Capítulo 38
Nicholas Matthews
-Essa parte sempre é horrível.- Alisson sussurra.
-Se quiser, eu pulo.- começo a pegar o controle.
-Não.- ela sorri.- Não se pula Malévola.
Sorrio passando o braço pelos ombros dela e a aproximando de mim, volto a assistir o filme e vejo Malévola gritando por que arrancaram as suas asas.
Alisson se aproxima mais de mim e deita a cabeça no meu peito enquanto pega um pouco de pipoca do balde no meu colo.
Decidimos que era noite de filme. Depois de passar horas falando sobre contas, matemática e essas chatisses todas... finalmente meu cérebro tem um descanso decente.
Mas não chegamos nem no meio do filme quando a porta abre e o pai de Alisson entra, ele nos observa por um segundo e aponta para mim.
-Um metro!- grita enfurecido.- Um metro. Os dois!
-Pai!- Alisson arregala os olhos.
-Ah, não quer isso?- ele franze a sobrancelhas.- Nick vai embora então. Já passou das dez.
-Sr.Avery....
-Nada disso.- ele balança o dedo.- Nick, para casa. Alisson, para o quarto.
Ele caminha lentamente até a cozinha e nos observa enquanto Alisson, com a maior cara de raiva que eu já vi, me acompanha até a porta.
-Pelo menos ele não me bateu.- pego meu casaco.
-A gente nem terminou de assistir.- ela faz bico e eu contenho a vontade de beijar ela desse jeito.
-A gente termina outro dia.- passo a mochila pelo ombro.- Boa noite, Alisson.- falo alto e formal, ela sorri.- Boa noite, Sr.Avery!
-Vá, vá.- ele balança a mão para mim e sorrio.
Vou caminhando até o carro e Alisson fecha a porta, então olho para trás antes de abrir a porta do meu carro e vejo a luz do quarto dela acesa pela janela.
Sorrio colocando a bolsa no canto de trás e dando a volta sem que me percebam, dou três batidas na janela e ela logo abre segurando minha nuca e me puxando.
Nossos lábios se tocam e eu apoio minhas mãos no parapeito da janela enquanto deixo ela morder meu lábio e passar a língua pela minha.
Meu novo passatempo favorito era beijar Alisson, aquela menina tinha o beijo mais gostoso que eu já tinha dado na minha vida inteira.
-Boa noite.- ela sussurra.
-Boa noite.- mordo o lábio dela.- Juízo.
-Eu sempre tenho.- ela sorri.
-Não minta para mim, Avery.- seguro a nuca dela e a beijo mais uma vez rapidamente.- Eu conheço você muito bem.
-Até demais.- Alisson acaricia minha bochecha.
-Tenho que ir antes do seu pai me pegar aqui e aí sim me matar.- falo e ela ri.
-Medroso.- ela fala quando nos afastamos.
-Precavido.- corrijo.
-Te vejo amanhã.- ela se apoia na janela.
-Se você tiver a sorte.- pisco para ela.
A noite termina muito mais agradável e eu logo estou a caminho de casa, odeio quando tenho que me separar dela, parece que eu virei um dependente de Alisson Avery.
Espero que ela também se sinta assim, por que seria uma vergonha só eu me sentir assim, sorrio comigo mesmo sabendo que ela sente.
Um dia desses falei que ia embora e ela me abraçou tão forte que achei que ia desmaiar para ela me amarrar no porão e me deixar em cativeiro.
Aquela menina estava acabando comigo. Do jeito bom, claro. Mas mesmo assim ainda estava com muito medo de uma coisa.
A entrega das respostas.
Pelas minhas contas, iriam chegar em algum momento, os de Havard sempre eram entregues primeiro, mas não importava, eu e ela já tínhamos combinado.
Se recebessem os qualquer que fosse a carta de qualquer que fosse a faculdade....esperaríamos chegar a de todas para abrir juntos.
Não queria admitir, mas estava um pouco ansioso com tudo isso, realmente não queria ficar muito longe de Alisson, já não tinha mais medo de admitir isso.
☁️
Alisson Avery
Me reviro na cama e fecho os olhos com força tentando dormir, parece que o sono não chega e nem vou dormir tão cedo quanto estava querendo.
Já tentei assistir algumas séries, já li alguns livros, já até tentei prender a respiração para ver se eu desmaiava, mas estava bem impossível.
Então eu fui fazer a única coisa que minha mãe fazia para que eu dormisse, entrei na cozinha, peguei o leite e uma panela pequena.
Liguei o forno e despejei um pouco de leite, enquanto esperava aquecer eu sentei na bancada e peguei uma revista de Jane que ela gostava de ler quando acordava.
Ela estava no sétimo mês, como eu me lembrava? Sabia que ela ia ter o bebê no mesmo mês que eu ia finalmente ficar livre da escola.
Ou seja, se faltavam dois meses para a escola acabar....faltavam dois meses para ela ter o bebê, portando, sete meses atualmente.
Eu não queria me gabar, mas sou uma gênia. Acho que vou ser a única da família, ninguém vai chegar aos meus pés...
-Ótimo, estou falando igual a Nick...
-O que está fazendo?- uma voz feminina fina pegunta e me assusto.
-Ai, meu Deus, Jane.- toco o coração.- Não se faz isso.
-Desculpa, querida.- ela ri.
-Não tem problema.- desço da bancada.- Estou esquentando um pouco de leite. Quer algo?
-Só água.- ela sorri.- Minha bexiga esvazia rápido demais.
-Deve ser horrível.- rio.
-É.- ela enche um copo de vidro.- Mas a sensação de ter ele na barriga é boa.
-Ele?- pergunto.
-Eu acho que é ele.- ela fala baixinho.
Meu pai e ela não quiseram saber o sexo, então os dois estavam bem animados para saber o que era, apesar de eu não estar na mesma animação.
Se fosse uma menina, eu tinha medo dela passar por algo parecido que eu. Se fosse um menino, tinha medo dele fazer algo contra uma menina....
Estava a roda hora me lembrando de que meu pai nunca criaria um menino assim, e ele tomaria cuidado se fosse uma menina.
-Bom, boa noite.- ela vai com o copo.- Durma cedo, amanhã tem aula.
-Ok.- desligo o fogo.
Encho a caneca de leite e tomo cuidado para não queimar minha mão ou boca enquanto tomo um pouco, leite quente sempre me acalmou.
Termino o leite até a última gota e volto para o quarto, percebo que tem uma mensagem de Nick e sorrio trancando a porta e entrando embaixo da cama.
Respondo ele e logo está me ligando, atendo e ouvi a respiração baixa dele, adoro quando ele me liga apenas para ficarmos ouvindo um ao outro.
"-O que está fazendo?- pergunto.
-Imaginando a gente. No carro.- ele informa e eu rio baixo.
-Não vou transar por telefone.- já adianto.
-Ah, porque?- posso ver ele fazendo biquinho.
-E se alguém tiver gravando nossa ligação? E se meu pai hackear meu celular?- pergunto.
-Ok.- ele bufa.- Nada de sexo pelo celular.
-Bom garoto.- encaro o teto e ele ri.
-Então eu vou ficar quietinho aqui.- ouço ele se ajeitar.- Só ouvindo você.
-Ideia brilhante.- me ajeito na cama também.
Ficamos em silêncio e fecho meus olhos, abraço um dos travesseiros achando que é ele e imagino seus dedos acariciando as mechas dos meus cabelos.
-Nick.- o chamo.
-Oi.- ele fala sonolento.
-No começo...eu te julguei mal.- murmuro.- Achei que você fosse igual aos outros.
-Estava certa em querer me julgar.- ele fala calmo e rouco.- Só estava tomando cuidado. Se protegendo.
-Só queria deixar claro que você foi a melhor coisa que aconteceu comigo depois disso, depois da morte da minha mãe, depois de tudo.- mordo o lábio esperando a resposta.
-Você também, Alisson.- ele sussurra.- Sem você...esse ano seria uma merda e talvez eu ficasse aqui para sempre.
-Não quero ficar longe de você.- encaro o celular.
-Nem eu quero ficar longe de você.- ele suspira.- Vamos ficar juntos, não importa o que aconteça.
-Não importa o que aconteça.- concordo."
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