Era sábado, por volta de cinco horas. E Maya se encontrava jogada no enorme sofá da sala com uma revista em mãos. A ruiva suspirou profundamente, e olhou mais uma vez para o artigo na capa da revista "People". Não podia acreditar que havia recebido uma critica sobre o seu livro, e justamente na revista que a ruiva havia trabalhadora durante dois longos anos. Anos esse, que ela se dedicou, se esforçou e deu o seu melhor para alavancar ás vendas... E agora, a sua foto, juntamente com os croquis dos seus desenhos estavam estampando a capa da revista mais conceituada do país.

— Eu não acredito que ainda está olhando para isso? - Naomi falou subitamente ao entrar no local, e encontrar a amiga com a revista em mãos. - Você não precisa se importar com essas críticas.

— Sim, eu preciso! Eu batalhei muito para ter meu livro entre os melhores... Mas essa declaração foi longe demais... Isso é um absurdo, e eu me sinto injustiçada.

— Isso tudo é apenas fofocas minha amiga... Você mais que ninguém conhece sua capacidade e o seu potencial Maya... Você não pode levar tudo a ferro e fogo minha amiga.

Maya passou a mão pelos cabelos num gesto de nervosismo.

— Eu tenho certeza que tudo isso, tem dedo daquele cretino, que tentou me assediar. — esbravejou a ruiva.—

— Você deveria ter processado ele.

—E quem iria acreditar em mim Naomi? Era a minha palavra contra a dele.— disse a ruiva tristemente. —

— Tudo vai se resolver amiga, mas não de ouvidos á esse crápula... Pense apenas em você apenas.

— Eu estou tão cansada Naomi... Tenho que entregar um capitulo até amanhã à noite, e não faço ideia do que devo escrever... E eu preciso urgentemente, de um novo personagem masculino para a minha história.

— Você vai tirar o Alejandro da jogada... Ele é um Mexicano tão caliente. — falou Naomi se abanando com á mão e fazendo Maya rir. —

— Acho que á geração de hoje não curte mais esse tipo de cara.

— Por que não tenta os turcos, eles estão com tudo hoje em dia... Tem alguns atores maravilhosos que parecem um Deus grego. E eles estão super em alta.

— É uma ideia boa, vou dar uma pesquisada depois.

— Você também pode usar algum Idol de KPOP, eles estão fazendo o maior sucesso entre a mulherada.

Maya parou por um minuto pensativa, e na sua mente veio o rapaz que viu alguns dias atrás no café, e então deixou a revista de lado e analisando melhor a amiga.

— Esta também pode ser uma alternativa. — Falou a morena reparando na roupa elegante da amiga. — Quanta elegância, onde vai vestida desse jeito?

—Vou encontrar com o meu noivo.

—Noivo?

— Eu não te falei, que hoje é o tal almoço em família, para oficializar o meu noivado com o Dylan?

—Sim, mas eu já tinha me esquecido. — falou a ruiva sorridente ao se lembrar do namorado da amiga, um dessedente de tailandês. — Eu achei que esse noivado era brincadeira.

— Não, a nossa família se conhece á muitos anos... O Dylan e eu crescemos praticamente juntos, e sempre nos demos muito bem. Ele sempre foi muito atencioso comigo, um verdadeiro cavaleiro. Se nós não fossemos compatível, com certeza nossos pais já teriam marcado um encontro á cegas para tentar nos arranjar alguém.

Maya riu do comentário da amiga não acreditando no que estava escutando.

—Em que mundo estamos afinal, na idade da pedra... Como que pais podem arranjar encontros a cegas para seus filhos. — falou a garota indignada com tudo aquilo.—

— Isso é muito comum na china, e em outros países asiáticos minha amiga.

—Hellooooooo Naomi, nós estamos no Brasil e não na china minha amiga.

—Mas ainda assim temos nossas tradições e culturas, assim como vocês brasileiros tem às suas tradições.

Maya não disse nada, preferiu não argumentar com sua melhor amiga, e colega. Naomi se conheceram na universidade quando estudava na Itália, e se tornaram amigas inseparáveis. Sua família era rica e muito influente, e donos da joalheria mias renomada na região. Por essa razão, os pais da garota lhe presentearam com um belíssimo apartamento em um bairro de alto padrão. E a partir daí, elas dividiam a casa.

— Isso é para você. — Falou a morena entregando um saquinho de veludo verde para a amiga. -

—O que é isso?

— É um cristal que encomendei especialmente para você. Dizem que essa pedra pode trazer sorte, e também pode te ajudar a encontrar um amor.

— Eu não preciso disso para conseguir um namorado, Naomi. E eu tenho muito trabalho para fazer. — falou a ruiva olhando para a simples pulseira de quartzo rosa. -

— Isso não vai atrapalhar o seu trabalho... Eu também tenho uma. - disse a morena mostrando a mão para a amiga. — Essa é a pedra de todos os fins, ou amor de iniciante... —Sorriu a morena suspirando. — Não seria bom ter alguém para cuidar de você? Olhe para mim, eu recebo presentes, chocolates, e flores, e ele me manda mensagens me desejando boa noite, todas as noites. 

— Ao invés de ter alguém me bajulando, eu prefiro alguém que me conheça de verdade, e mereça o meu amor. Não vou começar um relacionamento casualmente.

— Você deveria sair um pouco e se divertir amiga.

— Não estou afim, prefiro ficar aqui. Eu tenho muito trabalho para fazer.

— Maya, faz dias que você está focada nessa história. Eu sei que o trabalho é importante minha amiga, mas você também precisa se divertir, e tomar um pouco de ar puro, ao invés de ficar trancada nesse apartamento. Quem sabe você não encontra o cara dos seus sonhos na esquina.

—Naomi, eu já falei que não quero um relacionamento nesse momento. Estou muito bem solteira... Minha prioridade agora é o mangá.

— Você está vivendo exclusivamente para o seu mangá, mas não esqueça de viver um pouco a sua vida também...

—Tudo bem, já entendi... Eu prometo que vou sair, dar uma volta para espairecer e colocar a cabeça no lugar.

—Promete mesmo?

— Prometo! Eu vou subir, tomar um banho relaxante, me vestir e dar uma volta na redondeza, ou talvez, eu vá na exposição de quadrinhos.

—É assim que se fala minha amiga. — disse a morena abraçando a ruiva, e depois se dirigindo até a saída do local —

 Maya suspirou profundamente, e se dirigiu até o seu quarto. Ali tudo era imaculadamente arrumado. Despiu-se e ao passar em frente ao espelho fez uma careta. 

— Preciso emagrecer um pouquinho. — falou enquanto se caminhava até o banheiro, e encheu a banheira, espargiu alguns sais perfumados, e preguiçosamente estirou-se com um suspiro de prazer. Acomodou e fechou os olhos. A caricia da água morna tomou conta de todo o seu corpo. Precisava relaxar. O trabalho que esperasse mais um pouquinho.

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