🖋36- Uma nova tradição de natal📖
Maya atravessou a ampla porta da cozinha onde encontrou sua mãe preparando a mesa para o dejejum, enquanto Lara, Gabriela, e Olivia conversavam animadamente.
— Bom dia!
— Bom dia querida! Dormiu bem?
— Como um anjo! — disse a jovem sorridente e se sentando no banco vazio ao lado de Gabriela. —
— Onde está o seu namorado? — perguntou dona Flávia colocando uma forma de bolo de fubá na mesa. —
— Lá em cima! Ele estava dormindo e fiquei com dó de acordá-lo. — falou a ruiva se servindo de um copo de suco de laranja. —
— Ele é um bom garoto, e se percebe que ele gosta muito de você. — disse dona Flávia sorridente para a filha. —
— Afinal de contas, onde você estava escondendo aquele homem lindo. — Falou Lara com certa curiosidade, e levando um pedaço de torrada com geleia até a boca. — Da ultima vez que conversamos, você não me falou que estava namorando...
— Talvez ela quisesse esconder o namorado gato só pra ela. — Acrescentou Olivia. —
— Gato é um simples elogio para falar daquele monumento de homem. — falou Lara com a boca cheia. — Que Felipe não me escute dizer isso, mas o seu namorado é uma verdadeira perdição.
— Tenha modos menina! — falou dona Flávia seriamente para a filha enquanto todas ás garotas caiam na risada. —
—Que eu saiba, eu não disse nenhuma mentira. São apenas verdades. E ele é um gato, e tem cara de quem é bom de...
— Ei, pare de ser abusada garota. — falou Maya não dando tempo para a irmã terminar de completar a frase, e sentindo o rosto corar violentamente. —
— Você ainda não nos contou onde conheceu aquele deus grego. — Gabriela falou. —
— Verdade, Maya, nos conte a sua linda história de amor. — perguntou Olivia sorridente. A loira que era melhor amiga de Lara, e namorada de seu primo Henrique, era uma garota romântica e sonhadora. —
— Livy, não tem nada de especial para contar. É uma história normal, como qualquer outra. — falou a ruiva chamando a amiga pelo apelido carinhoso da loira. —
— Toda história tem algo de especial para contar, acreditem se quiser. — disse a loira suspirando profundamente. — Ainda lembro a primeira vez que o Henrique me beijou... Foi na saída da universidade, e estava chovendo a beça... Foi muito mágico demais... O ruim foi que depois disso, eu acabei pegando um resfriado. — disse a garota sorridente para a amiga. —
— Eu fiquei surpresa quando Lara me falou que você e o Henrique estavam juntos. — disse Maya sorridente para a loira. —
— Pois é, nem eu acredito às vezes. — Riu. —
— Ok, a história está linda, mas vocês estão mudando de assunto. —Protestou Lara lançando um olhar mortal para a irmã. — Eu quero saber da sua história de amor... A história da Livy, eu já sei de cor e salteado, afinal de contas eu fui o cupido deles.
— Convencida! — falou Olivia para a amiga. —
— Estou mentindo por acaso?
— Vocês estão mudando de assunto novamente. — falou Gabriela chamando a atenção das garotas, e depois se virando para a amiga com um amplo sorriso no rosto. — Maya nos conte tudo por favor... Como você conheceu o seu namorado?
Maya suspirou profundamente, tentando raciocinar, e pensar nas palavras certas para falar. Mas assim que abriu a boca para tentar dizer algo, uma voz grave, ecoou pelo local. Se fazendo presente no ambiente.
— Foi em uma galeria de artes. — disse Kevin entrando no local e chamando a atenção de todas as garotas, inclusive da senhora Gutierres que estava no balcão cortando algumas cenouras. — Bom dia!
— Bom dia! — disse todas as mulheres em coro. —
A ruiva observou o namorado que usava um moletom preto. Uma peça indispensável no seu guarda-roupa.
— Por que não me acordou? — ele perguntou para a ruiva assim que se sentou na cadeira vazia ao seu lado. —
— Você parecia bastante cansado, por esse motivo achei melhor te deixar dormindo um pouco mais. — disse a ruiva tranquilamente para o namorado. —
— Querido, eu acabei de fazer café, se sirva e fique à vontade.
— Obrigado senhora Gutierrez. — falou o moreno de forma calorosa e com um amplo sorriso para a sogra. —
— Então você conheceu á minha irmã em uma galeria. — a voz de Lara se fez presente novamente no local. —
— Sim! — Kevin falou ao assentir com a cabeça. —
— Pare de ser curiosa guria. — Maya falou lançando um olhar mortal para a irmã mais nova que apenas deu de ombros sem se amedrontar. —
— Por que está reclamando Maya, afinal de contas, você e o Cauã fizeram o mesmo quando conheceram o Felipe. Então eu acho super justo saber a linda história de amor da minha doce irmã.
