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10 (liz)

Quando entro no carro pela manhã, Sarah está retocando o batom vermelho em seus lábios, com o rosto praticamente colado ao espelho retrovisor.

Como eu já havia previsto, ela age como se a noite passada nunca tivesse acontecido: como se não tivesse surtado por um par de sapatos, como se não tivéssemos voltado à casa de Dylan apenas para buscá-los, como se nada no mundo a atingisse. Por isso decido fazer o mesmo por enquanto, omitindo também a conversa com Noah, apesar de estar louca para revelar que ela estava errada sobre ele.

Mas sei também que inevitavelmente terei que tocar no assunto, não apenas porque tenho que dizer a ela que Noah não foi quem tirou as fotos, e por isso estamos ainda mais encrencadas do que havíamos imaginado, mas também porque preciso questioná-la a respeito da carta que encontrei em meio as coisas de Dylan. Durante toda a noite, a cada momento em que não estive pensando em Noah, estive pensando sobre a tal carta e seu possível conteúdo. Afinal, se Sarah e Dylan eram próximos o suficiente para trocarem cartas, por que nunca soubemos disso?

Viro o rosto para ela, em um lapso de juízo, prestes a despejar todas essas perguntas sobre ela, presas em minha garganta feito um nó.

Sarah vira o olhar para mim e sorri, completamente alheia ao fato de que sei sobre a carta.

— Bom dia, raio de sol. — Ela me cumprimenta, me entregando um copo de café — Sim, com leite e muito açúcar — Ela afirma, antes mesmo que eu pergunte. Sabe que gosto do café feito de um jeito muito específico.

Então apenas sorrio de volta e pego o copo, dando um gole no café, na esperança de que isso desfaça o nó em minha garganta que parece aumentar a cada segundo.

Hoje, o rádio não está ligado nas notícias, mas em uma música, o que já é um avanço. No entanto, passamos o caminho todo até a escola em silêncio, talvez pelo acontecimento no almoço de ontem. Sinto falta de quando não nos sentíamos culpadas e preocupadas o tempo todo, e as manhãs eram agitadas e os silêncios preenchidos por risadas. O silêncio no carro me lembra daquela noite, e parece tornar o caminho até a escola muito mais longo.

Durante a manhã, as aulas passam rápido ou devagar demais. Suspiro, tentando me concentrar no nas aulas, mas quando o sinal do intervalo toca, percebo que estive o tempo inteiro alheia ao que estava acontecendo ao meu redor, distraída com meus próprios pensamentos.

No almoço, vejo o espanto nos rostos de Sarah, Daisy e Cassie quando Noah e eu nos sentamos juntos diante delas. Após alguns segundos nos encarando em silêncio, Sarah finalmente pergunta:

— O que ele está fazendo aqui?

Ela soa como uma criança incapaz de esconder sua frustração. Franzo a sobrancelha, desaprovando sua reação, mas Noah permanece impassível, e não parece se importar o suficiente para se ofender com a atitude de Sarah.

Ela estreita os olhos, fixando-os sobre Noah, como se assim pudesse pressioná-lo o suficiente para que ele revelasse o que ela achava ser verdade. Como se estivesse a apenas alguns minutos de distância do momento em que poderia dizer "eu estava certa", coisa que ela sempre adorou dizer.

Seus olhos passeiam entre o meu rosto e o de Noah, esperando que um de nós se manifeste.

Cassie o observa em silêncio. Tenta manter sua expressão neutra, mas reconheço seu olhar desconfiado de longe. Daisy, por outro lado, parece verdadeiramente assustada. Pelo que vejo, Sarah conseguiu convencê-las de que Noah deve mesmo ser o responsável pelas fotos na floresta — o que, de certa forma, não deixa de ser verdade, mas não da forma como imaginam. Não consigo entender como ela pode olhar para alguém como Noah e enxergar uma ameaça. O garoto não faria mal a uma mosca.

Apesar do método de mostrar a foto antes de dizer qualquer coisa não ter funcionado muito bem comigo antes, ele decide arriscar com minhas amigas, talvez por saber que todas estão a uma distância segura de seu estômago ou qualquer outra região que possa ser extremamente dolorosa ao ser atingida.

Sem dizer coisa alguma, ele desliza a câmera por cima da mesa, e Sarah imediatamente a agarra, sem se desfazer do seu olhar acusador nem por um segundo. Cassie e Daisy se espremem a ela, todas tentando enxergar melhor a pequena imagem na tela da câmera.

— Então é isso? — Sarah pergunta, voltando seus olhos da câmera para Noah inúmeras vezes — Eu estava certa? Foi você quem tirou as fotos naquela noite? — Seus olhos passam rapidamente sobre mim, e em seguida param sobre Noah novamente. Por alguma razão, ela não parece estar tão feliz quanto achei que ficaria ao pensar que estava certa. Provavelmente está se lamentando por mim, apesar de parecer, de certa forma, aliviada. Até consigo entender.

