🖋️04- um beijo📖
Maya sentiu um arrepio pelo seu corpo ao ouvir aquela voz, e se virou para encarar o homem a sua frente. E de alguma forma sentiu o medo tomar conta do seu corpo.
— Senhor Perez.
— Oi minha querida, é bom vê-la aqui. Por que não me faz companhia e bebe um pouco comigo. — disse o homem esboçando um largo sorriso presunçoso, e se aproximando da ruiva, enquanto passava á mão pelo braço da garota, e falava com uma voz baixa e suave, próxima ao seu ouvido. — Por que não esquecemos tudo o que aconteceu... Eu te perdoou, e te devolvo o trabalho se você passar á noite comigo... Posso até lhe dar um cargo melhor na revista.
Maya revirou os olhos se sentindo enojada, e o sangue correr pelas veias. Sua vontade era socar a cara daquele desgraçado, mas não podia fazer isso pois estava em um lugar público e não queria ser a matéria principal da people, e muito menos queria que o seu pai fosse lhe tirar da cadeia. Então simplesmente ergueu o rosto, e deu um passo para traz encarando o homem á sua frente.
— Me desculpe senhor, mas eu vou recusar á sua oferta.
— Uma linda mulher como você, não deveria estar aqui sozinha.
— E quem disse que eu estou sozinha.
— Não está?
— Não, eu estou com o meu namorado.
O homem abriu um largo sorriso de deboche e disse:
— Você está mentindo.
— Não, não estou. — falou olhando em volta, para ver se achava algum conhecido para lhe ajudar, mas não havia ninguém. Ela estava perdida. —
— E onde está o seu namorado?
— Foi ao banheiro, não deve demorar. — disse tentando demonstrar uma calma que ela não tinha. —
— Sendo assim, eu vou lhe fazer companhia até o seu namorado chegar. afinal de contas, uma dama não pode ficar sozinha.
Maya sorriu de nervoso, e correu os olhos pelo local até avistar um homem andando entre os quadros da exposição. Era alto, e tinha ombros largos, e usava uma calça jeans que modelava suas pernas longas e suas coxas musculosas. Vestia uma camisa longa e justa que moldava os ombros e o peito... Os cabelos dele era castanho escuro, levemente cumpridos e aparentemente, muito bem cortado. Ele estava diante de um dos seus quadros... E estava tirando uma foto de uma de suas obras. Ela já tinha visto aquele rapaz antes, mas não lembrava de onde. Mas assim que ele acabou de olhar para o quadro e se virou sorridente na direção dela, a ruiva ficou em choque total. Ela já tinha visto aquele rapaz antes. E sem pensar duas vezes a loira se afastou em passos firmes do senhor Perez, e andou em direção ao estranho torcendo para que o velho não a preguice, ou fosse atrás dela. Mas quando percebeu, o homem estava lhe seguindo, então começou a acelerar ainda mais os passos até o desconhecido. À sua sorte era que ela não estava de salto alto, e naquele dia tinha optado por uma rasteirinha baixa e confortável, o que facilitou sua locomoção até onde estava o rapaz. E assim que se aproximou dele ela o tocou no ombro docemente.
—Me ajude por favor. —Sussurrou baixinho apenas para o rapaz escutar, e segurando no braço do moreno. —
Kevin se virou para ver a dona da voz e se deparou com uma cabeleira ruiva na sua frente. Mas antes de perguntar o que estava acontecendo, a garota o puxou pela gola da camiseta e se apoderou de seus lábios para a sua total surpresa. As bocas de ambos se encontraram num beijo tão repentino.
Porém não demorou muito tempo, e ele acabou relaxando e descendo á mão pela cintura da ruiva, se deixando levar pelo momento, e correspondendo ao beijo na mesma intensidade.
— Então esse é o homem de sorte que lhe conquistou? — disse o senhor Perez chamando a atenção do casal que se afastou. Mas a ruiva ainda mantinha às mãos em volta do braço do rapaz, e encarando o homem parando no local, que analisava o jovem casal, e em seguida estendendo á mão. — É um prazer conhecer o ilustre namorado da Maya Gutierrez. Eu sou o Perez Sanches, o dono da revista People.
Kevin encarou o homem a sua frente, e sentiu às mãos tremulas da ruiva sobre o seu braço. Alguma coisa de muito errado estava acontecendo ali. Ou a garota estava tremula por estar ao seu lado, ou com medo daquele homem parado á sua frente. E essa resposta ele não tinha naquele momento. Mas se era para jogar, ele também sabia jogar. Então apenas entrou na jogada e foi na onda.