Maya sentiu seu coração dar um salto. Pois apesar de tudo aquilo ser real, quando conheceu o moreno ela estava sozinha, e solteira. E sem contar o fato desastroso da galeria que ela praticamente se jogou em cima do rapaz e lhe roubou um beijo. Então ela não podia simplesmente contar toda a verdade para a família, pois não sabia como seria a reação de sua mãe, ao descobrir que ela tinha beijado um desconhecido na galeria, por que o psicopata do seu ex-chefe estava lhe importunando. O que a sua mãe iria pensar?
— Bom, eu fui convidado para um evento de quadrinhos onde a sua irmã também era uma das convidadas. — disse de forma casual. — E tinha um homem que estava a importunando, e eu a ajudei a se livrar do babaca.
— E o que mais? — perguntou Gabriela curiosa. —
— Vocês não têm nada melhor para fazer, ao invés de ficar fofocando sobre a vida alheia?
— Que eu saiba isso não é fofocar, e sim apuração de fatos. — falou Lara sorridente. —
— Apuração de fatos! — repetiu a ruiva. —
— Sim, todo mundo gosta de um pouco de curiosidade. — disse a loira sorridente e depois de virando para Kevin. — Prossiga cunhado.
—Na verdade, á sua irmã estava muito linda naquela noite... E chamou muito a minha atenção. — Sorriu o moreno. — Ela estava usando um vestido verde que realçava ainda mais a sua pele, e usava pouca maquiagem, deixando um pouco dás sardas a mostra ... Os cabelos estavam soltos...
Maya arregalou os olhos com o comentário do namorado. Como ele podia se lembrar da cor do vestido que ela estava usando na galeria. Seu coração estava batendo forte, mas seus pensamentos acabaram quando o moreno tocou a sua mão por debaixo da mesa, a enlaçando, e ela subitamente ergue o rosto para observar o namorado que a observava com um amplo sorriso no rosto.
— Mas, naquele dia a gente conversamos muito pouco, e eu nem tive a chance de pegar o contato dela. — disse de forma tranquila, e desviando o olhar para as garotas presentes no local. — Entretendo, alguns dias depois acabamos nos encontrando novamente, e eu a convidei para jantar, e as coisas foram acontecendo naturalmente. E aqui estamos nós!
— Satisfeitas? — perguntou a ruiva para as amigas, e lutando com as batidas eminentes do seu pobre coração que parecia mais uma escola de samba. — Agora terminem de tomar os seus cafés, e parem de importunar o meu namorado.
— Como você é dramática. — falou Lara fazendo uma careta. —
— Bom, eu vou subir, e ver se consigo tirar o meu namorado da cama.
— Eu também vou subir, e chamar o Henrique... E também vou aproveitar para me vestir, antes de irmos ao orfanato. — disse Olivia se levantando da mesa e acompanhando a amiga a saída do ambiente. —
—Eu vou com vocês. — disse Lara se retirando do aposento, com dona Flávia logo atrás. —
— Me desculpe por tudo isso. — Maya falou assim que ficou sozinha na cozinha com o namorado. —
— Sem problemas... Ela é legal, e se parece um pouco com a minha irmã mais nova. — disse o moreno sorridente e acariciando o rosto do namorado com uma das mãos, enquanto com a outra ele removia uma madeixa ruiva da frente do rosto da garota com um sorriso maroto. — A propósito, você ainda não me deu um beijo de bom dia.
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Horas depois
O ambiente estava alegre e divertido, com vários pisca-pisca espalhados pelo ambiente. Uma arvore bem simples, e pequena havia sido montada na sala principal ao lado de uma poltrona vermelha, onde Cauã se encontrava sentado com uma criança no colo que sorria e estava aparentemente feliz, enquanto Lara, Felipe, Henrique, e Olivia, distribuía os presentes para ás crianças, e Maya observava tudo atentamente, ao lado do seu namorado. E ela se sentia tão bem. Tão feliz. E era contagiante poder ver os sorrisos nos rostos das crianças, pois aquela felicidade que aquecia completamente a alma. Era radiante, e ao mesmo tempo uma sensação indescritível. E ela se sentia tão emocionada ao ver o seu irmão, juntamente com a sua cunhada vestidos de papai Noel, e mamãe Noel. E eles estavam felizes e se divertindo ao conversar com as crianças, e tirar fotos com elas. Aquele natal, seria um natal diferente para aqueles pequeninos. E ela se sentia completamente feliz por fazer parte daquele momento mágico.