— Bom, sim, mas foi um acidente. — Noah se justifica.

Vejo o rosto das três se contorcer em confusão.

— Como, exatamente? — Cassie questiona, parecendo estar lutando para ligar os pontos.

Noah conta o seu lado da história da mesma forma que havia me contado na noite anterior. Sarah e Cassie franzem as sobrancelhas, como se estivessem se esforçando para entender uma conta extremamente complexa, além de parecerem confusas com a informação de que Noah possui um irmão mais velho, já que o fato nunca lhes havia sido mencionado antes. Dou de ombros quando elas me lançam um olhar que só posso interpretar como "você sabia disso?!", porque não é como se eu o conhecesse também. Menções de seu nome em algumas poucas ocasiões era tudo o que eu tinha ouvido.

— Por que enviou a foto para Liz, afinal? Estava tentando nos assustar? — Sarah indaga, por fim.

Ele comprime os lábios e olha para mim, indicando que essa é a minha deixa.

— Esse é o problema... — digo, mostrando-lhes a foto em meu celular novamente.

— É uma foto diferente. — Cassie constata rapidamente, sem que eu precise dizer mais nada.

— É. E Noah não tirou a foto que recebi em meu e-mail. — Finalizo, de qualquer forma.

Daisy solta um riso amargo, concluindo que estamos muito mais ferradas do que havíamos imaginado.

— Ótimo. Essa história fica cada vez melhor. — Fala.

— Como saberíamos que você não tirou as duas fotos? — Sarah questiona, com seu jeito desconfiado de ser — Como saberíamos se você está falando a verdade?

As expressões nos rostos de minhas amigas revelam uma desconfiança persistente.

— Essas fotos foram tiradas de lugares completamente diferentes. Por que eu mentiria sobre isso? Se eu quisesse mesmo prejudicá-las, nem estaríamos tendo essa conversa! — Noah tenta se defender.

— Eu não sei. Você pode não ser tão confiável quanto tenta parecer.

Tenho a impressão de que ela está insistindo em acusar Noah simplesmente porque é mais fácil assim.

— Bom, a melhor forma de descobrir se alguém é confiável, é se arriscando a confiar. — ele diz, tranquilamente.

— Não estou a fim de arriscar. — Ela fala em um tom natural, mas a forma como apoia os cotovelos sobre a mesa e se inclina levemente para a frente, indica que ela está o testando. Seus olhos analisam cada uma de suas expressões e movimentos. Basicamente, está o convidando para uma espécie de duelo mental para ver até onde ele pode aguentar, na esperança de que, em algum momento, ele acabe cedendo.

Para seu azar, Noah, permanece calmo e neutro, como quem está seguro de que não tem nada a esconder. Não parece estar dando a mínima para seu comportamento desafiador, e isso parece irritá-la mais do que tudo. Talvez ele esteja fazendo isso de propósito. Não é difícil imaginar que esse tipo de atitude seja exatamente o necessário para irritar alguém como Sarah. Talvez ele tenha apostado nisso, e, se apostou, conseguiu exatamente o que queria: deixá-la completamente enfurecida.

— Sinto muito, mas você precisa. — Ele fala, enfiando uma batata-frita na boca. Ela acompanha seus movimentos com um olhar furioso.

— Senão? — Ela arqueia uma das sobrancelhas, esperando que ele falhe em sua resposta.

Ele respira fundo, como se devesse ser óbvio para ela.

— Senão, vai passar tanto tempo acusando a pessoa errada, que vai perder a oportunidade de descobrir quem realmente fez isso! — Noah rebate, deixando-a sem resposta, porque tem razão.

Os dois se encaram, esperando para ver qual deles irá ceder primeiro. Irritada, Sarah olha ao redor e percebe que não há muito o que ela possa fazer além de dar um voto de confiança à Noah, assim como todas nós.

Ela solta um suspiro pesado. É visível o mau humor que a derrota lhe causa.

— Se estiver mentindo para nós... — começa. — eu juro que acabo com você.

Ele assente.

— Sei disso. — Responde sério, como quem não duvida de suas palavras nem por um segundo. Acho que não é difícil para Noah imaginar o tipo de coisa que Sarah seria capaz de fazer para nos proteger.

Ela ainda mantém os olhos fixos nele por alguns segundos, enquanto ele sorri, vitorioso e apaga a foto bem diante dos meus olhos, agora que não precisa mais provar coisa alguma a ninguém. Uma covinha se forma em sua bochecha, e sinto borboletas voarem soltas pelo meu estômago.

