CAPÍTULO 02
Bom dia... sentiram minha falta?
Sei que sim, sumi por motivos de adaptação, levei um susto e um puxão de orelha do meu médico e agora estou me adaptando a uma nova rotina e vida fitnes 😅 (nunca pensei que falaria isso) então tenham paciência, porque tem dias que quando saio da academia nem os dedos funcionam kkkkk
Mas vai melhorar! 🙌
Agora sobre a história, aqui voltamos ao dia do acidente da Alice, sei que muitas estão revoltadas com ela por não ter contado ao Alex sobre a filha, e minha pergunta é: será que realmente foi isso que aconteceu?
Existem tantas possibilidades...
Até mais, bjos!
ALEX
Um ano antes...
Estou entrando no hospital aonde vim refazer alguns exames para saber a evolução do meu quadro, quando meu telefone toca. Sei que não deveria atender, mas com essa falta de memória, toda e qualquer informação pode me trazer algo que me faça lembrar de algo.
— Pronto.
— Alex? — noto que Sophia ficou surpresa.
— Sim. — escuto uma risadinha.
— Não achei que fosse atender. — meu irmão me encara na expectativa que eu fale quem é.
— Porque eu não atenderia? Mas afinal porque ligou?
— Ah! Sim, bom, é que eu queria muito saber como você está, sei que muita coisa aconteceu, e muitos não podem acreditar, mas eu ainda te amo, e muito. — ela começa a falar mais baixo. — Eu queria muito que nós pudéssemos sentar e conversar, você nunca me deu essa chance.
— Não acredito que vá fazer alguma diferença, Sophia, eu não lembro o que exatamente tenha acontecido. — meu irmão segura meu braço e me encara.
— Que merda você tem na cabeça pra atender essa mulher? — ele arranca o telefone da minha mão. — Tchau sua vaca! — ele desliga. — Acabei de insultar um pobre animal inocente, a que ponto chega o ser humano. — ele me entrega o telefone. — Por que você salvou o número dela? — dou de ombros.
— Me entregaram um telefone novo, já que o meu perdi no acidente. — a enfermeira se aproxima. — Eu não salvei nenhum número dos que estão aí.
— Alexander Colth? — a enfermeira pergunta, concordo. — Me acompanhe por favor.
Acompanhei a enfermeira e fiquei algum tempo entrando e saindo de alguns aparelhos, tiraram sangue, e fui encaminhado para uma tomografia. Esse exame foi o mais demorado. Eu já estava querendo ir embora, mas tinha esperança que algo fizesse minha memória voltar, ou ao menos ajudasse.
Enquanto estava deitado pensei em Alice por alguns minutos. Eu não conseguia lembrar de nada, mas pensar nela me dava uma gostosa sensação de paz.
— Bom, os exames estão ótimos para sua condição. — o médico começou a explicar. — A tomografia mostra que a área da lesão está diminuindo.
— Mas eu continuo não lembrando de certas coisas.
— Isso é algo esperado para seu quadro, temos que ter paciência Alexander, graças a Deus você não teve consequencias piores desse acidente. — ele olhou algo no prontuário. — Vejo que está se queixando de dores de cabeça, isso acontece sempre ou quando força tentar lembrar de algo?
— Quando tento lembrar de algo.
— Vou prescrever um remédio bem fraco, somente para amenizar, mas o ideial é não forçar a memória, quanto menos ficar pensando nisso é melhor. — concordei, mas isso era muito mais fácil falando do que executando. — Qualquer novidade pode me ligar.
Agradeci, e peguei a receita. Quando sai do consultório Tyler estava andando de um lado para o outro no corredor.
— O que foi?
— Alice sofreu um acidente.
— Tá de brincadeira? — ele negou. — Em que andar ela está?
— Ela foi atendida pela emergência, levaram ela e Thomas para o Bellevue. Adam falou que ela está bem, mas Thomas está passando por uma cirurgia, o caso dele é mais grave. — senti uma fisgada na cabeça que me fez parar de andar e me apoiar na parede do corredor. — Você está bem?
— Estou. — falei não tendo certeza.
— Sua cara não parece dizer o mesmo. — ele parou por um segundo. — Adam está arrumando a transferência deles pra cá, não quer esperar por aqui? — encarei-o.
