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9 (liz)

Subo para o meu quarto, ainda pensando na carta que encontrei em meio às coisas de Dylan. Não consigo deixar de imaginar o que poderia estar escrito, e se Sarah já foi próxima de Dylan, por que nunca soubemos disso? Se o conhecia tão bem a ponto de trocarem cartas, por que não sentiu remorso ao perceber que nós o havíamos matado?

Sento em minha cama, roendo praticamente todo o esmalte de minhas unhas enquanto fico remoendo essas perguntas, quando ouço leves batidas na porta. Ao abri-la, fico surpresa ao me deparar com Noah.

Franzo o cenho, encarando-o com uma expressão confusa durante alguns segundos.

— O que está fazendo aqui? — Pergunto, sem saber direito como reagir a sua presença.

— Sua mãe me deixou subir. Ela disse que eu era uma graça e parecia confiável. Ainda não entendi se foi um elogio. — Ele diz, e dou risada, sentindo-me constrangida pelas coisas que minha mãe fala vez ou outra.

Noah olha ao redor, para os corredores escuros da minha casa, como se não soubesse por onde começar a responder minha pergunta.

— Sinto muito por ter vindo até aqui, Lizzie. — Ele fala, suas bochechas corando. Gosto de como ele me chama de Lizzie. É genuíno, diferente de quando Sarah me chama assim para conseguir alguma coisa. — Sei que disse que não podíamos continuar nos vendo, mas... — ele faz uma breve pausa e suspira — eu não viria até aqui se não tivesse algo importante a dizer. Tentei falar com você na escola, mas você estava...

— Te evitando? — Digo, antes que ele mesmo tenha a oportunidade de dizer. — Eu juro que tenho um motivo plausível desta vez.

Penso que ele irá questionar o motivo. Se foi algo que ele fez, ou se eu simplesmente sou incapaz de manter uma relação estável. Mas ao invés disso, ele apenas assente com a cabeça, como se soubesse exatamente do que estou falando.

— É. Acho que posso imaginar o motivo, na verdade. — Diz.

Solto um riso, pensando que eu gostaria que o motivo realmente fosse algo do tipo que ele pudesse imaginar.

— Você não faz ideia. — Falo, encarando meus próprios pés. Noto que estou usando meias com estampas diferentes, e torço para ele não ter reparado, embora essa devesse ser uma das minhas últimas preocupações nesse momento.

Quando levanto o rosto, ele ainda me observa com a expressão séria, sem hesitar por um segundo.

Franzo as sobrancelhas, sem entender.

— Do que está falando? — Questiono, puxando-o para dentro do quarto para que ele se explique, soando um pouco mais rude do que gostaria. Apenas quando ele cruza a porta é que me dou conta de que é a primeira vez que um garoto entra em meu quarto, e apesar de parecer algo natural com Noah, ainda sinto um frio na barriga ao fechar a porta e vê-lo ali, de pé ao lado da minha cama, olhando ao redor e prestando atenção em cada detalhe do quarto, como se tivesse acabado de entrar em uma terra encantada. Me pergunto se ele já havia tentado imaginar como meu quarto seria antes, ou se já havia estado em quartos de outras garotas antes, mas tento afastar o pensamento que se torna desagradável rápido demais.

Por fim, ele volta sua atenção para a conversa novamente. Abre e fecha a boca diversas vezes, procurando as palavras certas para começar a se explicar, e a mesma expressão de inquietação que eu havia visto em seu rosto mais cedo está de volta.

Ele parece desistir de tentar se explicar, e pega sua câmera em sua mochila. Em silêncio, ele procura por uma foto específica, e, quando finalmente encontra, passa a câmera para mim, para que eu possa ver também. Meu coração imediatamente dispara.

Fico alguns segundos estática, o encarando boquiaberta, até entender o que significa. E então meu coração dispara.

Sarah estava certa. Noah é o responsável pela foto.

Meu corpo reage antes do meu cérebro, e, antes que eu tenha a chance de pensar melhor sobre o que fazer e o que isso significa, desfiro um soco em seu estômago, tão forte que Noah perde o ar e se curva para a frente, se encolhendo enquanto tenta se recuperar do golpe surpresa. Contenho o breve impulso de arrependimento que atravessa o meu corpo ao vê-lo se contrair de dor, e, ao invés de me desculpar ou perguntá-lo se está bem, continuo:

— Você está de brincadeira comigo? Isso não tem a menor graça! Nós ficamos assustadas. E eu defendi você! Por que fez isso?