Por um breve instante, tenho a impressão de que a conversa se encerrou por aqui. Um silêncio começa a pairar em nossa mesa, e tudo o que conseguimos ouvir são os burburinhos das conversas alheias ao nosso redor. Noah me olha como quem pergunta se seu trabalho já acabou por aqui, e estou prestes a assentir quando Daisy quebra o silêncio:

— Então... o que faremos agora? — Daisy pergunta, apesar de não parecer realmente interessada em participar de qualquer plano que possamos sugerir. — Quer dizer, se você não tirou essa foto, outra pessoa tirou e não sabemos quem foi. Tudo o que sabemos é que, quem quer que seja, provavelmente conhece Liz. Ela foi a única a receber o e-mail.

Daisy aponta um ponto válido. Mas embora isso pareça um avanço, ainda estamos muito longe de descobrir quem foi.

— Eu não sei. — Noah admite. Mas não é como se saber o que fazer fosse sua responsabilidade. — Mas vou tentar pensar em algo para ajudá-las.

A última frase me causa arrepios, porque, embora seja um pouco aliviador saber que Noah está do nosso lado e irá nos ajudar, a ideia de que ele está se afundando cada vez mais junto de nós também é assustadora. Não tenho certeza se ele sabe exatamente onde está se metendo, e isso me preocupa mais do que posso colocar em palavras.

— Nos leve até lá. — Cassie sugere, de repente. Nossos olhares se voltam para ela, perguntando o que diabos ela estava pensando, o que não aparece abalá-la nem um pouco. — Se voltarmos ao local exato onde estávamos, poderemos ver de onde você tirou a foto, e talvez encontrar o local de onde a outra foto foi tirada. Talvez, até achemos mais do que isso, algo que possa nos ajudar de verdade, ou sei lá...

Noah estreita os olhos.

— Está me pedindo para que eu leve vocês de volta à cena do crime? — Pergunta, tentando certificar-se de que entendeu corretamente, embora pareça óbvio.

Cassie assente.

— Não parece uma boa ideia. Não se deve voltar à cena de um crime que cometeu, isso é, no mínimo, uma grande burrice. — Noah fala, arqueando as sobrancelhas.

— Detetives fazem isso o tempo todo para conseguirem provas. — Cassie retruca, dando de ombros.

— Tem razão. E então, só por curiosidade, alguma de vocês é detetive? — Ele retruca, irônico.

Cassie revira os olhos.

— Muito bem. Alguém aqui tem alguma outra ideia? — Cassie pergunta, embora já saiba que a resposta vinda de qualquer um de nós será "não". — Certo. Então essa parece ser a nossa única opção.

— É praticamente uma missão suicida. Não posso levá-las até lá para isso.

A essa altura, consigo visualizar uma veia de irritação saltar entre as sobrancelhas de Cassie.

— Liz, dá para controlar o seu homem? — Ela fala, voltando-se para mim. Dou de ombros, como quem não está disposta a se meter nessa discussão.

Noah ri.

— Tenho certeza de que ideias melhores vão surgir, está bem? Alguma ideia que não seja tão...

— Estúpida? — Daisy acrescenta, e Cassie lhe lança um olhar de indignação.

— Eu ia dizer "arriscada", mas isso serve também. — Noah finaliza.

Cassie suspira, levantando as mãos e se dando por vencida.

— Está bem, vamos tentar pensar em alguma outra coisa.

Noah assente, aliviado, e quando sente que seu trabalho aqui chegou ao fim, se levanta, pega suas coisas e beija minha testa, se despedindo das garotas com um "até mais". Ele me lança um último olhar antes de caminhar para fora do refeitório, sorrindo aliviado por ter sobrevivido aos olhares julgadores e acusações ferozes de minhas amigas.

Para ser sincera, não é difícil concordar com Noah. Voltar à floresta para revivermos os traumas daquela noite na vaga esperança de encontrar algo que possa nos servir de pista não parece mesmo um bom plano, ou sequer eficaz. Estaríamos nos arriscando muito mais do que nos ajudando.

Por outro lado, não acredito que iremos mesmo encontrar ideias melhores sobre o que fazer em nossa situação, e sinceramente, não sei se podemos nos dar o luxo de pensarmos muito a respeito disso. A qualquer momento, nosso chantagista pode nos entregar de bandeja para a polícia, e teremos problemas ainda maiores para lidar. Precisamos começar a adquirir algumas respostas, e rápido.

— E então — Sarah começa a dizer, quebrando o silêncio da mesa — Alguma de vocês já tem alguma nova ideia brilhante?

Cassie suspira, frustrada.

— Acho que isso não vai acontecer tão cedo.

