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Capítulo 5

Quando Ceci abriu a porta e a avó, secando as mãozinhas no avental, surgiu na sala, levantou os braços:

— Que bom que você chegou, menina. Estou quase terminando o jantar. Enquanto isso, aproveite para tomar um banho morninho.

Cecília assentiu e a avó reparou os olhinhos vermelhos.

— Por acaso os patifes da rua te aborreceram outra vez?

Ceci balançou a cabeça e permaneceu em silêncio. Hilda, solidária, aproximou-se e abraçou a neta. Bem naquela hora, Sérgio e Fábio chegaram fazendo barulhos de beijinhos.

— Ei, vó, a senhora sabia que a Ceci já tem namoradinho? — Contou Fábio.

— Vó, manda esses dois idiotas me deixarem em paz! — Pediu Ceci, chorando.

— E vocês vão cuidar das vidas de vocês. Marmanjos sem noção. Perturbando a menininha. Vocês não têm nada melhor para fazer, não?

— Todo mundo lá na rua está comentando que a Ceci está de namorico...

— Não enche, Fabão Cagão!

— Me chamou do quê?

— Fabão Cagão!

O ponto fraco de Fábio era justamente o apelido que os irmãos lhe deram quando passou por um infortúnio em uma viagem em família.

— Não tenho culpa se o seu namoradinho te deu um fora.

— Vá encher outro, Fabão Cagão! — Ceci berrou e correu para o quarto, batendo a porta. Atirou-se na cama, abraçou um ursinho de pelúcia azul e chorou.

A mesa já estava posta, os meninos brigavam pelo domínio do banheiro, vovô reclamava dos banhos demorados lá na poltrona de couro da sala:

— Estão pensando na vida debaixo daquele chuveiro? — Reclamou vovô. — Eles vão ver só quando começarem a pagar a conta de luz com o próprio dinheiro!

Só então vovô deu-se conta de que Cecília não estava ali e questionou Hilda:

— Cadê a Cecília? Não vá me dizer que ainda está na rua a uma hora dessas?

— A Ceci chegou meio tristinha hoje. Foi para o quarto da Zuleica.

— Ela não disse nada?

— Não. Você sabe que a Ceci não se abre tão fácil.

— A Ceci não dá o braço a torcer — concordou Ariosvaldo.

— Não parece, mas a Ceci já está crescendo...

— Que bobagem, Hilda! 12 anos ainda é muito criança!

— Sim, Ceci ainda conserva a inocência e a espontaneidade de uma criança, mas mesmo que lentamente, ela está mudando...

— Espero que a fase das paixonites demore a chegar!

Hilda era uma pessoa muito compreensiva e sabia que assim como Sérgio e Fábio já estavam na fase das paqueras, Ceci logo estaria também, fazia parte do ciclo da vida. Se a netinha já gostava de alguém, não desconfiava, ela parecia bem mais interessada em outros assuntos, mas um dia seria inevitável, a magia do primeiro amor a alcançaria.

Quando Fábio abriu a porta do banheiro e saiu de lá com uma toalha azul enrolada no alto da cabeça, vovô ironizou:

— Quase pensei que você tinha morrido lá dentro!

— Que isso, vô.

— Que isso, vô — arremedou Ariosvaldo, resmungando baixinho.

Hilda, que havia voltado para a cozinha preparar uma limonada para o jantar, foi invadida pelas lembranças de outros tempos, tempos aqueles em que poucos eram os prédios, tempos aqueles em que casarões frondosos ainda chamavam a atenção de quem passava pela rua, tempos aqueles em que se precisava de muito pouco para ser feliz, tempos aqueles em que a simplicidade ditava as normas, tempos aqueles em que era uma menina bonita, saudável, sapeca e ativa, tempos aqueles em que saía para brincar e só voltava quando a mãe aparecia na janela e gritava "para dentro", tempos aqueles em que reunir-se com os amigos era o que havia.

Quando tinha aproximadamente a idade de Ceci, vovó também viveu um verão inesquecível. Foi quando Orlando, o primo de Francisca, sua então melhor amiga, veio passar as férias na cidade. Eles brincaram juntos, prosearam, subiram em árvores, comeram jabuticabas e se aproximaram bastante durante aquelas duas semanas, tanto que a despedida abalou ambos os corações. O garoto prometeu escrever quando pudesse, ela também, mas o que compartilharam não foram linhas e sim dois beijos repletos de amor, carinho e uma pitada de saudade do que ainda nem havia chegado ao fim.

Ninguém, nem mesmo Francisca soube. Aquele segredo foi guardado para todo o sempre. Orlando mudou-se para a capital em definitivo quando deixou o interior para estudar e embora o tempo tenha feito deles bons amigos, nunca tiveram uma oportunidade para relembrar aqueles dias despreocupados e já tão distantes no calendário.

— Mãe...

Hilda teve um sobressalto ao reconhecer Zuleica a sua frente.

— Estava pensando longe, mãezinha? — Zuleica abriu os braços para cumprimentar Hilda.

— Estava pensando no quanto o tempo passa rápido e a gente nem percebe. Dia desses a Ceci engatinhava e agora já está quase uma moça!

— Ela é feliz e nem sabe. — Suspirou Zuleica. — Na verdade, ela sabe. Ceci pode ainda não ter 12 anos, mas é esperta e sabe.

— Como é que foi o trabalho hoje?

Zuleica, que já havia tirado os sapatos de salto alto, queixou-se da dor nas costas e relatou superficialmente o que ocorreu durante o expediente.

— Cadê a Ceci? Ela não veio jantar?

— Pois é, a Ceci voltou muito tristinha hoje e não quer falar com ninguém. Por falar nisso, vou dar uma olhadinha nela. Diga aos meninos que o jantar já está pronto.

Hilda tirou o avental e deixou-o pendurado em um gancho perto do rolo de papel toalha e dirigiu-se até o quarto que a garota dividia com a madrinha, dando batidinhas na porta.

— Entra... — disse Ceci.

Hilda encontrou a netinha olhando para a janela onde ficava a cama dela.

— Não vem jantar, querida?

— Eu ainda não tomei banho...

— Tudo bem, você toma mais tarde. — Hilda sorriu, aproximando-se da cama. — Todo mundo está preocupado com você.

Ceci balançou a cabeça e Hilda, que já havia se sentado, tomou as mãos da neta e colocou-as por entre as suas.

— Tem certeza de que você não quer conversar, Ceci? Você ainda me parece tão tristinha...

— Acho que só estou um pouquinho cansada.

— Aquelas meninas sebosas falaram besteiras para você?

— É mais fácil perguntar quando elas não falaram...

— Você não está aborrecida com as provocações dos seus irmãos, está?

— Eu saí com um garoto hoje, mas não vá pensar que é meu namoradinho. A gente brinca de vez em quando e hoje ele me levou para passear de bicicleta. A gente brincou bastante, o nome dele é Di. O pneu da minha bicicleta furou e ele me deu carona, mas prometeu que vai trazer a bicicleta de volta.

— E de onde você conhece o Di?

— Ele tem alguns amigos aqui na rua e volta e meia dá uma passadinha para brincar aqui...

— Você está gostando desse menino, Cecília? — Indagou Hilda.

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