🖋34- Festa, dança, e beijos...📖
Maya olhou em volta. O amplo quintal estava repleto de mesas redondas com toalhas brancas e arranjos de flores bem simples e delicados. Ela podia sentir a essência das flores, misturando-se ao límpido da montanha. A leve brisa agitou seus longos cabelos ruivos, e ela sorriu satisfeita. Todos estavam felizes e animados, e estavam se divertindo na festa. O casamento havia sido uma cerimonia muito linda e emocionante, e ela mesma não conseguiu controlar ás emoções durante a renovação de votos dos pais, e deixou escapar algumas lágrimas de emoção.
Agora os seus pais se encontravam dançando no centro do jardim, e ela observava tudo da ampla janela do quarto, com muita atenção. Uma música romântica e antiga, que eles costumavam dizer que haviam sido ser escrita para eles, estava ecoando no ambiente, e a ruiva estava pronta para descer até o andar de baixo. Na noite anterior ela havia ficado um pouco brava com a mãe por causa das fotos... E agora que ela havia raciocinado direito, ela havia percebido que não tinha motivos para tudo isso. E ela sabia que sua mãe estava chateada. E só tinha um jeito de se desculpar... E ela teve a brilhante ideia de dançar no casamento dos pais. E para isso contou com a ajuda de Gabriela.
Sua amiga também ara uma excelente bailarina, e haviam feito dança do ventre juntos. Então ela pediu para a amiga lhe emprestar um dos seus figurinos árabes, e o seu candelabro, pois ia dançar para os pais... Mais é obvio que ninguém sabia sobre isso, a não ser a amiga que era a sua cumplice. E a dança com candelabro era uma das preferidas da sua mãe. E ela sabia que seria muito especial, pois o simbolismo de dança, era dançar durante a utilização de uma cerimônia de casamento. E simbolizava a iluminação do casal, e a abertura dos caminhos, pois o fogo simboliza á luz.
Com a ajuda de Gabriela ela andou em direção do local no momento que a organizadora do evento falou que tinham uma surpresa para o casal e os acomodou em algumas cadeiras. Logo em seguida ás luzes se apagaram, e a música começou á tocar, e Maya surgiu caminhando entre ás mesas com o enorme candelabro na cabeça, e com todas ás chamas acesas. Passou pela mesa que se encontrava o namorado e deu uma piscadela para ele, e continuou caminhando na direção dos pais de forma graciosa. E assim que parou em frente começou á dançar sob o som da melodia com a atenção de todos. Ela podia ver os olhos da mãe brilhando de alegria e satisfação. O seu pai também estava emocionado, e segurava á mão da esposa que tinha os olhos vidrados na filha.
Assim que a ruiva finalizou a coreografia, foi aplaudida de pé, e dona Flávia andou até a filha a amparando nos braços com os olhos marejados.
— Mãe, por que está chorando?
— Você estava tão linda! Faz tempo que não te vejo dançar assim... Você sempre levou jeito para a dança... E eu estou tão orgulhosa da mulher que se tornou... Me desculpe se não sou a mãe perfeita e...
— Mãe, não diga bobagem ok! Você é a melhor mãe do mundo. — disse a abraçando carinhosamente. — Quem tem que se desculpar aqui sou eu... Me desculpe por ser uma péssima filha...
— Você não tem que se desculpar de nada.
— Filha, você e seus irmãos são o meu maior tesouro.
— Eu sei mãe! — disse ela sorridente para a mulher. —
— Chega de choradeira, afinal estamos em uma festa. — disse o senhor Eduardo abraçando a filha, e a esposa ao mesmo tempo. —
— Eu amo vocês!
— Nós também te amamos minha menina. — falou o senhor Eduardo. — Estamos orgulhosos da mulher que se tornou, e queremos que seja feliz.
— Eu já sou feliz papai.
— O seu namorado é uma boa pessoa... E ele vai te fazer muito feliz. — disse a mãe segurando á mão da filha que ergueu o olhar a procurar de Kevin que a observava atentamente da mesa onde se encontrava com os amigos e com a irmã. —
— Ele já me faz feliz mamãe!
— Ele é o cara certo, está aprovado, você já pode se casar.
— Por Deus pai, ainda é cedo demais para isso. — disse a ruiva sorridente. —
— Acho que isso não vai demorar a acontecer... — disse dona Flávia astutamente e logo depois o casal se afastou da filha que andou em direção ao namorado que a observava dos pés a cabeça, sem desviar a sua atenção. A ruiva parou a poucos passos do amado no momento que começou a tocar uma música romântica e os casais começaram a se dirigir até a pista para dançar. —
— Você estava maravilhosa! — falou o namorado pousando á mão na cintura da amada. —
— Obrigada!
— Por que não me disse que dançaria hoje?
— Eu tive a ideia hoje de manhã, e não saberia se daria certo já que perdi todas as minhas coisas. — disse tristemente. — Por sorte a Gabriela me ajudou, e ligou para a mãe dela trazer um de seus figurinos, e o candelabro.
— A sua amiga também dança?
— Sim, foi assim que nos conhecemos. — disse ela toda feliz. —
— Ela deve dançar muito bem.
— É obvio que dança, por que você acha que meu irmão é louco por ela.
Kevin caiu na gargalhada com o comentário da ruiva antes de dizer:
— Tá explicado. — disse ele sorridente e roubando um selinho da amada. — A propósito, quando voltarmos para a cidade, eu vou cobrar o que você me prometeu e com juros.
— O que você está pretendendo fazer exatamente?
