Maya, estava sentada em uma mesa do Ciao Bella. Uma cafeteria que ficava próximo ao apartando que a ruiva morava. Era uma manhã de sexta feira, e caia uma garoa fina do lado de fora do estabelecimento. O dia havia amanhecido nublado, mas foi apenas a ruiva chegar ao estabelecimento para a chuva começar a cair lá fora.

Ela suspirou profundamente, e provou mais um pouco do café enquanto olhava a chuva cair pelas amplas janelas de vidro do lado de fora. A ruiva então puxou a bolsa de mão e retirou um caderno, e logo em seguida percorreu o olhar pelo ambiente, tentando encontrar alguém para desenhar. Ela precisava encontrar uma luz, uma inspiração para o seu novo protagonista. Nós últimos dias sua vida estava agitada, e uma verdadeira loucura. Tinha que entregar os capítulos do seu mangá, e ainda tinha sido convidada para uma exposição de quadrinhos, e ela precisava entregar pelo menos três desenhos para deixar na galeria. 

Entretanto, ela não fazia ideia do que deveria desenhar. Maya havia se formado em artes visuais na Itália, e assim que regressou ao Brasil, fez pós graduação em letras. E no auge dos seus 27 anos, ela trabalhava em uma revista muito bem conceituada.

Bom, isso era, até minutos atrás, quando o crápula do novo seu gerente, tentou lhe assediar e ela lhe deu uma boa bofetada. E agora estava ali sentada naquela cafeteria, em um dia nostálgico e monótono, enquanto ouvia o barulho da chuva cair. Mas nem tudo parecia tão ruim assim, afinal de contas ela ainda tinha o seu webtoons que estava fazendo o maior sucesso. E ela ainda poderia aceitar o convite do seu amigo Santiago para trabalhar dando aulas em uma escola de desenho. Então, nem tudo estava tão perdido. 

Ela sorriu com esses pensamentos, e voltou a observar o local. Foi então que avistou um lindo rapaz de traços asiáticos entrar no local. Ele usava um look todo preto, mas que não passava despercebido, e atraia o olhar de algumas garotas. O rapaz andava com passos firmes e onipotente, e trajava uma calça jeans preta justa, uma camiseta de gola alta, um sobretudo, um par de coturnos, e para finalizar um boné. 

Quando a ruiva menos percebeu, seus dedos estavam correndo pela folha em branco, e ela começou a desenhar aquele rapaz que acabara de se sentar à mesa com uma moça muito bonita,  e também de traços asiáticos. Ela nunca tinha visto algum rapaz que lhe chamasse tanta atenção assim. Na verdade, o seu gosto por homens era completamente diferente do rapaz que estava em frente da sua visão periférica. Mas de alguma maneira ela se sentiu atraída, ou intrigada com a figura daquele rapaz. Mas aparentemente ele já tinha uma namorada, pois a garota a sua frente era toda sorrisos.

Então, Maia sorriu ao finalizar o desenho se sentindo satisfeita, e em seguida recolheu os seus pertences e se dirigiu até o caixa, onde pagou a conta e logo depois se retirou do ambiente, mais ainda pensando no garoto desconhecido, com um sorriso cativante.