Ainda respirando com dificuldade, ele ergue o rosto para mim. Achei que veria uma expressão de quem tenta se justificar, mas ao invés disso, sua expressão é totalmente confusa.

— Do que é que você está falando? — Ele pergunta, arfando, graças ao forte soco no estômago.

Ainda frustrada, pego meu celular e mostro-lhe a foto que havia recebido por e-mail mais cedo.

Ele analisa a foto com cuidado, os olhos estreitos e as sobrancelhas franzidas, dando zoom em cada canto da foto.

— Onde conseguiu isso?

Sinto a raiva borbulhar dentro de mim.

— É sério? — Olho para ele como se ele devesse saber. Ele percebe o que estou insinuando.

— Liz, eu não tirei essa foto. — Noah fala, sério. — É de um ângulo completamente diferente de onde eu estava quando vi vocês. Quem te mandou isso?

Fico em silêncio, processando a informação. Seus olhos analisam o meu rosto, notando a visível preocupação estampada nele.

— Bom, s-se não foi você, então... — começo a dizer, mas não consigo nem ao menos finalizar a frase, engolindo em seco.

— Ah, droga. Você não sabe quem foi, não é? — Conclui rapidamente.

Nego com a cabeça.

— Recebi de um e-mail desconhecido, que aparentemente nem existe mais. — Explico, e ele franze as sobrancelhas enquanto tenta entender a situação toda.

Suspiro. Minha cabeça começa a girar, e preciso me apoiar em minha escrivaninha. Se Noah nos viu naquela noite, e não tirou a foto, significa que outra pessoa também nos viu – alguém que não teve problema em nos fotografar e usar isso para nos assustar. Alguém que não fazemos ideia de quem seja, ou o que quer de nós, o que torna tudo isso muito pior do que havíamos imaginado.

— Por que achou que eu tinha feito isso? — Ele finalmente pergunta.

Dou de ombros, arrependida por tê-lo julgado tão rápido mesmo depois de tê-lo defendido até o fim para minhas amigas.

— Porque... minhas amigas acham que foi você. — Conto.

— E você não? — Pergunta, rindo sarcasticamente.

— Bom, por um segundo eu achei. Quer dizer, como você conseguiu essas fotos, afinal? Você nos seguiu até Rosefield?

— É claro que não! — Ele se defende após eu tê-lo colocado numa posição de stalker maluco. — Depois da festa, eu fui para casa. Já estava quase dormindo, quando meu irmão me ligou pedindo para eu buscá-lo em uma festa em Rosefield.

Levo alguns segundos para processar a informação, já que raramente me lembrava do fato de que Noah tinha um irmão. Ele o mencionara algumas poucas vezes, sempre de forma evasiva e com pouco entusiasmo, de modo que nunca me atrevi a perguntar mais a seu respeito.

De braços cruzados, minha expressão deve indicar que apenas aquilo não é o suficiente. Preciso de detalhes, e Noah deve perceber isso, porque se senta na cama e continua:

— Quando cheguei lá, dirigi até a uma casa onde a festa estava acontecendo. Eu sabia que ainda teria que esperar por ele por algum tempo, mas também não quis ficar na festa, porque a casa estava muito cheia, e o som absurdamente alto, então peguei minha câmera no carro e fui andando até a floresta para tirar algumas fotos, como fazia com meu avô quando era mais novo. Foi quando notei algo diferente em uma das fotos. Quando me aproximei o suficiente eu pude ver que... eram vocês. Não tinha a intenção de registrar o momento, foi um acidente.

Sento-me na cama, ao lado dele. Trocamos olhares enquanto tentamos processar toda a situação.

Por um lado, me sinto aliviada por Noah não ser o responsável por aquele e-mail, bem como eu havia dito mais cedo. Pelo menos não me sinto tão idiota, exceto pela parte em que soquei seu estômago. Mas por outro lado, sei que temos um grande problema diante de nós, afinal, se não foi ele, então quem foi? O que esperam da gente? Como iremos descobrir?