— E quanto tempo isso vai levar? — a imagem do meu irmão foi ficando embaçada, distante, e sua voz cada vez mais baixa. Até que ele veio ao meu encontro e não deixou com que eu caísse.
— Enfermeira! — foi á última coisa que ouvi antes de apagar.
ALICE
Não sei por quanto tempo fiquei perdida na escuridão, mas algumas coisas ficaram marcadas em minha memória, vozes, eu as ouvia, baixas, como sussurradas, eu não conseguia entender o que falavam, mas sabia que estavam ali.
Outra coisa que me marcou, por um breve momento, foi um aroma diferente. Um perfume talvez. Um que eu não conhecia, muito adocicado. Me, deixou brevemente enjoada. Tudo que era desconhecido me deixava agitada, já que sabia que estava vulnerável. Mas logo voltava para a profundidade do sono, muito provavelmente induzido por medicações.
Começo a sentir novamente algum nível de consciência. Procuro manter a calma. Ainda meio confusa, eu abro meus olhos. O quarto está escuro, e silencioso. Os aparelhos emitem um som rítmico, e baixo. Dou uma olhada no quarto e encontro Adam deitado na poltrona a minha frente, dormindo.
Sinto minha garganta ressecada. Procuro por água, mas não encontro. Tento me mover, mas o mínimo de esforço que faço, faz com o bipe altere sua frequencia.
— Ei. — Adam se aproxima. — Não se esforce. — volto a deitar.
— Não quero que me dêem mais nada para dormir. — ele sorri e concorda.
— Então prometa que irá se manter calma. — concordo.
— Estou com sede. — ele vai até uma mesinha e abre uma garrafinha de água. — Fiquei dormindo por quanto tempo?
— Algumas horas, já são quatro da manhã. Logo será transferida para outro hospital. — ele me entrega a garrafa e o simples fato de esticar o braço me faz gemer de dor. — Deixa que eu te ajudo. — ele me ajuda e consigo beber água.
Que sensação maravilhosa.
Olho para os lados, e lembro das vozes que ouvi enquanto estive dormindo.
— Quem esteve aqui? — Adam me olha confuso. — Eu ouvi algumas vozes enquanto dormia, e um cheiro doce enjoativo.
— Tyler veio ver como você estava, e bom, entraram enfermeiras e médicos, conversei com todos, lembra de algo exatamente? — nego.
— Só o cheiro enjoativo. — olho para a poltrona onde ele estava sentado. —Alex não veio?
— Então, sobre Alex, ele estava vindo, mas teve um desmaio e ficou internado em observação. Mas ele está bem, não se preocupe. — ele se adiantou em falar quando percebeu o bipe começar a aumentar a frequencia.
— Como ele está?
— Bem, consciente, os médicos vão deixá-lo lá por dois dias talvez, por isso ele não está aqui.
— Thomas?
— Passou por uma cirurgia de emergência, e agora está na UTI. Temos que aguardar as próximas horas, mas os médicos estão bem otimistas em relação ao quadro dele. — saber disso me deixou mais aliviada. — E, como você está? — dei de ombros.
— Viva, e grata por isso. — passo a mão em minha barriga. — Ainda não sei o que fazer. — Adam segura minha mão, olho para ele.
— Não se preocupe, vai ficar tudo bem. — concordo com ele.
Nos minutos seguintes duas enfermeiras vieram verificar meus sinais, e saíram. Adam estava sentado na poltrona e demonstrava cansaço. Mas ele não dormiu, então ficamos conversando.
— Quer que avise seus pais?
— Não, isso só vai preocupá-los. E, eu preciso saber o que fazer. Sabe se saiu algo na mídia?
— Não até o momento, e por isso quero logo tirar você daqui. Seria bom você falar com sua família, caso algo saia, eles não vão ficar preocupados.
— Vou fazer isso pela manhã. — lembrei de Tina. Como pude esquecê-la? Quando pensei em falar, Adam sorriu.
— Já avisei sua amiga. — ele riu. — Ela me ameaçou caso deixasse algo acontecer com você. — acabei rindo ao imaginar ela ameaçando ele. — Ela gosta muito de você, Alice.
— Eu sei, eu também gosto muito dela. — ele se levantou e veio para perto da cama.
— Sei que dormiu muito, mas descanse. — ele arrumou a coberta. — Foi um custo conseguir um quarto nesse hospital, então aproveite.
— Obrigada por tudo.
— Não precisa agradecer, faria muito mais se necessário, e você sabe disso. — concordei, porque realmente sabia.
Ele voltou para a poltrona e ficou me observando até que seus olhos fechassem. Eu só conseguia agradecer a Deus por ter colocado pessoas tão maravilhosas em meu caminho. Acabei dormindo, e quando acordei já tinha enfermeiros e médicos no quarto, me fizeram algumas perguntas, e logo fui liberada para a transferência.
Perguntei de Thomas, e soube que ele ainda ficaria o dia de hoje na UTI, mas assim que tivesse melhor seria transferido. Confesso que fazer o vôo de helicóptero foi um pouco tenso. Talvez se não estivesse deitada e toda amarrada a maca, eu não tivesse sentido tanto.
Assim que cheguei ao outro hospital fui levada para fazer diversos exames. Soube que ali era onde Alex estava internado, e que já havia perguntado por mim. Isso me deixava ansiosa, sem saber ainda se contava ou não a ele sobre a gravidez, eu fugia de ter que encarar seus olhos.
Eu tinha acabado de chegar ao quarto e aproveitei para pedir um favor a Adam.
— Você me promete que não vai falar nada até eu decidir?
— Prometo Alice, mas minha opinião você já sabe. — sim eu sabia, por ele eu falava a verdade a Alex, mas eu não tinha essa certeza. Ao menos por enquanto. — Você não vai conseguir esconder por muito tempo.
— Eu sei, mas sinto que não é o momento. Não sei explicar, eu só sinto.
— Não se preocupe, ninguém vai saber até que você decida. Eu já deixei claro na administração que toda e qualquer informação ou evolução será tratada diretamente com você, ou comigo, mais ninguém terá acesso.
— Melhor assim. — nesse momento ouço uma batida na porta. Tyler aparece após abrir a porta.
—Bella. — ele entra. — Como você está?
— Bem melhor agora. — falo recebendo um beijo na testa. Ele me olha com carinho.
— Mas que merda você tinha na cabeça em atravessar sem olhar a rua? — olhei para Adam que deu de ombros.
— Quem te falou isso?
— Dilan, ele nos informou quando pegou as câmeras disponíveis pela rua onde tudo aconteceu. — eu não sabia o motivo dele ter falado isso, mas não iria questionar agora. — Falando nisso. — ele olha para Adam. — Meu irmão quer falar com você. Quarto 312.
— Vou aproveitar que está com companhia e vou até em casa, preciso tomar um banho.
— Não se preocupe, eu fico com ela. — Adam saiu e Tyler se sentou ao meu lado na cama. — Você quase matou meu irmão de novo, sabia? Eu quase tive um treco quando ele desabou na minha frente. — eu acabei rindo da cara que ele fez.
ALEX
Eu estava recebendo as medicações na veia quando Adam entrou no quarto.
— Que susto foi esse? — dei de ombros.
— Tinha acabado de fazer um monte de exames. — a enfermeira terminou e saiu.
—O que queria falar comigo? Eu preciso ir em casa tomar um banho, trocar de roupa...
— Porque você está como responsável por Alice? — fui direto ao ponto. — Quando ela chegou fui conversar com os médicos, e disseram que não poderiam me falar nada, seria diretamente com ela ou com você.
— É sobre isso? Depois de tudo que aconteceu, sua preocupação está em porque eu sou o responsável por ela, e não você? — concordo.
— Se ela é minha namorada, você não acha estranho? — ele começa a andar de um lado para o outro, e esfrega a cabeça.
— O que eu sou você lembra, certo? Advogado. É difícil conversar sobre isso com você, já que não se lembra de nada, mas pra sanar sua dúvida em relação a isso, eu tenho uma procuração assinada por ela me dando esses poderes, Alice tem uma quantia em dinheiro aplicada e eu sou o responsável, quando fiz a procuração fiz ela com diversas finalidades.
— Somente isso? — ele ri e concorda.
— Achou que fosse o que?
— Não é fácil saber o que achar quando não consigo lembrar de nada. — ele ri sem vontade, e bate em meus pés com a mão.
— Eu preciso de um banho. — fala se encaminhando para a porta. — E, antes que eu me esqueça, namorado não é um parente direto legalmente, você não teria acesso a nada de qualquer forma. Melhoras!
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