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🖋33- Equipe vencedora📖


Kevin andou pelo cenário de Paintball, que era composto por barricadas para se esconderem. O moreno estava devidamente equipado com um macacão camuflado, um colete, máscara, e óculos de proteção.

O time azul havia entrado de um lado do campo, e o vermelho na localização exatamente oposta. O jogo oficial costumava ter cinco participantes por equipe. Porém, eles contavam com seis integrantes em cada equipe, e todos estavam devidamente equipados. Para Kevin, jogar Paintball era apenas um passatempo, e algo que ele apreciava muito em fazer. Ele conseguia se lembrar da primeira vez que esteve em um campo de Paintball com o seu pai. Foi ele quem o levou pela primeira vez para uma partida de paintball, e o moreno acabou pegando gosto pelo esporte.

O seu pai o senho Jeong Lee é cardiologista, mas também um amante dos esportes radicais. E talvez, nesse ponto o moreno puxasse o seu pai, que adorava se exercitar, estar em forma, e praticar esportes radicais. O seu pai o havia colocado na escola de Taekwondo quando ele tinha seis anos de idade, e hoje, apesar de não praticar com tanta frequência, ele tinha finalizado com honrarias a sua graduação, e adquirido a tão sonhada, e almejada faixa preta. Então ele tinha puxado o espirito competitivo do seu pai, mas o gênio decidido com certeza era da dona Yuna. Sua mãe é uma pessoa boa, mas gosta de ter tudo sob controle. Mas, toda vez que alguém questionava o temperamento de sua mãe, ela apenas colocava um sorriso no rosto, e citava uma frase de um altor que ela gostava, que dizia mais ou menos assim:

"Se você não procura perfeição, você nunca alcançará excelência."

E de certa forma, aquela frase era a mais pura verdade. E naquele momento, ele não queria apenas a perfeição... Ele queria a excelência, pois em hipótese alguma, ele iria perder aquela partida. Agora era tudo ou nada. Ele já tinha tudo planejado, e agora era só contar com a sorte, e esperar que a equipe adversária caísse na isca.

***

— Prepare-se para atacar. — disse Henrique seriamente pelo rádio, e de forma decidida. — Não vamos ficar nos escondendo, vamos para cima.

— É melhor irmos com calma, essa é a rodada decisiva e se perdermos agora, não tem mais volta. — disse Felipe pelo rádio, mas logo em seguida ouviu um estouro, e uma fumaça rosa se fez presente pelo ambiente. —

— Eles jogaram ás bombas de fumaça cedo, essa é a nossa hora de atacar. — disse Henrique. — Vamos mudar de posição, Cauã vem comigo, e o restante mantem às suas posições.

— Vamos passar por eles e pegar de uma vez por toda essa bandeira. — Falou Cauã seguindo o primo em direção ao território inimigo, e se escondendo atrás da barreira de pneus. —

— Eu não consigo ter uma mira clara daqui, então não vou arriscar.

— Eu irei! — disse Felipe pelo rádio. —

— Não sei se é uma boa ideia, isso está estranho demais.

— Você mesmo disse que era para nós atacarmos... E eu sou o que está mais perto do local.

— Não seja imprudente Felipe, você tem que proteger a Lara para ela pegar a bandeira...

Mal Cauã terminou de falar, e ele escutou tiros sendo disparados, e em seguida ouviu a voz suave de Gabriela sua namorada ecoar pelo rádio.


— Querido, eu estou morta, e a Olivia também.

Henrique resmungou um palavrão ao lado do primo que suspirou.

— Vamos para o plano B. — Falou Cauã seriamente. —Lara, você está me ouvindo?

— Sim! Você vai ter que se virar sozinha, pois eu preciso dos melhores atiradores para o contra-ataque.

— O que você está pensando em fazer? — Perguntou Lara. —

— Eu vou atrás da Maya, ela com certeza vai tentar roubar a bandeira.

— Você tem certeza disso Cauã?

— Desde pequena aquela pimentinha gostava de roubar a bandeira do território inimigo... E eu sei que provavelmente Naomi vai estar junto. — Suspirou. — Elas têm muita agilidade, mas não são tão boas de mira... Então vamos mudar ás posições, dar á volta no campo, e pegar eles pela retaguarda ok...

