🖋24-UNHOLY📖
Kevin não sabe quanto tempo ficou ali parado abraçando a ruiva. Foi um abraço longo, e carregado de emoções. Muitas, além daquelas que Maya imaginava que ele estivesse sentindo. E nem ela própria percebeu o momento em que prendeu a respiração, arrebatada pelas próprias reações do seu corpo. Mas apesar de estar se sentindo tão confusa, ela estava feliz por ter ele ao seu lado. Então foi ouvido uma batida suave na porta, e em seguida alguém pigarreou alto. O casal se afastou, e se depararam com Yuna na porta juntamente com um médico também de traços asiáticos.
- Bom dia! - falou Yuna para o casal que respondeu educadamente. - Está com uma aparência bem melhor Maya. O hematoma desapareceu rapidamente. - falou a mulher olhando o prontuário médico da ruiva. - Seus exames estão tudo ok. Não tem nada fora do normal, então vamos estar te liberando para você poder ir para casa.
- Obrigada doutora! - disse a ruiva sorridente e de maneira educada, enquanto Yuna olhava atentamente para o filho, e a garota segurando um arranjo de flores que era composto por rosas de origami. -
- Mãe! Pai! - começou Kevin de maneira bem calma e tranquila. - Eu gostaria de apresentar oficialmente a Maya, ela é minha namorada.
O coração de Maya deu um salto, enquanto Yuna a observava atentamente sem dizer nada, juntamente com o homem que sorria ternamente... E o seu sorriso fazia lembrar muito ao sorriso do namorado. Yuna, apenas ficou analisando a garota, e aquilo deixou a ruiva apreensiva e assustada. Ela não sabia o que fazer, como agir diante da situação, então fez a primeira coisa que veio a sua mente. Se curvou, e fez uma reverencia meio desajeitada, por não saber como agir diante daquela situação.
- Oi! É um prazer conhecê-los! - disse um tanto nervosa, e ao mesmo tempo se sentindo analisada dos pés a cabeça. Ela sabia que a cultura coreana tinha os seus costumes e tradições, e eles, tentavam não demonstrar afetos na frente das pessoas... Nada de abraços, ou beijinhos no rosto. No máximo, o que você poderia encontrar, era um aperto de mãos, ou um tapinha nas costas. Isso era algo intimo demais, e eles apenas acenavam com á mão, ou fazia uma breve reverencia em forma de respeito. E aquilo era tudo diferente para ela. Era novo demais... Poderia se dizer que talvez fosse um choque cultural para as pessoas que não entendiam a cultura e suas tradições. E que nem tudo era como ás pessoas viam em um drama. -
- Não precisa de tanta formalidade querida, pode se levantar... - foi o pai de Kevin que falou com um amplo sorriso no rosto, e de forma tranquila, e relaxada. - Então ela é a sua namorada?
- Sim!
- Quando á sua mãe me falou, eu quase não acreditei... Então decidi vim ver com os meus próprios olhos. - falou o homem em coreano para o filho. -
- Realmente estamos juntos! Estamos nos conhecendo, e eu gosto dela. - falou prontamente para o pai em coreano. -
- Por que não jantam lá em casa hoje á noite? - disse Yuna para o filho. -
- Não vai dar mãe! Eu vou viajar hoje a tarde, e vou levar a Maya comigo. - falou o moreno pegando á todos de surpresa, inclusive Maya que não havia sido informada sobre isso. -
- E para onde vocês vão? - perguntou a mulher de maneira curiosa para o filho. -
- Não foi á senhora que me falou ontem, que eu preciso de férias? - perguntou sorridente encarando a mulher na sua frente. - Eu apenas estou obedecendo ordens...
- E desde quando você escuta alguma coisa que digo? - falou Yuna encarando o filho que apenas riu e deu de ombros. -
- Tudo na vida tem uma primeira vez...
- Ok, mas assim que voltarem vão ter que ir jantar lá em casa. E eu não quero ouvir nenhuma desculpa esfarrapada.
- Não vai existir nenhuma desculpa mãe... Eu prometo.
- Assim eu espero!
