CAPÍTULO 16
Boa Noite meu povo...
Quem tá preparado para virar churrasquinho nos próximos dias??? Que calor é esse???
Voltando ao que interessa...
Sei que vcs estão ansiosas para que tudo volte a ser como antes, mas tudo tem seu tempo.
Boa leitura.
ALEX
Como já era corriqueiro dos últimos meses, Tyler estava atrasado para a reunião. Na verdade, para qualquer compromisso que fosse no período da manhã, ele nunca chegava no horário. Preocupado com o que poderia ser averiguei e descobri que ele passava a manhã com a afilhada.
Tempos atrás eu teria uma enxurrada de motivos para reclamar de seus atrasos, mas confesso que desde que a filha da Alice havia nascido meu irmão havia mudado da agua para o vinho. Eu sabia que em algum momento uma mulher colocaria juízo na cabeça dele, mas jamais passou pela minha cabeça que seria um bebê.
Ele entra na sala todo afobado, e senta-se na cadeira ao meu lado.
— Desculpa. — fala baixo. — Eu tive um...
— Eu sei o que você faz todas as manhãs, poupe as palavras. — corto sua explicação e evito que crie uma desculpa qualquer. Ele me encara com um sorriso bobo na cara. Isso parecia muito estranho, mas preferi empurrar esse sentimento para debaixo do tapete e dei continuidade ao que era necessário. — Bom vamos dar início a reunião.
Em um dado momento eu não consegui mais prestar atenção em nada, devido a dor de cabeça. Pedi licença inventando uma desculpa, e pedi para meu irmão dar seguimento. Segui para minha sala, e pedi para Sara um remédio.
— Você deveria ir ao neurologista, as dores estão cada vez mais frequentes. — ela fala ao me entregar o comprimido. — Isso está fora do normal. — concordo sem dar muita atenção. — Estou falando sério Alexander.
— Agora você parece minha mãe falando. — ela estreita os olhos.
— Posso lhe dar uns tapas também se quiser sentir mais autenticidade. — mostro a ela a porta. E ela me mostra o dedo do meio.
Quando ela ficou tão ousada?
Ela sai batendo a porta. O que piora a dor. Fecho meus olhos. Repenso sobre ir ao médico, talvez ela tenha razão. Dou uma olhada no resto da minha agenda, e tem somente uma reunião ao final da tarde.
Resolvo ir para o anexo e descansar um pouco, geralmente essas dores melhoram quando durmo um pouco. E prometo a mim mesmo que quando acordar ela não tenha passado eu vou ao médico.
Tiro o paletó e a camisa, aperto o botão que deixa o quarto totalmente escuro e deito. O problema de deitar nesse horário é não ter sono, fico os minutos seguintes pensando na vida. Meu celular apita com uma mensagem de Sophia avisando que conseguiu marcar uma visita à fábrica que estou interessado.
Ignoro a mensagem, porque mesmo interessado na fábrica, e não consigo aceitar essa aproximação forçada da parte dela. Acredito que minha família não inventaria tudo o que falaram sobre o que ela fez. Ao relembrar de algumas coisas, uma ânsia vem com tudo. O que me faz sentar na cama.
Vou ao banheiro pegar um copo de agua e assim que entro só tenho tempo de chegar ao vaso, e jogo para fora tudo o que tenho no estômago. Alguns minutos depois estou me sentindo zonzo, me levanto pegando uma toalha e saio indo em direção ao meu escritório.
Minha vista começa a ficar turva, e a última imagem que tenho antes de cair, é da minha secretária e Adam entrando na minha sala.
Tudo está tão confuso.
Vozes.
Imagens.
Sensações.
Choro, muito choro. Esses gritos estão me deixando doido.
"Você matou minha filha"
O choro continua me irritando. Outras imagens se misturam na minha cabeça. Porque tudo é tão confuso.
"Tio não fica assim, minha mamãe virou estrelinha, mas a culpa não é sua"
Rachel...