Todos concordaram, e seguiram o seu percurso, mudando suas posições. Quando novamente uma bomba de fumaça explodiu pelo local, eles correram em direções opostas, seguindo o plano do capitão.

Mas então, um barulho seguido de um grito chamou a atenção de todos, principalmente de Felipe.

— Ei, essa é a voz da Lara... O que houve? — Falou Henrique apreensivo, e tentando chamar a prima pelo rádio que não respondia. —

— Eu vou até ela. — falou Felipe preocupado com a namorada. —

— Nós estamos no meio do jogo cara.

— Ela pode ter se machucado de verdade, e a minha namorada é maias importante que um jogo. — falou o rapaz bravo. —

— Faça o que você quiser, mas não diga que eu não avisei. — falou Henrique para o amigo que apenas deu de ombros. —

Felipe não pensou duas vezes, e voltou ao local onde a namorada supostamente deveria estar. Assim que chegou no local viu a loira caída com a mão no tornozelo.

— O que houve?

— Acho que virei o pé. — falou a loira assim que avistou o namorado andando em sua direção. Felipe se abaixou para examinar o pé da loira de forma inexpressiva. — Por favor, não me diga que eu o quebrei. — dramatizou a loira. —

— Não, você não quebrou, mas vai precisar colocar ele no gelo, pois está um pouco inchado.

— Por favor, me diga que eu não vou precisar colocar um gesso, e que vou conseguir usar um salto na festa de casamento da mamãe.

— Bom isso ai já é outra história. — disse o rapaz carinhosamente para á namorada, e então pegando o rádio para avisar Cauã e Henrique, mas antes que o fizesse, sentiu ser abatido pela capsula de gel na cor vermelha, e logo depois á sua namorada, e assim que ergueu o rosto, viu Maya e Naomi diante dos seus olhos com um amplo sorriso de vitória em seus rostos. — É sério isso, vocês me atingiram pelas costas.

— Isso é o que chamamos de descuidadamente se expor ao perigo meu querido cunhado.

— Pensei que vocês tentariam roubar a bandeira. — disse Lara tranquilamente. —

— Mudança de planos! — disse Naomi sorridente. —

— Se vocês estão aqui, quem é que está atrás da bandeira?

— Segredo de estado! – foi tudo o que Maya disse, mas antes que conseguissem falar mais alguma coisa, ouviu o exato momento que alguns tiros foram disparados sem seçar, e logo depois a buzina tocou dando por encerrado o jogo, e logo em seguida a voz de Ayumi surgiu pelo Walkie Talkie. —

— Missão impossível realizada com sucesso, eu peguei a bandeira com a ajuda do Luan. — falou a loira toda feliz e orgulhosa. —

— Isso quer dizer que nós ganhamos? — Naomi falou pulando de felicidade, e abraçando a amiga que também estava feliz. —

— Ei cunhada, desculpa estragar a sua felicidade, mas será que poderia me ajudara aqui. — falou o loiro se desfazendo do armamento, e pegando a namorada no colo, pois não conseguia pisar o pé no chão. —

— O que aconteceu? — perguntou Naomi e Maya em coro enquanto pegava o equipamento do rapaz e da irmã. —

— Só agora que você percebeu que eu me machuquei de verdade? — Falou Lara irritada e fazendo drama. — Que irmã desalmada que eu tenho.

— Seu drama não vai colar em mim guria. — disse Maya sorridente se retirando do local com Naomi do lado, e andando até o ponto de encontro, onde o pessoal os esperava. Assim que chegaram no ambiente, ela depositou ás armas pesadas em cima do balcão e correu até o namorado que estava ao lado da irmã conversando, e praticamente pulou em cima dele o abraçando. — Nós vencemos?

— Sim nós vencemos.

— Eu não acredito!

— Eu disse que venceria. — disse sorridente e abraçando a namorada. — Nunca duvide da minha palavra. — falou piscando para a ruiva e logo depois dizendo baixinho perto do ouvido da namorada. — Espero que não se esqueça do que me prometeu, pois na hora certa eu vou cobrar.

A ruiva corou violentamente com o comentário do namorado, mas não conseguiu dizer mais nada, pois á voz de Luan se fez presente do local.