- A senhora é dramática demais. - falou o moreno andando até a mãe e a abraçando com muita ternura e carinho. Ele e sua mãe poderiam ter os seus altos e baixos, e os seus conflitos. Mas nada disso impedia dele amar e respeitar os pais que tinha lhe criado, e educado. -
- Bom, nós precisamos ir... Foi um prazer conhece-la Maya. - disse o sr. Lee, o pai de Kevin, que parecia uma versão mais velha do filho, mas que era muito bonito. -
- Igualmente senhor.
- Maya! Você realmente gosta do meu filho? - falou Yuna se afastando do filho e olhando a ruiva parada igual estatua e segurando o arranjo de flores na mão. -
- Sim senhora! - disse com a voz tremula e embargada. -
- Acho que eu não ouvi muito bem.
- Sim, eu gosto muito do seu filho... E eu quero estar ao lado dele... Quero ser uma boa namorada para ele. - falou a ruiva com uma voz mais firme e encarando a sogra. -
- E você se sente confiante para isso?
- Sim senhora!
-Pois, fique sabendo, que o Kevin, não é um pessoal fácil de lidar. O meu filho tem um temperamento muito forte.
- Eu percebi senhora, não é a toa que ele é o seu filho... Suas personalidades são muito parecidas demais. - falou Maya subitamente e fazendo Kevin cair na risada, e Yuna olhar para a ruiva de forma chocada, e na mesma hora a garota se arrependeu de suas palavras. -
- Bom, cuide bem do meu filho! - foi tudo o que saiu da boca de Yuna, antes dela se retirar pela porta do aposento com o marido logo atrás que também estava sorrindo do ocorrido. -
- Ai meu Deus, que vergonha... O que sua mãe vai pensar de mim... Que não tenho modos, ou educação... - disse apavorada, e se dando conta do que acabara de falar para á sua futura sogra. -
- Relaxa, ela só estava te testando, para saber se você era á nora certa.
- Me testando?
- Sim! - disse o moreno confirmando com á cabeça. -
- Ai meu Deus, acho que vou ter um ataque cardíaco... Sua mãe não vai me aprovar...
- Quem disse isso?
- Kevin, você por acaso escutou o que eu acabei de falar para á sua mãe.
- Sim! E você foi muito bem! - Sorriu o moreno. - Nenhuma das minhas namoradas jamais enfrentou a minha mãe. Elas tinham medo.
- Mas agora eu estou com medo.
- Maya, você só disse á verdade... Eu realmente me pareço com minha mãe... E não sou fácil de lidar... - sorriu. - Mas no fim, tudo deu certo, então não precisa se preocupar com isso, por que você passou no teste.
- Como assim?
- Minha mãe falou que era para você cuidar de mim... Então isso significa que você passou no teste da exigente da dona Yuna. - falou sorridente para á ruiva e depositando um beijo na testa da namorada que relaxou. - Fique tranquila ok.
Maya concordou com a cabeça, se sentindo mais tranquila e aliviada, e voltou a atenção para o namorado.
- Que história é essa que vamos viajar? Para onde estamos indo exatamente?
- Para a minha casa de praia que fica em Ilhabela. - Foi tudo o que o moreno disse para a ruiva. -
Assim que Maya teve alta do hospital. Kevin levou a namorada para fazer compras no shopping, contra a vontade da garota que protestava sem parar, pois não queria aceitar que o namorado bancasse suas compras.
- Kevin, eu não quero que às pessoas pensem que estou com você por mero interesse, eu tenho o meu próprio dinheiro Kevin, é para isso que eu trabalho.
- Eu sei disso Maya, sei muito bem que você é uma mulher independente.
- Então por que está me comprando tudo isso? - falou a ruiva fazendo uma careta e um biquinho que fez arrancar um sorriso do moreno. -
- Eu não sei se você se lembra Maya. Mas, o seu apartamento pegou fogo, e você perdeu todas ás suas coisas. Incluindo roupas, sapatos, bolsas, e todo o seu equipamento de trabalho... Não podemos esquecer também dos seus documentos, e cartões de banco, e você vai ter que tirar uma segunda via. - disse de maneira calma para a namorada. - Eu não estou fazendo isso por que quero esbanjar todo o meu dinheiro, e recurso, para a minha namorada, mas estou fazendo isso por que me preocupo com você, por que quero cuidar de você.
- Kevin!
