19 (liz)
— Não precisa gastar suas palavras comigo. Eu já falei que não vou fazer isso, Sarah. — Falo, sem ao menos me virar para trás. Sei muito bem que é ela quem está parada atrás de mim. Pude deduzir pelo barulho de seus saltos batendo com força contra o chão, ficando cada vez mais alto conforme ela se aproximava.
Ela suspira, mas não parece tão irritada ou impaciente como de costume, e isso sim, me intriga o suficiente para que eu me vire em sua direção.
— Por que não? — Pergunta, de braços cruzados, mais para se proteger do ar gelado do que para me intimidar. O vento balança nossos cabelos de um lado para o outro, e também me arrependo de não ter pego um casaco antes de caminhar para fora da escola.
Dou de ombros.
— Você sabe que não gosto dele. — Respondo, sucinta. Não sei se estou pronta para mergulhar nas profundezas dos motivos pelos quais realmente não gosto de Colin, e do porquê jamais aceitaria ir a um encontro onde ficaria completamente a sós com ele por horas.
— Sei, sim. — Ela diz, sentando-se ao meu lado nos degraus da escada da frente da escola. — Mas te conheço bem o suficiente para saber que isso não seria um motivo bom o suficiente para te impedir de ir atrás das respostas que tanto precisamos. O que está escondendo?
A maneira como ela fala é quase terna, como se fosse uma irmã mais velha genuinamente preocupada. Ainda assim, arqueio as sobrancelhas, meio defensiva.
— É sério? O que eu estou escondendo? Ainda nem terminamos de falar sobre Dylan. — Aponto, na expectativa de mudarmos o rumo da conversa.
Ela revira os olhos.
— Não tente fugir do assunto, Lizzie. Falaremos disso outra hora. Agora, só quero que me diga por que, mesmo na situação em que estamos, a ideia de sair com Colin te causa tanta repulsa a ponto de se recusar a fazer isso, mesmo que signifique que não teremos as respostas que poderiam mudar tudo.
Como se houvesse alguma coisa nesse mundo que pudesse "mudar tudo" em nossa situação.
Solto um suspiro longo e ruidoso, porque falar disso é difícil, embaraçoso e irritante, como cutucar uma ferida que nunca cicatrizou por completo.
— Por que você acha, Sarah? Realmente não consegue deduzir por que uma garota odeie tanto um garoto? Acha mesmo que eu não tenho um bom motivo para isso? — Rebato, enfurecida. Por alguma razão, sinto lágrimas brotarem em meus olhos.
Ela franze o cenho, enquanto tenta juntar as peças do que minha insinuação pode significar.
— O que quer dizer com isso?
Pisco para afastar as lágrimas, mas ao invés disso, as sinto rolar para fora de meus olhos, escorrendo densas e rápidas pela minha bochecha.
— Liz, o que quer dizer com isso? — Ela repete a pergunta com mais veemência, já que não respondo de primeira.
Encolho-me em meu próprio abraço, em parte porque o ar fica mais gelado a cada minuto, e em parte porque estou tremendo de nervosismo também. Apesar de estar ciente de que essa não é a intenção de Sarah, não consigo afastar a sensação de encurralamento que parece preencher cada parte do meu corpo no momento, talvez porque jamais quis ter essa conversa.
— Ele te machucou? Tentou fazer algo que não devia? — Sarah questiona, surpreendentemente paciente para quem não está obtendo resposta alguma.
Não consigo sequer abrir a minha boca para lhe oferecer uma resposta detalhada e decente, então apenas assinto, sentindo uma onda de constrangimento me invadir de repente, o que é perturbador e irritante, porque não é como se a culpa disso fosse minha. Colin é o culpado, e odeio que a pessoa a se sentir envergonhada seja eu, de alguma forma. Sarah franze as sobrancelhas, parecendo culpada por nunca ter se dado conta de algo que, agora, lhe parece tão óbvio.