— Pois é, eu também acho. E é por isso que deveríamos seguir com o plano.

— Obrigada! — Cassie exclama, satisfeita por finalmente receber algum crédito.

— Mas Noah disse que... — começo a dizer, mas sou interrompida antes mesmo de chegar ao fim da frase.

— Não precisamos dele para isso. — Cassie diz, fitando-me profundamente, o que é um pouco intimidador. Ela costuma se manter paciente na maioria dos dias e situações, mas não é o tipo de pessoa com quem qualquer um gostaria de discutir quando está irritada.

No lado oposto da mesa, vejo Daisy esfregar os olhos como se não pudesse acreditar que estamos mesmo tendo essa conversa.

— Vocês estão falando sério? Acham mesmo que isso é uma boa ideia? — Indaga, incrédula.

— É a única ideia! — Sarah exclama.

— Isso não a torna boa. — Acrescento.

— Eu não disse isso. Mas ela continua sendo a única. — Ela rebate, começando a ficar frustrada.

— Eu acho uma boa ideia. — Cassie defende.

Franzo o cenho.

— Por que acha isso, exatamente? — Pergunto.

Ela dá de ombros.

— Como eu disse, detetives fazem isso o tempo todo. É uma tática comprovada.

Estou prestes a abrir a boca para apontar que detetives não são os criminosos, e, no nosso caso, voltar à floresta seria como voltar a cena do crime, porque somos as criminosas da situação, e qualquer criminoso sabe que não se deve voltar à cena do crime, mas Daisy irrompe a falar antes que eu tenha a chance de dizer coisa alguma.

— Cassie, isso é ridículo! Não vamos encontrar nada naquela floresta escura e imunda a essa altura. — Daisy exclama, contestando seu plano. — Além disso, não somos detetives. Não sabemos o que estamos fazendo ou o que estamos buscando, o que pode só piorar a nossa situação.

Cassie suspira.

— Podemos ao menos tentar encontrar algo. Na nossa situação, ter um plano, por pior que ele pareça, ainda parece melhor do que não ter nada.

Comprimo os lábios, ciente de que ela tem razão quanto a isso. Tentar encontrar algo não parece pior do que ficarmos sentadas aqui, sem sabermos o que pode acontecer em seguida.

— Tudo bem, então. Divirtam-se. Eu não vou a lugar algum. — Daisy declara, cruzando os braços.

Cassie franze as sobrancelhas, sem entender a atitude de Daisy.

— Daisy, estamos juntas nisso. — Sarah tenta lembrá-la.

— Não, Sarah, não estamos! — Daisy exclama. — Porque por mim, deixaríamos isso para lá. Não recebemos mais nenhuma mensagem, e quem quer que saiba disso, com certeza não quer nos entregar, porque se quisesse, já poderia tê-lo feito! Não quero bancar a espiã no meio da floresta onde enterramos um corpo. Eu não quero voltar lá, está bem? Só quero deixar isso para lá. Já estamos ferradas de qualquer jeito, então devíamos apenas deixar as coisas acontecerem como devem, já que a bagunça já está feita. — Ela cospe essas palavras em nossos rostos com uma notável irritação.

Nenhuma de nós consegue dizer coisa alguma.

— Eu não vou, está bem? — Daisy reforça, agora em um tom mais baixo. — Eu nunca mais quero voltar lá. — Fala, antes de pegar suas coisas e começar a caminhar para fora do refeitório também.

Levamos alguns segundos até conseguirmos dizer algo novamente.

— Ela está certa? — Pergunto, porque parte de mim ainda está dividida, achando que, talvez, Daisy possa ter razão.

— Não! — Sarah e Cassie exclamam em uníssono, e entendo o recado.

— Não podemos simplesmente "deixar isso para lá"! — Cassie exclama, aparentemente revoltada. — Liz, alguém tem uma foto nossa enterrando um corpo. Não se deixa isso para lá. Precisamos ao menos tentar encontrar algo que possa nos ajudar. Não podemos ficar paradas, como se isso não fosse nada demais. Não podemos simplesmente cruzar os braços para algo assim. Alguém estava lá, em algum lugar, e sabe o que fizemos, e não podemos simplesmente aceitar isso e seguir em frente como se fosse algo irrelevante. — Ela discursa eufórica, o que demonstra bem o quanto o assunto mexe com sua cabeça.

— Mas... e se não encontrarmos nada?

— Que não seja por falta de tentar. — Cassie responde, mal humorada com o rumo que a conversa tomou.

As palavras de Daisy ainda ecoam em minha mente. Nós a assistimos partir enquanto tentamos digerir os fatos: ao contrário do que pensávamos, não estamos todas juntas nessa. Daisy decidiu que não se importa, e já se entregou antes mesmo disso começar.

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