Suspiro cansada, pensando em como irei contar para minhas amigas que uma situação que achávamos ruim desde o primeiro momento, não para de encontrar maneiras de se tornar muito pior a cada hora.

— Eu não te enviei foto alguma, Lizzie. Nunca tive a pretensão de usar essa foto para prejudicar qualquer uma de vocês. — Ele reafirma, e desta vez, acredito, porque no final das contas, é só o que posso fazer. — Mas eu preciso muito entender o que foi que aconteceu, porque isso está me matando. — Ele implora, quando percebe que ainda não tem as respostas que veio procurar.

Assinto com a cabeça, ciente de que se tivesse visto o que Noah viu, também teria muitas questões. Sei que ele espera uma explicação, mas me sinto hesitante. Tenho medo de lhe contar tudo o que havíamos feito porque sei que, uma vez que ele souber, não haverá mais um caminho de volta.

Antes mesmo de começar a pensar no que falar, já sinto meus olhos se encherem de lágrimas, e tenho que lutar para contê-las.

— Noah, foi um acidente, eu juro! — Digo, desmoronando. Ele se aproxima de mim e segura minha mão. Apesar do que viu, não parece estar me julgando, o que é difícil de compreender. — Sarah achou que seria uma boa ideia sair da fila de carros para seguir pelo caminho oposto, depois ela se distraiu por apenas um segundo, e aí já era tarde demais. Ele surgiu de repente do meio das árvores e o carro bateu com força contra ele, e...

— Espere aí. — Ele me interrompe minha explicação eufórica — O carro bateu em quem, exatamente?

É aí que me dou conta de que Noah, na verdade, não sabe quem enterramos naquela noite. Apenas viu um corpo, o que deve ter deixado espaço para muitas especulações.

— Dylan. — Digo, baixinho.

Ele arregala os olhos, provavelmente se dando conta de como isso é ruim e de que, muito em breve, as pessoas começarão a sentir falta de Dylan. Depois, tenta fazer sua expressão voltar ao normal, numa tentativa de não me desesperar ainda mais, mas já é tarde.

— Isso... não é muito bom. — É só o que ele consegue dizer.

— Eu sei. — Respondo, conformada.

— Vocês contaram isso para mais alguém? — Pergunta.

Nego firmemente.

— Não. Não podíamos. Quer dizer, nós queríamos, de verdade. Mas não podíamos. Quando percebemos que ele já estava morto e que não podíamos fazer mais nada, nos desesperamos. Não podíamos nem chamar a polícia, então colocamos o corpo no porta-malas do carro de Sarah, e Cassie achou que seria uma boa ideia enterrá-lo em Rosefield. Não é como se fosse o lugar mais longe do mundo, mas pelo menos não era aqui.

Sinto minhas bochechas queimarem de vergonha ao tentar imaginar o que ele deve estar pensando de mim nesse momento.

— Lizzie...— Noah sussurra, fechando os olhos para absorver melhor a história. Sinto um aperto no coração. Não é como se antes eu não soubesse que tudo que havíamos feito tinham sido péssimas escolhas, mas ver sua reação apenas reforça a ideia.

Sinto as lágrimas em meus olhos se tornarem densas, e logo começam a rolar pelo meu rosto e não consigo mais contê-las. Começo a chorar, e Noah se aproxima de mim e me abraça, puxando minha cabeça para mais perto de seu peito e me envolvendo em seus braços, o que realmente consegue fazer com que eu me sinta um pouco melhor.

— Vai ficar tudo bem, eu... eu entendo. — Ele fala, em uma voz compreensiva.

— Noah, eu juro que foi um acidente... — Repito, entre lágrimas e soluços contidos.

Mesmo que não consiga ver seu rosto, ainda embrulhada em seu abraço, eu o sinto assentir.

— Eu sei. Vai ficar tudo bem. — Ele reforça, e por um segundo me permito acreditar.

Permanecemos em silêncio por algum tempo, o que, a essa altura, é mais reconfortante do que constrangedor. Poderia passar horas em seu abraço, tentando me manter alheia aos meus problemas e evitar meus próprios pensamentos.