— O quê?! Que babaca! — A voz de Cassie exclama atrás de nós, e meus ombros pulam de susto. Quando me viro em sua direção, percebo que ela e, para a nossa surpresa, Daisy, estiveram paradas ali o tempo inteiro, nos ouvindo o tempo todo. — Liz, por que nunca nos contou sobre isso? Não precisava lidar com isso sozinha. Somos suas amigas! — Fala, se aproximando e sentando-se no degrau acima do nosso.
Balanço a cabeça, deixando de lado a vaga sensação de privacidade invadida que sinto por elas terem escutado nossa conversa. Cassie e Daisy também são minhas amigas, e também merecem saber a verdade sobre Colin, independentemente do quão desconfortável eu me sinta em falar sobre esse assunto.
— Não tive coragem de falar sobre isso quando aconteceu. — Admito, encolhida.
Cassie franze o cenho, como se a ideia fosse inconcebível para ela. Como se todas as pessoas do mundo tivessem a mesma coragem e determinação para enfrentar os problemas e as injustiças como ela. Talvez devessem ter. As coisas realmente seriam mais fáceis se fosse simples assim, tão simples quanto ela faz parecer, tão simples quanto é para ela. Mas na prática, as coisas não funcionam bem assim.
— Por que não? — Indaga, balançando a cabeça, parecendo levemente contrariada.
Respiro fundo, me sentindo incompreendida e frustrada, o que não torna essa conversa mais fácil.
— Porque isso é constrangedor!
— Sim, para ele! Você não fez nada de errado. — Cassie rebate, cruzando os braços.
— Sei disso. Ainda assim, é embaraçoso.
A expressão de Sarah se endurece por completo diante de mim, e seu tom compassivo desaparece de repente.
— Eu vou matá-lo. É sério, eu vou acabar com ele. — Fala com uma determinação feroz, e sei muito bem que ela seria capaz de fazê-lo. Faria qualquer coisa para proteger uma de nós.
Abro um sorriso suave.
— Sei que é capaz disso. Mas não acho que isso melhoraria em nada a nossa situação. — Argumento.
— Eu não estou nem aí! Isso não é sobre o acidente, a floresta, ou sobre as fotos, isso é sobre ele ser um babaca e achar que pode usar a nossa situação para te chantagear até conseguir um encontro! Esse garoto é patético, e precisa ser colocado no lugar dele!
Daisy solta um riso de deboche.
— É sério? E vai fazer o que? Acusá-lo de algo que ele fez, mas que você não tem prova alguma? E o que vai acontecer quando for a vez dele de nos acusar, e ele tiver provas?
Sarah revira os olhos, mas sabe que ela tem razão.
— Na verdade estava pensando no básico. Furar o pneu do carro dele, encher o armário com espuma, colocar laxante na bebida dele...
Cassie e eu damos risada das sugestões de Sarah. Ela realmente sabe como tornar impossível a vida de alguém. Daisy, no entanto, não acha muita graça. Não é como se estivéssemos realmente acatando as sugestões de Sarah, porque, no final das contas, sabemos que essas coisas implicaram em problemas ainda maiores para nós. Mas é divertido pensar em todas as formas como poderíamos destruir a paz de Colin. Seria até mesmo justo, depois de tudo o que ele tem nos feito passar nos últimos dias.
Ainda de pé atrás de nós, Daisy suspira, ponderando sobre a situação sem senso de humor.
— Lizzie, eu sinto muito que você tenha passado por tudo isso com Colin, é mesmo terrível. Mas ainda precisamos dessas respostas. Ainda precisamos saber tudo o que ele sabe. E, se o único jeito de conseguir isso é indo a esse encontro, então...
— Então o quê, Daisy? — Sarah vocifera, antes que ela termine de falar — Acha justo que nós a obriguemos a ir a esse encontro com Colin depois de tudo o que ele fez só para buscar essas respostas, que, aliás, nem sabemos se ele vai realmente nos dar?
Imagino o quão frustrante seria passar por isso e no final, não obter resposta alguma. Isso seria a cara do Colin.