— Então, qual vai ser o trote que eles pagaram? — Luan perguntou curioso. —

— O capitão tem direito de escolher. — Acrescentou Naomi para Kevin que ainda estava abraçando a ruiva. —

— Por favor cunhado, seja justo pois eu estou com o pé machucado. — Choramingou Lara fazendo cara de cachorro sem dono para Kevin que esboçou um sorriso no rosto. —

— Vou deixar isso para a Maya resolver. — Falou o moreno tranquilamente. —

— Estamos perdidos, Maya não vai ter pena de nós. — disse a Lara suspirando profundamente enquanto Maya se encontrava pensativa. —

— Mãe, a senhora ainda tem aquelas roupas de papai e mamãe Noel?

— Sim querida, por que?

— Eu vou precisar delas! — disse a ruiva esboçando um amplo sorriso. —

— O que você está tramando Maya? — perguntou Cauã um pouco desconfiado para a irmã mais nova que sorriu. —

— É o seguinte... Cauã e Gabriela vão se fantasiar de papai, e mamãe Noel, e o restante vai ser os ajudantes do papai- Noel, e vão levar brinquedos e doces para o orfanato Esperança viva.

O comentário da garota pegou todos de surpresa, inclusive o namoro que abriu um largo sorriso para a namorada.

— Essa é uma boa ideia filha. — disse o senhor Eduardo todo orgulhoso de sua menina. —

— E quando vai ser isso? — foi Olivia quem perguntou. —

— Vamos fazer no dia 26 de dezembro, pois eu vou embora no dia 27. — Maya falou por fim, e todos concordaram com a ruiva. —

— Bom, já que tudo foi decidido, então vão tomar um banho e repor ás energias, pois a noite vamos ter Karaoque.

— Oba, eu adoro Karaoque! — murmurou Ayumi toda empolgada fazendo todos rir. —

— Contanto que você fique longe das bebidas eu não me importo nenhum pouco de te ver cantando. — rebateu Kevin lançando um olhar mortal para a irmã que fez uma careta. —

***

O restante do dia passou rapidamente, Maya tomou um relaxante banho e optou em vestir roupas mais confortáveis. Então apostou em um vestido longo, na cor verde, com estampas florais, que tinha uma fenda enorme na perna, deixando suas longas penas a mostra. Manteve os cabelos longos soltos, e apenas hidratou o rosto. E não passou nenhuma maquiagem. Apenas ficou ao natural, deixando suas sardas a mostra. Sorriu consigo mesma e se dirigiu até o andar de baixo onde encontrou o namorado sentado no amplo sofá principal da sala com um enorme álbum de fotos em mãos, enquanto sua mãe lhe mostrava algumas fotografias da filha de quando era criança. O coração de Maya deu um salto e ela correu para tentar pegar o álbum da mão do namorado, mas ele foi mais rápido e escondeu o objeto.

— Mãe, eu não acredito que á senhora está mostrando minhas fotos de criança para o Kevin. — esbravejou a ruiva. —

— Eu não vejo nenhum problema nisso querida, e além do mais ele é seu namorado. — disse a simpática mulher sorridente. —


— Esse álbum não deveria estar aqui, a senhora trouxe propositalmente?

— Claro que não. — disse dona Flávia se sentindo ofendida. — A decoradora pediu para trazer algumas fotografias para ela usar na decoração do espaço.

Maya suspirou tentando não parecer rude com a mãe.

— Deveria ser fotografias da senhora com o papai, e não minhas fotos de criança.

— Não tem apenas fotos suas aqui... Tem fotos de todos os meus filhos, que também são parte da minha vida. — disse a mulher se colocando de pé enquanto alterava um pouco a voz para a filha, e depois se voltando para Kevin. — Com licença querido, eu vou ver como estão ás coisas na cozinha. — falou se retirando do local sobre o olhar do casal. —

— Mãe, espera!

— Maya! — falou Kevin seriamente e tocando a mão da namorada. — A culpa não é da sua mãe. Eu apenas desci, e vi ela separando algumas fotos e perguntei se poderia ver... E ela apenas assentiu de maneira educada... Então não culpe á sua mãe por isso. — disse soltando o álbum de fotografia e pegando a mão da namorada e lhe puxando para se sentar no seu colo, e a jovem relaxou em seus braços e respirou profundamente. —

— Me desculpe se me exaltei.