— Se eu te falar não vai ter graça. — disse mordendo o canto dos lábios de uma maneira safada. —
— Para de fazer isso! — ralhou a ruiva dando um tapinha no ombro do namorado. —
— Eu não estou fazendo nada.
— Você sabe muito bem que está fazendo.
— Eu não faço ideia do que está falando.
A ruiva revirou os olhos e Kevin riu.
— Kevin Lee, você está querendo me seduzir?
— Talvez! — disse sorridente. — Mas por que não vai retirar essa roupa maravilhosa, e vestir o seu vestido, afinal de contas você ainda me deve uma dança... E não seria legal eu ter pensamentos pecaminosos com você colada ao meu corpo e usando a roupa da noiva do seu irmão. —Maya caiu na risada e apenas confirmou com a cabeça para o namorado, mas antes de se retirar, procurou pelo celular do namorado no bolso do paletó. — O que esta fazendo minha deusa?
— Vamos tirar uma foto para guardar de recordação. A gente nunca tiramos uma foto juntos...
Kevin assentiu e retirou o celular da mão da namorada e logo depois chamou por Dylan que prontamente apareceu no local. —
—Ei brother, tira uma foto nossa por favor.
Dylan não disse nada, apenas assentiu e bateu algumas fotos para o casal. Em seguida a ruiva deu um selinho no namorado e se dirigiu até o quarto para trocar de roupa e retornar para a festa.
***
A festa seguiu por um longo tempo, todos estavam bem felizes e animados. Luan andou em direção ao amplo alpendre e encontrou Ayumi sentada no sofá observando o nada.
— Por que está aqui sozinha? A festa está bombando lá atrás.
— Eu só precisava colocar os meus pensamentos em ordem.
— O que exatamente está te afligindo? — ele perguntou se sentando ao lado da garota. —
— A vida!
O moreno arqueou uma sobrancelha, se sentindo um tanto confuso.
— A Vida?
— Sim, a vida! —disse suspirando profundamente e encarando o rapaz nos olhos. — Você já parou para em tudo o que viveu, e se sentiu um peixinho fora da água... Ou melhor você já sentiu que não se encaixava em algo, ou em algum lugar... Já sentiu como se nada do que você fez fosse bom o bastante?
— Você está falando isso por causa do projeto que te roubaram, ou é por outro motivo em especial?
Ayumi arregalou os olhos espantada.
— Quem te falou do meu projeto?
— Você mesma... No dia que encheu a cara e...
— Ai meu Deus! Que vergonha! Me desculpe por aquilo. — disse corando violentamente, e colocando á mão no rosto com vergonha do moreno que sorriu. —
— Tudo bem, não precisa se desculpar. — Sorriu. — Foi divertido aquele dia.
— Eu devo ter falado muita besteira.
— Nem tanto...
— Kevin tem razão ao falar que eu tenho que parar de beber... Eu não sou como ele que pode beber horrores e fica tudo bem. — Suspirou. — Me desculpe por tudo, eu realmente não tenho filtro quando bebo.
Luan sorriu e observou a loira em silêncio absoluto.
— Tudo bem, não precisa se desculpar por nada, mas...
— Mas...
— Eu gostaria de fazer uma pergunta, e tirar uma duvida que está pairando em minha cabeça.
— Que duvida?
— Na noite que eu te encontrei bêbada, você me disse algumas coisas.
— Que coisas? — perguntou um pouco apreensiva. —
— Você disse que eu era bonito... E que deveria ter pegada e...
— E o que mais? — Perguntou a loira exasperada para o moreno. — O que mais eu falei?
— Bom, quando estávamos prestes a entrar no carro, você disse que queria me beijar. — disse seriamente. — Isso é verdade?
— Por que essa pergunta... Eu... Eu estava bêbada...
— Eu sei, foi por isso que disse que não se aproveitaria de uma garota bêbada, mas você não me escutou e me beijou.
— Mentira! Eu não faria algo do tipo. — disse se levantando assustada e alterando a voz, ela se conhecia perfeitamente bem e sabia que não faria algo do tipo. —
— É a mais pura verdade. Mas se não acredita em mim eu não posso fazer nada. — disse se levantando e se preparando para sair do local e deixar a garota sozinha. —
— Espera Luan! — disse a loira com a voz firme e o fazendo parar. —
— O que foi guria? — ele perguntou a olhando de canto de ombro com ás mãos no bolso da calça social. —
— Eu... Eu... — começou a falar gaguejando e com o rosto corado. — Eu realmente queria te beijar. — disse baixinho apenas para ela escutar. —
— O que, eu não entendi direito, será que pode repetir?
— Eu disse que queria te beijar. — A loira falou alto para a sua própria surpresa. — Eu não lembro muito bem o que aconteceu naquela noite... Tampouco me lembro desse beijo... Mas, eu só sei de uma coisa nesse momento.
— Que seria?
— Eu quero te beijar. — disse a loira em bom som, para o moreno poder escutar e então ficou encarando os olhos do rapaz que a observava intensamente sem se mexer do local que se encontrava. — Por favor diga alguma coisa... Eu... eu...
A loira mal teve tempo de conseguir raciocinar ou falar alguma coisa pois sentiu mãos agarrarem á sua cintura, e a boca dele colar na sua em um beijo avassalador e cheio de desejo á fazendo se perder por completo, e se sentir nas nuvens. —
***
🖋Curiosidades sobre o Candelabro (Shamadan)📖 O candelabro é um elemento egípcio que era utilizado no cortejo de casamento, para iluminar a passagem dos noivos e dos convidados. Dança-se atualmente, como uma representação deste rito social, utilizando o ritmo Zaffa.
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