— Não estamos a obrigando a nada, Sarah! Só estou pedindo para que ela tenha bom-senso e considere isso como um opção, afinal, olhe para nós! Olhe para a nossa situação! Um encontro pode mesmo ser tão pior do que tudo isso? Acho que é válido tentar.
Sarah arqueia as sobrancelhas.
— "Nós"? Está falando sério? Agora somos "nós" de novo?
Meus ombros se enrijecem quando ela traz a questão à tona.
— Sarah, deixe isso para lá. — Cassie murmura, mas Sarah não lhe dá ouvidos.
— Sempre fomos nós. — Daisy continua, mas isso não tem sido verdade. Talvez se sinta hipócrita ao dizer isso, porque suas bochechas se enrubescem e ela dá um passo para trás, na defensiva.
Sarah solta um riso irônico, colocando-se de pé diante dela. Cassie e eu trocamos olhares, sentindo que a coisa está ficando feia rápido demais.
— Você é inacreditável. — Diz, ficando cara a cara com Daisy. Na verdade, Sarah é alguns bons centímetros mais baixa do que Daisy, mas seus saltos possibilitam que a conversa ocorra niveladamente. Além disso, Sarah costuma ser um tanto mais imponente do que o resto de nós, o que, estranhamente, a faz parecer mais alta.
— Do que está falando? — Daisy pergunta de braços cruzados, mas com certeza já sabe do que se trata esta conversa. A pergunta soa muito mais como uma provocação, como se quisesse saber se Sarah vai mesmo mergulhar fundo nesse tópico delicado, o que é estranho porque ela já a conhece bem o suficiente para saber que Sarah, sem dúvida, irá, sim.
— Estou falando de como você acha que pode escolher os momentos em que quer ser "nós". Quando precisamos de ajuda, você não se sente na obrigação de ser "nós", você só desaparece e nos deixa na mão. Mas quando acha conveniente, você aparece de novo, querendo opinar como se estivesse aqui o tempo todo. Você é muito egoísta! E quer saber? Eu não sei como não percebi isso antes, mas sinceramente, estou feliz que a sua máscara tenha caído.
Daisy abre a boca, perplexa com o comentário, bem como o resto de nós. Cassie e eu nos levantamos e nos aproximamos delas, numa tentativa desesperada de impedir que a coisa toda continue.
— Sarah, deixe isso para lá, vamos embora. — Cassie sugere, tentando puxá-la na direção das escadas, mas Sarah nem se move.
— Fala sério! Você é a pessoa mais egoísta que eu conheço, e acha que tem o direito de reclamar de mim por ter coragem de me impor? Não somos suas marionetes, Sarah! Não precisamos acatar a cada sugestão estúpida que você dá só para "participar do grupo"! Ainda assim, posso opinar em situações que acho razoáveis, diferentemente de se voltar a uma floresta onde cometemos um crime. Alías, de quem foi a culpa disso também? Ah, é! Foi sua! — Daisy exclama como se as palavras estivessem presas em sua garganta há semanas.
— Daisy, pare! O que aconteceu foi um acidente. — Cassie defende, mas nenhuma das duas parece estar nos ouvindo a essa altura.
A respiração curta e contida de Sarah revela a sua fúria. As palavras de Daisy parecem tê-la atingido em cheio como nunca, como se ela tivesse tocado em seu ponto fraco, cutucado uma ferida que ainda não cicatrizou, abrindo-a novamente e a fazendo sangrar.
A indecifrabilidade de Sarah muitas vezes torna difícil de entender o que se passa em sua mente. Quando se trata do acidente, suas atitudes costumam ser ambíguas. Em alguns momentos, ela age como se isso não fosse nada. Como se fosse algo que pudéssemos facilmente lidar e esquecer. Como se isso não a assombrasse nem um pouco, e ela tivesse total controle sobre a situação incontrolavelmente ruim na qual acabamos nos metendo. Quando age assim, é assustador. É tão verdadeiro, cruel, frio e indiferente, que sinto que não a conheço de verdade. Como se uma completa maluca estranha estivesse no controle do pior acontecimento de nossas vidas, dizendo para agirmos tão friamente quanto ela, quando tudo o que nós queremos é chorar e talvez, até mesmo, confessar todas as coisas terríveis que nós fizemos aquela noite, mesmo que isso nos custe o nosso futuro inteiro, apenas para nos livrarmos dessa culpa - culpa essa que, nesses momentos, ela não parece sentir.