— Não é para mim que você precisa pedir desculpas, e sim para á sua mãe... A culpa não foi dela ok... Eu que sou curioso demais. — disse o moreno tentando tranquilizar a namorada. — Agora por favor pare de marra minha pimentinha.

— Ei! — disse dando um tapa no ombro do namorado. —Eu não gosto que me chamem assim.

— Por que?

— Todos me zoavam na época da escola, por causa do meu cabelo e das minhas sardas.

— Sério?

— Eu era feia e desengonçada, e nem um pouco popular... Não fazia o tipo ideal dos garotos.

— E você queria ser o tipo ideal dos garotos?

— Não exatamente. — disse ela suspirando. — Na verdade, eu sempre tive dificuldade em fazer amigos... Eu era muito tímida demais... Meus únicos amigos da época de escola é a Gabriela, a Naomi e o Luan. — falou ela calmamente. — A Gabi eu conheço desde criança, e se tornamos muito mais que amigas... Se tornamos irmãs, e agora ela é minha cunhada. — Sorriu. — O Luan surgiu no ensino médio, e foi por causa de um trabalho de química que tornamos grandes amigos... Ele era aluno novo, e a professora o colocou para fazer o trabalho comigo e Gabriela... E a partir daí se tornamos grandes amigos. — falou a garota depositando a cabeça no ombro do namorado. — Depois desse dia a gente não se desgrudava, e o Luan se tornou bem popular, e todas ás meninas queriam namorar ele...

— Mas...

— Mas invés das garotas chegar nele, elas vinham até a Gabi e eu para pedir nossa ajuda.

— E ele ficou com alguma das garotas?

— Ficou com algumas... Não muitas... Por quê?

— Sei lá, eu estive observando-o essa manhã, e acho que minha irmã e ele devem estar tendo algum lance.

— Eu também percebi os olhares dele.

— Ele te falou alguma coisa?

— Não! — disse ela tranquilamente, e vendo a expressão seria do namorado. — Você está preocupado com o que exatamente?

— Bom, ele me parece uma boa pessoa...

— Mas...

— Mas eu não quero ver a minha irmã sofrer nas mãos nenhum babaca.

— Ayumi já é bem grandinha e sabe se cuidar.

— Sim, eu sei, mas ela não deixa de ser á minha irmã, e eu não vou permitir que ninguém magoe ela.

— Por que não conversa com ela então?

— Por que não quero à pressionar com nada, a vida é dela, e eu quero que ela seja feliz.

— Então deixe ela ser feliz. — falou a ruiva tocando o rosto do namorado para o tranquilizar. — Não se preocupe com nada. Luan é uma boa pessoa, e se realmente estiver rolando algo entre eles, logo mais saberemos.

O moreno apenas assentiu com a cabeça para á ruiva, e depois voltou a atenção ao álbum de fotografia onde retirou uma das fotos em que Maya estava vestida de princesa e entregou para a namorada com um amplo sorriso.

— Um dia quando a gente formos pais, eu quero uma menininha assim... Linda como a mãe dela. — falou o moreno para Maya, que arregalou os olhos sobre o comentário do namorado e Kevin sorriu. — Não estou dizendo que isso precisa acontecer agora, afinal de contas, ainda temos muito tempo para isso. —falou depositando um beijo na testa da ruiva e se retirando do local, e deixando a ruiva ali sozinha, e inerte em seus pensamentos. A garota observou a fotografia em sua mão. Ela estava usando um vestido cheio de tule, e tinha uma coroa de princesa na cabeça. E uma sensação de nostalgia se fez presente ao se lembrar com exatidão daquele dia. Havia sido a sua primeira apresentação de balé, e ela estava toda desengonçada. Em outra foto ela usava um casaquinho de lã vermelho, e ela sorriu interiormente, deixando a nostalgia, e euforia tomar conta de todo o seu ser. E ela lembrou dos momentos felizes que viveu durante á sua infância... Sua mãe havia lhe colocado no balé, mais depois a garota entrou para o contemporâneo, Jazz, e por fim a dança do ventre, onde se dedicou ainda mais.
***

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