"Seu medo é que eu me apaixone por você?"
"Não é medo, só é algo que não procuro"
Alice...
Sinto algo espetar meu braço e levo a outra mão tirando o incomodo.
— Calma, não pode retirar o acesso. — abri meus olhos vendo uma mulher ao meu lado, vestida de branco. — Você está no hospital. — ela informa. — Vou chamar o médico. Mas não tire o acesso, ou terei que furar seu outro braço.
Sinto meu coração acelerado e minha respiração está ofegante, como se tivesse acabado de correr uma maratona. Sinto todos os meus poros dilatados e transpirando. Tyler entra no quarto.
— Que bom que acordou. — ele se aproxima. — Você está bem? — somente concordo. Tudo está uma bagunça em minha cabeça.
O médico entra e começa a explicar alguns exames que fez, e outros que ainda pretende fazer, mas deixou claro que o fato de eu ter acordado já era um ótimo sinal. Eu somente concordava, e respondia o que era necessário.
Quando fiquei sozinho, a pedido. Consegui começar a organizar os fatos. Eu não via a hora de receber alta. Tinha algo para acertar com uma pessoa, e seria na manhã seguinte.
ADAM
— Adam? — escuto minha secretária me chamar e olho para trás.
— Sim. — ela se aproxima meio desesperada.
— Senhor Colth passou mal e foi levado de ambulância para o hospital. — desisto de pegar o elevador. — Tyler pediu para que cuide de tudo. — sigo em direção a minha sala, com Flora ao meu encalço.
— Peça para Sara me passar o restante da agenda. — ela concorda e vai fazer o que pedi. Assim que entro em minha sala meu celular toca. Vejo que é Dilan. — Alguma notícia do Alex? — pergunto ao atender o telefone.
— Até o momento não. — ele fica em silêncio. — Não foi por isso que liguei. — me sento e espero ele falar o que poderia ser mais urgente do que ter notícias do dele. — Precisamos conversar pessoalmente.
— Estarei na empresa pelas próximas horas. — ele desliga, e eu não tenho tempo de pensar em muita coisa, Sara entra em minha sala junto com Flora.
Exatos trinta minutos desde que falei com Dilan, ela entra em minha sala trancando a porta, e tira um aparelho parecido com um gravador e coloca em cima da mesa.
— Vai gravar nossa conversa? — pergunto apontando para o aparelho.
— Na verdade não quero que ninguém faça justamente isso. — ele liga o aparelho e uma luz vermelha acende, mas não emite nenhum som. — Caso tenha alguma escuta, ele interrompe o sinal. — compreendo.
— Então é algo sério. — ele concorda.
— Encontrei uma senhora que trabalhou para o Charles há alguns anos. Ela está disposta a conversar e contar o que sabe desde que seu nome não seja atrelado a nenhum depoimento.
— Ela está com medo. — concluo. Penso por um minuto no que esse homem já foi capaz para silenciar todos os que sabem algo contra eles.
— E, não é pouco.
— Ela tem medo do que exatamente? Ela deixou algo escapar? —
— Nada em especifico, mas suas reações corporais demonstravam muita ansiedade.
. — Será que ela tem algo de relevante para nos contar?
— Ela era a responsável pela equipe de limpeza do prédio, quando Alice trabalhou para ele. Inclusive, ela quer conversar com Alice.
— Porquê? — ele dá de ombros.
— Parece que ela gostava da Alice na época.
— Gostava tanto que não é capaz de depor a favor? — ironizo.
— Alex não pensou em nenhum momento em levar ele a julgamento pelo que fez a Alice, não sei ao certo os motivos que o levaram a tomar essa decisão, mas isso era algo que ele tinha decidido.
— Alex está sem memória há mais de um ano Dilan. Vai saber quando ele vai se lembrar, e se realmente vai lembrar de tudo. — ele concorda. —Temos que juntar as cartas que temos e tentar entender tudo o que não sabemos.