Mas aí, me deparo com a outra Sarah. A Sarah que parece ser a verdadeira. A Sarah que, embora se esforce muito para esconder o que sente do resto de nós, também sente culpa. A mesma culpa que nós, e talvez, uma culpa ainda maior. A Sarah que, na verdade, amava Dylan em segredo, e deve estar com o coração muito além de aflito como o nosso, mas também partido. E eu não sei por que essa Sarah se esconde. Talvez assim, se sinta menos vulnerável e impotente. Talvez ache que, se não demonstrar sentir coisa alguma, como uma muralha forte e protetora, ficaremos mais seguras e nos sentiremos menos desesperadas com toda a situação. Talvez, assuma essa atitude de quem não se importa, porque na verdade, se importa muito, e no final, faz tudo o que faz movida pelo mesmo sentimento de culpa que tem nos movido nos últimos tempos.
O comentário de Daisy sobre a culpa do acidente ter sido dela, certamente a fez sangrar. Consigo ver em seus olhos. O que me leva a pensar que Sarah também pensa dessa forma, e o fato de Daisy ter verbalizado essas palavras faz com que esses pensamentos sobre si mesma sejam confirmados. Consigo ver a sua dor, e consigo vê-la se transformar em raiva rapidamente.
— Eu não acredito que você disse isso. — Fala, por entre os dentes. Suas bochechas estão vermelhas e os olhos marejados. Até onde eu sei, isso a torna uma bomba-relógio, que pode explodir a qualquer momento.
— Gente, qual é? Essa discussão é ridícula. — Cassie tenta interferir novamente, mas agora já é tarde demais.
Daisy fixa o olhar sobre Sarah, sem parecer estar arrependida do que disse. Ao que parece, existe uma razão para nunca termos conhecido esse lado de Daisy: ele é cruel.
— Qual o problema? — Indaga, franzindo as sobrancelhas como se não estivesse entendendo o motivo da surpresa. — A verdade dói?
Quase consigo ouvir a gota d'água que faz o copo de Sarah transbordar.
Em um piscar de olhos, Sarah se esquiva completamente das mãos contensoras de Cassie e voa em direção à Daisy, empurrando-a com força para trás. Daisy cambaleia, e por fim, cai sobre o chão, completamente atônita diante do acontecimento, bem como o resto de nós.
— O que está fazendo? Pare com isso! — Cassie exclama, de olhos arregalados, tentando processar a cena enquanto agarra novamente os braços de Sarah, afastando-a de Daisy.
Mas de repente, já é tarde demais para impedirmos que o pior aconteça, porque já aconteceu.
O choque da agressão parece acender algo dentro de Daisy. Sua expressão endurece, e ela se levanta com uma rapidez e determinação inabaláveis, avançando em direção à Sarah. Corro para tentar segurá-la, mas não chego a tempo. Com o dobro de força e raiva, Daisy empurra Sarah também, que apenas não cai porque Cassie impede que isso aconteça. Os gritos e insultos voam enquanto elas se debatem entre puxões de cabelo, arranhões e socos, uma tentando ganhar a vantagem sobre a outra. A cena toda é assustadora e inimaginável. Em todos os nossos anos de amizade, nunca imaginei presenciar algo assim acontecendo entre nós, o que me causa uma mistura de emoções conflitantes. Por alguma razão, quase quero rir. Não porque ache nada disso realmente engraçado, só é um absurdo que esteja realmente acontecendo. Por alguns segundos, fico sem reação antes de correr até Daisy e tentar separá-la enquanto Cassie faz o mesmo do lado oposto.
— Parem com isso! — Grito, minha voz quase se perdendo no caos. — Isso não vai resolver nada!
— Vocês estão parecendo duas malucas! — Cassie exclama, lutando com afinco para limitar os movimentos de Sarah, mas todos os nossos esforços são completamente vãos.