- Maya, nós vamos estar pegando um avião para novo Hamburgo em alguns dias... E você precisa de roupas, sapatos, e um celular novo. - disse o moreno suspirando para a garota. - Você já parou para pensar que talvez a sua família tenha tentado lhe telefonar nas ultimas vinte e quatro horas?
Às palavras do moreno fizeram o coração da garota dar um salto, e seus ombros se encolheram, pois ela sabia que o moreno tinha razão. Ela sabia que Kevin estava certo, e realmente ela precisava de todas àquelas coisas. No dia anterior, sua amiga Naomi havia levado três sacolas com três mudas de roupas, uma havaiana e uma necessaire com alguns produtos de higiene pessoal, para que ela pudesse tomar um banho e vestir algo mais confortável.
- Me desculpe! - disse a ruiva cabisbaixa, e lutando contra um turbilhão de coisas que se passavam por sua cabeça. - Obrigada por tudo o que está fazendo, eu não sei como agradecer.
- Você não precisa me agradecer por nada. - falou consultando o relógio de pulso. - E agora, já que esclarecemos toda essa questão... Será que podemos agilizar logo com essas compras, pois ainda preciso pegar o Bam no veterinário antes de pegarmos estrada.
- O Bam também vai conosco?
- Sim, não confio deixar ele por uma semana aos cuidados de Ayumi. Minha irmã é uma pessoa legal, mais desligada demais, e vive no mundo da lua... Tenho certeza que se deixasse os dois sozinhos, eles destruiriam minha casa. - Kevin falou enquanto entravam pelo saguão de uma loja de luxo, e logo em seguida sendo atendidos por uma vendedora muito simpática, mas que parecia muito nervosa. Então ele apenas observou durante ás próximas duas horas, a ruiva entrar e sair do provador um milhão de vezes, enquanto ele ficava sentado em um amplo sofá de couro falando ao telefone, e só desviava o olhar quando á ruiva retornava com um novo modelito para perguntar a opinião do moreno. E para ele, tudo ficava perfeitamente bem naquela mulher, ela poderia vestir á roupa mais feia do mundo, e ainda assim iria continuar linda. Era esses seus pensamentos...
A ruiva comprou algumas roupas básicas para o dia a dia, e outras mais sociais e sofisticadas. Alguns vestidos, pois ela amava e não podia faltar no seu guarda-roupa. Alguns sapatos, tênis, rasteirinhas, sandálias, bolsas, maquiagem, utensílios de higiene pessoal, e tudo havia sido bancado pelo Kevin. E quando ele removeu o cartão da carteira, e passou cinco mil reais no debito, a ruiva ficou totalmente chocada, assim como ás vendedoras da loja. Mas, o que era cinco mil reais para um cara que andava de Mercedes Benz pelas ruas de São Paulo. Depois disso, saíram da loja de roupas e fizeram mais uma parada numa loja de eletrônicos onde ele fez questão de escolher um novo notebook para a ruiva, assim como um ipad, e um celular pois ele sabia que a garota iria precisar. E aquela compra também não tinha saído barato, mas ela decidiu não retrucar com o moreno, pois já era tarde demais para isso. Depois de tudo devidamente embrulhado eles fizeram uma pausa para uma refeição maravilhosa que a ruiva saboreou com satisfação. E por último, e não menos importante, eles passaram no veterinário para pegar o Bam que estava bem elétrico e feliz ao ver Maya. E então, os três pegaram estrada rumo a Ilhabela. -
***
Nas próximas horas que se seguiram de viagem Maya e Kevin conversaram sobre tudo o que podiam imaginar. Enquanto o som estava ligado bem baixinho, e de vez em quanto a ruiva se ariscava a cantar desafinadamente. Ela não era uma boa cantora, nunca foi, mesmo quando era criança e tinha que fazer aulas de piano. E ela bem que tentava, mas nunca teve talento para canto. Mas isso não há impedia de se divertir, e cantar no chuveiro de vez em quando. Às vezes ela gostava de ir com Naomi para algum Karaokê, e elas bebiam soju e cantavam enlouquecidamente, ou dançavam até ficar sem ar.
Maya suspirou, e puxou o ar profundamente, e então a música unholy de Sam Smith começou á ecoar no ambiente, e juntamente com ela, a voz melódica de Kevin se fez presente dentro do carro, para a total surpresa da ruiva.
Kevin cantava no seu inglês perfeito, e aquela voz, a fez estremecer da cabeça aos pés, e ela engoliu em seco, pois não tinha como não pensar besteira ao ouvir aquelas palavras saindo da boca de Kevin. Ainda mais agora que ele se encontrava atento na estrada, com uma das mãos no volante, e com a camiseta branca social dobrada, deixando á mostra toda a extensão do seu braço tatuado. Sem contar também, que ele havia desabotoado alguns botões da camiseta, devido ao calor que estava naquela tarde, e dava para ver o seu peitoral escultural, e definido.
" Meu Deus, eu estou perdida! Que homem é esse?"
Pensou enquanto sacudia a cabeça em reprovação, e tentando não pensar em besteira. Mas, era quase impossível, principalmente quando ele mordeu o canto dos lábios, fazendo uma pequena pausa na música, e logo em seguida retomando a melodia. Então não tinha como não pensar em besteira, quando aquele homem perfeito estava ao seu lado. Não quando ele cantava aquela música.
- Maya! - murmurou o moreno, ao balançar ás mãos em frente ao rosto da garota enquanto a trazia de volta para a realidade. -
-Oi! - disse no automático, mas se sentindo meio aérea, e com á mente bem pecaminosa. -
- Nós já chegamos! - disse o moreno sem tirar o olhar da ruiva parada na sua frente. -
- Hmmm! - foi tudo o que a ruiva conseguiu dizer, mais ainda tinha o olhar sobre o moreno, e ele estava começando a ficar preocupado. -
- Você está bem? Algum problema?
- Eu estou ótima! - disse num fio de voz e sentindo seu rosto corar e ficar vermelho como um pimentão. - É... Eu não sabia que você cantava?
- Tem muitas coisas sobre mim, que você não sabe. - disse esboçando um sorriso safado no rosto, e lhe lançando um olhar intenso, que fez o corpo da ruiva estremecer por completo. - Teve uma fase da minha vida que eu queria me tornar uma estrela de Rock... Às pessoas diziam que eu tinha talento, e como eu sempre fui loucamente apaixonado por bateria, eu acabei me dedicando bastante em aulas de canto. Mas, hoje apenas canto por hobby mesmo. - Foi tudo o que ele disse, antes de soltar o seu cinto de segurança, e olhar atentamente para a ruiva. - Você realmente está bem?
- Sim!
- Então vamos entrar? - falou ao descer do veículo, e depois abrindo a porta traseira para liberar Bam que saiu correndo em disparada até a entrada da casa todo empolgado e feliz. Kevin sorriu ao ver o animal correndo em disparada, e depois se voltou para a namorada e a ajudou a sair do veículo. E foi então nesse momento, que a ruiva olhou para a enorme casa na sua frente, completamente fascinada. -
- Isso não é uma casa da praia. - disse á ruiva respirando profundamente, e observando o lugar maravilhada, com colinas de esmeralda, águas turquesas, e areia branca. Aquele lugar parecia um paraiso. -
- É claro que é... Apenas tem estilo. - disse com um amplo sorriso, e dando uma piscadinha para a ruiva, enquanto retirava a bagagem do porta mala. - E também é bem reservado, então não vamos ter nenhum problema com nenhum vizinho chato para acabar com nossa paz e tranquilidade. - disse calorosamente enquanto pegava às chaves da porta principal para adentrarem na propriedade carregando sua mala, e algumas das sacolas com ás roupas da ruiva, que observava o local completamente maravilhada. Para Maya, aquela casa parecia ter saído das páginas de uma revista de arquitetura. E era incrivelmente deslumbrante demais. -
- Quantos metros tem esse lugar?
- Cinco mil metros quadrados. - disse naturalmente, e a ruiva arregalou os olhos com o comentário do moreno. -
- E ninguém mora aqui perto?
- Não! - respondeu o rapaz ao abrir á porta para que Maya e Bam pudesse entrar, no hall de entrada tinha alguns quadros na parede, uns aparadores, e um enorme banco de madeira bem rustico, mas que deixava o ambiente com um charme único. O moreno retirou os sapatos sujos, e trocou por um par de pantufa limpa, e Maya fez o mesmo enquanto Bam já estava deitado em um amplo sofá que havia no centro da sala, e se sentindo completamente a vontade e em casa.
***
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