— Eu nunca me diverti tanto, quanto eu me diverti hoje. — disse Olivia sorridente, assim que eles se retiraram do orfanato. —
— Nisso eu tenho que concordar com você. — disse Henrique segurando na mão da namorada enquanto se dirigiam até o estacionamento. — Foi muito gratificante poder ver o sorriso no rosto das crianças.
— Foi a melhor prenda que já paguei durante os jogos de família. — disse Cauã sorridente. — Eu nunca pensei que ser o papai Noel fosse tão divertido.
— Poderíamos transformar isso em uma tradição de natal da família Gutierrez. — Acrescentou Lara para o irmão mais velho. —
— Essa não seria uma má ideia guria, seria bem divertido. — disse Gabriela sorridente para a amiga e todos assentiram com a cabeça. —
— E quanto á você Kevin, não está cansado desse dia longo e cansativo? — perguntou Cauã divertidamente para o cunhado. — Aposto que nunca viu tantas crianças juntas, reunidas em um só local.
— Na verdade eu vejo com bastante frequência... Meus pais são médicos, e por essa razão, minha irmã e eu costumamos fazer trabalhos voluntários em um hospital do câncer... Então vejo crianças com muita frequência... Crianças que às vezes estão em estado terminal.
O comentário do moreno pegou á todos de surpresa.
— Nossa Maya, o seu namorado é uma caixinha de surpresa. — disse Gabriela para a amiga que apenas sorriu e continuou andando ao lado do namorado. — O que pretendem fazer amanhã?
— Amanhã viajamos bem cedo. — disse á ruiva. —
— Por que tanta pressa, afinal de contas, não está mais trabalhando na revista, então poderia ficar por mais alguns dias. — disse Cauã para a irmã. —
— Bem que eu queria, mas não vai dar.
— Por que?
— Vamos passar o ano novo com a minha família. — disse Kevin vindo em defesa da namorada. — Eu prometi a minha avó que levaria a Maya para conhecer ela.
— Então a Maya vai conhecer a sogra? — Lara perguntou divertidamente. —
— Eu já conheço. — disse a garota seriamente para a irmã. — Apesar de ter sido em um momento bem conturbado.
— Como assim? — foi Gabriela quem perguntou. —
— Essa é uma longa história amiga.
— Não tem problema, temos todo o tempo do mundo. — disse Olivia de forma sorridente e piscando para a amiga, e Maya revirou os olhos. —
— Vocês não perdem tempo mesmo hein... O povinho que gosta de fofocar.
— Tem coisa melhor que isso? — perguntou Lara divertidamente. —
— Cara, você tem certeza que quer entrar para essa família de loucos? — perguntou Felipe em um tom divertido. — Se eu fosse você, eu fugiria enquanto ainda há tempo.
Kevin não teve tempo de responder, pois Lara deu um tapa no namorado o repreendendo.
— Se quer se ver livre da família de loucos, é só fala, e eu assino a sua carta de alforria. — Ironizou Lara com um olhar mortal para o namorado. —
— Eu só estava brincando amor. — falou o loiro tentando abraçar a namorada que se desvencilhou do toque de Felipe. —
— Ao que parece, alguém vai dormir no sofá hoje a noite. — disse Henrique divertidamente e arrancando riso de Cauã. —
— Se deu mal Felipe. — disse Cauã para o cunhado. —
— Mudando de assunto. — disse Lara andando na direção da irmã. — As meninas e eu, combinamos de ir às compras hoje. Você não gostaria de ir conosco? Pois amanhã você vai partir bem cedo para São Paulo.
Maya parou por um momento pensativa, e olhou para o namorado antes de responder, se sentindo um tanto indecisa.
— Pode ir se divertir com a sua irmã, eu não me importo.
— Você não vai se importar de ficar sozinho por algumas horas?
— Claro que não... Vou aproveitar para refazer alguns esboços do meu projeto.
— Que mané esboço. — falou Henrique seriamente para Kevin. — Você vem conosco.
— Como é?
— Enquanto ás meninas fazem compras a gente vamos no João e Maria. — Completou Cauã para o cunhado. —
— João e Maria? —repetiu Kevin um tanto confuso com aquela conversa. —
— Sim, é o melhor boliche bar da cidade. — falou Felipe. — E não aceitamos um não como resposta.
— Bom, sendo assim, que alternativas eu tenho.
— Ótimo! — falou Cauã todo empolgado. — Mas antes, eu preciso me livrar dessas roupas de papai Noel.
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