— Kevin Lee, dono da Tsukada Game. — disse estendendo a mão para o desconhecido que arregalou os olhos com o comentário do jovem rapaz. —
— Eu não sabia que o dono da Tsukada Game fosse tão jovem... Você nunca me falou isso Maya, o seu namorado daria um bom artigo para á nossa revista.
— Com todo respeito senhor, eu não preciso falar da minha vida pessoal para ninguém... E também não sou mais uma funcionária da Peolpe.
— Você sabe que poderá voltar a qualquer momento, minha querida, pois a proposta ainda permanece de pé.
— Me desculpe senhor, mas eu vou ter que recusar a sua oferta. — disse á ruiva de maneira decidida, e se sentindo mais segura ao lado do estranho.—Eu preciso focar mais no meu mangá. Principalmente depois de receber algumas críticas envolvendo meu nome... Então vou aproveitar para descansar um pouco, e fazer uma viajem para a casa dos meus pais.
— Eu entendo, a família é sempre uma prioridade. — disse o homem com um sorriso forçado no rosto, e encarou o jovem casal parado na sua frente sorrindo. — Bom, eu vou deixar o casal aproveitar o restante da exposição. — disse de maneira educada, mas ainda assim, tinha um certo desdém em sua voz.. — Foi um prazer conhecê-lo Kevin... E foi muito bom lhe rever Maya.
O casal não disse nada, apenas ficou ali em silêncio observando o estranho se afastar. E quando ela não podia mais ver o homem, conseguiu suspirar aliviada.
— Você acha que está segura agora?
— Sim! — disse em um murmúrio de voz. — Me desculpe por isso tudo.
— Você está bem? Ele fez alguma coisa com você?
— Eu estou bem. Obrigada por sua ajuda, e me desculpe por lhe causar tantos problemas. Me desculpe pelo beijo e...
— Quem é ele afinal? Acho que eu mereço uma boa explicação.
— Sim, você merece, mas esse não é o melhor local para falarmos disso.
—Você está certa... Tem um café aqui perto, podemos conversar sobre isso com mais calma.
— Me desculpe, mas eu vou recusar. — disse sorrindo de nervoso. — Acho melhor ir para casa e descansar.
—Você está de carro?
— Sim!
— Então eu lhe acompanho até o estacionamento, e você me fala o que está rolando. — disse a encarando profundamente, e ela apenas assentiu se sentindo envergonhada, e constrangida por tudo aquilo. Ela não podia negar uma explicação para o rapaz, pois o havia o beijado. E se ele tivesse alguma namorada? No dia que o viu pela primeira vez, o rapaz estava acompanhado de uma bela moça. — Vamos!
— Claro! — disse quase gaguejando, pois não acreditava que havia beijado um desconhecido que viu apenas uma vez no café. —
***
O casal se dirigiu até a saída, e ela ainda tinha á mão sobre o braço do rapaz em quanto se afastavam do local sobre o olhar das pessoas.
— Então aquele homem, era o seu ex-chefe, que tentou te assediar, e fez propostas indecentes? — o moreno perguntou assim que pararam no estacionamento onde estava o carro da garota, um Jeep Renegade vermelho. —
— Sim! — disse um tanto envergonhada e então se afastando do rapaz ao perceber que ainda estava segurando o seu braço. — Me desculpe por lhe meter nessa confusão... E pelo... Bem... Você sabe... — disse nervosa e quase gaguejando, fazendo o desconhecido sorrir, e Maya corar ainda mais. —
"Meu deus, que sorriso é esse!"
— Bom, foi um prazer poder ajuda-la... — sorriu. — Foi divertido... Você deve ser uma garota bem popular?
— Eu não sou popular.
— Não é o que parece. —disse fitando á moça nos olhos, e colocando á mão no bolso da calça. — Ouvi algumas pessoas falando sobre você lá dentro.
— Espero que tenha ouvido coisas boas.
—Sim, foram boas... A maioria foi em relação ao seu livro... Você é bem conhecida.
— Isso é um alivio. — disse sorridente e se sentindo mais tranquila, e encarando aquele par de olhos pequenos mais intensos bem á sua frente, no momento que um toque pairou no ar, e ela pode ver uma mensagem de Naomi. — Bom, eu preciso ir agora... Me desculpe por essa confusão toda.
— Sem problemas. — disse o moreno, ainda observando a garota entrar no carro e girar a chave na ignição. — Dirija com cuidado!
— Você também, volte para casa em segurança. — falou calorosamente, e em seguida dando partida com o carro, e deixando Kevin para trás e pensativo. Tudo o que ele gostaria de saber, era quando que ela o desenhou. Mas achou melhor não perguntar sobre isso. Talvez na próxima oportunidade. —
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