— Talvez seria bom Alice se encontrar com ela. — nego.
— Negativo, temos mantido ela segura de tudo, e quem garante que essa mulher está vindo realmente com essas intenções? — ele pondera. — O nervosismo dela ali, poderia ser por estar falando com você, e estar com medo de deixar algo escapar.
— Teríamos que arriscar.
— Desde que o contrato apareceu nas mãos da Sophia, e você não achou nenhum problema no banco onde eu guardei a minha cópia, eu desconfio até mesmo da minha própria sombra. Tem alguém muito próximo a nós, que está ajudando o outro lado, se por medo ou se vendendo, não sei. Mas que tem, tem. — ele concorda.
— Se for alguém a mando do Charles ou da filha, e se quiser chegar até Alice, vai chegar Adam. Alice mantém uma rotina normal. Trabalha em casa, mas vai até a confeitaria e tudo mais.
— Tem mantido os seguranças?
— Sim, ela não sai sem, mesmo que ela não saiba.
— O fato de não saber é por questão de ela se sentir livre.
— Mas se essa Esmeralda for enviada, e não der certo, amanhã pode ser qualquer pessoa. Deveríamos tentar, e tem algo que me faz acreditar que ela não tem ligação com eles. — pondero tudo.
— Vou falar com Alice, e ver o que ela decide, depois nos falamos. — ele concorda e se levanta. — Me mantenha informado sobre Alex.
— Te aviso assim que chegar ao hospital.
Dilan sai e eu começo a cuidar da agenda do Alex. Vejo que pela manhã do dia seguinte tem uma importante reunião.
— Que merda, essa não vou ter como cancelar. — ligo para Flora. — O que eu tenho marcado para amanhã cedo?
Passo o restante do dia, as voltas com trabalho. Quando cheguei em casa, já estavam todos dormindo, e quando sai cedo ninguém havia acordado. Era incrível que tinha momentos em que a única coisa que eu queria era paz.
Porque em alguns momentos que tinha a nítida impressão que meu apartamento tinha virado um cortiço. Mas quando eu consegui esses momentos de paz, eu me sentia só. Irei estranhar quando todos forem embora.
Cumprimentei Flora ao passar por sua mesa, e entrei na minha sala. Deixei minha pasta na mesa, e estava tirando o paletó quando a porta foi aberta. Eu sempre pedia dez minutos para ela antes de me passar qualquer coisa.
— Não se passaram nem dois minutos. — falei me virando e dando de cara com Alex. — Alex? — ele se aproximava com passos decididos. — Cara que bom te ver, está melhor?
— Muito. — respondeu seco.
Estendi a mão para cumprimenta-lo, mas fui surpreendido com um soco. A dor irradiou pelo meu maxilar, e o impacto me jogou em cima da mesa.
— Mas que porra é essa? — falei passando a mão no canto da boca, sentindo o gosto do sangue. Ele se aproximou e me segurou pela camisa.
— Eu perdi a porra da memória! — ele falta gritar me puxando com tudo. — Mas você não perdeu tempo não é? Belo amigo.
— Do que você está falando? Eu sei que você perdeu a memória. — solto sua mão da minha camisa e vejo que está suja de sangue.
— Você disse que se casaria com ela na primeira oportunidade. — ele cospe as palavras. Fico o encarando enquanto lembro da ocasião que falei algo assim para ele.
— Você está falando da Alice? — eu começo a rir compreendendo o que está acontecendo. — Você lembrou? — ele vem pra cima de mim novamente, desvio. Mas não consigo segurar o riso. — Eu não casei com ela, cacete. — ele para por um momento.
— Não? — nego. Ele parece não acreditar. — Mas vocês estão morando juntos, inclusive tem uma... — ele não termina a frase, e sei que a possibilidade passou pela sua mente.
— Ela é sua filha, Alex.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro