CAPÍTULO 03
Olá pessoas, tudo bem com vcs?
Eu ando ansiosa para contar todos os detalhes dessa história... história que tem um lugar especial no meu coração.
Tudo bem, todas as minhas histórias tem seu lugar garantido, mas essa tem algo que não sei explicar...
E no último capítulo li algumas coisas, alguns comentários que me deixou pensativa. Algumas pessoas leram, e vieram conversar comigo, e levando em conta tudo... cheguei a uma conclusão...
Usamos palavras para nos comunicar, e elas falam mais do que se lê as vezes. Porque quando as usamos para falar sobre convicções, valores, pessoas, e ideias, expressamos mais do que meras opiniões sobre aquilo que está sendo falado, mostramos um pouco de nós mesmo. Daquilo que cremos e temos dentro do nosso coração.
Não fiquei ofendida com o que li, mas algumas coisas nos levam a pensar, e meus personagens não são perfeitos, são como eu, que erro muito as vezes, mas querendo acertar, que aprende com os erros, que fazem coisas que sabem que é errada muitas das vezes, mas com intuito de fazer o que é melhor.
Pode parecer confuso, eu sei, mas eu nunca disse que era normal kkk
Bjos, e segurem os cintos, porque muita coisa vem por aí... 😇
ALICE
O pior de estar em um hospital era você não conseguir fazer nada sozinha. Ao menos eu não estava conseguindo por conta da dor que sentia. Eu não podia tomar remédios mais fortes, por conta da gravidez.
Eu havia pedido a enfermeira que me deixasse tomar um banho sozinha, muito reticente, ela falou que ficaria me esperando na porta, e que qualquer coisa era somente chamar.
Agradeci. Tudo que eu precisava agora era um banho. Demorei, mas não precisei chamar por ajuda, e quando sai do banheiro, a enfermeira estava arrumando um lindo buquê de flores em um móvel.
— Acabaram de chegar, são lindas. — ela comentou, vindo me ajudar a deitar novamente. — Deveria ter me chamado para lhe ajudar a se trocar.
— Eu estou dolorida, mas foi tranquilo. — ela sorriu.
— Minha mãe é assim, não depende de ninguém. — acabei sorrindo. — Só não achei cartão. — eu já imagina de quem poderiam ser. — Vou buscar algo leve para que coma, antes de receber a próxima medicação.
— Não estou com fome. — falei, sentindo um leve enjôo. — Só em pensar em comida sinto um enjôo.
— Isso é normal no início, mas você deve comer, ao menos tentar. Vou pedir para que o médico deixe prescrito algo para náuseas, assim você vai conseguir se alimentar.
— Obrigada. — ela saiu e eu me recostei.
Comecei a lembrar da conversa que tive com minha mãe, ao menos ela havia ficado tranquila após conversar comigo e saber que eu estava bem. A enfermeira entrou com uma bandeja, e aconteceu algo que nunca pensei que fosse fazer. Recusei o prato de massa, e fiquei somente com a vitamina.
Depois que tomei a vitamina, eu pedi a ela que trouxesse uma cadeira de rodas, já que andar ela não me deixaria. Eu queria ir até o quarto onde Alex estava e queria ver como ele estava. Apesar de que quando cheguei não queria encarar seus olhos, decidi que independente dele saber sobre a gravidez agora ou não, não mudaria nada. Tudo era somente uma questão de tempo.
— Você sabe se algum paciente chamado Thomas foi transferido para cá, do mesmo hospital que eu estava? — perguntei a ela, assim que saímos no corredor.
— Não sei, mas eu posso checar. — ela parou a cadeira de rodas, perto de um balcão onde tinham diversos prontuários, ela olhou e sorriu confirmando. — Sim, mas ele foi levado para a UTI. Mas não se preocupe, é procedimento padrão, já que aqui consta que ele passou por uma cirurgia. — ela leu algo e fez uma careta. — Nossa, o caso dele foi grave.
— O que diz aí? — perguntei curiosa, ela me olhou e sorriu.
— Diz muita coisa, mas a mais importante é que ele está bem agora. — revirei meus olhos. — Não posso falar sobre outros pacientes, eu seria demitida. — ela voltou a empurrar a cadeira.
— Esse paciente, é meu segurança, ele se colocou na minha frente antes que e o carro nos atingisse. — falei e ela parou por um momento. — Só quero ter a certeza que ele está bem. — ela apertou meu ombro.
— Ele teve um dos pulmões perfurados por uma costela quebrada, ele teve muita sorte. Foi rapidamente socorrido. — eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser o fato de que era eu ali.
Era para mim.
Aquele sentimento de mágoa e revolta estava de volta ao meu peito, e senti o ardor procurei respirar fundo. Thomas salvou minha vida, e a vida do meu bebê. Eu serei eternamente grata a ele, pelo que fez.
— Bom esse é o quarto. — ela abriu a porta, e o que vi a seguir tirou meu chão, e agradeci por estar em uma cadeira de rodas. — Não estamos em horário de visitas. — a enfermeira entrou questionando a presença de Sophia.
Ela me olhou e sorriu.
Meu Deus essa mulher é louca.
Olhei para a cama, e vi Alex dormindo. Olhei para os lados e não vi nenhum segurança.
— Eu só passei para dizer um oi. — ela se justificou. Então começou a sair, e me encarou. — Fiquei sabendo do que aconteceu com você. Pobrezinha. Espero que se recupere logo. — ela começou a sair, quando passou por mim, ela falou baixo. — Gostou das flores? Eram para seu velório.
Senti o sangue sumir do meu rosto. Minhas mãos estavam suando, e tremendo. Escutei seus saltos batendo no chão e se afastando. A enfermeira se aproximou e se assustou ao olhar para mim.
— Você está bem?
— Ela não vai parar. — senti o desespero. — Eu tenho que sair daqui! — comecei a falar alto. — Me tira daqui, por favor. — eu começava a chorar sem saber o que fazer.
— Calma. Calma. Venha eu vou levar você para o seu quarto. — ela fechou a porta, e falou algo com outra enfermeira que apareceu.
Quinze minutos depois, eu já tinha jogado as malditas flores no lixo e conversava com Adam.
— Ela esteve aqui. — falei. — De baixo das vistas de todos, ela esteve aqui.
— Eu não deveria ter saído, tomei um banho e cabei dormindo. — Adam se justificou. — A onde estava o segurança? — se eu respondesse a pergunta feita, eu seria mal educada. Preferi não pensar nisso.
— Você não tem culpa, eu só quero sair daqui, eu já estou bem. Então fale com quem quer que seja, e me tira daqui. — ele esfregou a cabeça.
— Eu não posso simplesmente tirar você daqui, Alice. Você sofreu um acidente, e está. — ele não terminou de falar, somente apontou para minha barriga.
— Adam! — eu sentia aquela sensação de pânico. — Por favor.
— Eu vou conversar com os médicos, e ver o que posso fazer. — quando ele saiu do quarto eu sabia que ele não havia me prometido nada.
Eu tinha que dar um jeito.
Olhei para meu celular.
(***)
Filmes de ação nunca foram meus preferidos, mas ter assistido alguns teve seu mérito. Eu sabia que o que eu estava fazendo não era certo, todos ficariam preocupados, mas eu tinha que pensar em mim nesse momento.
Abaixei a cabeça quando virei no último corredor e vi que tinha dois homens conversando, dois médicos provavelmente. Ajeitei a mascará que usava, e procurei passar despercebida. Assim que abri a porta de saída do hospital, e que o vento bateu em meu rosto eu quase não conseguia respirar de tão forte que batia meu coração.
Procurei desviar das direções onde ficavam as câmeras de vigilância, caminhei o mais rápido que pude até o local combinado, e assim que avistei o carro comecei a sentir o alívio. Olhei para trás, somente para ter a certeza que eu não estava sendo seguida.
Eu me sentia uma bandida.
Assim que entrei e fechei a porta, soltei o ar que estava prendendo.
— Você está bem? — ele perguntou.
— Estou me sentindo como alguém que acaba de assaltar um banco. — eu ri. — Não sei se estou bem, mas sei que vou ficar, assim que estiver bem longe daquela louca.
— Ótimo. Então vamos. — Dilan ligou o carro e saímos de lá. — Tem uma bolsa térmica atrás do banco, tem algumas coisas para comer, se estiver com fome.
— Fome é a última coisa que tenho sentido nesses últimos dias. — ele me olhou e concordou. — Posso te fazer uma pergunta?
— Claro.
— Porque está fazendo isso? — ele sorriu sem me olhar. — Você não tem medo de perder seu emprego?
— Eu estou seguindo ordens. — eu estranhei sua resposta.
— Mas eu não sou sua chefe. — pensei no que falei. — Não, deixa eu explicar melhor, eu sou muito grata, pelo que está fazendo, mas eu não sei se poderei te socorrer quando descobrirem.
— Não estou seguindo suas ordens. — ele falou me olhando rapidamente, e voltando a olhar para a estrada. — Antes de sofrer o acidente, Alex tinha me ligado e dado ordens expressas de manter você longe da Sophia e do Charles, é o que estou fazendo.
— Porque ele fez isso?
— Não sei, iríamos conversar quando chegasse. — ele deu de ombros. — Então ele sofreu o acidente e perdeu a memória.
Voltei a olhar para a estrada e pensava em tudo. Alex havia ido até a casa dos meus pais aquela noite. O que aconteceu para que ele desse essa ordem ao Dilan? Meu celular começou a tocar. O nome de Adam apareceu na tela.
Dilan olhou e não falou nada. O celular tocava sem parar, e já estava na dúvida se falava com ele ou não. Então parou de tocar.
— É melhor tranqüilizá-los, dizer que está bem. — ele falou. — Diga que só precisa de um tempo.
— Ninguém vai desconfiar que estou com você? — perguntei.
— Eu tenho dois dias de folga a cada quinze dias. — ele deu de ombros. — Eu só volto daqui dois dias. Podem desconfiar, mas enquanto você não falar, ninguém terá como provar. — pensei no que ele falou.
— Sophia sabe das suas folgas? — ele ponderou, e por fim negou.
— Não é algo regular, tiro sempre que necessário. Ás vezes antes, ás vezes depois. Não tenho data específica.
— Então ela não tinha como saber se você estaria de folga. — ele negou. — Eu não me conformo dela sempre conseguir se esgueirar e ninguém nunca ver ou pegar.
— Ela usou uma identidade falsa para entrar no hospital, da mesma forma como eu te orientei a evitar as câmeras, ela também fez.
— Mas isso tem que acabar, ela estava tão tranquila no quarto do Alex, poderia ter feito algo a ele, e ninguém saberia se eu não tivesse chegado. — ele respirou fundo.
— Ela não faria nenhum mal a ele. — ele me olhou. — Sei que é duro ouvir isso, mas é a verdade. Apesar do que ela fez anos atrás, fisicamente ela é incapaz de fazer algo contra ele. — revirei meus olhos.
— Estou tão cansada disso tudo. — cruzei os braços olhando para a estrada. — Afinal para onde você está me levando?
— Para o último lugar no mundo que alguém procuraria você. — quando pensei em responder, meu telefone voltou a tocar, mas agora era Tina. Atendi.
— Alô?
— Meu Deus Alice, onde você está? — minha amiga faltou gritar. — Cala a boca. — falou.
— Se eu calar a boca, como vou dizer onde estou. — escutei vozes ao fundo.
— Só diz pro seu amigo aqui que eu não tenho nada haver com o que você fez. Infelizmente. — ela resmungou algo.
— Alice? — era a voz do Adam. — Você está louca. Onde você está?
— Devolve meu telefone! — os dois estavam discutindo. — Amiga, você está bem? — acabei rindo ao imaginar a cena dos dois se engalfinhando.
— Eu estou muito bem. — falei. — Deixa eu falar com Adam.
— Alice. — agora a voz dele estava mais controlada.
— Adam eu estou bem.
— Onde você está? Me fala e eu vou te buscar. — eu não faria isso, não agora.
— Eu precisava sair de lá. Ver Sophia ali, tão a vontade, despertou a necessidade de pensar somente em mim agora.
— Eu falei com os médicos, você receberia alta pela manhã. — eu não estava brava com ele, na verdade era muito grata por tudo o que ele fez.
— Eu sei agradeço por tudo que tem feito.
— Você está sozinha ou com alguém? — olhei para Dilan e sabia que se falasse que estava com ele, Adam ficaria mais aliviado, mas eu traria problemas para Dilan.
— Eu estou muito bem, ligo para você em breve.
— Todos estão preocupados. — ele falou e senti uma dor no peito ao pensar em Alex e sua família.
— Deixa eu falar com a Tina — ele expirou profundamente, e escutei quando minha amiga riu antes de falar comigo.
— Sua louca, porque não me ligou? Eu tirava você de lá, num piscar de olhos. — acabei rindo, porque sabia que ela estava falando sério. — Sabe que eu te amo, e faria qualquer coisa. — enxuguei a lágrima que escapou.
— Eu sei. Amo muito você também. — pensei na festa que ela faria quando descobrisse que eu estava grávida. — Tenho uma coisa para te contar, mas tem que ser pessoalmente.
— Você só pode estar brincando que vai falar somente isso. — eu já imaginava Tina surtando. — Eu odeio você. — ela falou e eu comecei a gargalhar. — Sua vaca, eu não vou conseguir dormir de curiosidade.
— Adam sabe do que eu estou falando, tenta arrancar dele. — ela bufou.
— Vai ter que ser algo extremamente importante para eu não dar na sua cara.
— Tenho que desligar. — falei limpando o rosto. Eu já não sabia se ria, ou chorava.
— Se cuida. — ela falou.
— Pode deixar. Te amo.
— Eu não vou falar o mesmo, porque nesse momento te odeio. Tchau. — ela desligou. Olhei para o lado e Dilan estava com um sorriso no rosto.
Paramos em frente a um enorme portão. Olhei para os lados, e notei que a propriedade, seja lá de quem fosse é gigantesca, se levar em conta o muro que cerca o quarteirão. No alto do muro havia uma cerca elétrica.
Os dois guardas da guarita cumprimentaram Dilan quando ele abaixou o vidro do carro, e o portão foi aberto. Como já escurecia, e havia pouca iluminação pelos jardins não dava para ver muito, mas o que se notava era que a pessoa que morava, tinha grana.
Dilan parou o carro numa garagem que tinha acesso direto a casa. Entramos por uma porta lateral e assim que entramos na sala, que por sinal é imensa, eu comecei a ver diversas fotos de uma pessoa que eu conhecia pela televisão.
— Ei. — segurei e puxei o braço do Dilan. — Aquele não é o senador Thompson? — apontei para uma fotografia grande que tinha no alto da escadaria.
— Sim. — ele respondeu olhando para onde eu apontava. — O grande senador Joffrey Thompson. — notei um leve desagrado ao pronunciar o nome completo de um dos senadores mais influentes nos Estados Unidos.
— E, o que nós estamos fazendo na casa dele? — Dilan continuava parado olhando para a fotografia, como uma estátua.
Depois de alguns segundos em silêncio ele expirou e falou algo tão baixo que eu tive certeza que não ouvi direito.
— Ele é meu pai.
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