É como se estivéssemos invisíveis. Sarah e Daisy estão presas em seu próprio mundo de fúria e ressentimento, e nada parece capaz de impedi-las agora. Cassie e eu somos apenas dois pesos de papel diante de toda a raiva que as duas expressam contra a outra. Solto um grunhido de dor quando o cotovelo de Daisy acerta o meu rosto, e ela continua avançando cheia de raiva em direção a Sarah.
Isso tudo é ridículo. Não acredito que chegamos a esse ponto tão cedo.
Para piorar a situação, o sinal da última aula toca no lado de dentro. Arregalo os olhos quando percebo que não vamos conseguir parar a briga antes de que todos vejam.
Em poucos segundos, todos os alunos já estão se aglomerando curiosos ao nosso redor, tão chocados com a cena quanto nós ficaríamos se estivéssemos em seus lugares. Todas as risadas e exclamações soam abafadas e distantes, como se não passassem de um plano de fundo. Não consigo discernir nada do que está sendo dito entre eles, mas vez ou outra, a voz de alguns garotos grita uma sugestão de golpe para que uma das duas aplique. Reviro os olhos, começando a me sentir entre animais. Estou prestes a desistir quando Noah se aproxima afobado, colocando-se entre as duas e as afastando com menos da metade do esforço que Cassie e eu estávamos fazendo. Sinto um enorme alívio tomar conta do meu corpo, apesar das reclamações que surgem por parte de alguns alunos agora que a briga chegou a um fim.
— O que está acontecendo aqui? — Uma voz masculina vocifera atrás dos alunos, que, aos poucos, abrem espaço para que ele se aproxime.
O diretor. É claro. Não havia outro jeito disso terminar.
Ele caminha até nós, parecendo zangado por estarmos gerando tumulto em frente ao prédio da escola. Se não estivéssemos nas dependências, isso não seria problema dele. Os ombros de Daisy parecem encolher quando ele para diante dela, alternando o olhar entra ela e Sarah com uma expressão nada amigável.
— As duas, na minha sala. — Ordena, sucinto.
Sarah revira os olhos, frustrada com a coisa toda. Ela suspira e balança a cabeça antes de aceitar tanto a ordem que lhe foi imposta quanto o fato de que isso significa que ela terá ainda mais problemas ao fim do dia. Daisy, que agora parece ter voltado a seu estado usual, não consegue nem ao menos levantar os olhos para encarar todas as pessoas ao seu redor, parecendo envergonhada de suas atitudes. Enquanto caminham atrás do diretor, os burburinhos voltam a pairar no ar, mas agora consigo ouvi-los de forma mais clara. "Da próxima vez, usem biquínis", sugere algum babaca, ao qual Sarah prontamente responde "Vá se ferrar!". Alguns soltam risadinhas e murmuram que elas estão encrencadas. Mas, de alguma forma, ouvir alguém se perguntar "O que aconteceu? Elas não eram amigas?", é o que me faz sentir uma pontada forte no coração. Éramos amigas.
As pessoas começam a perder o interesse tão rápido quanto adquiriram, e logo se espalham, indo embora para suas casas com uma boa história para contar. Enquanto isso, Cassie, Noah e eu permanecemos imóveis onde estamos, ainda perplexos com o ocorrido. Assistimos Daisy e Sarah se afastarem de nós até se tornarem sombras minúsculas no fim do corredor, caminhando para dentro da sala do diretor e desaparecendo de nossas vistas.
Suspiro, exausta, tentando absorver o fato de que isso realmente aconteceu, e não sei como as coisas serão agora. Cassie e eu trocamos olhares preocupados. Sabemos que as consequências dessa briga vão além de uma simples visita à diretoria. Algo se quebrou hoje, algo que talvez nunca possa ser consertado.
— Vocês precisam de carona? — Noah pergunta de repente ao se dar conta de que as garotas ainda vão passar muito tempo naquela sala.
— A-hã. — Respondemos em uníssono, pensando a mesma coisa.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro