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03. Impulso

Quando sonhar, deixa eu sonhar esse sonho com você...

Iniciei mais uma música, que ecoou pelo Requintes do Forno. Estava mantendo a constância há um tempo e o repertório que preparara sendo decorrido indicava que meu intervalo estava próximo.

Dediquei-me naquela música antes de anunciar o intervalo no microfone e agradecer pela companhia até ali. Coloquei o violão no suporte no segundo que ouvi uma voz familiar:

— Bala!

Ergui o olhar para um Miguel nos braços de Murilo, os dois acenavam, indicando para que eu fosse até eles. Aproximei-me sorrindo.

— Olá! Como estão?

— Melhor agora. — Miguel disse e eu apertei sua bochecha.

— Estamos só de passagem, sabia que estaria tocando hoje e viemos te mostrar algo.

— O que é? — sorri curiosa. Miguel cutucou Murilo, que me estendeu um envelope.

Intrigada, puxei de dentro uma folha que, a primeira vista, pedia por alguns dados pessoais. No topo havia o símbolo de uma grande gravadora da região.

— É um formulário de inscrição. Estão organizando um concurso no Parque Municipal, aberto ao público, e o vencedor tem a chance de gravar um EP como período experimental. Se funcionar, a gravadora fecha o contrato. — Murilo explicou, parecendo um pouco agitado — Conheço um dos organizadores, é um evento sério e a gravadora tem boa reputação, eu pesquisei.

— Muri... — tentei chamá-lo.

— Desculpe se fui intrometido, é que pode ser uma boa chance de...

— Murilo! — chamei, Miguel soltou uma risadinha  — Obrigada. Eu com certeza pensarei a respeito.

Ele pareceu aliviado e, pegando-me desprevenida, abraçou-me. Miguel também envolveu o bracinho ao redor do meu pescoço.

— Considere se inscrever. Estaremos torcendo por você, Alba.

— Você vai ganhar, Bala!

Sentindo o coração transbordar, retribuí o abraço e agradeci a iniciativa. Murilo parecia tão empolgado que parecia ele a cogitar competir.

Eles logo partiram e eu voltei ao palco para concluir a noite, mas algo meu ficou naquele abraço, ocasionando um sorriso que não passou despercebido por mim. Nem por meu pai, quando o visitei.

— Você está com uma cara boa. — Baltazar me cutucou com o cotovelo quando me sentei à mesa para jantarmos o agrado do dia.

— Deve ser porque me mostraram isso. — puxei o envelope da bolsa apoiada na cadeira e entreguei.

— Alba! É uma oportunidade excelente, mas... quem te contou sobre?

— Um rapaz. — contive um sorriso involuntário —  Ele e o filho são meus alunos.

— Você não está sorrindo pela oportunidade apenas, está? Quando me entregou o envelope, seu sorriso ficou mais hesitante, mas falou do moço e sua expressão suavizou.

Senti meu rosto esquentar e sacudi a cabeça. Meu pai era terrível.

— Não tem nada demais, papai.

— Ah, minha filha, pois acho que há. Você está mais leve e é ótimo ter pessoas a nossa volta que nos impulsionam para conquistar nossos sonhos.

Papai deu uma piscadela de quem sabe mais e concentrei minha atenção às garfadas que dava no prato. Depois de alguns momentos, sussurrei:

— Você acha que devo me inscrever?

— Mas claro!

— Não acha que estragarei tudo de novo?

— Filha, você nunca "estragou tudo". — papai colocou a mão sobre a minha e eu o encarei. Seus olhos demonstravam doçura. — Não tenha medo de se perder, tenha medo de não tentar.

Refleti o resto da noite. Percebi com alívio que minha mente agora não dançava entre as memórias enclausuradoras, mas ao som de algo motivador. Um novo impulso.

Eu havia chegado cedo para as aulas, a empolgação não permitiu que eu ficasse muito tempo na cama e aproveitei para dar uma inspecionada nos instrumentos e limpar as janelas. Uma playlist instrumental me auxiliava a manter o foco. Eu murmurava melodias conhecidas, prestes a passar o pano no outro lado do vidro quando ouvi alguém bater na porta.

Chequei o relógio e percebi que era horário da primeira aula começar. Guardei o pano e abri a porta, meu coração sorrindo junto com os lábios.

— Você nunca se atrasa, hein?

Murilo retribuiu o gesto.

— Por nada nesse mundo. — ele me analisou, e soube que ia perguntar algo — Diga, você pensou sobre a inscrição?

Eu assenti, meu sorriso aumentando.

— Entreguei no endereço de organização do evento hoje mais cedo, como instruído no formulário.

Murilo fez uma pose de comemoração, e eu ri, meio tocada, meio confusa. Antes que pudesse falar, ele parou, dedo em riste, um semblante analítico.

— Que música é essa? É familiar.

Eu havia esquecido de pausar a playlist. Concentrei-me um segundo para absorver as notas e identificar a música.

Adagio, do Secret Garden.

— Adágio não é uma anedota? — eu ri e assenti.

— Também, mas na música é um termo para se indicar o andamento. Devagar, mas não chega a ser definido como "lento", percebe? —  incentivei-o a ouvir, e um lampejo a mais de reconhecimento fez Murilo assentir — De onde a conhece?

— De uma peça do clube de teatro no ensino médio, tive de dançá-la em uma cena.

— Não sabia que havia feito teatro, como era a cena?

— Demonstrarei. — Murilo foi até meu celular e retomou a música do começo, um sorriso meio enviesado ao me estender a mão — Me concede essa dança?

Ri e estendi a mão, prestes a soltar uma piada, mas as notas logo recortaram a realidade e, de repente, só havia Murilo me guiando em passos suaves. Ele era bom naquilo.

— Na cena, era a música que tocava em um baile de fadas.

— Combina com a atmosfera, traz um ar sonhador.

— Como um sonho, sem dúvidas. — seu sussurro fez cócegas em meu rosto.

Murilo me girou, e quando voltei a olhar para frente, nossos olhos se esbarraram. Paramos, lendo as expressões um do outro. O silêncio não ia responder o que eu procurava. 

— Por que tanta animação para o concurso? Você se esforçou tanto para que eu ficasse sabendo.

— Lógico. — falou sem hesitar, a imensidão de seus olhos me inebriando  — Você disse que era seu sonho, e sei que você mais do que tem potencial.

A resposta veio tão natural, como se fosse óbvia. Foi inevitável não ponderar, admirada, a facilidade que recebia apoio de Murilo.

— Obrigada. — eu apertei a mão dele que amparava a minha — Você me ajudou a lembrar como vale a pena tentar.

— Eu que agradeço por me ajudar a perder o receio. — ele deslizou o polegar no dorso da minha mão. A música já havia mudado, mas não nos soltamos. 

— Acho que também devo agradecer por outra coisa.

— Que seria? — suas sobrancelhas se uniram, os olhos me analisando.

— Por fazer meu coração palpitar. Estou adorando conhecer esse novo ritmo.

Entrelacei nossos dedos e puxei Murilo para um beijo. Não queria observá-lo por momentos despercebidos, mas olhá-lo diretamente e perguntar, com a mesma ternura que havia feito comigo, o que ele mais desejava.

Eu também queria impulsioná-lo.

1117 palavras

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