CAPÍTULO 18
Boa Noite!!
Eita que tem muita gente chateada com o silêncio do Alex. Calma, tudo tem seu tempo...
Boa leitura ✌️🤍
UMA SEMANA DEPOIS...
ALEX
Deixo Isabella brincando no carpete do anexo, enquanto leio um e-mail. Dificilmente trabalho no tempo que tenho estado com ela, mas esse e-mail é realmente muito importante. Minha atenção é desviada quando percebo que pela primeira vez, ao menos para mim, ela começa a engatinhar.
Deixo o tablet de lado e me sento no chão com ela. Ela ri ao ver que me juntei a ela.
— Dá dá dá... — ela desiste do brinquedo ao qual estava brincando e vai em direção a um objeto de decoração que está na parte de baixo de um móvel. São animais em pedra.
Assim que ela chega ao alvo, noto que ela fica indecisa em tentar mexer, porque perde o equilíbrio. Tenta algumas vezes, mas desiste. Vou até ela e a sento de frente, da forma como ela já está acostumada, e coloco um dos animais em sua frente.
— Aqui. — as mãos mais que depressa já estão em cima do objeto.
— Dá dá dá... — ela abre o maior e mais lindo sorriso para mim.
Pronto já ganhei meu dia, o trabalho que se dane. Pego os demais bichinhos, e os coloco em sua frente, e faço uma anotação mental de procurar brinquedos em borracha em formatos de bichinhos.
— Olha, essa é a dona girafinha. — mostro um dos quais ela ainda não mexeu. Ela olha, mas não larga o gato.
Procuro lembrar de onde ganhei esse, deve ter sido de algum executivo oriental. Porque é um gatinho que mexe as patinhas, e ele emite um som com os movimentos.
— Dá dá dá. — ela volta a atenção para o gato.
— Já entendi, nada de girafas hoje. — Tyler entra no quarto e ri ao me ver no chão.
— Eu até imaginei que você seria um pai babão, mas confesso que você tem superado minhas expectativas. — não ligo para suas brincadeiras.
— Amanhã é o casamento da Sam. — comento. Não sei porque esse assunto tem me deixado pensativo. — Acha que ela está fazendo a coisa certa? — ele dá de ombros.
— Ás vezes a gente precisa errar, pra saber que errou. — ele comenta. — Mas ela está feliz, conhecemos ele, ela está casando porque quer. Se amanhã não der certo, não deu. — ele se senta ao meu lado no chão. — Já pensou em vocês? — eu sabia que ele falava da minha relação com Alice.
— Eu não a vi, desde que me lembrei de tudo. — ele concordou.
— Amanhã ela estará no casamento. — ele comenta. — Só não surta lá.
— Não vou, é o dia da nossa única irmã. — ele ri.
— Safadinha, passou a perna em nós dois. — rimos. — Acha que a mamãe vai aceitar numa boa tudo isso?
Eu não tinha parado para pensar em como minha mãe reagiria a tudo, mas sabia que ela tinha guardado ressentimento da Alice, por ela ter ficado com Adam, mas sendo tudo uma mentira, não haveria motivos para manter esse ressentimento.
— Não acredito que ela vá guardar ressentimento quando souber da verdade. — meu irmão me encara.
— Então você também não vai guardar?
— Eu amo a Alice Tyler, isso não mudou, e nem vai mudar, só estou magoado. Mas vai passar.
— Espero que não demore, porque ela tem perguntado cada vez menos de você.
Fiquei pensando no que ele falou, e claro que eu sabia muito bem que apesar dela ter feito isso para proteger nossa filha, guardar seu coração não estava incluso no pacote, e que nessa altura ela já poderia não sentir o mesmo.
Era uma possibilidade que eu vinha pensando nos últimos dias. Para saber eu teria que conversar com ela. Eu precisaria ouvir as palavras saírem de sua boca.
Tyler tinha vindo buscar Isabella, e senti que ela já associava a chegada dele, com ir embora, porque a cada vez que o tio chegava, ela vinha para o meio das minhas pernas, e dificultava que ele a pegasse. Como hoje eu tive que me levantar com ela no colo, e depois a entregar a ele.
Era o pior momento do meu dia. Sozinho olhando para a porta que saíram, decidi que teria que tomar logo uma decisão sobre mim e Alice. Aproveitaria o dia de amanhã, para avaliar a situação.
Sara entrou em minha sala com algumas pastas em mãos, e me encarou.
— Você sabe que fica horrível cada vez que aquele pacotinho vai embora, não sabe? — ela comentou se sentando a minha frente. — Ainda não consigo acreditar que ela é sua filha. — quem era eu para julgá-la? Nem eu as vezes conseguia acreditar em tudo. — Em pensar que nós fizemos o parto da sua filha, meu Deus...
As imagens daquela noite serpenteiam na minha mente.
Jamais esquecerei aquela noite.
O celular de Sara começa a tocar, e voltamos ao trabalho. Depois de assinar algumas folhas, ela me olha com um olhar de reprovação.
— Remarquei a visita à fábrica com a cobra da Sophia. — não consigo esconder o riso ao ver como ela se refere. — Como você estava com pressa marquei para quarta no final da tarde, e marquei um jantar no Weston. Espero que saiba o que está fazendo.
— Eu sei. — falo convicto.
(***)
O salão estava cheio de pessoas, na sua maioria eu conhecia quase todas, mas não tinha visto quem procurava. Eu sabia que ela estava aqui em algum lugar, e somente saber que iriamos dividir o mesmo espaço eu sentia uma agitação estranha.
A mágoa ainda estava em alta dentro de mim.
Quando me livraria desse sentimento?
Encontrei meu pai e Adam conversando em um dos corredores dos quartos que estavam sendo ocupados pelos familiares. O fato de Adam estar aqui era um indicativo que Alice estava por perto. Não sabia como me sentia em relação a essa encenação deles. Não sabia o que realmente tinha acontecido entre eles, para que as pessoas acreditassem.
Mas todas as vezes em que eu olhava a aliança em seu dedo, um frio se espalhava dentro de mim.
Adam não comentou nada, eu não tive coragem de perguntar, mas torcia para que nada tivesse acontecido durante esse tempo. Eu não sei se Alice sabia dos sentimentos do Adam por ela da forma como ele havia confessado a mim, mas ele tinha sido bem direto comigo, então eu saber, já era o suficiente para me deixar incomodado.
Parei para cumprimentar meu pai, e ouvi vozes alteradas e reconheci sendo a da minha irmã. A porta de frente para mim foi aberta, e Tyler saiu, ou foi expulso por nossa irmã. Mas não foi isso que capturou minha atenção. Alice estava dentro do quarto, mas logo a porta foi fechada.
Somente por um segundo seus olhos encontraram os meus, e foi o suficiente para dissipar o frio que senti minutos atrás.
— Não perturbe sua irmã. — Tyler recebeu a repreensão do nosso pai. — Adam terminamos nossa conversa outro dia.
— Claro senhor Colth. — meu pai se afastou, Tyler e Adam me encararam.
— Vai falar com ela hoje? — meu irmão foi o primeiro a perguntar.
— Não. — Adam me encarou e balançou a cabeça. — Não é o melhor lugar. — justifiquei.
— Se me derem licença, eu vou beber alguma coisa. — Adam passou por nós, indo em direção ao salão.
— O que tanto está te amarrando? — não tive tempo de responder, uma mulher pediu para que fossemos para os respectivos lugares, porque a cerimonia iria começar.
Sai dali disposto a deixar tudo isso de lado, e deixar com que minha irmã tivesse seu momento, afinal era seu casamento. Fui para o lugar que ocuparia, e prometi a mim mesmo que não olharia na direção onde Alice estaria sentada.
Quebrei a promessa no momento em que as pessoas começaram a bater palmas e assoviar após o beijo do casal. Olhei para Alice, Adam segurava a mão dela, apoiada em sua perna. Mãos dadas. Minha respiração ficou curta. Alice tirou a mão de onde estava e se virou de frente para Adam, e começaram a conversar. A atenção dele era toda dela.
Eu não esperei para que algo a acontecesse, sai dali. Eu precisava me acalmar. Acalmar meu coração. Fui em direção ao jardim, era o lugar com menos pessoas. Dei algumas voltas, e por ironia do destino, ou, seja lá o que mais as pessoas falam sobre as coincidências, Alice estava parada mais a frente, e sozinha.
Ela não tinha me visto. Sem conseguir me controlar meus passos me levaram até ela, me aproximei e antes que ela me visse, fiz uma pergunta óbvia.
— Já está indo? — não sei se era somente o meu desejo, ou se realmente vi seu corpo tremer ao ouvir minha voz.
— Sim. — me responde sem ao menos me olhar. Ela achou que seria tão fácil assim? Dei a volta e fiquei de frente para ela.
— Sabe, eu posso não lembrar de nada de antes do acidente, mas lembro do depois. — pelo seu semblante confuso sabia que ela não fazia ideia do que eu me referia.
— Como assim? — acabei sorrindo com sua pergunta.
— Ainda lembro do nosso beijo Alice, e não me parecia algo tecnicamente planejado ou ensaiado. — ela ficou evidentemente incomodada.
— Eu preciso ir. — ela começou a olhar para os lados.
— Fugindo como sempre. — falei sem pensar. Ficamos nos encarando, e quando pensei que ela finalmente falaria o que pensava a respeito, Adam chegou.
— Está tudo bem?
— Claro, só estava cumprimentando sua esposa. — olhei mais uma vez para Alice antes de me afastar.
Queria ver qual seria sua reação ao me referir a ela como esposa do Adam. Não sei porque fiz isso, acredito que queria ouvir dela que eu estava errado, que ela não era esposa dele, e que nada tinha acontecido entre eles.
Queria que ela confessasse. Que ela gritasse para mim e para todos ouvirem a verdade. A verdade era que eu não podia mais ficar ali. Sai sem que ninguém percebesse. Queria ficar sozinho.
Mas ao invés de ficar sozinho liguei para Dilan.
— Preciso dar um basta nisso tudo.
Assim que sai do casamento fiquei dando algumas voltas pela cidade, matando tempo. Quando cheguei em casa, Sophia estava parada na porta conversando com Mary. Minha governanta parecia aliviada em me ver sair do elevador.
— Senhor Colth. — ela me cumprimentou e saiu.
— Alex. — Sophia parecia surpresa.
— Sophia.
— Eu não sabia se você estaria em casa, ou não, mas resolvi arriscar do mesmo jeito. — ela estava totalmente sem jeito. Quase irreconhecível. Tudo estava muito estranho. Então ela me olhou com lágrimas nos olhos e sorriu sem jeito. — Eu não sabia para onde ir.
— O que aconteceu? — ela virou e escondeu o rosto.
— Briguei com meu pai, e eu não sabia o que fazer. Não sabia para onde ir. — continuei sem me mover. Aqui na minha frente estava a situação que eu precisava. — Então lembrei do seu recado, sobre a visita na fábrica. — ela limpou o rosto e me olhou. — O que te fez mudar de ideia?
Boa pergunta. A resposta seria ainda melhor.
— Você. — ela ficou confusa. — Vamos entrar, conversamos lá dentro. — eu precisava ganhar tempo.
Entrei e permiti que ela passasse por mim. O olhar de reprovação que Mary não soube esconder foi notado por Sophia.
— Mary prepare um lanche, não comi nada na festa. Quer alguma coisa Sophia? — minha governanta nem esperou que eu terminasse de falar e saiu marchando para a cozinha.
— Ela não gosta de mim. — deixei minhas coisas pessoais em cima de um móvel e olhei para Sophia.
— Muita gente não gosta de você. Inclusive eu, apresar de não me lembrar. — notei que ela mudou a postura. — Quer beber alguma coisa? — peguei meu celular e fiz uma ligação. — Só avisando que não vou mais sair de casa, pode descansar. — desliguei.
— Afinal vai me dizer porque mudou de ideia com relação a fábrica? — fui até o bar e me servi de uma dose de conhaque.
— Foram duas coisas Sophia, primeiramente reavaliei e vi que era uma ótima oportunidade, e a segunda quero saber porque me procurou depois de cinco anos longe? — sei que minha pergunta a pegou desprevenida.
— Como assim?
— Pelo que me contaram quando tudo acabou entre nós, você foi embora, e voltou depois de cinco anos, o que te levou a mudar de ideia? — o olhar dela era vago como se estivesse perdida em memórias. — Porque amor não era, afinal que amor é esse que demorou cinco anos para que você se arrependesse da decisão que tomou.
— Alex eu... — Mary entrou na sala e deixou uma bandeja na mesa.
— Obrigado Mary, pode se retirar, não vou mais precisar dos seus serviços por hoje. — ela me olhou como se estivesse acabado de receber uma proposta indecente. — Tenha uma boa noite. — muito relutante ela saiu. Fui até a bandeja e me servi. — Quer comer algo? — perguntei a Sophia.
— Por que essa pergunta agora?
— Não sei, não lembrar de nada as vezes me deixa curioso. — ela me olhava sem piscar.
— Eu preciso ir embora. — ela passou por mim em direção a porta.
— Para onde vai? — ela parou. — Achei que não tinha para onde ir. — sem olhar para trás ela saiu batendo a porta. — Eu não vou desistir Sophia, quero as respostas.
Voltei a morder o sanduiche pensando em tudo. Dilan entrou na sala logo em seguida.
— Conseguiu? — perguntei. Ele concordou. — Ótimo, quero acabar com tudo isso o mais breve possível.
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