela fez uma careta.
— Eu quero ir para a sua. — Dilan abriu a porta do carro quando nos viu se aproximando. — Me leva para sua casa, eu não quero ficar sozinha.
— Você não vai. — eu lhe garanti. Ajeitei Sophia ao meu lado e assim que Dilan ligou o carro falei para onde iriamos. — Vou te levar para a casa do seu pai.
Ela não respondeu, somente resmungou, e me abraçou. Estávamos próximos do prédio do Charles quando peguei o celular e olhei a última mensagem de Alice.
"Minha família está aqui, e eu deveria estar com eles, mas não consigo, porque você também está em minha mente e coração. Estou com medo, não sei explicar o porque. Seria bom que voltasse logo, e sussurrasse no meu ouvido que vai ficar tudo bem. Bom é isso, eu te amo e volta logo"
Expirei fundo e guardei o celular. Não poderia responder agora, mas iria em breve
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