— Tem alguma ideia de quem possa ter visto vocês? — Ele pergunta. Me afasto para observar seu rosto, e encontro uma discreta preocupação em seu olhar.

Nego.

— Se não foi você quem nos enviou a foto, então, não.

Ele suspira, provavelmente se dando conta de como a situação é muito pior do que ele imaginava.

— Sinto muito. — Deixo escapar, sem pensar muito a respeito.

Ele parece confuso.

— Por quê? — Indaga.

Dou de ombros.

— Por essa bagunça. Acho que é por isso que tenho te evitado o dia inteiro. Acho que eu só estava tentando te proteger disso tudo. Embora alguns dos motivos para querer que você não soubesse sobre nada disso também fossem meio egoístas...

Noah parece intrigado.

— Como quais?

— Eu sei lá... acho que, no fundo, não queria que você soubesse disso porque achei que fosse me odiar, ou pelo menos não me enxergar mais como antes. Para falar a verdade, depois de tudo isso, nem eu mesma consigo me olhar no espelho e me enxergar como antes, e pensar que você poderia não me enxergar também... foi doloroso. — Falo, me levantando e andando em círculos pelo meu quarto enquanto tento me explicar.

Noah franze as sobrancelhas, mas solta um riso.

— Eu jamais te olharia de uma forma diferente de como te olho agora. Jamais julgaria quem você é me baseando apenas naquela noite.

Eu o encaro em silêncio, admirada e intrigada com a maneira como ele pensa.

— Por quê? — Pergunto.

Ele se levanta para se aproximar de mim e segura meu rosto em suas mãos, com delicadeza.

— Lizzie, eu sei quem você é. Sei que tudo isso não passou de um acidente, e que nunca faria isso de propósito. Nada disso poderia mudar a forma como eu te enxergo.

Mal consigo olhá-lo nos olhos enquanto ele diz essas coisas, porque ainda é difícil digerir a ideia de que para Noah, ainda sou a mesma. É difícil entender como ele ainda consegue enxergar além disso.

Limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo.

— Sinto muito por ter socado seu estômago. — Finalmente digo, e Noah ri e assente.

Sorrio, observando-o rir. Me perco por um segundo no azul de seus olhos, e tenho a impressão de que a distância entre nós começa a diminuir. Meus olhos descem rapidamente até os lábios de Noah quando ele se curva para me beijar. Por um segundo, consigo deixar tudo o que me atormenta de lado. Consigo ignorar meus próprios pensamentos e fingir que não há nada acontecendo conforme ele me beija lentamente, afastando meus problemas para longe. Suas mãos sobem pelo meu pescoço até a minha nuca, me causando arrepios, e o beijo se intensifica. E então, um estalo soa em minha mente e no segundo seguinte, me afasto.

Solto um suspiro enquanto ele me encara confuso.

— Não posso fazer isso. — Falo, aumentando a distância entre nós. Ficar perto dele realmente torna as coisas mais difíceis, porque beijá-lo é tentador.

— Qual o problema?

Abaixo a cabeça, encarando meus próprios pés. Tento conter as lágrimas que brotam em meus olhos antes de voltar a encará-lo.

— Noah, não podemos ficar juntos, está bem? Não agora, ou até que isso se resolva. — Falo, fingindo que acredito por um segundo que isso possa realmente se resolver algum dia. — Só não quero te envolver nisso.

Ele me observa, com as sobrancelhas franzidas, como se tentasse compreender o meu lado, mas não conseguisse.

— Liz, eu já estou envolvido, e isso não é culpa sua. Eu literalmente me envolvi nisso sozinho. Eu simplesmente estava no lugar errado, na hora errada, e ainda estaria lá, mesmo que não fossem vocês na floresta. Eu estaria envolvido nessa história de qualquer jeito. — Ele aponta, com convicção, o que faz sentido. Ainda assim, permaneço relutante.

Noah suspira, se aproximando novamente de mim, e dessa vez, não me afasto.

— Me diga uma coisa... — pede, baixinho, como se tivesse medo da resposta. — você quer mesmo estar comigo, afinal? — Pergunta.

Meu coração se contrai. Talvez, se eu dissesse que não, seria mais simples. Independentemente do quanto isso pudesse me machucar, Noah iria embora, e ficaria bem estando longe de mim. Ele estaria seguro assim. Provavelmente, seria o melhor a se fazer. Mas a verdade é que sei que não consigo, nem mesmo por um segundo, fingir que não quero estar com ele, quando cada célula do meu corpo, cada linha e expressão de meu rosto, entrega que sim.

— Você sabe que sim. — Admito, o que ainda não muda o fato de que, embora eu queira estar com ele, não devo.

Noah dá de ombros.

— Bom, então é isso. — Diz, como se a situação estivesse resolvida assim, num piscar de olhos.

Eu o encaro, confusa.

— Também quero estar com você, Lizzie. Independente do momento ou da situação. Só quero estar com você. — Ele diz, segurando meu rosto em suas mãos, e fazendo tudo parecer simples, mais uma vez, apesar de não ser.

— Noah, por que iria querer se envolver ainda mais nisso? Isso é burrice. — Contesto.

Ele sorri como se soubesse bem onde está se metendo, o que, sinceramente, chega a ser intimidador.

— Essa é a minha escolha. Não acha que eu mereço ter uma escolha nessa história? — Fala, quase num sussurro, perto do meu ouvido, o que, por alguma razão, faz uma onda de calor percorrer por todo o meu corpo.

— Bom, sim. Mas está fazendo a escolha errada. — Respondo no mesmo tom, quase entre suspiros.

— Eu não acho. — Ele fala, levando as mãos até minha nuca.

— Sabe que está. — Insisto.

— Vale a pena me arriscar por você. — Diz, olhando em meus olhos e diminuindo a distância entre nós.

— Não quero que se arrisque por mim. Não quero que se envolva mais nesse assunto, está bem? — Peço, já estremecida por todas as sensações que ele causa em meu corpo.

— Mas eu espero que saiba que eu vou. E não estou pedindo sua permissão. — Fala, com seriedade, e, embora eu queira muito discutir e fazê-lo prometer que nunca mais irá falar sobre isso, ou querer saber coisa alguma sobre esse assunto, mal consigo raciocinar com seus lábios tão próximos do meu, silenciosamente me provocando, me desafiando a pará-lo, mas a verdade é que não quero.

A essa altura, já não consigo mais raciocinar ou pensar em coisa alguma. Nada de consequências, nada de motivos para afastá-lo, nada sobre nada. Apenas tenho a certeza de que o quero por perto, mais do que tudo.

Solto um suspiro, ciente de que é inútil lutar contra as próprias vontades de alguém. Apenas acaricio os cachos em seu cabelo e o puxo para perto, beijando-o mais uma vez. Poderia beijá-lo assim por muito mais tempo, se não fosse pela intensa batida que meu pai deposita na porta repentinamente, pedindo para que eu a deixe aberta, o que faz sentido.

Noah e eu nos afastamos, assustados e constrangidos, rindo como dois jovens que, por pouco, não foram pegos em flagrante. Nos entreolhamos, aliviados.

— Parece que meu pai não te acha tão confiável quanto a minha mãe. — Aponto.

Ele me lança o sorriso mais atraente do mundo, e uma covinha se forma em sua bochecha.

— Bom, talvez eu não seja mesmo. — Fala, e eu dou risada. — Te vejo amanhã? — pergunta, antes de se levantar e caminhar até a porta, certificando-se pela última vez de que o que foi dito aqui hoje, não cairá por terra amanhã.

Sorrio e assinto, mas isso não lhe parece o suficiente. Consigo entender seu receio, dadas as circunstâncias.

— Eu prometo. — Respondo à sua incerteza silenciosa.

Sorrindo, Noah beija meus lábios e a ponta do meu nariz pela última vez antes de se levantar e caminhar em direção à porta, partindo com a promessa de que nos veremos amanhã.

Minutos depois, já sozinha no silêncio do quarto vazio, sinto o peso de todos os acontecimentos me invadirem novamente, caindo sobre mim de uma só vez. Frustrada com o fato de não poder fazer muito a respeito de coisa alguma, jogo-me sobre a cama. Afundo o rosto no travesseiro e apenas permito que meus pensamentos caóticos se embaralhem como fios de lã um milhão de vezes, torcendo para que cedo ou tarde, eu acabe por pegar no sono.

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